A vida dos funcionários de vigilância dos museus é tudo menos fácil, e eis que me proponho a divulgar duas conversas bem elucidativas.
Entram dois casais com um ar distinto, usando aquele palavreado típico que irrita um santo, e depois de debitarem uma série de banalidades, eis que uma das senhoras se dirige a uma peça de porcelana, que até estava em zona de protecção das baias daquela sala, e pega nela virando-a ao contrário. A vigilante da sala dirige-se à senhora:
- Desculpe minha senhora, mas nas peças expostas não se pode tocar.
A resposta da senhora, olhando por cima dos óculos, veio de imediato.
- Eu sei, estava apenas a ver se tinha alguma marca de fábrica.
Outra que por acaso presenciei, foi a do senhor que atravessou o perímetro das baias de protecção de um coche e se preparava para subir para o seu interior, com o filho ao colo, no que foi impedido pelo funcionário, que se lhe dirigiu dizendo:
- O senhor não pode estar nessa zona, nem tão pouco tocar na viatura.
O senhor irritadíssimo, retorquiu:
- Não posso porquê? Onde é que isso está escrito? Isto também é meu, e quem é você para me proibir, e o que é que vai fazer?
Nem toda a gente tem estes comportamentos, mas mesmo assim estas situações são comuns nos nossos museus, infelizmente.
Republicação do post do Zé Povinho de 30 de Novembro de 2016