A Moda passou a ter importância para mim quando encontrei uma pulseira colorida pela primeira vez. De repente, tudo que manuseava passou a ter uma moldura visual com a pulseira em meu punho, e assim o mundo ficou mais colorido e bonito. Essa auto-contemplação passou a me mostrar possibilidades de existir e ser, não superficialmente como taxam a moda, pois o negócio é mais complexo.
Ao vestirmos uma roupa, não vestimos só a superfície do tecido, mas também o conceito das peças que transmitem percepções do corpo em questão. Tendo certa consciência de moda, pode-se expressar ideias e conceitos através do corpo, nosso próprio palco. E esse 'espetáculo pessoal', quando vestido, não é meramente superfície, mas uma energia que é visualmente proposta. Uma mensagem visual provoca uma energia de recepção nas pessoas, e há o retorno energético para si. Assim, a moda altera estados, cria energias e reverba no mundo, tudo isso através da superfície do corpo e do que você escolhe vestí-lo.
A moda é uma zona de complexidade modificadora, geradora de energias. E ao mesmo tempo é cotidiana, é design, e arte, interdisciplinar.
É uma expressão inevitável, não dá para não estar na moda. Todos temos modos, e estamos pensando em sociedade, mesmo se repudiando-a. Somos classificáveis, somos arquétipos, humanos.
A moda escancara nossa condição de ser humano e traz uma possibilidade de expressão (abordo a contemporaneidade, lógico) inevitável, consciente ou não.
Moda Pode Ser experiência, como pode ser informação, ou até espontânea.
Se moda é expressão estética, pode ser denominada arte, ou design (ou até outras mil nomenclaturas), a depender da moldura de quem elabora e expressa.