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Pós-amor

Convenhamos sobre as convenções, eu já acordei faz algum tempo.
Convenhamos do certo e do errado, eles existem em sociedade, nessa que insistimos em co-existir.
Convenhamos de muitas coisas que o tempo firma.
Convenhamos sobre as verdades, elas precisam ser ditas.
Convenhamos do nosso amor, da legitimidade disso e da vontade.

Eu me afundo nas besteiras e já tenho paz.
Eu quero tanto mais de ti, sou um poço profundo te esperando com receio, mas aos poucos você pode ir entrando, me penetrando manso enquanto sussurra leve e com emergência.
É que a vida de cada um é alguma coisa que precisa ser dita com calma, em tom mais baixo e fragmentado.
O medo da vida se transfigura no medo do amor, cuidado mas não há o que temer. Infelizmente não há nada para temer, as inevitabilidades são rotineiras.
Teu beijo no meu olho abençoa minhas visões.
Teu abraço me afaga de medo e de paz.
Te quero como quero a vida, é um querer que oscila mas é inevitável.
Já não descrevo o concreto, não me é possível no nosso pós-amor.
O que me resta é sentir como o que circunda me glorifica.
Minha vida torna-se plena e medrosa, e viva.



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