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Manifesto do PÓS-AMOR*

Ao que me parece, percebo momentos pontuais que se repentem dentro da relação, e aqui falo de uma manifestação mútua, de casal. Tentarei organizá-los para experimentar uma análise distanciada dos acontecimentos:


1.Dentro da rotina, da descrição do cotidiano para o outro nos apps (prioritariamente whatsapp), um comentário se sobressai ao limite do convívio social. Esse comentário pode ser de qualquer um dos dois na relação, servindo de ponto de mutação para um outro estado de mood;

2. É percebido que o “pavil da relação está curto” (peço perdão pela analogia clichê), e tal comentário descrito acaba por estipular uma tensão generalizada, que envolve a abertura de abas para comentários do passado ou de Fatos atuais. Aqui, uma briga é estabelecida, e a gravidade desta vai depender do acaso energético dos fatores no decorrer do tempo da briga. Um olhar, um comentário ou um riso pode alterar os resultados.
Em geral, após essas brigas, têm-se (os relacionamentos amorosos) um tempo de hiatus, de silêncio, esse também vai depender de variantes do acaso, que após reverbar é cessado e surge o diálogo. Agora adentramos na última fase do ciclo, essa pode ser denominada de fase filosófica:

3. Após o contato estabelecido por possibilidades muitas (como o envio de um smile ou coração pelo whatsapp ou facebook, um paragráfo de declarações e devaneios etc.), estende-se o diálogo de indagações e motivos para tudo aquilo, do por quê desses fatos estarem acontecendo e do ênfase tímido de como já vivemos bons momentos e de como nos amamos e que temos muita vida pela frente.

Após o esgassamento lírico de âmbos, volta-se ao cotidiano, às “mensagens de check-ins” (informando os lugares, os fatos banais e instantâneos), transpondo assim, o indivíduo em um espetáculo de um espectador-mor. Alguns dias são passados e é observado o comentário que se sobressai (citado na etapa 2), retomando o ciclo movente da relação.

O problema desse ciclo com etapas atemporais, é que um cansaço gradativo é instaurado na esfera do relacionamento, podendo levar à medidas inconsequentes, tais como: brigas avulsas (por motivos irrelevantes), traços do arquétipo stalker na personalidade de âmbos,  violência conjugal-informal (estapeamentos, gritos com “jogação na cara” de fatos de forma agressiva, auto-mutilação – morder a própria mão de ódio, ferir o couro capilar através do forçamento dos fios de cabelos, puxando-os etc. -) etc. Na maioria das vezes, a morte afetiva gradativa conjugal é diagnosticada, porém, existe a possibilidade de que o afeto pode re-significar fatos e expandir limites, dependendo da prática pessoal de vida de cada indivíduo.

Tal conceito que vos fala é otimista e acredita no que pode vir, a depender da relação com infinitas conexões entre os cônjuges, a partir da sensibilidade de âmbos em perceber as ocorrências e trabalhar com as necessidades, com as faltas, pensando em transcendência, não de “pior” para “melhor", mas para camadas com diferentes qualidades instauradas em possibilidades. Assim, o amor é possível para além de FEV/2014. Esse é meu manifesto de PÓS-AMOR.

*O termo empregado no título do texto faz alusão ao termo “Pós-Moderno”, buscando assim, estabelecer uma conexão com o tema “amor” nas circunstâncias do termo original.


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