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Corpos de reféns foram conservados em túnel de 10 metros encontrado 'sem querer' por militares em Gaza


Construção subterrânea foi achada enquanto soldados israelenses revistavam casa em campo de refugiados de Jabalia; pai de DJ sequestrada disse que restos mortais da filha foram preservados por terem ficado em local 'profundo e muito frio'




Em meio aos escombros no campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, o cenário parece um lembrete das vidas destruídas: num beco estreito, uma bicicleta infantil e colchões empoeirados indicam que o local precisou ser abandonado. A entrada de uma das casas não era uma porta, mas um buraco na parede destruída pelas forças israelenses. Não fosse por isso, talvez a construção passasse batida. Quando as Forças Armadas de Israel (FDI) entraram no local, porém, não tardou para a investigação dar resultado: debaixo de um tapete velho, uma porta metálica levou os soldados a descobrir o túnel de 10 metros onde os corpos de quatro reféns foram encontrados na última semana.

— Não sabíamos que havia uma cova ali — afirmou o tenente-coronel Almong Rotem ao portal Israel Hayom. — Quem encontrou foi o líder da equipe, o sargento Roy Beit Yaakov. A equipe dele havia completado o objetivo no local, mas ele decidiu permanecer naquela casa. Investigou mais profundamente, moveu alguns móveis e descobriu o espaço. Depois, comunicou os parceiros pelo rádio, e na sequência engenheiros de combate subterrâneo de elite foram enviados à casa para a inspeção.

Um oficial que entrou no túnel afirmou ao Israel Hayom que, após as equipes terem limpado a área ao redor da construção subterrânea, retirando potenciais riscos de explosivos, os soldados entraram na passagem. A missão, disse, era “localizar e enfrentar” possíveis membros do grupo terrorista Hamas. Após algumas escavações, contudo, o que os militares israelenses encontraram foram os corpos dos reféns Shani Louk, 23 anos, Amit Buskila, 28, Itzhak Gelernter, 58, e Ron Benjamin, 53. Eles foram levados para o enclave em 7 de outubro, durante o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense, quando cerca de 1,1 mil pessoas morreram e mais de 250 foram sequestradas.

— Conseguimos recuperar quatro corpos de reféns, foi uma conquista significativa — afirmou Rotem. — Ninguém está mais orgulhoso do que nós por tê-los trazido para sepultamento em Israel. É triste encontrar um corpo no lugar de uma pessoa viva, mas saber que há quatro famílias israelenses que suportaram oito meses de incertezas, e que pudemos lhes proporcionar um pouco de consolo em meio a este pesadelo, é uma boa sensação. Continuaremos arriscando nossas vidas para defender o Estado e seus cidadãos, pelo tempo que for necessário.

Túnel ‘profundo e muito frio’

Um dos corpos encontrados na última sexta-feira foi o de Shani, a DJ alemã que foi uma das primeiras reféns a ser identificada. Logo após o ataque, sua mãe, Ricarda Louk, confirmou que era ela a mulher que aparecia num vídeo seminua na traseira de uma caminhonete conduzida por homens armados. Em imagens compartilhadas nas redes sociais, era possível ver que uma pessoa chegou a cuspir no corpo dela. Desde então, a família já acreditava que a jovem tinha sido morta antes de ser levada para Gaza, e afirmava, em entrevistas, que havia conforto em pensar que ela morreu rapidamente — e que o abuso contra seu corpo talvez tivesse ocorrido quando ela já havia partido.

Na época, Ruthi Louk, tia da jovem, disse à imprensa israelense que um fragmento do crânio de Shani foi recolhido no local da rave atacada pela Zaka, uma organização de ajuda humanitária que recuperou evidências forenses após a invasão do Hamas. Conforme publicado pelo Wall Street Journal, especialistas analisaram o material genético e comprovaram ser da DJ. De acordo com o jornal Haaretz, o Instituto Nacional de Medicina Forense afirmou que o fragmento indicava um ferimento ao qual ela não poderia ter sobrevivido. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, então, confirmou a morte da artista numa postagem no X.

    Na sexta-feira da semana passada, o pai dela, Nissim, afirmou ao Canal 12 que sua família foi informada de que uma equipe de comando encontrou os corpos e que o estado deles era “muito bom”, já que estavam num túnel “relativamente profundo e muito frio”. Nissim disse que militares mostraram uma fotografia do corpo de Shani quando deram a notícia, que foi “difícil de receber”, embora também tenha sido algo pelo qual ele e seus familiares já esperavam. O pai da jovem convocou os israelenses para comparecer ao funeral dela, ocorrido no último domingo, e disse estar de luto, mas também “aliviado”.

Corpo de brasileiro é encontrado

Uma semana após ter anunciado a descoberta dos quatro corpos no túnel, o Exército israelense afirmou, nesta sexta-feira, ter recuperado os corpos de mais três reféns que estavam em Gaza. Um deles, segundo o comunicado, era o de Michel Nisenbaum, de 59 anos, o único brasileiro-israelense sequestrado pelo grupo terrorista. Além dele foram encontrados os restos mortais do franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 30 anos, e do israelense Hanan Yablonka, de 42. De acordo com as autoridades israelenses, as vítimas foram achadas durante operação conjunta com o serviço de inteligência de Tel Aviv em Jabalia.
Não está claro se os três corpos foram achados também dentro do túnel descoberto na última semana. Eles foram identificados por médicos do Instituto Forense Nacional de Israel e pela polícia israelense. Ainda de acordo com o comunicado das Forças Armadas, os três reféns morreram em 7 de outubro, dia do ataque do Hamas que desencadeou a guerra mais recente, e seus corpos foram levados para o enclave palestino. A prática foi observada em conflitos anteriores na região, como na Segunda Guerra do Líbano (2006), quando grupos rivais sequestraram corpos de israelenses para envolvê-los em trocas por prisioneiros vivos.
Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, Nisenbaum era pai de duas filhas e avô de cinco — o quinto, inclusive, nasceu neste ano, após ele ter sido sequstrado. O brasileiro vivia em Israel há mais de 40 anos. Ele morava em Sderot, cidade próxima da fronteira com Gaza, e teria sido capturado enquanto se dirigia a uma base do Exército próxima do kibutz Re’im para buscar uma das netas que estava com o genro dele, um militar. A menina, que foi camuflada pelo pai com um casaco, sobreviveu. Em entrevista ao GLOBO realizada em abril, a irmã do brasileiro, Mary Shohat, definiu Nisenbaum como “uma pessoa muito querida”.
— Ele ajuda a todo mundo, tanto pessoas conhecidas como desconhecidas. É um bom pai, um ótimo avô. Um filho muito bom para a nossa mãe, um irmão genial. Tanto para o bem quanto para o mal, estamos sempre juntos — disse.


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