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Inversão de responsabilidade




Em artigo no site UOL, o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, destaca a posição equivocada do Brasil, ao apoiar a iniciativa sul-africana contra Israel na Corte Internacional de Haia. Segue a íntegra do texto:

O Brasil atenta contra a sua história ao apoiar uma acusação falsa de genocídio. Se existe alguém que pretende aniquilar um povo é o Hamas. Está claro no seu estatuto e nas suas ações terroristas contra Israel.

Existe hoje, na Faixa de Gaza, uma guerra iniciada pelo Hamas. É legítimo questionar e condenar o grande número de mortos e de feridos dos dois lados. Mas a questão não é apenas quantitativa. Estima-se que, na Segunda Guerra Mundial, morreram entre 6,6 e 8,8 milhões de alemães. Isso não transforma os aliados em genocidas. Assim como acontece em Gaza, a população civil sofreu as consequências dos atos perpetrados por uma ditadura sanguinária e radical, que iniciou uma guerra que veio a perder.

Por isso, chegou a hora de o Governo Brasileiro decidir de que lado está. As opções são claras: de um lado, o Hamas, que representa a repressão às mulheres, às minorias, à liberdade e que só existe para aniquilar Israel e impor uma teocracia islâmica de alcance global. De outro, um país democrático, com eleições livres e respeito às diferenças. Nesse caso, não são aceitáveis, moralmente, a neutralidade ou a tentativa de estar bem com os dois lados ao mesmo tempo.

Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi sincero, e acredito que foi, quando qualificou os atos de 7 de outubro como "terrorismo", quando recebeu familiares de um refém ainda em poder do Hamas e quando se apresenta ao mundo como um democrata, há algo profundamente incoerente no apoio do governo brasileiro à esdrúxula proposta sul-africana de qualificar o direito de defesa de Israel como o genocídio. Tentar transformar a vítima em agressor foi a mesma tática antissemita usada pelo nazismo, quase um século atrás.

Olhando para os recentes e erráticos posicionamentos do Itamaraty e do Palácio do Planalto, lembro de uma frase de Winston Churchill: "Um conciliador é alguém que alimenta um crocodilo, esperando ser devorado por último". Churchill falava sobre o regime de Hitler.

Não se pode generalizar. Sempre que possível, conversar e ceder é o melhor caminho. Infelizmente, não é o que o Hamas quer. Se o grupo terrorista devolver agora os reféns que têm em seu poder e reconhecer o direito à existência de Israel, a guerra acaba.

Infelizmente, em 2024, a declaração de Churchill poderia ser a legenda de uma foto do governo brasileiro e da liderança do Seu Partido político, que olham para o que acontece na Faixa de Gaza sob o viés equivocado de uma disputa entre esquerda e direita. Isso é ignorância ou má fé.

A disputa no Oriente Médio é entre dois modelos de sociedade. É um, ou outro. Em vez de assumir uma posição clara a favor dos valores que sempre estiveram na base do modelo de sociedade brasileira, o presidente e o seu partido enveredaram por um caminho obscuro e tortuoso. É um pântano habitado por crocodilos que só esperam a hora de atacar quem os alimenta. 

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