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Perseguição a cristãos: Capítulo 3







"Meu nome é Edward, sou pastor na Síria, em Damasco. Minha esposa, Rana, e eu temos três filhos adultos. Eles moram no exterior. Em uma sexta-feira, eu cheguei de um culto e estava cheio da presença de Deus. Ao mesmo tempo, nós nos sentíamos perturbados, pois o dia havia começado com bombardeios e explosões. Mesmo sem saber quem foi atingido, nós enviaríamos a dor. Vemos vídeos de mulheres, crianças e pessoas que não têm nada a ver com a guerra, mas estão mortas e feridas, elas têm medo e choram. Dói muito ver isso. Cada vez que ouvimos explosões de granadas ou bombas, sofremos com as pessoas."


Verão de 2014 A Síria encontra-se em uma terrível guerra civil. Diversos grupos islâmicos rebeldes lutam desde março de 2011 contra o governo de Assad e, ao mesmo tempo, entre si. Cada grupo recebe ajuda do exterior. Por meio disso, a guerra civil passou a envolver pessoas de outros países e está se expandindo. Muitos lugares já estão devastados. Edward, com sua esposa, Rana, exerce a função de pastor há 10 anos na capital síria, Damasco. No meio da guerra civil eles tentam ajudar os necessitados, porque a população é a mais atingida pela guerra: milhões de pessoas estão fugindo e milhares foram mortos; Eles buscam refúgio no exterior ou vagam pelo país. Muitos dos atingidos são cristãos. Eles não sofrem apenas por causa da guerra, os fiéis são alvos de ataques islâmicos. Algumas regiões já estão sob controle islâmico. 


"Antes da guerra, a vida era normal: éramos para o trabalho e para o culto. Tentamos expandir nosso ministério, abrir novas portas, encontrar novos campos. Tentamos diversas coisas. Estávamos construindo uma clínica médica, começamos uma igreja no subúrbio de Damasco e treinamos pessoas para o ministério. Às sextas-feiras, os muçulmanos vão às mesquitas. Lá, eles também se juntaram para se manifestar. Em uma sexta-feira ocorreram os conflitos. Nossa vida mudou muito quando a guerra começou. Hoje, ela é completamente diferente. Quando nós vamos para a cama à noite, ou temos que levantar, frequentemente ouvimos barulhos de explosões. Para mim, a guerra causa muito mais sofrimento do que nós podemos imaginar. Com o tempo, o número de mortes aumentará. Nós não podemos mensurar o tamanho dessa dor. É muito triste ver as famílias destruídas. Uma vez eu cheguei tarde da noite em casa, eu vi um pai e sua esposa, ele carregava um pequenino, uma criança de 2 anos. Nas suas mãos eles seguravam também 2 outras crianças, além disso eles carregavam sacolas plásticas. Era meia-noite e eles andavam sem rumo, não sabiam onde iriam dormir, vagavam simplesmente sem destino. Eu vi em seu rosto que esse homem não estava somente acabado, ele ficou humilhado por ter falhado. Ele não pôde proteger sua família, não conseguiu garantir um futuro seguro para eles. Talvez ele fosse antes um homem bem sucedido, com casa e negócios próprios. Mas por causa da guerra ele perdeu tudo. E agora ele anda errante nas ruas e não sabe para onde ir. Isso foi realmente muito, muito. Muitas famílias passam por necessidades e sofrimentos pela perda de pessoas amadas: famílias foram destruídas. Cada um vai para um lugar diferente. Esse tipo de histórias nós ouvimos diariamente. As pessoas deixam as suas cidades e, quando se despedem, não sabem se um dia voltarão. Algo assim nunca aconteceu na Síria, Era inimaginável que isso pudesse acontecer. Tudo isso carregado com muita pressão em todos. Mais da metade dos membros de nossa igreja deixaram o país, principalmente pessoas com crianças pequenas ou homens jovens, que não veem para si mais futuro nenhum na Síria. Eles deixaram a igreja, realmente, um enorme vácuo. Humanamente falando, vivemos em uma situação perigosa, mas sentimos claramente que Deus nos chamou para servi-lo no país. Nossas raízes cristãs na Síria são antigas. E, como cristãos, devemos ficar e realizar o trabalho da igreja neste tempo. Quem, senão nós, poderia espalhar as mensagens do amor, do perdão e dos valores celestiais no nosso país? Nós e outros sírios olhamos para as nossas vidas antes da guerra e desejamos que as coisas pudessem ser como antes. Mesmo como igreja, encontramos mesmo na escuridão mais profunda, grandes possibilidades. Mesmo que a vida não seja tão fácil como antes, espiritualmente falando, somos encorajados. Vemos que as pessoas procuram e perguntam pelo Senhor mais do que nunca. Isso nos encoraja e à igreja também. Em um domingo nosso batismo. Muitos queriam ser batizados, mas não temos tempo suficiente para discipulá-los. Então, usamos batizar somente doze. Eles são jovens. Um deles veio de um lar não cristão. Não é comum batizarmos as pessoas assim, porque isso não é bem aceito pela sociedade. Mas ele disse: “Todos sabem que eu sou cristão, até minha família sabe disso, ninguém disse nada, então, por favor, me batize”. Nós decidimos esperar e, na manhã de domingo em que ele deveria ser batizado, ele decidiu colocar na sua página do Facebook uma declaração. Podemos ver o trabalho do Senhor na vida de um jovem como ele. Ele disse: “A todos que me conhecem: hoje eu serei batizado. Eu venho de uma família não cristã. Eu amo minha família e meus amigos, mas todos devem saber que eu sou um cristão e que Jesus Cristo é o meu senhor e salvador. Somente em Jesus Cristo eu encontrei o Deus que apareceu para mim há três anos e me impediu de cometer suicídio duas vezes. Ele é meu senhor e salvador. Ele devolveu minha autoestima. Ele é aquele que me ama incondicionalmente. Eu não fiz nada para merecer esse amor. Ele está comigo no meu sofrimento e nas minhas dúvidas, ele enxuga as lágrimas dos meus olhos. Através da sua morte na cruz e da ressurreição, eu tenho um relacionamento com Deus como de pai e filho. Ele é meu senhor e salvador, todos devem saber disso! Eu creio que com isso muitos irão me odiar e evitar, não falarão mais comigo, me maltratarão ou vão querer cuspir na minha cara e até me matar. Vocês devem saber: eu amo todos vocês. Mesmo que vocês me matem, eu amo vocês, pois Jesus me ensinou a amar a todos. Eu sou um cristão e pertenço ao senhor Jesus Cristo, o único Deus vivo”. Esse jovem mostra como Deus trabalha hoje. É um milagre ver como ele está pronto, mesmo diante de todas as ameaças, e como responde à perseguição com amor e perdão. Coisas assim nos encorajam. Tem muitas histórias desse tipo, elas nos motivam como igreja nesses tempos difíceis. Depois que a guerra começou, nós descobrimos que o Senhor nos preparou para essa situação especial. O centro médico que abrimos antes da guerra, em 2006, agora é fundamental. Ele ajuda mais de 1.500 pessoas no subúrbio todo mês. A igreja que também abriu na periferia é uma grande vitória, especialmente para os refugiados. As pessoas que nos preparamos podem agora assumir diversas posições. Por isso, agradecemos a Deus por tudo. É muito instigante ver e entender como Deus nos preparou para este tempo. Sim, a igreja ajuda muitas pessoas com necessidade, principalmente os refugiados do próprio país. Por meio de muitas oportunidades, o amor de Jesus é mostrado através da ajuda da igreja. Eu acredito que o apoio que recebemos de pessoas e organizações tão especiais, como a das Portas Abertas, permite que a igreja realmente atenda às pessoas nas suas necessidades e, ao mesmo tempo, leva essas necessidades para as amorosas mãos de Jesus. Para mim, isso tem portas abertas e eu acredito que um dia veremos os resultados, mesmo que não os vejamos neste exato momento. Os efeitos a longo prazo aparecem com os anos, pois as pessoas realmente estão apreciando o que a igreja está fazendo. Este é o paradoxo: de um lado nós sabemos como tudo é tão doloroso, choramos com as pessoas e sofremos com elas. Estamos todos no mesmo barco, mas, ao mesmo tempo, nós vemos o trabalho do Senhor. A sua força nos ajuda a fazer com que ele se torne senhor para mais pessoas. Eu sempre penso nos jihadistas, que chegam no mundo todo para propagar ódio e escuridão em nosso país. Eles estão prontos para morrer por isso. A maioria dos sírios, possivelmente todos, não concorda com a presença dos extremistas. Eles não fazem parte da nossa cultura e nunca foram, especialmente entre os cristãos. Os jihadistas não matam só cristãos, mas também outros muçulmanos, pois eles querem que todos sejam como eles. Quem não é, é tido como infiel e deve morrer. Por isso, nós os rejeitamos no nosso país. Apesar disso, uma história me emocionou: uma família de Maaloula – Maaloula é uma antiga cidade cristã bem conhecida – perdeu o pai um pouco antes da guerra. Depois disso, a mãe continuou vivendo com os filhos na cidade. Quando essas pessoas, que pertencem à Al-Qaeda, chegaram a Maaloula, a mãe deixou a cidade com suas filhas e uma criança pequena. Mas seu filho, de 23 anos, decidiu, junto com outros homens jovens, ficar. Eles queriam proteger suas casas e propriedades. Então ele ficou em sua casa com um homem mais velho. A mãe, que já havia perdido o marido, contou que esses jihadistas pediram ao seu filho que negasse Jesus e se tornasse muçulmano. O filho e o homem que estava com ele se olharam e decidiram: estavam prontos para morrer por Jesus. Então essa mãe perdeu o filho também. Ele foi morto pelo mesmo. Ela se sentiu muito vitoriosa e orgulhosa dele. Ela chorava, mas ao mesmo tempo, havia um tom vitorioso em sua voz. Ela estava muito orgulhosa porque seu filho não negou Jesus e estava pronto para morrer por ele. Isso me tocou profundamente e eu disse: “Louvado seja Deus por ainda termos pessoas assim no nosso país, que realmente se apegam a Jesus e a sua fé. Isso é um sinal de esperança para mim e para a igreja!” Como a maioria dos sírios, eu também estou preocupado com a possibilidade dos jihadistas chegarem ao poder, mesmo que eu não acredite totalmente nisso. Mas ninguém pode prever o futuro do país. Ainda mais do nosso ponto de vista, não sabemos o que está por trás de tudo. Não conheço todos os fatos. Mas, graças a Deus, nós temos a promessa do Senhor: sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e que são chamados por ele. Confiamos nessa promessa, não importa o que o futuro nos traga. Nós sabemos que ela é verdadeira. Confiamos totalmente na soberania absoluta de Deus. Ele tem a palavra final. Confiamos em seu amor e espera. Sabemos que somos propriedade dele, somos seus filhos e ele é nosso pai. Por isso, sabemos: não importa o que aconteça, um dia, seu nome será glorificado em todo o país. A segurança e o futuro da igreja nunca estiveram nas mãos de políticos ou jihadistas, mas nas mãos de Deus. Jesus disse: “... edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la”. Somos a igreja e isso nos dá total paz, estabilidade e confiança de que o futuro pertence ao nosso Senhor e a sua glória. Perdoar nossos inimigos e viver o perdão é o mais importante. Nós nos encorajamos e incentivamos nossa comunidade a fazer isso. O que é muito importante, pois tudo ao nosso redor nos induz ao ódio e à raiva. Sentimos por trás de tudo isso o poder do mal. Enxergamos toda essa crise como uma batalha espiritual. Vemos que o diabo é um assassino, ele quer matar e se alegra em ver as pessoas morrerem. Ele é um mentiroso e usa diferentes poderes e agentes para o seu propósito, mas, como igreja, nós confirmamos que o diabo é a força por trás desses poderes e agentes. Por isso nós lutamos nessa batalha espiritual. E você sabe de uma coisa? Você também pode participar! Ore contra esses poderes e escuridão, pelo fim do derramamento de sangue e contra todo mal que se passa em nosso país. Todos aqueles que têm um coração voltado para a oração podem ajudar nessa luta. Eu acredito que esse é um papel muito importante. Vocês têm influência sobre o que acontece nessa guerra. Nós vemos assim, lutamos com oração e defendemos os valores do amor e do perdão. Deus nos deu a graça de amar todas as pessoas, indiferentemente dos seus objetivos políticos. Sabemos que o nosso dever e maior tarefa agora é amar a todos, pois não fazemos isso, não há nenhum sentido em ajudá-los. E se nós não queremos ajudá-los, não há nenhum sentido em pregar o evangelho. Assim, o amor é essencial se a igreja, realmente, quer ser útil em nosso país. Nós não perdemos a esperança. Sabemos que, uma vez, Jesus Cristo, na estrada para Damasco, se transformou em um terrorista chamado Saulo no apóstolo Paulo. E nós ainda cremos nisso, pois sabemos que Jesus permanece o mesmo. Ele muda corações e transforma os maiores pecadores em homens de Deus. E isso nos faz manter a esperança. Nós ajudamos e encorajamos as pessoas a espalharam esse amor a todos. Confiamos que o Senhor responderá ao desejo do nosso coração. Jesus Cristo fala: Esse testemunho representa a história de milhões de cristãos ao redor do mundo que são perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo. Doe para projetos de sustento aos cristãos perseguidos onde a necessidade é maior."




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