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Trading in The Zone: Audiobook Completo em Português – Mark Douglas – Capítulo 4


Introdução

O mundo do Mercado financeiro está repleto de desafios e oportunidades. Porém, para realmente se destacar e ser bem-sucedido como trader, não basta apenas dominar técnicas e estratégias. O aspecto mental é tão crucial quanto qualquer ferramenta técnica que você possa utilizar. Mark Douglas, em seu renomado livro “Trading in The Zone”, aborda justamente a importância da mentalidade correta ao operar no mercado. E neste artigo, vamos mergulhar no capítulo 4 deste incrível audiobook, agora disponível em português.


Trading in The Zone – Capítulo 4

Consistência: um estado mental.

Espero que depois de ter lidos os primeiros três capítulos, não pense que já aprendeu como pensa um trader de sucesso. Como já sublinhei diversas vezes, o que distingue os melhores Traders de todos os outros não é o que fazem ou quando o fazem, mas como pensam sobre o que fazem e como estão a pensar quando o fazem.

Se o seu objetivo é exercer trading como um profissional e ser um ganhador consistente, então tem de partir do princípio de que as soluções estão dentro de si e não no mercado. A persistência é um estado mental que reúne certas estratégias de pensamento fundamentais únicas para o trading.

Experimentar alguns trades ganhadores pode convencê-lo que o trading é fácil. Recorde-se das suas próprias experiências; lembre-se daqueles trades que trouxeram um fluxo de dinheiro para a sua conta quando tudo o que fez foi tomar uma simples decisão de comprar ou vender. Agora combine a sensação positiva de ganhar dinheiro sem esforço e é quase impossível não concluir que fazer dinheiro como trader é fácil.

Mas se é assim tão fácil, então porque razão é uma atividade tão difícil de dominar? Porque é que tantos traders lutam contra uma contradição óbvia: Se os traders sabem por experiência que fazer trading é fácil e não exige esforço, então como é possível não conseguirem que tudo o que aprenderam sobre os mercados funcione a seu favor? Por outras palavras, como se explica o fosso entre o que sabem sobre trading e os seus resultados efetivos ao longo do tempo?

Pensar sobre trading

As respostas que procuramos estão todas na forma como vemos e pensamos a atividade de trading. A ironia é que o trading pode ser tão divertido e fácil como provavelmente já terá experimentado uma ou outra vez; mas experimentar estas qualidades de forma consistente depende da sua perspetiva, das suas convicções, das suas ações ou da sua atitude mental. Escolha o termo com que se sente mais à vontade, todos se referem à mesma coisa. Atitude ganhadora e consistência são estados mentais tal como o são a felicidade, a boa disposição e a satisfação.

O estado mental é um subproduto das convicções e das atitudes. Podemos tentar ser consistentes sem ter as convicções e as atitudes adequadas, mas os resultados não serão diferentes do que tentar divertir-se quando não está feliz. Quando não está feliz, é muito difícil mudar subitamente a disposição para se divertir.

É claro que as circunstâncias podem mudar e fazê-lo sentir uma alegria súbita. Mas nesse caso o seu estado de espírito é o resultado de uma mudança de condições externas, não o resultado de uma mudança de atitude interna. Se apenas depender de condições e circunstâncias externas para ser feliz e se divertir, então é extremamente improvável que sinta alegria de forma consistente.

No entanto, é possível aumentar a possibilidade de se divertir desenvolvendo atitudes do tipo divertido e, mais especificamente, tentando neutralizar as convicções e as atitudes que o impedem de ser feliz. Criar um sucesso consistente como trader funciona da mesma maneira. Não podemos esperar que seja o mercado a dar-nos um sucesso consistente que nos faça felizes. As pessoas que são verdadeiramente felizes não têm de fazer nada para serem felizes. São simplesmente pessoas felizes.

Os traders que são consistentemente bem sucedidos são-no naturalmente. Não precisam de tentar ser consistentes; já são consistentes. Isto pode parecer uma distinção abstrata, mas é vital que compreenda a diferença. Não se tenta ser consistente, porque precisamente o facto de tentar vai neutralizar a sua intenção ao exclui-lo mentalmente do fluxo de oportunidades, tornando menos provável que ganhe e mais provável que perca.

Os melhores trades que alguma vez realizou foram fáceis e não exigiram esforço. Não foi preciso tentar que fossem fáceis; eles foram fáceis. Não houve luta. Viu exatamente o que precisava ver e agiu com base naquilo que viu. Naquele momento, fez parte do fluxo de oportunidades. Quando está no fluxo, não tem que tentar, porque tudo o que sabe sobre o mercado fica à sua disposição. Nada está a ser bloqueado ou escondido do seu conhecimento e as suas ações fluem naturalmente; parecem não exigir esforço nem luta ou resistência.

Tentar fazer alguma coisa, indica que há algum grau de resistência ou luta, pois se não houvesse bastaria agir; não seria preciso tentar. Também indica que está a tentar obter do mercado aquilo que quer. Embora pareça natural pensar assim, é um ponto de vista repleto de dificuldades. Os melhores traders mantêm-se no fluxo porque não obtêm nada do mercado; simplesmente tornam-se receptivos para aproveitarem o que o mercado lhes está a oferecer num determinado momento. Há uma diferença enorme entre estas duas perspectivas.

No capítulo 3, ilustrei como as nossas mentes estão programadas para evitar a dor física e emocional. Se estamos no trading com a perspectiva de obter dos mercados aquilo que queremos ou aquilo que esperamos, o que acontece quando o mercado não satisfaz as nossas expectativas? Os nossos mecanismos mentais de defesa tornam-se ativos para compensar a diferença entre o que queremos e o que não obtemos, para que não sintamos dor emocional. As nossas mentes estão concebidas para bloquear automaticamente as informações que nos desagradam ou para descobrir uma forma de as encobrir, para nos proteger do desconforto emocional que naturalmente sentimos quando não obtemos aquilo que queremos.

Subconscientemente, selecionamos a informação que está em consonância com aquilo que esperamos, para que possamos manter um estado de espírito tranquilo.

No entanto, nesse processo de manter um estado de espírito sem dor emocional, excluímo-nos do fluxo de oportunidades e entramos no âmbito do podia ter, do devia ter, do teria e do se ao menos. Tudo o que podíamos ter, devíamos ter ou teríamos permanece oculto nesse momento, para se tornar evidente de forma emocionalmente dolorosa depois da oportunidade ter passado.

Para ser consistente, tem que aprender a olhar o trading de uma forma em que não esteja vulnerável aos processos mentais conscientes ou subconscientes que façam com que encubra, bloqueie ou selecione a informação que não o fará feliz, não lhe dará o que quer ou que desencadeie os mecanismos de proteção para evitar a dor emocional.

A ameaça de dor emocional gera Medo e o medo está na origem de 95 por cento dos erros. Evidentemente, não pode ser consistente nem experimentar o fluxo se estiver constantemente a cometer erros e cometerá erros desde que receie não obter ou não acontecer aquilo que deseja.

Além disso, tudo o que tentar fazer como trader será uma luta e irá parecer que está a lutar contra o mercado ou que o mercado se virou contra si. Mas a realidade é que tudo está a acontecer dentro da sua mente.

O mercado não se apercebe nada disso; você sim. Se há uma luta, é você que está a lutar contra a sua própria resistência, conflitos e medos internos.Deve estar a interrogar-se: mas como é que eu encaro o trading de forma a não ter medo e, consequentemente, a não estar vulnerável aos processos mentais que me fazem selecionar a informação? A resposta é: aprenda a aceitar o risco.

Compreender verdadeiramente o risco

Além das questões que envolvem a responsabilidade que discutimos no capítulo 3, não há nada sobre o trading que seja mais elementar para o sucesso e também mais mal compreendido do que a ideia de aceitar o risco. Como mencionei no primeiro capítulo, a maioria dos traders parte erradamente do princípio de que como já estão envolvidos numa atividade estruturalmente arriscada, estão também a aceitar o risco de fechar posições. Este pressuposto não podia estar mais longe da verdade.

Aceitar o risco significa aceitar as consequências dos trades sem desconforto emocional ou medo. Isto significa que temos de aprender a pensar sobre o trading e a sua relação com os mercados de forma a que a possibilidade de estar errado, perder dinheiro, deixar passar uma oportunidade ou fazer um negócio financeiramente menos vantajoso do que o esperado, não faça com que os mecanismos mentais de defesa entrem em ação e nos excluam do fluxo de oportunidades. Não faz nada bem correr o risco de abrir uma posição se tivermos medo das consequências, porque os medos irão agir sobre a nossa perceção da informação e sobre o nosso comportamento, empurrando-nos precisamente para a experiência da qual temos medo e tentamos evitar.

Estou a oferecer-lhe uma estratégia de pensamento específica, composta por um conjunto de convicções que o irão manter concentrado, no momento e no fluxo. Com esta perspetiva, não irá tentar obter nada do mercado ou evitar nada. Pelo contrário, irá deixar o mercado desenrolar-se e ficar recetivo para aproveitar quaisquer situações que defina como oportunidades.

Quando se dispõe a aceitar uma oportunidade, não impõe limites ou cria expectativas ao comportamento do mercado. Fica satisfeito em deixar o mercado seguir o seu rumo. Age sobre as oportunidades que o mercado cria procurando a sua melhor performance, mas o seu estado mental não depende do comportamento do mercado e nem é por ele afetado. Se conseguir aprender a criar um estado mental que não é afetado pelo comportamento do mercado, a luta deixará de existir. Quando a luta interna acaba, tudo se torna fácil. Nessa altura, pode aproveitar ao máximo todas as suas capacidades, analíticas ou outras, para finalmente realizar o seu potencial como trader.

Este é o desafio! Como é que aceita os riscos de trading sem desconforto emocional e medo, quando no momento em que percebe o risco, sente simultaneamente desconforto e medo? Por outras palavras, como é que se mantém confiante e tranquilo quando tem absoluta certeza que é possível estar errado, perder dinheiro, deixar passar uma oportunidade ou fazer um negócio financeiramente menos vantajoso do que o esperado? Como vê, o medo e o desconforto são completamente justificados e racionais. No momento de interagir com o mercado, pode confrontar-se com ambos.

No entanto, embora isto seja verdade para cada trader, o que não é verdade ou percecionado de igual forma por cada trader é o que significa estar errado, perder, deixar passar uma oportunidade ou fazer um negócio menos vantajoso do que o esperado. Nem todos partilhamos das mesmas convicções e atitudes e, por conseguinte, não partilhamos das mesmas sensibilidades emocionais. Isto pode parecer óbvio, mas asseguro-lhe que não é. Quando se tem medo, o desconforto emocional que sentimos nesse momento é tão real e evidente que é natural considerar que todos partilham da nossa realidade.

Eis um exemplo: Trabalhei recentemente com um trader, que morria de medo de cobras. Segundo ele, sempre tivera medo de cobras porque não se conseguia lembrar de uma altura em que não tivesse. Agora está casado e tem uma filha de três anos. Uma noite, enquanto a sua mulher estava fora da cidade, a sua filha e ele foram convidados para jantar a casa de um amigo. O meu cliente não sabia que o filho do seu amigo tinha uma cobra de estimação. Quando o filho do amigo trouxe a cobra para todos verem, o meu cliente ficou apavorado e afastou-se para o outro lado da sala. A sua filha, por outro lado, estava completamente fascinada com a cobra e não alargava.

Quando me contou esta história, disse que não só estava chocado com o confronto inesperado com a cobra, mas que estava chocado com a reação da filha. A criança não teve medo embora ele tivesse partido do princípio que ela teria. Expliquei-lhe que o seu medo era tão intenso e a sua ligação à sua filha era tão grande que para ele era inconcebível que a sua filha não partilhasse automaticamente da sua realidade sobre cobras. Mas depois chamei-o a atenção para o facto de não haver na realidade nenhuma forma de ela ter podido partilhar a sua experiência, a menos que ele lhe tivesse ensinado especificamente a ter medo de cobras ou que ela tivesse tido a sua própria experiência assustadora. De outro modo, sem nada em contrário no seu sistema mental, a reação mais provável ao seu primeiro encontro com uma cobra viva seria o fascínio puro e completo pelo animal.

Tal como o meu cliente achou que a sua filha iria ter medo de cobras, a maioria dos traders considera que os melhores traders, tal como eles próprios, também têm medo de errar, de perder, de deixar passar uma oportunidade e de fazer um negócio menos vantajoso do que o esperado. Eles consideram que os melhores traders neutralizam de alguma forma os seus medos com uma dose incomum de coragem, nervos de aço e autocontrole.

Como em muitas outras coisas sobre o trading, o que parece fazer sentido não é o que acontece. Certamente qualquer uma ou todas estas características podem estar presentes em qualquer trader de topo. Mas o que não é verdade é que estas características desempenham um papel no seu desempenho superior. Precisar de coragem, nervos de aço ou autocontrole iria implicar um conflito interno em que uma força está a ser usada para contrariar os efeitos de outra. Qualquer nível de luta, tentativa ou medo associados ao trading irá excluí-lo do momento e do fluxo e, por conseguinte, diminuir os seus resultados.

É aqui que os traders profissionais realmente se distinguem dos outros. Quando aceitamos o risco como os profissionais, não vamos achar ameaçador nada do que o mercado possa fazer. Se nada é ameaçador, não há nada a temer. Se não tivermos medo, não precisamos de coragem. Se não estivermos em stress, para que precisamos de nervos de aço? E se não temos medo de nos precipitarmos, então não temos necessidade de autocontrole. Ao considerar as implicações disto, lembre-se de uma coisa: muito poucas pessoas que entram no trading começam com as convicções e atitudes adequadas sobre responsabilidade e risco. Há alguns que o fazem, mas é raro. Todos os outros passam pelo mesmo ciclo que descrevi no exemplo do trader principiante: começamos despreocupados, depois tornamo-nos assustados e os nossos medos reduzem continuamente o nosso potencial.

Os traders que quebram o ciclo e conhecem o sucesso são os que aprendem a aceitar a responsabilidade e o risco. Muitos dos que quebram o ciclo com sucesso não fazem esta mudança de pensamento até conhecerem grandes perdas que acabam por ter o efeito positivo de apagar as suas ilusões sobre a natureza do trading.

Para o seu desenvolvimento, o como da transformação deles não é importante, porque na maioria dos casos acontece inadvertidamente.

Por outras palavras, eles não estavam completamente conscientes das mudanças que estavam a ocorrer no seu ambiente mental até terem experimentado os efeitos positivos que a sua nova perspectiva trouxe sobre as formas como interagiam com o mercado. E por isto que muito poucos traders de topo conseguem realmente explicar o que contribui para o seu sucesso, exceto falando através de axiomas como “reduza as suas perdas” e “vá com o fluxo”. O que é importante é que compreenda que é perfeitamente possível pensar como os profissionais e exercer trading sem medo, embora a sua experiência direta como trader defenda algo diferente.

Alinhar o ambiente mental

Foquemos agora a nossa atenção no modo como pode alinhar o seu ambiente mental de forma a aceitar o risco e funcionar como um trader profissional. Grande parte do que escrevi até agora teve o objetivo de o preparar para o verdadeiro trabalho. Vou ensinar-lhe uma estratégia de pensamento que tem, como centro, uma forte crença em probabilidades e oportunidades. Com esta nova estratégia de pensamento, irá aprender como criar uma nova relação com o mercado capaz de dissociar o trading do erro e repelir a ameaça eventual dos seus sinais. Quando a ameaça de dor emocional estiver afastada, o medo irá igualmente desaparecer, bem como os erros cometidos em resultado dele. Ficará com a mente livre para identificar as oportunidades e agir de acordo com elas.

Será preciso algum trabalho para chegar a este estado mental despreocupado e sem medo, apesar de ficar exasperado várias vezes, mas não vai ser tão difícil como pode pensar. De facto, quando acabar de ler este livro, ficará estupefato com a verdadeira simplicidade das soluções para os seus problemas.

Em muitos aspetos, um estado mental ou uma perspectiva é como um código de um programa de software. Pode ter vários milhares de linhas de código escritas corretamente, mas basta um caracter fora do lugar numa única linha e todo o programa deixa de funcionar. Consoante a finalidade do software e o local onde está a falha em relação a tudo o resto, esse caracter no sítio errado pode arruinar o desempenho de um sistema perfeito. Como vê, a solução é simples: corrigir o caráter errado e tudo fica a funcionar bem. No entanto, descobrir o erro e saber onde ele está pode exigir uma perícia considerável.

Quando se trata da mentalidade de trading ideal, todos nos encontramos a uma distância psicológica semelhante. Por outras palavras, praticamente toda a gente começa com um código de software defeituoso. Uso termos como “cliques” ou “graus” para indicar distância psicológica, embora estes termos não sugiram uma distância específica.

Assim, por exemplo, muitos traders irão descobrir que só estão, digamos, à distância de um clique da atitude mental ideal. Esse clique pode representar um ou dois pressupostos errados sobre a natureza do trading. À medida que pensa sobre algumas das ideias apresentadas neste livro, a sua perspectiva pode mudar. Para usar a analogia do código de software, essa mudança seria equivalente a descobrir a linha defeituosa no seu sistema mental e substituí-la por algo que funcione corretamente.

Normalmente, este tipo de mudança mental interna é descrita como uma experiência do tipo “ahhh” ou o momento em que se faz luz. Toda a gente já teve este tipo de experiências e há algumas características comuns associadas a elas. Normalmente sentimo-nos iluminados, como se o mundo tivesse mudado de repente; podemos dizer algo como “Porque é que não me disseste isto antes?” ou “Estava mesmo à minha frente o tempo todo”, ou “É tão simples; como é que não vi?”. Outro fenómeno interessante da experiência “ahhh” é que por vezes, por instantes, sentimos que essa nova característica sempre fez parte da nossa identidade; apenas estava escondida. Depois, torna-se difícil acreditar como pudemos viver sem ela.

Em suma, pode já ter alguma consciência do muito que precisa saber para ser um trader com sucesso consistente. Mas ter consciência de alguma coisa não a torna automaticamente uma parte funcional de si. A consciência não é necessariamente uma convicção. Não pode partir do princípio de que aprender algo novo ou concordar com um conceito é o mesmo que acreditar nele profundamente e agir com base nisso.

Pense no exemplo do meu cliente que tem medo de cobras. De certeza que ele está consciente que nem todas as cobras são perigosas e que seria fácil aprender a distinguir entre as que são perigosas e as que não são. Mas será que aprender a distingui-las iria de repente fazer com que deixasse de ter medo de cobras não perigosas? Podemos considerar que a sua consciência iria mudar para um nível tal do seu ambiente mental em que pode então passar a interagir com cobras sem medo? Não, não podemos partir deste pressuposto. A sua consciência de que algumas cobras não são perigosas e o seu medo de cobras podem coexistir lado a lado no seu ambiente mental, como uma oposição uma da outra. Podíamos confrontá-lo com uma cobra e prontamente ele podia reconhecer que sabe que a cobra não lhe fará mal; mas, ao mesmo tempo, consideraria extremamente difícil tocar na cobra, mesmo que quisesse.

Significa isto que ele está condenado a ter medo de cobras para o resto da sua vida? Só se quiser. É mesmo uma questão de vontade. É certamente possível neutralizar o seu medo, mas tem que lutar por isso e lutar por alguma coisa significa ter motivação suficiente. Muitos de nós temos medos irracionais e simplesmente escolhemos viver com eles porque não queremos ter o trabalho de os ultrapassar.

Neste exemplo, a contradição é óbvia. No entanto, nos meus muitos anos de trabalho com traders, descobri diversas contradições e conflitos comuns que envolvem questões de risco e responsabilidade, em que manter duas ou mais convicções em conflito pode facilmente anular as nossas intenções positivas, independentemente do quão motivados estejamos para o sucesso. O problema é que nenhuma destas contradições é óbvia, pelo menos à primeira vista.

Mas as convicções contraditórias não são o único problema. Então e afirmações como “estou disposto a correr riscos,” que os traders normalmente consideram convictamente fazer parte do seu nível funcional quando, de facto, a dinâmica subjacente à forma como veem o mercado indica que estão a fazer tudo o possível para evitar o risco?

As convicções contraditórias e a consciência não funcional representam um código de software mental defeituoso; um código que destrói a nossa capacidade de concentração e de atingir objetivos; um código que faz parecer que temos simultaneamente um pé no acelerador e o outro no travão; um código que dá à aprendizagem de como exercer trading uma qualidade misteriosa, primeira desafiadora e divertida, depois desesperante.

Quando estava na universidade, em finais da década de 1960, um dos meus filmes preferidos era O Presidiário, com Paul Newman. Era na altura um filme muito popular. Luke pertencia a um grupo de prisioneiros, na Georgia. Depois de se ter evadido e de ter sido apanhado pela segunda vez, o diretor da prisão e os guardas empenharam-se em não se deixarem enganar por Luke pela terceira vez. Assim, enquanto o obrigavam a trabalhar sem descanso e lhe batiam intermitentemente, perguntavam-lhe: “Já estás no teu perfeito juízo, Luke?” Finalmente, após um sofrimento considerável, Luke acabou por dizer que já estava no seu perfeito juízo. Disseram-lhe que se não estivesse, e tentasse fugir novamente, podia ter a certeza que o iriam matar. É claro que Luke tentou fugir outra vez e, fiéis à sua palavra, os guardas mataram-no.

Tal como Luke, muitos traders, tenham consciência disso ou não, tentam fazer as coisas à sua maneira, batendo no mercado; em resultado, são assassinados do ponto de vista financeiro e emocional. Há formas mais fáceis e infinitamente mais satisfatórias de obter aquilo que se quer do mercado, mas primeiro é preciso querer estar no seu perfeito juízo.


Conclusão

Trading in the Zone” é um livro de Mark Douglas que aborda a psicologia do trading. No capítulo 4, Douglas explora as crenças fundamentais que os traders precisam adotar para alcançar a consistência no mercado. Aqui está um resumo deste capítulo:

  1. A Mentalidade Certa: Douglas destaca a importância de se ter a mentalidade correta para operar nos mercados. Isso não se refere apenas a ter uma estratégia de trading, mas também a como você percebe as informações do mercado e toma decisões com base nessas informações.
  2. A Natureza das Crenças: As crenças são afirmações sobre a natureza da realidade de mercado que aceitamos como verdade. Essas crenças determinam a nossa percepção e interpretação das informações de mercado, e consequentemente, as ações que tomamos.
  3. As Quatro Crenças Primárias para o Sucesso: Douglas destaca quatro crenças fundamentais que os traders de sucesso têm em comum:
    • Qualquer coisa pode acontecer: Você não precisa saber o que vai acontecer a seguir para ganhar dinheiro.
    • Não há necessidade de saber o que vai acontecer a seguir para ganhar dinheiro: Isso está ligado ao princípio de que é impossível prever o mercado com certeza.
    • Ganhar e perder são parte do processo: Não existe uma fórmula mágica que garantirá lucros em todas as operações.
    • Uma abordagem que define o risco é essencial: Sem uma estratégia de gerenciamento de risco, um trader está à mercê do mercado.
  4. A Falácia do Trader: Muitos traders entram no mercado com a mentalidade de que é possível prever cada movimento. Esta é uma falácia e leva a frustração e a perdas. Em vez disso, os traders devem focar em desenvolver uma estratégia sólida e aderir a ela, independentemente das flutuações do mercado.
  5. Construindo uma Mentalidade Vencedora: Douglas sugere que os traders devem trabalhar para desenvolver uma mentalidade que os permite interagir com o mercado de uma maneira que reflete as quatro crenças fundamentais. Isso envolve um profundo trabalho interno e a vontade de confrontar e alterar crenças limitantes.

Em resumo, o capítulo 4 de “Trading in the Zone” sublinha a importância da mentalidade e das crenças corretas ao interagir com os mercados. Para alcançar a consistência, os traders devem adotar uma perspectiva que esteja em harmonia com a natureza incerta do mercado.


A Obra de Mark Douglas

Mark Douglas é amplamente reconhecido no mundo do trading por seus insights sobre a psicologia dos traders e por seus ensinamentos sobre como abordar o mercado com uma mentalidade disciplinada e orientada ao sucesso. Ao longo de sua carreira, Douglas publicou diversos livros que se tornaram leituras essenciais para traders de todos os níveis de experiência. Aqui está uma lista dos seus livros mais influentes, juntamente com breves resumos:

                   
  1. “Trading in the Zone: Master the Market with Confidence, Discipline and a Winning Attitude” (Negociando na Zona)
    • Resumo: Este é talvez o livro mais popular de Douglas. Ele aborda os principais obstáculos psicológicos enfrentados por traders e fornece soluções para superá-los. Douglas destaca a importância de desenvolver uma mentalidade disciplinada e focada em probabilidades, ao invés de se concentrar em ganhos ou perdas individuais.
  2. “The Disciplined Trader: Developing Winning Attitudes” (O Trader Disciplinado)
    • Resumo: Neste livro, Douglas explora a psicologia do trader e a necessidade de desenvolver atitudes vencedoras para ter sucesso nos mercados. Ele aborda as emoções comuns que podem sabotar um trader e oferece estratégias para gerenciar e superar esses desafios mentais.
  3. “The Little Book of Trading Performance”
    • Resumo: Um guia mais curto e conciso, este livro destila a sabedoria de Douglas em dicas práticas e insights sobre o desempenho no trading. Ele oferece conselhos sobre como manter a consistência, superar obstáculos psicológicos e otimizar o desempenho geral.

Os livros de Mark Douglas são uma fonte inestimável de sabedoria para qualquer trader que deseja melhorar sua abordagem mental ao trading. Eles oferecem não apenas técnicas e estratégias, mas também uma compreensão profunda da natureza humana e de como superar os desafios internos que todos os traders enfrentam.


Sempre é Importante Lembrar

Operar no mercado financeiro não se resume a análises e previsões. É primordial possuir um controle emocional robusto ao realizar suas operações. A gestão de risco é um elemento vital, pois envolve escolher o tamanho apropriado para as posições, determinar pontos de stop loss e estipular metas lucrativas. Nunca esqueça da volatilidade intrínseca aos mercados e que enfrentar perdas é parte integrante da trajetória do trader. Esteja sempre aberto a novos métodos, realinhe estratégias quando necessário e busque atualização constante. Com foco, disciplina e resiliência, você potencializará suas chances de se destacar como um trader lucrativo.


A Melhor Forma de Aprender Sobre Trading

Uma das melhores maneiras de aprofundar seus conhecimentos sobre trading é, sem dúvida, através da leitura de livros especializados no assunto. Os insights e experiências compartilhadas por autores renomados podem ser fundamentais para o seu desenvolvimento. E, além dos livros, aproveite os recursos oferecidos pelo canal “Com Lucro”, que disponibiliza informações valiosas, vídeos e aulas voltadas para traders de todos os níveis.


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