Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Trading in The Zone: Áudio Livro Completo em Português – Mark Douglas – Capítulo 5


Introdução

O mundo do mercado financeiro está repleto de desafios e oportunidades. Porém, para realmente se destacar e ser bem-sucedido como trader, não basta apenas dominar técnicas e estratégias. O aspecto mental é tão crucial quanto qualquer ferramenta técnica que você possa utilizar. Mark Douglas, em seu renomado livro “Trading in The Zone”, aborda justamente a importância da mentalidade correta ao operar no mercado. E neste artigo, vamos mergulhar no capítulo 5 deste incrível audiobook, agora disponível em português.


Trading in The Zone – Capítulo 5

A dinâmica da percepção

Um dos principais objetivos deste livro é ensinar a eliminar a ameaça de sofrer emocionalmente com as informações do mercado. O mercado não gera boas ou más informações. Da perspectiva do mercado, tudo é simplesmente informação. Pode parecer que o mercado é responsável pelos seus sentimentos num dado momento, mas não é assim. É a sua própria estrutura mental que determina como interpreta a informação, como se sente e, em resultado disso, se está ou não no estado mental mais conducente a entrar espontaneamente no fluxo e aproveitar o que o mercado tem para oferecer.

Os profissionais não encaram como emocionalmente doloroso nada relativo aos mercados; por conseguinte, para eles, não existe ameaça. Se não há ameaça, não há nada de que se defenderem. Em resultado, não há razão para os seus mecanismos de defesa conscientes ou subconscientes entrarem em ação. É por isso que os profissionais conseguem ver e fazer coisas que surpreendem todos os outros. Eles estão no fluxo porque veem uma interminável corrente de oportunidades e quando não estão no fluxo, os melhores dos melhores conseguem reconhecer esse facto e depois compensá-lo, reduzindo as suas posições, retirando-se ou não realizando qualquer trade.

Se o seu objetivo é conseguir fazer trading como os profissionais, então tem de conseguir olhar o mercado de uma perspectiva objetiva, sem distorção. Tem de conseguir agir sem resistência ou hesitação, mas com a dose adequada de moderação e prudência para contrariar os efeitos negativos do excesso de confiança ou euforia. No fundo, o seu objetivo é atingir um estado mental único, uma mentalidade de trader.

Quando tiver conseguido chegar a este estado mental, tudo o resto relacionado com o seu sucesso como trader irá ficar mais transparente.

Para o ajudar a alcançar esse objetivo, apresento uma forma para redefinir a sua relação com as informações do mercado de modo a deixar de as considerar como ameaçadoras. Com redefinir quero dizer mudar a perspectiva e operar com base numa estrutura mental que o manteria centrado nas oportunidades disponíveis em vez de concentrado no sofrimento emocional que lhe possam causar.

Fazer o debug do seu software mental

Por outras palavras, queremos eliminar os erros de programação do nosso software mental para ficarmos no nosso perfeito juízo. Fazer isto eficazmente requer compreender a natureza da Energia mental e da forma como podemos usar essa energia para alterar a perspectiva que gera uma resposta emocional negativa e indesejada aos sinais que vêm do mercado. Há muito para aprender e vai ficar surpreendido como pequenas mudanças podem fazer uma enorme diferença nos resultados de trading.

O processo de trading começa com a percepção de uma oportunidade. Sem a percepção de uma oportunidade, não há razão para abrir uma posição. Assim, penso que para começarmos a nossa análise da energia mental, temos de decompor primeiro o processo de percepção. Qual é a dinâmica subjacente à percepção? Que fatores determinam o modo como percepcionamos a informação ou o que sentimos em relação ao que chega até nós? Como se relaciona a percepção com aquilo que experimentamos num determinado momento?

Provavelmente a forma mais fácil de compreender a dinâmica da percepção e responder a estas questões é pensar em tudo (e quero mesmo dizer tudo) o que existe neste planeta e à sua volta, como um conjunto de forças – forças que geram informação sobre as propriedades, características e traços que as tornam únicas. Tudo o que existe fora dos nossos corpos – todas as plantas e formas de vida; todos os fenómenos planetários, como as condições meteorológicas, sismos e erupções vulcânicas; toda a matéria ativa e inerte e todos os fenómenos incorpóreos como a luz, as ondas sonoras, as micro-ondas e a radiação, geram informação sobre a natureza da sua existência. Essa informação tem o potencial de funcionar como uma força sobre um dos nossos cinco sentidos físicos.

Antes de avançarmos, note que utilizo o verbo gerar de uma forma abrangente, sugerindo que tudo tem capacidade para se expressar ativamente, incluindo os objetos inanimados. Para ilustrar porque o faço, olhemos para algo tão simples como uma rocha. Posso usar o verbo ativo expressar porque os átomos e as moléculas que constituem a rocha estão em constante movimento. Assim, embora a rocha não pareça ativa a não ser no sentido mais abstrato, tem características e propriedades que irão funcionar como forças sobre os nossos sentidos, fazendo com que experimentemos e distingamos a natureza da sua existência. Por exemplo, uma rocha tem textura e essa textura funciona como uma força sobre o nosso sentido do tato se percorrermos com os nossos dedos a sua superfície. Uma rocha tem forma e cor, que funcionam como uma força sobre a nossa visão; a rocha ocupa espaço que nenhum outro objeto pode ocupar, de forma que a vemos em vez de um espaço vazio ou algum outro objeto. Uma rocha também pode ter um odor que funciona como uma força sobre o nosso sentido do olfato ou ter sabor, embora eu não tenha lambido nenhuma rocha recentemente para o saber.

Quando nos deparamos com algo no ambiente à nossa volta que expressa as suas propriedades e características, ocorre um intercâmbio de energia. A energia do exterior, seja de que forma for, é transformada pelo nosso sistema nervoso em impulsos elétricos e depois é armazenada no nosso ambiente mental interior. Especificamente, tudo o que vemos, ouvimos, saboreamos, cheiramos ou sentimos através dos nossos sentidos é transformado em impulsos elétricos de energia e armazenado no nosso ambiente mental como uma memória sobre a natureza e o modo como as coisas nela existem.

Penso que tudo isto é evidente para a maioria das pessoas, mas há neste contexto algumas implicações profundas menos evidentes e que normalmente tomamos como certas. Primeiro que tudo, há uma relação causa/efeito existente entre nós e tudo o que existe no ambiente externo. Em resultado disso, os nossos encontros com forças externas criam aquilo a que vou chamar estruturas de energia dentro das nossas mentes. As memórias, as características e, em última análise, as convicções que adquirimos ao longo das nossas vidas existem no nosso ambiente mental sob a forma de energia estruturada. Energia estruturada é um conceito abstrato. Pode interrogar-se: “Como é que a energia adquire um aspeto ou forma?”

Antes de responder a esta questão, é preciso tratar em primeiro lugar de uma questão ainda mais elementar. Como é que sabemos que as memórias, as características e as convicções existem sob a forma de energia? Não sei se foi cientificamente provado ou simplesmente aceite pela comunidade científica, mas pense sob que outra forma poderia ser? Eis o que sabemos ao certo: qualquer coisa composta por átomos e moléculas ocupa espaço e, por conseguinte, pode ser observada. Se as memórias, as características e as convicções existissem nalguma forma física, deveríamos poder observá-las. Tanto quanto sei, estas observações não foram feitas. A comunidade científica dissecou o tecido cerebral (tanto vivo como morto), analisou-o ao nível do átomo individual, mapeou várias regiões do cérebro e suas funções, mas ninguém até agora observou uma memória, uma característica ou uma convicção na sua forma natural. Com a sua forma natural quero dizer que, embora um cientista possa observar as células individuais do cérebro que contêm certas memórias, ele não consegue obter uma manifestação dessas memórias. Só as consegue experimentar se a pessoa a quem as memórias pertencem estiver viva e as expressar de algum modo. Se as memórias, as características e as convicções não existirem como matéria física, então não há mesmo nenhuma forma alternativa de elas existirem a não ser sob a forma de energia.

Se isto é assim, pode então esta energia assumir uma forma específica? Pode ser estruturada de um modo que reflita as forças externas que deram origem à sua existência? Certamente que sim! Há alguma coisa no ambiente que seja análoga ao facto de a energia ter forma ou uma estrutura específica? Sim! Deixe-me dar-lhe vários exemplos. Os pensamentos são energia. Como pensamos numa língua, os nossos pensamentos são estruturados pelas limitações e regras que regem o idioma em que pensamos. Quando exprimimos esses pensamentos em voz alta, criamos ondas sonoras, que são uma forma de energia. As ondas sonoras criadas pela interação das cordas vocais com a língua são estruturadas pelo conteúdo da mensagem. As micro-ondas são energia. Muitas chamadas telefónicas são transmitidas por micro-ondas, o que significa que a energia das micro-ondas tem de ser estruturada de alguma forma que reflita a mensagem que está a transportar. O raio laser é energia e se já viu algum espetáculo de raios laser, o que viu é pura energia a assumir uma forma que reflete os desejos criativos dos artistas.

Tudo isto são bons exemplos de como a energia pode adquirir uma aparência, forma ou estrutura. É claro que há muitos outros, mas tenho mais um exemplo para ilustrar esta questão de forma mais clara. Ao nível mais elementar, o que são os sonhos? Não lhe estou a perguntar o que significam os sonhos ou qual a sua finalidade, mas sim, quais as suas propriedades? Se partirmos do princípio de que os sonhos ocorrem dentro dos limites do nosso cérebro, então não podem ser compostos por átomos nem moléculas, porque não haveria espaço suficiente para tudo o que existe e ocorre dentro dos nossos sonhos. As experiências dos sonhos parecem ter as mesmas propriedades e dimensões do que percepcionamos quando estamos acordados e fazemos uso dos nossos cinco sentidos. A única forma de isto ser possível é os sonhos serem uma forma de energia estruturada, podendo esta assumir qualquer tamanho ou dimensão, não ocupando, no entanto, espaço na realidade.

Provavelmente já se deu conta, mas há aqui algo verdadeiramente profundo. Se as memórias, as características e as convicções que adquirimos em resultado do nosso ambiente externo representam aquilo que aprendemos sobre esse ambiente e o modo como funciona; e se essas memórias, características e convicções existem no nosso ambiente mental como energia; e se a energia não ocupa espaço algum, então podemos dizer que temos uma capacidade de aprendizagem ilimitada. Estou a afirmá-lo.

Consideremos o desenvolvimento da consciência humana e tudo aquilo que aprendemos, bem como o que o desenvolvimento das nossas necessidades individuais exige que saibamos em comparação com o que exigia há apenas 100 anos atrás. Tudo indica que temos uma capacidade de aprendizagem ilimitada. A diferença entre aquilo que sabemos agora e aquilo que podemos fazer em resultado desse conhecimento iria causar espanto na mente de qualquer pessoa que tivesse vivido há 100 anos atrás.

Percepção e aprendizagem

Temos de ter cuidado para não confundirmos capacidade de armazenagem com capacidade de aprendizagem. Aprender e saber o que pode ser aprendido, não é determinado pela capacidade de armazenagem. Se assim fosse, o que nos impediria de saber tudo? E se soubéssemos tudo, o que nos impediria de apreender tudo acerca de todas as coisas que se manifestam num determinado momento à nossa volta? O que nos impede agora?

Estas questões são essenciais para explicar porque temos de compreender que as componentes mentais como as memórias, as características e as convicções existem como energia. Tudo o que é energia tem potencial para funcionar como uma força que se manifesta e é exatamente isso que fazem as nossas memórias, as características e as convicções. Funcionam como uma força interior que age sobre os nossos sentidos, expressando a sua forma e conteúdo. E, ao fazê-lo, influenciam a forma como percepcionamos a informação num determinado momento, tornando invisível muita da informação recebida do ambiente e respetivas possibilidades de ação.

Estou a dizer que num determinado momento o ambiente gera uma enorme quantidade de informação sobre as suas propriedades e características. Alguma dessa informação está para além do alcance psicológico dos nossos sentidos. Por exemplo, os nossos olhos não conseguem ver todos os comprimentos de onda de luz, nem os nossos ouvidos conseguem ouvir todas as frequências de som que o ambiente produz, pelo que há certamente uma variedade de informação que está para além das capacidades percepcionais dos nossos sentidos.

E o resto da informação gerada pelo ambiente? Será que vemos, ouvimos, saboreamos, cheiramos ou sentimos todas as possíveis combinações e variantes ao alcance dos nossos sentidos? Claro que não! A energia que está dentro de nós limita e bloqueia categoricamente o nosso conhecimento de muita dessa informação aplicando os mesmos mecanismos sensoriais ao meio ambiente.

Se parar um momento e pensar sobre isto, concluirá que parte do que escrevo é evidente. Por exemplo, há muitas formas de o ambiente externo se exprimir que nós não percepcionamos, simplesmente porque ainda não ouvimos falar delas. Isto é fácil ilustrar. Lembre-se da primeira vez que olhou para um gráfico de preços e volume. O que viu? Exatamente, o que percebeu? Se nunca tinha visto um anteriormente, tenho a certeza que, tal como todas as outras pessoas, viu um aglomerado de linhas que para si não significavam nada. Mas se for como a maioria dos traders, quando olha hoje para um gráfico de preços verá o resultado do comportamento de todos os traders que participaram num dado momento naqueles trades particulares.

De início, o gráfico representava informação indiferenciada. A informação indiferenciada normalmente cria um estado de confusão e provavelmente foi isso que sentiu quando viu pela primeira vez um gráfico desses. No entanto, gradualmente aprendeu a distinguir naquela informação, tendências, consolidações, linhas de suporte e de resistências, sinais de entrada e de saída, relações entre volume e preço, só para referir alguns. Aprendeu que cada uma destas variáveis do comportamento do mercado representava uma oportunidade para satisfazer algumas necessidades, objetivos ou desejos pessoais. Cada distinção tinha agora um sentido e algum grau relativo de significado ou importância relacionado consigo.

Agora quero que use a sua imaginação e finja que eu acabei de colocar à sua frente o primeiro gráfico de preços que já alguma vez viu. Haveria uma diferença entre aquilo que vê agora e aquilo que viu naquela altura? É claro. Em vez de um aglomerado de linhas indiferenciadas, iria ver tudo o que aprendeu sobre aquelas linhas, desde aquele momento e o presente. Por outras palavras, iria ver todas as interpretações que aprendeu a fazer, bem como todas as oportunidades que essas interpretações representam.

Mas tudo o que consegue ver quando olha para o gráfico agora já existia nessa altura e, além disso, podia ser entendido. Qual é então a diferença? A energia estruturada que está dentro de si agora – os conhecimentos que adquiriu – funciona como uma força sobre os seus olhos, que faz com que consiga distinguir a informação, fazendo interpretações. Todas as oportunidades que agora vê já lá estavam antes, mas como a energia não estava presente da primeira vez que olhou para o gráfico, eram para si invisíveis. Além disso, a menos que tenha aprendido tudo o que era possível aprender, as relações possíveis de estabelecer entre as variáveis naquele gráfico que ainda não aprendeu, permanecem para si invisíveis.

A maior parte de nós não tem ideia da medida em que estamos continuamente cercados de oportunidades invisíveis implícitas na informação a que estamos expostos. Na maioria das vezes, nunca chegamos a tomar conhecimento dessas oportunidades e, em resultado disso, permanecem invisíveis. A menos que tenhamos uma atitude de total abertura de espírito, não iremos percepcionar algo sobre o qual ainda não ouvimos falar. Para aprendermos alguma coisa, temos de poder experimentá-la antes de alguma forma. Assim, estamos perante um circuito fechado que nos impede de aprender. Em todos nós existem circuitos fechados de percepção, porque decorrem naturalmente da forma como a energia mental se expressa nos nossos sentidos.

Todos já ouvimos a expressão: «as pessoas veem aquilo que querem ver». Eu diria de um modo um pouco diferente: as pessoas veem aquilo que aprenderam a ver e tudo o resto é invisível até aprenderem a contrariar a energia que bloqueia a sua consciência do que está por aprender e descobrir.

Para ilustrar esta ideia e torná-la mais clara, vou dar-lhe outro exemplo, que demonstra como a energia mental pode afetar o modo como percepcionamos e sentimos o ambiente de tal forma que na realidade pode inverter a relação causa/efeito. Vejamos o exemplo de um primeiro encontro de uma criança muito jovem com um cão.

Como é uma primeira experiência, o ambiente mental da criança tem o passado limpo, por assim dizer, em relação a cães. Ela não terá quaisquer memórias e certamente quaisquer informações acerca da natureza de um cão. Por conseguinte, até ao momento do seu primeiro encontro, da perspectiva da criança, os cães não existem. É claro que, da perspectiva do ambiente, os cães existem e têm potencial para agir como uma força sobre os sentidos da criança e criar uma experiência. Ou seja, os cães exprimindo a sua natureza podem agir como uma causa para produzir um efeito dentro do ambiente mental da criança.

Que tipo de efeito são os cães capazes de produzir? Bem, os cães têm uma variedade de formas de expressão. Com variedade de formas de expressão quero dizer que os cães podem comportar-se de diferentes modos em relação aos humanos. Podem ser amigáveis, carinhosos, protetores e pode ser divertido brincar com eles; ou podem ser hostis, maus e perigosos, só para mencionar alguns dos muitos comportamentos de que os cães são capazes. Todas estas características podem ser observadas, experimentadas e aprendidas. Quando uma criança vê um cão pela primeira vez, não há absolutamente nada no seu ambiente mental que lhe diga com o que está a lidar. Informações ambientais estranhas, desconhecidas e não classificadas podem gerar curiosidade se desejamos descobrir mais sobre o que estamos a viver ou podem gerar um estado de confusão, que facilmente se podem transformar em medo se não conseguirmos arrumar a informação numa estrutura ou contexto compreensivo e com significado.

No nosso exemplo, o sentido de curiosidade da criança entra em ação e ela precipita-se para o cão para aumentar a sua experiência sensorial. Repare como as crianças são compelidas a lançarem-se para uma situação sobre a qual nada sabem. No entanto, neste exemplo, as forças ambientais próximas não reagem favoravelmente aos avanços da criança. O cão no qual a criança está interessada ou é estruturalmente mau ou está a ter um mau dia e morde-lhe. O ataque é tão severo que o cão tem de ser separado à força da criança.

Este tipo de experiência infeliz não é certamente comum, mas também não é assim tão raro. Escolhi-a por duas razões: primeiro, a maioria das pessoas pode identificar-se com esta experiência de algum modo, seja pela sua própria experiência direta ou através da experiência de alguém conhecido. Segundo, quando analisamos a dinâmica elementar desta experiência do ponto de vista da energia, vamos aprender:

  • Como as nossas mentes estão concebidas para pensar;
  • Como processam a informação;
  • Como estes processos afetam o que experimentamos;
  • Qual a nossa capacidade para reconhecer novas possibilidades.

Sei que podem parecer muitos conceitos num único exemplo, mas os princípios envolvidos aplicam-se à dinâmica subjacente a toda a aprendizagem.

Como resultado de ficar traumatizada a nível físico e emocional, a criança do nosso exemplo tem agora uma memória e uma característica definida sobre o modo como os cães se podem exprimir. Se a capacidade da criança se lembrar das suas experiências for normal, vai armazenar este acidente de forma que representa todos os sentidos sobre os quais a experiência teve impacto: por exemplo, o ataque pode ser armazenado sob a forma de imagens mentais baseada no que viu e sob a forma de sons mentais que representam aquilo que ouviu, etc. As memórias que representam os outros três sentidos funcionarão do mesmo modo.

No entanto, o tipo de dados sensoriais na sua memória não é tão importante quanto o tipo de energia que os dados sensoriais representam. Nós temos basicamente dois tipos de energia mental: energia com carga positiva, a que chamamos amor, confiança, felicidade, alegria, satisfação, excitação e entusiasmo, para referir algumas das formas agradáveis como nos podemos sentir; e energia com carga negativa, que representa medo, terror, insatisfação, traição, arrependimento, raiva, confusão, ansiedade, stress e frustração, representando tudo aquilo a que normalmente se chama dor emocional.

Como a primeira experiência da criança com o cão foi intensamente dolorosa, podemos considerar que independentemente dos sentidos que tenham sido afetados, todas as suas memórias desta experiência terão energia negativa, dolorosa e desagradável. Mas que efeito esta energia mental com carga negativa terá na sua percepção e comportamento se e quando se deparar com outro cão? A resposta é tão óbvia que pode até parecer ridículo perguntar, mas as implicações subjacentes não são óbvias, por isso seja paciente. Claramente, no momento em que entra em contato com outro cão, a criança irá sentir medo.

Repare que usei a palavra outro para descrever o próximo cão com que terá contato. O que quero salientar é que qualquer cão pode fazer a criança sentir medo, não só aquele que na realidade a atacou. Não fará qualquer diferença se o próximo cão com que entrar em contato seja o cão mais simpático do mundo, cuja natureza se expressa somente por brincadeira. A criança terá medo na mesma e, além disso, o seu medo pode rapidamente transformar-se em pânico, especialmente se o segundo cão (vendo uma criança e querendo brincar) se tentar aproximar dela.

Cada um de nós, num momento ou noutro, já testemunhou uma situação em que alguém sentiu medo, quando da nossa perspectiva não havia a mais pequena razão para isso. Embora possamos não o ter dito, provavelmente pensámos para nós mesmos que esta pessoa estava a ser irracional. Se tentássemos explicar por que não havia necessidade de ter medo, provavelmente descobriríamos que as nossas palavras teriam pouco impacto, se é que teriam algum.

Podíamos facilmente pensar acerca da criança do nosso exemplo que está a ser irracional, porque é claro, do nosso ponto de vista, existem outras possibilidades para além daquela em que a sua mente se focou. Mas será o medo dela menos racional do que, digamos, o seu medo (ou hesitação) em realizar o próximo trade, quando perdeu dinheiro no seu último? Usando a mesma lógica, um trader de topo diria que o seu medo é irracional porque a oportunidade deste momento presente não tem absolutamente nada a ver com o seu último trade. Cada trade é simplesmente uma oportunidade única com um resultado incerto e estatisticamente independente de todos os outros trades. Se considerar que não é assim, então posso perceber por que está com medo; mas posso assegurar-lhe que os seus medos são completamente infundados.

Percepção e risco

Como vimos, a percepção do risco por parte de uma pessoa pode ser percepcionada por outra como pensamento irracional. O risco é relativo, mas para quem o vive num dado momento, é absoluto e inquestionável. Quando a criança se deparou com o cão pela primeira vez, estava efervescente de excitação e curiosidade. De que forma a sua mente pensou e processou a informação que colocou automaticamente a criança num estado de medo da próxima vez que encontrasse um cão, no dia seguinte, daí a meses ou anos mais tarde? Se olharmos para o medo como um mecanismo natural que nos alerta para as condições ameaçadoras, então, no seu modo de funcionar, o que fez a mente à criança que devia sentir medo da próxima vez que encontrasse um cão? O que aconteceu ao sentido de curiosidade natural da criança? Há certamente mais para aprender sobre a natureza dos cães do que aquilo que esta experiência lhe ensinou, especialmente considerando o facto de que as nossas mentes têm uma capacidade de aprendizagem ilimitada. E porque é que seria praticamente impossível dissuadir a criança de ter medo?

O poder da associação

Por muito complexas que estas questões possam parecer à primeira vista, pode-se responder à maioria delas com bastante facilidade. Tenho a certeza de que já sabe a resposta: as nossas mentes têm uma característica estrutural inerente que nos faz associar e ligar algo que exista no ambiente externo que seja semelhante em qualidade, características, propriedades ou traços a algo que já exista no nosso ambiente mental interno sob a forma de uma memória. Por outras palavras, no exemplo da criança com medo de cães, o segundo cão ou qualquer outro cão que ela encontre mais tarde, não tem que ser o mesmo que a atacou para que ela sinta dor emocional. Basta haver uma semelhança suficiente para que a sua mente estabeleça imediatamente uma ligação entre os dois.

Esta tendência natural para as nossas mentes estabelecerem associações é uma função mental subconsciente que ocorre automaticamente. Não é algo sobre o qual tenhamos que pensar ou tomar uma decisão. Uma função mental subconsciente é semelhante a uma função física involuntária, como um batimento cardíaco. Tal como não temos que pensar conscientemente para fazer os nossos corações baterem, não temos que pensar para relacionar experiências e o que sentimos sobre elas. Decorre simplesmente da forma natural do modo como as nossas mentes processam informação e, tal como um batimento cardíaco, é uma função que tem um efeito profundo sobre o modo como vivemos as nossas vidas.

Gostava que tentasse visualizar o fluxo de energia bidirecional que inverte a relação causa/efeito que dificulta (se não impossibilita) que a criança percecione outras possibilidades de ação do cão para além da que já está na sua mente. Para o ajudar, vou decompor este processo nas suas partes mais elementares e analisar cuidadosamente o que se passa em cada um dos passos. Pode parecer um pouco abstrato, mas a compreensão deste processo é muito importante para libertar o seu potencial no sentido de se tornar num trader de sucesso consistente.

Primeiro, vamos aos factos. Há energia estruturada externa à criança e energia estruturada no interior da criança. A energia exterior tem uma carga positiva na forma de um cão amigável que se quer manifestar brincando. A energia interna da criança é uma memória com carga negativa sob a forma de imagens e sons mentais que representam a primeira experiência com um cão. Tanto a energia interna como a externa têm potencial para se manifestarem através dos sentidos da criança e, em resultado disso, criar dois tipos de situações diferentes para ela experimentar. A energia externa tem potencial para funcionar como uma força que a criança considere agradável: este cão em particular exprime características comportamentais de ser brincalhão, amigável e até amoroso. Mas recorde-se que estas são as características que a criança ainda não experimentou num cão, pelo que, do seu ponto de vista, não existem. Tal como no exemplo do gráfico de preços que apresentei anteriormente, a criança não conseguirá percepcionar aquilo que ainda não aprendeu, a menos que esteja num estado de espírito receptivo à aprendizagem. A energia interna também tem potencial e está só à espera, por assim dizer, para se manifestar. Mas funcionará sobre os olhos e os ouvidos da criança de uma forma que a faz sentir-se ameaçada. Isto, por sua vez, irá criar uma experiência de dor emocional, medo e talvez mesmo terror.

Apresentado desta forma, pode parecer que a criança pode escolher entre experimentar diversão ou experimentar medo, mas não é esse o caso. Destas duas hipóteses, irá sem dúvida experimentar dor emocional e medo, em vez de diversão. Isto é verdade por diversas razões. Primeiro, como já indiquei, as nossas mentes estão programadas para associarem e ligarem automática e instantaneamente informações que tenham características, propriedades e traços semelhantes.

O que está no exterior da criança em forma de um cão tem um aspeto e emite sons parecidos com o que está na sua mente. No entanto, o grau de semelhança necessário para que a sua mente ligue os dois é uma variável desconhecida, significando que desconheço o mecanismo mental que determina qual o grau de semelhança que é necessário para que as nossas mentes associem e liguem dois ou mais conjuntos de informação. Como as mentes de todas as pessoas funcionam de modo similar, eu iria considerar que há uma amplitude de tolerância para a semelhança ou para a diferença e cada um de nós tem uma capacidade única algures dentro dessa amplitude.

Eis o que sabemos: quando o próximo cão comunicar com os olhos ou os ouvidos da criança, se houver uma semelhança suficiente entre o seu aspeto ou os sons que emite e o cão que está integrado na sua memória, então a sua mente irá automaticamente relacionar os dois. Esta ligação, por sua vez, fará com que a energia com carga negativa na sua memória seja libertada por todo o seu corpo, fazendo com que seja dominada por um sentimento muito desconfortável de mau presságio ou medo. O grau de desconforto ou dor emocional que a criança experimenta será equivalente ao grau de trauma que sofreu em resultado do seu primeiro encontro com um cão.

O que acontece em seguida é aquilo a que os psicólogos chamam uma projeção. Vou referir-me a isto simplesmente como uma outra associação instantânea que faz com que a realidade da situação do ponto de vista da criança pareça ser uma verdade absoluta e inquestionável. O corpo da criança está agora cheio de energia com carga negativa. Ao mesmo tempo, está em contacto sensitivo com o cão. Em seguida, a sua mente associa a informação sensitiva que chega através dos seus olhos ou ouvidos com a energia da dor emocional que sente dentro de si, o que faz parecer que a origem do seu medo é o cão que está a ver ou a ouvir naquele momento.

Os psicólogos chamam projeção a esta dinâmica porque, num certo sentido, a criança está a projetar no cão a dor emocional que sente nesse momento. Aquela energia dolorosa é depois refletida novamente para si, pelo que percepciona um cão agressivo e perigoso. Este processo torna o segundo cão idêntico em caráter, propriedades e traços ao primeiro que está no seu banco de memórias, muito embora a informação que o segundo cão gera sobre o seu comportamento não seja idêntica, nem sequer semelhante, ao comportamento do cão que na realidade atacou a criança.

Como os dois cães, o que está na mente da criança e o que está fora, provocam exatamente o mesmo, é extremamente improvável que a criança consiga distinguir no comportamento do segundo cão algo que lhe sugira que este é de alguma forma diferente do que está na sua mente. Assim, em vez de olhar para este novo encontro como uma oportunidade para experimentar algo de novo sobre a natureza dos cães, percepciona um cão agressivo e perigoso.

De facto, neste processo, o que poderia indicar à criança que a sua experiência com o cão não é a verdade absoluta e inquestionável? Certamente a dor emocional e o medo que experimentou, são a sua verdade absoluta.

E da nossa perspectiva? Não. No entanto, do ponto de vista da criança, como poderiam ser outra coisa senão a verdade absoluta? Que alternativas teve? Primeiro, não pôde vislumbrar alternativas sobre as quais nada aprendeu. E é extremamente difícil aprender algo novo se estivermos com medo porque, como já sabemos, o medo é uma forma de energia muito debilitadora. Faz-nos retroceder, ficar à defesa, fugir e estreitar a nossa atenção – tudo isto dificulta muito, se é que não impossibilita, abrir a nossa mente para aprender.

Segundo, como já indiquei, do ponto de vista da criança, o cão é a origem da sua dor emocional e, num certo sentido, isto é verdade. O segundo cão fê-la ligar-se à dor emocional que já existia na sua mente, mas não foi a sua verdadeira origem. Este era um cão que tinha uma carga positiva que foi ligada à energia da criança com carga negativa através de um processo mental automático e involuntário, que funciona a velocidades muito rápidas (um processo instantâneo do qual não temos consciência). Assim, para a criança, por que não haveria de ter medo se o que percepciona sobre o cão é a verdade absoluta?

E da nossa perspectiva? Não. No entanto, do ponto de vista da criança, como poderiam ser outra coisa senão a verdade absoluta? Que alternativas teve? Primeiro, não pôde vislumbrar alternativas sobre as quais nada aprendeu. E é extremamente difícil aprender algo novo se estivermos com medo porque, como já sabemos, o medo é uma forma de energia muito debilitadora. Faz-nos retroceder, ficar à defesa, fugir e estreitar a nossa atenção – tudo isto dificulta muito, se é que não impossibilita, abrir a nossa mente para aprender.

Segundo, como já indiquei, do ponto de vista da criança, o cão é a origem da sua dor emocional e, num certo sentido, isto é verdade. O segundo cão fê-la ligar-se à dor emocional que já existia na sua mente, mas não foi a sua verdadeira origem. Este era um cão que tinha uma carga positiva que foi ligada à energia da criança com carga negativa através de um processo mental automático e involuntário, que funciona a velocidades muito rápidas (um processo instantâneo do qual não temos consciência). Assim, para a criança, por que não haveria de ter medo se o que percepciona sobre o cão é a verdade absoluta?

Assim, não faz a mínima diferença o modo como o cão se comporte ou o que alguém possa dizer em sua defesa, porque a criança irá sempre interpretar a informação que o cão gera de si próprio de um ponto de vista negativo. Não tem a mais leve noção de que a sua experiência de dor emocional, medo e terror é totalmente autogerada. Ora, se é possível a criança autogerar a sua própria dor emocional e medo e, ao mesmo tempo, estar firmemente convencida de que são completamente justificados pelas circunstâncias? A dinâmica psicológica básica funciona exatamente da mesma maneira.

Um dos objetivos básicos como trader é detectar as oportunidades disponíveis, não as ameaças. Para aprender a concentrar-se nas oportunidades, tem que saber e compreender muito claramente a origem da ameaça. Não o mercado. O mercado gera sinais neutros sobre o seu potencial para se mover. Ao mesmo tempo, oferece-lhe a si (observador) um fluxo interminável de oportunidades para agir. Se o que percepciona num dado momento lhe faz sentir medo, coloque esta questão a si mesmo: será a informação estruturalmente ameaçadora ou estarei a experimentar o efeito do meu próprio estado de espírito refletido de novo em mim (como no exemplo acima)?

Sei que esta é uma ideia difícil, por isso vou dar outro exemplo para a ilustrar. Imaginemos um cenário em que perdeu dinheiro nos seus dois ou três últimos trades. Está a observar o mercado e as suas variáveis indicam-lhe que existe uma oportunidade. Em vez de executar imediatamente o trade, você hesita. O trade parece arriscado, tão arriscado, de facto, que questiona se existe realmente um sinal para entrar. Em resultado disso, reúne informação para fundamentar porque é que este trade provavelmente não irá funcionar. Esta é informação que normalmente não utiliza ou à qual nunca iria prestar atenção; provavelmente, nem é informação que faça parte da sua metodologia de trading.

Entretanto, o mercado movimenta-se. Infelizmente, está a afastar-se do seu ponto de entrada original, o ponto em que teria entrado se não tivesse hesitado. Agora está em conflito, porque ainda quer como se manifesta então a única forma de a informação assumir entrar; a consciência de deixar passar um trade ganhador é difícil. Ao mesmo tempo, à medida que o mercado se afasta do seu ponto de entrada, aumenta o risco de entrar. A luta dentro da sua mente intensifica-se. Você não quer perder uma oportunidade, mas também não quer hesitar. No final, não faz nada, porque o conflito paralisou-o. Justifica o seu estado de imobilização dizendo a si próprio que é muito arriscado entrar precipitadamente, enquanto agonizava ao ver os ticks que conduziam o mercado na direção do que para si teria sido um bom trade.

Se este cenário lhe parece familiar, quero que se interrogue se, no momento em que hesitou, estava a ler os sinais do mercado ou estava refém dos seus pensamentos que, por sua vez, estavam a ser refletidos de volta para si, numa espécie de ricochete? O mercado deu-lhe um sinal. Mas não percepcionou esse sinal objetiva ou positivamente. Não o viu como uma oportunidade de ganhar dinheiro, mas era isso exatamente o que o mercado lhe estava a dizer. Pense agora nesta hipótese: mudamos para um cenário alternativo em que ganhou dinheiro nos seus dois ou três últimos trades em vez de perder. Teria interpretado os sinais do mercado da mesma maneira? Tê-lo-ia percepcionado mais facilmente como uma oportunidade para ganhar, do que fez no primeiro cenário? Se tivesse acabado de sair de três trades ganhadores, teria hesitado em realizar aquele trade? É muito improvável! De facto, se for como a maioria dos traders, provavelmente até estaria a aumentar a exposição mais do que o normal.

Em ambas as situações, o mercado gerou o mesmo sinal. Mas o seu estado de espírito era negativo e baseado no medo do primeiro cenário e isso fez com que se focasse na possibilidade de fracasso o que por sua vez o fez hesitar. No segundo cenário, não percepcionou qualquer risco. Pode mesmo ter pensado que o mercado estava tornar um sonho realidade. Isso, por sua vez, poderia facilitar ou implicar um compromisso financeiro excessivo.

Se conseguir aceitar o facto de que o mercado não gera sinais com carga positiva ou negativa enquanto característica inerente à forma carga positiva ou negativa é dentro sua mente e depende da forma como a informação é processada. Por outras palavras, o mercado não faz com que o trader se foque no fracasso ou no sucesso, na infelicidade ou no prazer. O que faz a informação assumir uma qualidade positiva ou negativa é o mesmo processo mental subconsciente que faz com que a criança olhe para o segundo cão como agressivo e perigoso, quando tudo o que o cão está a oferecer é brincadeira e amizade.

As nossas mentes associam constantemente a informação que nos chega do exterior com aquilo que já sabemos, fazendo com que pareça que as circunstâncias externas e a nossa memória, características ou convicções a que estas circunstâncias estão associadas sejam exatamente as mesmas. Em resultado disso, no primeiro cenário, com os dois ou três trades perdedores anteriores, o sinal de oportunidade que o mercado lhe transmitiu pareceu-lhe excessivamente arriscado. A sua mente associou o momento presente automática e inconscientemente com as suas experiências de trading mais recentes. Esta associação causa-lhe medo de perder, criando um estado de espírito temeroso e fazendo com que perceba a informação que recebe naquele momento de um ponto de vista negativo. Parece-lhe que o mercado está a emitir um sinal ameaçador pelo que, claro, a sua hesitação justifica-se.

No segundo cenário, o mesmo processo faz com que perceba a situação de um ponto de vista excessivamente positivo porque teve três trades ganhadores seguidos. A associação entre o momento presente e o júbilo dos últimos três trades cria um estado de espírito eufórico, fazendo com que pareça que o mercado lhe está a oferecer uma oportunidade sem risco. É claro que isto explica a tentação de se comprometer em excesso.

No capítulo 1, referi que muitos dos padrões mentais que fazem com que os traders percam dinheiro e cometam erros são tão evidentes e estão tão profundamente enraizados que dificilmente perceberíamos que a razão por que não somos consistentemente bem-sucedidos é a forma como pensamos. Compreender, ganhar consciência, estar alerta e aprender como contornar a propensão natural da mente para fazer associações é um grande passo para conseguir essa consistência. Desenvolver e manter um estado mental que interprete o fluxo de oportunidades do mercado como ausente de risco de excesso confiança, irá exigir o controlo consciente do processo de associação mental.


Conclusão

“Trading in the Zone” de Mark Douglas é um dos livros mais influentes sobre a psicologia do trading. No capítulo 5, Douglas aborda alguns dos conceitos mais importantes relacionados à mentalidade e ao comportamento dos traders. Aqui está um resumo das principais ideias do capítulo:

  1. A Natureza das Crenças: Douglas começa discutindo a natureza fundamental das crenças e como elas moldam nossa percepção da realidade. Ele argumenta que os traders muitas vezes operam com base em crenças limitantes ou destrutivas, o que pode levar a decisões comerciais subótimas.
  2. O Impacto das Experiências Passadas: O autor destaca como as experiências passadas dos traders, especialmente as negativas, podem levar a uma mentalidade de medo ou aversão ao risco. Esse medo pode resultar em hesitação ou na tomada de decisões impetuosas no mercado.
  3. A Diferença entre a Mentalidade de um Trader Consistente e de um Trader Médio: Douglas compara a mentalidade de um trader médio com a de um trader consistentemente bem-sucedido. Enquanto o trader médio está constantemente em busca de garantias e tenta evitar o risco a todo custo, o trader bem-sucedido aceita o risco como parte inerente do processo de trading e opera com base na probabilidade, não na certeza.
  4. O Conceito de “Borda”: Um dos conceitos mais importantes deste capítulo é o de “borda” (edge, em inglês). Douglas argumenta que os traders devem aprender a pensar em termos de probabilidades e reconhecer quando têm uma “borda” no mercado. Isso não significa que eles saibam o que vai acontecer a seguir, mas sim que têm uma vantagem probabilística que justifica a entrada no trade.
  5. Aceitação do Risco: Para ser um trader bem-sucedido, é essencial aceitar o risco inerente à atividade. Isso significa entender que não há garantias no mercado e que cada trade é apenas uma oportunidade com um resultado incerto. A aceitação do risco permite que os traders operem com liberdade e confiança, em vez de serem prejudicados pelo medo e pela indecisão.
  6. Crenças e Mentalidade de um Trader Bem-sucedido: No final do capítulo, Douglas destaca algumas das crenças centrais que ele acredita serem essenciais para o sucesso no trading. Isso inclui a ideia de que o mercado é imprevisível, que os erros são oportunidades de aprendizado, e que é essencial operar a partir de um estado de confiança e aceitação.

Ao longo do capítulo, Douglas enfatiza a importância da mentalidade correta e da compreensão profunda e aceitação das realidades do trading. Ele argumenta que é essa mentalidade, e não necessariamente as habilidades técnicas ou analíticas, que separa os traders bem-sucedidos dos demais.


A Obra de Mark Douglas

Mark Douglas é amplamente reconhecido no mundo do trading por seus insights sobre a psicologia dos traders e por seus ensinamentos sobre como abordar o mercado com uma mentalidade disciplinada e orientada ao sucesso. Ao longo de sua carreira, Douglas publicou diversos livros que se tornaram leituras essenciais para traders de todos os níveis de experiência. Aqui está uma lista dos seus livros mais influentes, juntamente com breves resumos:

                   
  1. “Trading in the Zone: Master the Market with Confidence, Discipline and a Winning Attitude” (Negociando na Zona)
    • Resumo: Este é talvez o livro mais popular de Douglas. Ele aborda os principais obstáculos psicológicos enfrentados por traders e fornece soluções para superá-los. Douglas destaca a importância de desenvolver uma mentalidade disciplinada e focada em probabilidades, ao invés de se concentrar em ganhos ou perdas individuais.
  2. “The Disciplined Trader: Developing Winning Attitudes” (O Trader Disciplinado)
    • Resumo: Neste livro, Douglas explora a psicologia do trader e a necessidade de desenvolver atitudes vencedoras para ter sucesso nos mercados. Ele aborda as emoções comuns que podem sabotar um trader e oferece estratégias para gerenciar e superar esses desafios mentais.
  3. “The Little Book of Trading Performance”
    • Resumo: Um guia mais curto e conciso, este livro destila a sabedoria de Douglas em dicas práticas e insights sobre o desempenho no trading. Ele oferece conselhos sobre como manter a consistência, superar obstáculos psicológicos e otimizar o desempenho geral.

Os livros de Mark Douglas são uma fonte inestimável de sabedoria para qualquer trader que deseja melhorar sua abordagem mental ao trading. Eles oferecem não apenas técnicas e estratégias, mas também uma compreensão profunda da natureza humana e de como superar os desafios internos que todos os traders enfrentam.


Sempre é Importante Lembrar

Operar no mercado financeiro não se resume a análises e previsões. É primordial possuir um controle emocional robusto ao realizar suas operações. A gestão de risco é um elemento vital, pois envolve escolher o tamanho apropriado para as posições, determinar pontos de stop loss e estipular metas lucrativas. Nunca esqueça da volatilidade intrínseca aos mercados e que enfrentar perdas é parte integrante da trajetória do trader. Esteja sempre aberto a novos métodos, realinhe estratégias quando necessário e busque atualização constante. Com foco, disciplina e resiliência, você potencializará suas chances de se destacar como um trader lucrativo.


A Melhor Forma de Aprender Sobre Trading

Uma das melhores maneiras de aprofundar seus conhecimentos sobre trading é, sem dúvida, através da leitura de livros especializados no assunto. Os insights e experiências compartilhadas por autores renomados podem ser fundamentais para o seu desenvolvimento. E, além dos livros, aproveite os recursos oferecidos pelo canal “Com Lucro”, que disponibiliza informações valiosas, vídeos e aulas voltadas para traders de todos os níveis.


Qualquer Dúvida Sobre o Trading, Entre em Contato com o Canal “Com Lucro”

Se restaram dúvidas ou você deseja se aprofundar ainda mais em algum tópico específico, não hesite em entrar em contato conosco pelas redes sociais do canal “Com Lucro”. E se você gostou deste conteúdo, mostre seu apoio! Curta, compartilhe com seus amigos e ajude o “Com Lucro” a crescer e continuar entregando conteúdo de qualidade para todos que aspiram ser traders de sucesso.


Palavras-chaves

ComLucro, Trader, Trading, Mark Douglas, Trading In The Zone, Psicologia do Trading, Investimentos, Ibovespa, Fintwit, Mercado Financeiro, Day Trade, Swing Trade


Hashtags

#ComLucro #Trader #Trading #MarkDouglas #TradingInTheZone #PsicologiadoTrading #Investimentos #Ibovespa #Fintwit #MercadoFinanceiro #DayTrade #SwingTrade

The post Trading in The Zone: Áudio Livro Completo em Português – Mark Douglas – Capítulo 5 appeared first on Com Lucro.



This post first appeared on Com Lucro, please read the originial post: here

Share the post

Trading in The Zone: Áudio Livro Completo em Português – Mark Douglas – Capítulo 5

×

Subscribe to Com Lucro

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×