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Bom Dia, Verônica - 3ª (e última) temporada

Um elenco de grandes nomes, produção caprichada, e uma história assustadoramente realista, tornaram Bom Dia, Verônica, uma das melhores séries nacionais da Netflix. Que acompanhava a personagem do título em uma jornada para desmantelar uma rede criminosa, que atenta principalmente contra mulheres, em duas primeiras temporadas extremamente eficientes e populares. Logo, é difícil entender a queda brusca de qualidade do terceiro e último ano da produção. 

Depois de desmascarar Brandão e Matias, Verônica (Tainá Müller) está pronta para investigar o próximo e mais alto degrau nesta hierarquia criminosa. Descobrir a identidade de Doúm e revelar a natureza de seus crimes é o passo final para encerrar a organização, nascida da reunião dos três vilões ainda na infância no orfanato Cosme e Damião.

Tarefa urgente para a protagonista, mas que não devia ser tão apressada pela série. Enquanto a segunda temporada se beneficiou com a redução de episódios (entregando seis ao invés dos oito da temporada inicial), o terceiro ano sofre para resolver tanta coisa em apenas três corridos episódios. E para tal, aposta em conveniências e escolhas difíceis de explicar para personagens já estabelecidos. 

Um belo exemplo é a confiança imediata de Verônica em Jerônimo (Rodrigo Santoro), um homem que acabou de conhecer de forma suspeita, que mora em uma fazenda isolada do mundo. Ou ainda a forma apressada e sem reflexão com que a moça decide agir, colocando adolescentes em risco e indo para a linha de fogo sem preparo algum. 

O roteiro corre para apresentar o vilão da vez. Um fazendeiro zen, que entende de cavalos e inseminação artificial, com o visual saído de um romance erótico de banca de jornal. E acelera ainda mais para explicar e solucionar o esquema em torno dele. Quando digo explicar, é literalmente, com diálogos expositivos, para compensar a construção corrida.

O último estágio do esquema de exploração feminina proposto pela série, é interessante. Exagerado e doentio, porém passível de metáforas e paralelos com a vida real. Relações que a pressa impede a série de fazer, transformando a proposta apenas em algo exagerado. Pensado apenas para chocar o público!

Outra escolha de encomenda que acaba se tornando um desserviço é a pauta feminista rasa que toma conta do desfecho da série. Com as vítimas se unindo em uma revolução impensada e improvável, que devia funcionar como uma catarse. Gritando palavras de ordem e se tornando assassinas de uma hora para outra, como se fosse fácil cruzar essa barreira, mesmo com seu agressor. Não é!

A escolha foge do tom realista que a serie assumira nas Temporadas Anteriores. Ao mesmo tempo que esvazia as pautas que tenta defender. Dando munição para aqueles que vivem apontando que "tudo é lacração!". Sem o desenvolvimento apropriado, é o que parece mesmo. E além de tudo, a cena da tal revolução, nem ao menos é bem executada. Confusa e caótica, fica difícil entender o que está acontecendo, até que um personagem explique o saldo verbalmente. 

O elenco faz o que pode com o que lhes é dado.  Müller sofre para manter nossa fidelidade com a protagonista, que parece ter "emburrecido" no intervalo entre temporadas. Quem retorna de temporadas anteriores, como Klara Castanho e Reynaldo Gianecchini são esquecido e retomados conforme a necessidade do roteiro. Enquanto Rodrigo Santoro e Maitê Proença ao menos parecem estar se divertindo com a possibilidade de fazer algo tão caricato. O que seria maravilhoso, se combinasse com a proposta da série.

Corrida, apressada, confusa e rasa, a temporada final de Bom Dia, Verônica, parece ter sido feita por obrigação ou encomenda. Sem a coerência e o capricho das temporadas anteriores, e muito longe da qualidade do material de origem, o livro homônimo de Ilana Casoy e de Raphael Montes. Irreconhecível e insatisfatória, a série ficou irreconhecível. E se despede de forma lamentável. 

A terceira temporada de Bom Dia, Verônica tem três episódios com cerca de uma hora cada. O segundo ano tem seis capítulos, enquanto a temporada de estreia tem oito. Todos disponíveis na Netflix!

Leia as críticas da primeira e da segunda temporada!



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