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Lift: Roubo nas Alturas

 Admito, não sou grande fã do  Kevin Hart, geralmente acho seu tipo de humor cansativo e repetitivo. Mas, ei, Lift: Roubo nas Alturas é um filme de ação, e o comediante está cercado de um elenco tão inusitado, que resolvi dar uma chance, ao filme da Netflix. 

Um grupo de ladrões de luxo liderado por Cyrus (Kevin Hart), é convocado pela Interpol, para roubar meio bilhão de dólares em barras de ouro que estão sendo transportadas para uma célula terrorista. Enquanto estão transportadas em um Boeing 777 de Londres a Zurique. Teoricamente em pleno voo. 

Trata-se de um filme de assalto, que bebe muito na fonte de Onze Homens e Um Segredo. Com uma missão impossível e equipe supostamente carismática. Além de uma vítima malvada, alguém de quem não temos pena de ver perder coisas. Afinal, o grupo em questão são os famosos "ladrões do bem", que só roubam de privilegiados e não machucam ninguém. Hart não teria coragem de se comprometer com um personagem realmente malvado e egoísta. 

Existem dois jeitos conhecidos de fazer esse tipo de filme de roubo ficar interessante. Ou você apresenta o plano antecipadamente, e mantém o espectador alerta com imprevistos e desvios no programa. Ou revela tudo enquanto o assalto se desenrola e surpreende o público com a genialidade do esquema no caminho. Lift, tenta fazer um pouco de ambos, e não acerta em nenhum. 

À começar pela falta de genialidade do plano, altamente dependente de tecnologias mágicas, e que põe em risco centenas de pessoas em um voo comercial, mesmo que eles afirmem nunca ferir ninguém, e ainda prometam isso à Interpol. Aliás, como um chefão do crime transporta ouro em grande quantidade em um voo comercial?

Parte do esquema é apresentado antes, mesmo que não faça sentido algum para quem está assistindo. À certa altura o arrombador de cofres diz, precisar de estabilidade que o avião não oferece para executar sua parte do serviço. Ao que o chefe responde com um termo que supostamente identificaria um estabilizador, e que não é mostrado depois. 

E por falar no chefe, a relevância do personagem de Hart para o plano é nula, seja por causa das especialidades dos outros membros da gangue, seja pela disponibilidade de tecnologia mirabolante. Ao ponto que em boa parte da missão Cyrus e a agente da Interpol Abby (Gugu Mbatha-Raw) se mantém desconfortavelmente sentados na primeira classe, com cara de tensão, enquanto os demais fazem o trabalho. Quando finalmente entram em ação, é para trabalhar um romance forçado entre os rivais. 

Por mais que Mbatha-Raw se esforce, Hart não consegue construir química. As cenas clichês de romance, beiram a comicidade e a vergonha alheia diante da interpretação do ator. Infelizmente, o longa perde muito tempo nessas investidas romântica, se tornando mais longo do que seu abobalhado plano de roubo exige. Tão pouco o astro protagonista convence como líder genial do grupo da vez. Só consegue carregar o filme, porquê o roteiro aponta para ele. Inclusive inexplicavelmente deixando outros personagens de lado em momentos cruciais, para que o ator não precise dividir palco.

Enquanto isso o inusitado elenco até se esforça, mas não tem muito o que fazer para melhorar os diálogos e ajudar o roteiro a fazer sentido. Estão em cena também Sam Worthington (que finalmente fugiu de Pandora), Vincent D'Onofrio se divertindo, Billy Magnussen como o bobalhão de sempre, Burn Gorman também repetindo o mesmo arquétipo, Jacob Batalon e Jean Reno que deviam ter boletos para pagar. Além de duas atrizes de séries fenômeno da Netflix (Yun Jee Kim e Úrsula Corberó ), só para atender ao algoritmo. 

A direção de F. Gary Gray parece mais preocupada em mostrar os personagens como pessoas incríveis, e abusar dos gadgets tecnológicos, do que contar uma história concisa. Direção de arte, figurino e trilha sonora, emula clichês de filmes de roubo e ação sem muito brilhantismo. 

Lift: Roubo nas Alturas mira em Onze Homens e Um Segredo, mas acerta em uma sequencia já desgastada de Velozes e Furiosos e sem os astros carismáticos que chamam o público. F. Gary Gray aliás, dirigiu o oitavo filme da franquia de carros, mas qualquer semelhança não é mera coincidência.

 Lift: Roubo nas Alturas
2024 - EUA - 104min
Ação



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