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Eco

Desde que os super-heróis invadiram o cinema, 2024 é o primeiro ano de refresco para o público, e de reformulação para os estúdios. Marvel e DC vão diminuir os lançamentos de filmes e séries e repensar os caminhos de suas franquias. Ente os poucos lançamentos de quadrinhos este ano, está Eco. Série que já é esse primeiro passo na reforma do MCU. Ainda sim, é uma remodelação bastante familiar. 

Maya Lopez (Alaqua Cox), a Eco do título apareceu pela primeira vez na série do Gavião Arqueiro. Então como uma capanga de Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio), o Rei do Crime. Ao longo dos episódios, a moça descobre que seu empregador é responsável pela morte de seu pai (Zahn McClarnon), e atira nele a queima-roupa. Acreditando que matara seu chefe, em fuga, e planejando derrubar o que restou de seu império, é assim que reencontramos a personagem, agora em sua minissérie solo. 

Entre os passos de seu plano de se tornar a nova Rainha do Crime, está o retorno à sua cidade natal em Oklahoma. O que torna a reconexão com suas raízes inevitável, por mais que a moça tente evitar todos de seu passado. Reencontro esse que vai além de rever avós, tios e primos, Maya vai se reconectar com seu povo, sua cultura e seus ancestrais. A jovem é a primeira personagem de ascendência nativo americana no MCU. Característica que define quem ela é, e ainda inclui elementos místicos e folclóricos na trama. 

Ela também é a primeira personagem com deficiência auditiva, e usa uma prótese em uma das pernas (característica que não vem dos quadrinhos, mas da própria interprete), o que coloca ainda mais camadas na construção de sua identidade e cultura. A produção precisou se cercar de profissionais que entendam tanto da cultura nativo americana, quanto da comunidade usuária da linguagem americana de sinais. Incorporando esses elementos na narrativa. 

O resultado é uma origem mais antiga e complexa para a heroína, novas habilidades, e o uso excepcional da ASL (American Sign Language) no roteiro. Não apenas como forma de comunicação, mas como recurso narrativo. Apenas por isso, a série já seria digna de nota, mas ela traz ainda mais. 

Apesar de ter tido seu pontapé inicial em Gavião Arqueiro e trazer de volta personagens de Demolidor da Netflix. A série é centrada em si mesma, na jornada de Maya. O que a torna excelente ponto de partida para ingressar nesse universo. Ou mesmo, uma boa obra para assistir isoladamente. A produção é a primeira lançada sob o selo Marvel Spotlight que trará obras mais independentes dos grandes eventos da franquia, e com histórias mais urbanas e "pé no chão". 

Um tom muito semelhante ao das séries da Marvel para Netflix (que agora além de estarem no Disney+, fazem parte oficialmente do MCU). E por tanto, a primeira obra com censura de 18 anos da franquia. Sendo mais dramática, e gráfica que os demais filmes e séries. Trazendo excelentes e brutais sequencias de lutas, semelhantes às vistas nas obras dos Defensores

Entretanto, apesar das boas sequencias de ação, Eco, aposta mais no drama e desenvolvimento de sua protagonista. E sua relação com suas duas famílias, a nação Choctaw onde nasceu, e o bando Rei do Crime por quem foi "adotada". Alaqua Cox carrega a série com facilidade, conquistando o público apesar do tom carrancudo de sua personagem. Enquanto Vincent D'Onofrio mostra que ainda tem total controle de sua versão de Wilson Fisk. Assim como nas obras anteriores, sempre que o vilão aparecem a cena ganha mais urgência e periculosidade. 

O restante do elenco acompanha o bom trabalho. Especialmente na tarefa de atuar em dois idiomas, inglês e linguagem de sinais. A falha fica com a entrega de alguns coadjuvantes como Bonnie (Devery Jacobs), há uma grande apreensão na relação da moça com a protagonista, mas o problema é resolvido de forma rápida e sem o peso, que a construção apontara.

Também mais rápido do que eu gostaria é o desfecho. O clímax em que a protagonista abraça seu potencial, é provavelmente o embate menos inspirado de toda a série. E usa de forma rasa, as habilidades tão bem apresentadas nos episódios anteriores. Quatro dos cinco episódios, se iniciam com sequencias focadas no povo Choctaw, e na herança que eles vão "ecoar" em Eco. Historinhas extremamente bem produzidas e deliciosas de acompanhar.

A produção é caprichada, como esperado de uma produção com o selo Marvel. E o trabalho de som, chama atenção ao quase que aleatoriamente nos colocar no "ponto de vista" de Maya. O que aqui significa encarar um mundo silencioso. A dinâmica nos deixa alerta e nos conecta com a moça de forma eficiente.

Eco é uma boa novidade para o MCU, mas não é uma novidade para a Marvel. Bebe muito no estilo das séries da Netflix, o que não é ruim. Entretém, e aponta novas possibilidades para futuras obras. Onde talvez a franquia consiga trazer uma gama maior de tons, estilos, e públicos alvo de acordo com a história que quer contar. Já é uma mudança, mas ainda não são os novos rumos prometidos pela Disney!

Eco tem cinco episódios com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis no Disney+ e Star+. Plataformas que precisam rever urgentemente o formato de suas minúsculas legendas. Não esqueça de ativá-las para assistir à série!



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