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Aquaman 2: O Reino Perdido

Em sua aventura anterior o herói lutou contra o próprio irmão. Mas agora, em sua segunda aventura solo, vai ter que resgatar o ente querido da cadeia. E trabalhar em conjunto com ele para derrotar um vilão que tem um histórico com a família, um desejo de vingança e colocou o par romântico do protagonista em perigo. O irmão tem um arco de redenção, que o transforma de vilão para anti-herói, e a forma como seu reino é regido mudará para sempre por causa desta aventura.

Esta poderia ser a sinopse de Thor: Mundo Sombrio, mas é na verdade o argumento de Aquaman 2: O Reino Perdido. Similaridades que não beneficiam o filme estrelado pelo herói dos mares, já que seu similar é considerado por muitos um dos piores filmes do MCU.

Mas é da DC que estamos falando aqui, e o cenário em que a segunda (e muito provavelmente última) aventura estrelada pela versão de Jason Momoa é bastante peculiar. Este é o filme que encerra a atual fase da franquia nos cinemas. Ou seja, não há previsão de futuro para estes personagens. Depois dele, Tudo será descartado, e novas versões de todos os heróis serão criadas. E o mais agravante o público sabe disso. Minando qualquer empolgação e possibilidade do filme se tornar o "evento" que toda produção da cultura pop anseia ser hoje em dia. Mas, para ser honestos com a produção, tudo isso deve ser deixado de lado quando entrarmos na sala escura. 

E Aquaman 2 é uma aventura bastante previsível, mesmo sem as comparações com o filme do deus do trovão. Seguindo não apenas uma, mas várias fórmulas e referências de obras anteriores, o roteiro tem de tudo um pouco, dinâmica de aminimigos, aventura na floresta, tema de vingança, política, civilizações antigas, redenção, família, desequilíbrio climático... Ao atirar para tudo que é lado, em uma tentativa desesperada de cativar o público, o longa acaba não falando bem de absolutamente nada. 

Os conflitos históricos e político e entre civilizações fictícias depende não apenas do filme anterior, mas de conhecimento dos quadrinhos para fazer total sentido. As mudanças climáticas são tratadas como um problema extraordinário, e não cotidiano e causado por nós mesmo, como de fato é, enfraquecendo todo o discurso ambiental. Enquanto a família é tratada com apenas uma abordagem: a família é tudo! Não importa as relações interpessoais, o histórico de cada um, nem mesmo se você colocou seu irmão com delírios de poder na cadeia por anos, o laço familiar cura e resolve todos os problemas. 

Já o vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) anunciado desde a aventura anterior, é subjugado por uma força além dele. Descredibilizando a intensidade de sua há muito planejada vingança. Seu intérprete até que tenta, mas não consegue muito, ao competir espaço de tela, com a versão de Sauron do DCEU. A inspiração em O Senhor dos Anéis é óbvia e previsível da temática ao design de produção. Com direito até ao "Um Tridente para a Todos Governar!"

E a saga do anel não é a única a ser assumidamente referenciada aqui. Temos naves de Matrix, visual neon de Avatar (embora esse já viesse do filme anterior) e até um Jabba the Hutt aquático. Ao menos o roteiro é honesto e assumir suas inspirações e até brinca com a semelhança na relação entre o Aquaman e seu irmão, com a de Thor e Loki.

E por falar no humor a maioria das piadas não funciona, e algumas até envergonham e dão agonia, como as que envolvem urina e baratas e são usadas repetidamente. O filme tenta criar um pastelão a lá Guardiões da Galáxia, mas só entrega piadas óbvias e repetição.

Tudo melhora um pouco quando Patrick Wilson entra em cena. A dinâmica de opostos entre os dois é divertida. E Orm é o único que tem um arco próprio, e Wilson faz o máximo para desenvolver sua dramática redenção, em meio ao excesso de piadas, e falta de gravidade do roteiro. E este é outro problema!

O texto não tem coragem de assumir consequências mais sérias. O que tira o peso de qualquer tentativa de drama, ou ameaça. Sabemos que não haverá perdas, tão pouco sacrifício. E sem essa tensão nosso interesse se perde. Especialmente nas muitas batalhas, por vezes mais longas, repetitivas que o necessário. E que por se tratar de cenários subaquáticos por vezes, por vezes tem uma geografia, e cadeia de eventos bem confusa. Mas deve agradar que gosta de grande pancadaria, câmera lenta, poses heroicas e "carão".  


Jason Momoa está interpretando Jason Momoa. Tudo bem que a personalidade de Arthur Curry seja muito influenciada pela persona de seu interprete, que foi escolhido exatamente por isso. Mas aqui, não parece haver nenhum esforço para separar minimamente ambos, nem do roteiro, nem do ator. Este aliais, parece ter saído direto de casa para as cenas. A forma como ele usa roupas comuns debaixo d'água como se fosse feitas para isso, é impressionante. E também uma incoerência da equipe de figurino, que gosta de enfatizar o visual único, e supostamente muito mais adequado ao seu reino, dos atlantis. 

O elenco ainda conta com Nicole Kidman, Dolph Lundgren, Martin Short, Randall Park, Temuera Morrison e Amber Heard. Todos em papéis bastante secundários, sendo descartados ou resgatados conforme a conveniência do roteiro.

Diálogos simples e sem inspiração, frases de efeito e lições de moral ao final, completam o pacote de prestabilidade para transformar Aquaman 2: O Reino Perdido em um filme genérico de super-herói. Que ignora completamente o potencial construido no primeiro filme. 

Soa como se sabendo da falta de futuro, a produção tentasse extrair todo o possível, apostando em tudo que já deu certo antes, para agradar o máximo de pessoas e fazer o máximo de dinheiro (mencionei que tem sessões em um dispensável 3D?). Sabendo das refilmagens, e estando atento aos muitos remendos no roteiro, provavelmente foi isso mesmo o que aconteceu. Uma pena que o DCEU tenha optado por isso ao invés de fechar a franquia chutando portas, quebrando tudo, como Arthur Curry certamente gostaria de fazer, ao invés de apenas melancolicamente apagar as luzes e sair!

Aquaman 2: O Reino Perdido (Aquaman and the Lost Kingdom)
2023 - EUA - 124min
Aventura, Comédia



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