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Trocados

 Você já viu esse filme, só que melhor! Essa é a inevitável sensação ao final da sessão de Trocados, longa de comédia da Netflix. E o problema não está na repetida premissa de troca de corpos, mas na forma pouco original e formulaica que o roteiro escolhe abordá-la. 

Jess e Bill Walker (Jennifer Garner e Ed Helms) tentam manter a família unida enquanto os filhos crescem e se tornam independentes. Quando as discordâncias começam a ficar insustentáveis, um encontro cósmico fazem com que todos os membros da família troquem de corpo, inclusive o cachorro.  É claro, em um dia muito importante para as vidas individuais de cada um deles.

A mãe troca com a filha, o pai com o filho mais velho, e o cachorro com o bebê! É aí que começam os problemas do roteiro baseado no livro Bedtime For Mommy, de Amy Krouse Rosenthal. A proposta é seguir a formula de aprender as dificuldades do próximo e aceitar as diferenças, ao estar na pele do outro e assim melhorar o relacionamento antes de voltar às suas vidas normais. 

Mas convenhamos, não há muito que o bebê possa aprender com o cachorro e vice-versa. E se houvesse, seria difícil tornar esse aprendizado palatável para o público, devido a não verbalidade da dupla. O que os torna meros recursos de piadinhas fáceis, que não evoluem a história, mas aumentam a duração do filme. 

Já as trocas de personagens complexos enfrenta outros equívocos. Como o fato de tratar os problemas familiares como um elemento em conjunto, mas separar a resolução de forma binária. Mãe precisa se resolver com a filha, pai com o filho. Como se a criação de cada criança fosse dividida entre ele e ela, e não houvesse, relacionamento entre pai e filha, mãe e filho, entre os adolescentes, e próprio casal. 

A escolha por colocar a família toda na situação, é uma tentativa de criar um conflito maior, e diferenciar o filme de obras anteriores de troca de corpos. Mas nem sempre mais é melhor, e com tanta gente dividindo cena, é difícil equilibrar e desenvolver todos os arcos adequadamente. E o pouco que fazem ainda é raso, e apoiado em piadinhas previsíveis. Algumas até polêmicas como um desconfortável beijo forçado.

Isso quer dizer que o filme é inassistível? Pelo contrário, a previsibilidade é proposital, tentando agradar pela familiaridade. Sabemos para onde o filme vai, e por isso ficamos confortáveis.  Um filme de algorítmico desde a escalação de elenco, que traz nomes de obras populares da plataforma como Emma Myers de Wandinha. E escalações preguiçosas. Precisamos de um "pai tiozão do pavê", é Ed Helms de Se Beber Não Case! E uma mãe boa em fazer adolescentes no corpo de um adulto Jennifer Garner cujo maior sucesso é De Repente 30, onde ela faz exatamente a mesma coisa!

Trocados é um filme sobre encomenda do algoritmo da Netflix, inclusive está na lista de "lançamentos de Natal" da plataforma, embora a festividade não tenham função nenhuma na trama. Enche catálogo, e até distrai quem busca entretenimento sem compromisso, e não faz muitas exigências. É divertidinho, mas não aproveita seu argumento tão bem quando as verões de Sexta-Feira Muito Louca, ou mesmo o nacional Se Eu Fosse Você!

Trocados (Family Switch)
2023 - EUA - 106min
Comédia



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