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O Assassino

O Personagem título bem que avisa logo nos primeiros minutos, seu trabalho é entediante. E consequentemente muito diferente das representações que a cultura pop faz dele. É nessa pegada mais "realista" que David Fincher apresenta a jornada de O Assassino, longa lançado diretamente na Netflix.

O personagem título sem nome (e também de muitos nomes) vivido por Michael Fassbender falha em uma missão. Falha esta que tem consequências para aqueles que ama. E leva o profissional frio que mal sabia a história por trás de seus alvos, a uma jornada de vingança incansável. 

A premissa não é das mais originais, e nem pretende ser. É na abordagem que Fincher pretende ser original! Sem a romantização e as cenas de ação que obras de ficção costumam atrelar a profissão, acompanhamos a realidade da vida de um Assassino profissional. Muita espera, rotina metódica, muitas viagens para alguns instantes de ação. Embates que sempre que pode o personagem evita. Afinal seu trabalho é mais eficiente quando despercebido. Realidade que outros profissionais ficcionais do ramo fazem questão de ignorar. 

Esse "realismo" e a ausência de glamour certamente vão afastar muitos, e gerar estranheza aos que ficarem. Especialmente, quem pelo título e poster, espera uma história mais tradicional e ativa. O contexto em que o protagonista está inserido, e a forma como é apresentado também não ajuda. Se não sabemos sequer o nome do personagem título, imagina das pessoas com quem ele "interage", outros profissionais, fornecedores, e clientes que não nos são apresentados, ou explicados. Cabe ao público deduzir seu papel no quebra-cabeças, conforme ele se desenrola. Há quem goste, ou não, dessa escolha. 

Ao menos com o assassino-título, o roteiro tenta construir alguma conexão, ao nos mostrar os pensamentos do personagem através de longas narrações em off. De fato, ele faz mais com o público do que com todos os coadjuvantes juntos. Também é fato, que este narrador não é dos mais objetivos ou confiáveis. 

Não demora muito para percebermos que todo o discurso, de método, técnica, praticidade e excelência é feito mais como forma de convencer a si mesmo, do que de fato um relato da realidade. Apresentando toda a insegurança e ansiedade por trás da carranca soturna assumida com eficiência por Fassbender. E adicionando risco e dúvida a cada encontro. 

E por falar nos embates e encontros, apenas aquele com Tilda Swinton chama realmente atenção. Mais pela presença sempre marcante da atriz, do que pelo encontro em si. Uma vez que no final das contas, ela é apenas mais um peão num jogo, cujos jogadores sequer conhece. Assim como o protagonista. Além de Swinton, apenas o nome Sophie Charlotte nos chama atenção no elenco. Mais pela aparição brasileira que pelo papel de fato. Apesar de ser peça chave na jornada, o papel da atriz brasuca no longa é bem pequeno. Como de todos que não são o protagonista em cena.

De fato este é um estudo de personagem, e todos os coadjuvantes são mero recurso para impulsionar ações e reações do assassino título. Um homem de quem não sabemos o nome, mas ao final do filme, compreendemos, as motivações, prioridades, medos e habilidades. Se o ritmo desacelerado, e a falta de fantasia em torno da profissão não nos afastar no meio do caminho. 

O Assassino de Fincher é como qualquer outro profissional que faz o que é preciso. Cheio de pragmatismo, rotinas e ossos do ofício. Se este realismo é atraente ou não para o público, cabe a cada um dizer. Para mim não foi, mas não posso reclamar, o protagonista avisou: seu trabalho é na maior parte do tempo entediante. Mesmo que tão bem executado quanto um filme David Fincher estrelado por Michael Fassbender. 

O Assassino (The Killer)
2023 - EUA - 118min
Ação, Suspense, Drama 



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