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Vermelho, Branco e Sangue Azul

É uma pena que as comédias românticas não tem encontrado espaço na tela grande. Felizmente ainda temos os streamings para abrigar essas obras, e abrir espaço para mudanças que os estúdios talvez não arriscassem no cinema. Como a adaptação do livro de Casey McQuinston Vermelho, Branco e Sangue Azul do Prime Video, que por um lado é uma obra com uma voz muito importante, mas por outro se perde nas fórmulas do gênero. 

O filho da presidente dos Estados Unidos Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar Perez) e o queridinho da realeza britânica Principe Henry (Nicholas Galitzine), criam uma gafe sem precedentes em um grande evento real. Para reduzir os danos, e evitar um incidente diplomático, a dupla que não se dá bem é obrigada  a fingir uma amizade para a imprensa. É claro que a convivência forçada rapidinho os transforma em aminimigos e consequentemente em amantes. 

Sim, é uma fórmula de comedia romântica bastante conhecida, e a partir dessa premissa geralmente a história pode escolher dois caminhos a seguir. O primeiro é levar o filme inteiro para o casal descobrir seus sentimentos e aceitar isso. O segundo é descobrir o amor logo, e precisar enfrentar adversidades externas. Em Vermelho, Branco e Sangue Azul, Alex e Henry levam cerca de trinta minutos para acertar seu romance. Já o empecilho externo, só acontece na meia hora final do filme. Restando então uma hora bem no meio disso em que muito pouco acontece. 

Encontros furtivos, muita pegação e indas e vindas criadas pelo próprio casal, que mal duram uma cena. É claro, que a produção quer atender ao desejo dos fãs vindos dos livros de ver o casal vivendo junto o máximo possível. O que não é nenhuma tortura, já que Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine constroem uma boa química. Eles são fofos juntos e meio safadinhos, e isso é metade do que qualquer expectador de comédia romântica espera. O problema é a outra metade, falta conflito!

O roteio até tenta enriquecer os personagens, ao insinuar outras aspirações. O príncipe questiona (muito levemente) a função da realeza no século XXI. Enquanto o "primeiro filho", tenta provar seu valor ao se engajar na campanha de reeleição da mãe. Temas que no livro provavelmente, são bem explorados e desenvolvidos, mas aqui se resumem a um par de cenas, ou uma montagem dinâmica. 

Já o conflito externo apresentado nos minutos finais do filme, poderia se estender ainda muito mais. Questionar profundamente tradições, preconceitos, mudanças e repercussões. Mas, por estar relegado aos minutos finais do filme, o problema se resolve praticamente sozinho, exigindo dos protagonistas apenas um posicionamento forte e um discurso corajoso. 

Enquanto Perez e Galitzine tentam compensar o pouco conflito com carisma e química. O restante do elenco não precisa se esforçar muito para entregar o pouco que o roteiro exige deles. A melhor amiga, o ex, a irmã confidente, todos estereótipos bem conhecidos do gênero. Os destaques ficam com as ilustres presenças de Uma Thurman, como a presidente estadunidense, e Stephen Fry como rei da britânico. Entre os rostos menos conhecidos, o destaque fica com Sarah Shahi, que diverte ao dar vida à assessora que tem que lidar com as trapalhadas do casal. 

O estreante na direção Matthew López é eficiente em recriar com eficiência e até certo charme os clichês, que a fórmula pede. E ao construir um mundo político fabulesco para os personagens habitarem. A gente sabe que política de verdade não é assim, mas dentro desse mundo funciona. 

Vermelho, Branco e Sangue Azul tem uma importância inegável, preencher a lacuna criada pela ausência de romances queer, despretensiosos, felizes e fofos. E acerta na química entre seus protagonistas. Mas poderia ser muito mais! Mais rico, intrigante, dinâmico e criativo, e consequentemente mais apaixonante. Mas talvez, eu que esteja exigindo demais de uma comédia romântica, e a maioria fique satisfeita com o resultado. 

2023 - EUA - 118min
Comédia Romântica


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