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Sweet Tooth - 1ª temporada

O  ministério dos seriemaníacos adverte: apesar de ser uma fábula com seres quase mágicos Sweet Tooth, dialoga demais com a realidade atual. Causando um acertado incômodo e aumentando o impacto de seus temas. Sem, no entanto, abrir mão de um tom lúdico e doce como diz o título.

Dois eventos globais e inesperados atingiram a Terra ao mesmo tempo. Uma pandemia letal que dizimou a população (sim, pode haver alguns gatilhos aqui), e o surgimento de bebês híbridos de humanos e animais.  É claro que não demorou muito para a humanindade mergulhada no caos associar as crianças mutantes ao vírus, e passarem a perseguir estes bebês. 


Por causa desse cenário, nosso protagonista Gus (Christian Convery), menino com características de cervo, cresceu isolado com o pai em uma floresta. É claro, para termos história, logo ele precisa deixar este refúgio e nos levar com ele para este novo Mundo cheio de inimigos, e com poucos aliados. O maior deles o sobrevivente solitário, ex-jogador de futebol  Tommy Jepperd (Nonso Anozie), que a contragosto acompanha o garoto em sua busca por respostas.



Baseado na HQ homônima de Jeff Lemire, a série da Netflix mantém o mundo cruel e devastado criado pelo autor, mas traz um tom mais fabulesco e, consequentemente, mais esperançoso à jornada do jovem hibrido. É o olhar inocente e otimista de Gus que guia sua jornada, sem que isso tire o peso dos perigos que encontram, afinal é um mundo que quer caçá-lo. 


Igualmente otimista, até certo ponto, é a visão de uma das histórias paralelas que acompanhamos. A psicóloga Aimee (Dania Ramirez), que encontrou lugar e propósito no mundo devastado, coisa que nunca conseguira antes. Não tão otimista é a terceira história que acompanhamos neste primeiro ano. O Dr. Aditya ( Adeel Akhtar), estava na linha de frente tanto do combate ao vírus, quanto na descoberta dos híbridos, e lida até hoje com as consequências dessa vivência.



Em algum momento, estas histórias vão se encontrar, mas nesta primeira temporada elas seguem isoladas e paralelas pela maior parte do tempo. E este é um dos poucos problemas da série, que quando salta de uma trama a outra, algumas vezes perde um pouco da força narrativa. Isso porque, a jornada de Gus é mais longa e urgente, enquanto as outras duas se intensificam gradualmente. As mudanças também podem causar algumas confusões quanto a linha temporal, nada que não seja esclarecido até o fim da temporada. 

Ainda sim, todas as histórias tem seus dilemas próprios e função no quadro geral deste universo. Temas que vão desde o tradicional medo do diferente, passando por atitudes condenáveis e necessárias para sobreviver, a preservação do planeta, até os limites da ciência. Sweet Tooth mostra que apesar do tom lúdico, está longe de ser uma trama leve ou infantil. 


Uma pena apenas, que preso à estas tramas, a série explore pouco o mundo além. Por exemplo, pouco vemos outras crianças, além de Gus e Wendy (Naledi Murray), deixando apenas para a reação Dos Demais personagens, transmitir a informação de que o protagonista é especial, diferente dos demais híbridos. Talvez seja uma escolha, guardar alguns detalhes para temporadas futuras. Particularmente eu gostaria de ver mais. O que é um ótimo sinal!



Afinal, quando queremos ver mais é porque este universo nos encantou. E Sweet Tooth é encantadora, principalmente por causa de seu carismático protagonista, que consegue ser extremamente fofo, sem cruzar o limite do irritante. E pelas relações que ele cria, especialmente com seu extremo oposto e companheiro, o gigante Jepperd. Sweet Tooth (Bico Doce na tradução) e Big Guy (Grandão), como eles se referem um ao outro, tem química e carregam muito bem a aventura. 


Os intérpretes dos demais núcleos também acertam no tom que suas jornadas pedem. Livre e corajoso para Aimee e Wendy. Cauteloso e temeroso para Dr. Adi. Apenas o General Douglas Abbot (Neil Sandilands) soa caricato demais, mesmo dentro deste universo de fantasia, tanto em ações, quanto em seu visual. 



E por falar em visual, o da série é deslumbrante, menos do general Abbot. A fotografia traz aquele ar de fantasia, e também diferencia os muitos núcleos. Os figurinos e direção de arte, criam o mundo apocalítico, ao mesmo tempo que deixa perceptível, que a natureza está "consertando" o estrago que os humanos fizeram no planeta.

Mas é a maquiagem caprichada que dá vida ao mundo mágico, ao criar híbridos convincentes. Basta ver como os movimentos das orelhas de Gus acompanham suas expressões faciais, enquanto a maquiagem no rosto de Naledi Murray jamais atrapalham a atuação da garota. Há também a escolha pelo uso de animatrônicos, que apesar de menos realista que as próteses, tem mais peso e graça que a alternativa mais usada atualmente, o caro CGI. 



Sweet Tooth é uma fábula no tradicional, e melhor sentido, da palavra. Uma alegoria rica, complexa e doce, com lições a transmitir e discussões a estimular. Além disso, é divertida, carismática, bem construída e extremamente doce. E claro, tem um final em aberto que nos deixa ansiosos por uma segunda temporada. 


Sweet Tooth tem oito episódios com cerca de uma gora cada, todos já disponíveis na Netflix. 



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