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As contas descontroladas (outra vez...) e a economia para 2024


Afinal os cofres públicos estão depenados e já se projecta um défice orçamental de que não há memória, afinal temos um deficit brutal de divisas resultado de uma queda astronómica da produção petrolífera, afinal não tínhamos qualquer esperança ao nível da condução da política económica e temos agora uma nova equipa.

Fiz parte da equipa de optimistas que pensavam convictamente que depois da última crise financeira de 2015-2016, tínhamos aprendido, de forma bastante árdua, um conjunto de lições que nos serviriam para futuro.. infelizmente a realidade choca Agora de frente com a minha ingenuidade e prova-me que estava profundamente enganado. Pelos vistos não aprendemos quase nada e estamos a cometer os mesmos erros do passado!

Desde o início de Maio, quando se iniciou a desvalorização cambial, que tentei por todas as formas racionalizar um conjunto de factores que de alguma forma poderiam estar a afectar a economia episodicamente, como a necessidade pontual de um pagamento de divida externo, o inicio (horrivelmente atabalhoado) da muito necessária redução das subvenções aos preços dos combustíveis... tudo parecia ser apenas um solavanco no trajecto que até agora tinha sido seguido, até que começaram a cair as bombas nucleares! Afinal os cofres públicos estão depenados e já se projecta um défice orçamental de que não há memória, afinal Temos um deficit brutal de divisas resultado de uma queda astronómica da produção petrolífera, afinal não tínhamos qualquer esperança ao nível da condução da política económica e temos agora uma nova equipa.

Dois meses volvidos e a economia praticamente parou.... Consumidores perderam o pouco poder de compra que começavam a readquirir, a inflação voltará a disparar para valores record, e os agentes económicos do sector privado estagnaram, sem capacidade para decidir quando prosseguir os investimentos delineados ou se começar novamente em processos de redução massiva dos seus quadros de trabalhadores. Não encontro qualquer explicação racional para tao grande trapalhada económica. Não entendo com é que foi elaborado um Orçamento de Estado que errou em 20% na produção petrolífera, ignorou a necessidade de retoma de pagamentos da divida publica e consequente impacto na diminuição das importações do sector privado e deixou que se chegasse a maio para anunciar que os cofres públicos estavam vazios e que agora seriam precisas "medidas de emergência" para poder pagar os salários dos funcionários públicos.

Mas como não vale a pena chorar sobre o leite derramado e se está criar uma nova equipa na área económica (os que ainda não saíram deviam ter alguma humildade profissional e apresentar a sua demissão), vamos olhar para a frente.. E agora, o que fazer?

Antes de mais, parece-me que temos que dar algumas semanas para que o novo Ministro consiga apagar os maiores incêndios deixados... tem que resolver o caos dos cartões de combustível, assegurar pagamentos de salários e demais serviços públicos prioritários e fazer um planeamento básico da restante execução Orçamental para 2023, tentando suavizar o valor final do deficit orçamental. Com isto estou a dizer que concordo que sejam aplicadas algumas medidas de emergência, no fundo temos que estancar as hemorragias que encontrámos no paciente antes de o poder encaminhar para o bloco operatório.

lem todas as obras publicas não prioritárias (se a analise for bem feita estou convencido que será a maioria delas), se corte nas viagens das comitivas, nas compras dos Lexus, e tudo o mais que se encontrar onde o Estado desbarata dinheiro desnecessariamente. Penso também que o aumento das taxas de juro são um mal necessário nesta fase assim como a injecção de algumas divisas pelo BNA no sector privado por forma a não matar um conjunto de boas empresas e actividades económicas que precisamos para o Pais. Sobre este tema em particular dividem-se sempre as doutrinas em extremos muito radicais, devemos ou não deixar o mercado actual livremente? Para mim a resposta é muito simples... o mercado deve funcionar livremente, EXCEPTO em situações de emergência, como aquela em que nos encontramos. É para isso que temos uma reserva e devemos usar quando tudo o resto falha. Também gostaria de fazer uma última referencia para este período de emergência económica: é expectável que as medidas a tomar sejam novamente muito duras e que o descontentamento popular aumente, assim é de extrema importância que aqueles que têm a responsabilidade de assegurar a ordem publica disponham dos meios necessários à execução dos seus deveres. Seria catastrófico juntar uma crise de ordem publica à económica e social. Expansão

Por Pedro Garlito, Senior Advisor da Head Partners


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