Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Copa do mundo 2014 no Brasil - Números - Raio-X - Curiosidades - Balanço final - Piadas - Alemanha Tetra-Campeão

Tags: futebol copa

Raio-x e números da Copa.

 








FICHA TÉCNICA
ALEMANHA 1 X 0 ARGENTINA
Copa do Mundo 2014 - Final

Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ
Data: 13 de julho de 2014, domingo
Horário: 16h (horário de Brasília)
Público: 74.738 torcedores
Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani (ambos ITA)
Cartões amarelos: Schweinsteiger e Howedes (ALE); Mascherano e Aguero (ARG)
ALEMANHA (4-1-4-1): 1. Neuer (7), 16. Lahm (7,5), 20. Boateng (8), 5. Hummels (6) e 4. Höwedes (4); 7. Schweinsteiger (7); 13. Thomas Muller (6,5), 23. Kramer (5) (9. Schürrle 30 do 1º (8)), 18. Kroos (5) e 8. Ozil (5) (17. Mertesacker 14 do 2º da prorrogação (sem nota)); 11. Klose (6) (19. Gotze 42 do 2º (8)) Técnico: Joachim Löw

ARGENTINA (4-4-1-1): 1. Romero (6,5), 4. Zabaleta (6,5), 15. Demichelis (5,5), 2. Garay (7) e 16. Rojo (6); 8. Enzo Pérez (6,5) (5. Gago 40 do 2º (5,5)), 6. Biglia (6,5), 14. Mascherano (6,5) e 22. Lavezzi (6,5) (20. Aguero, intervalo (6)); 10. Messi (6,5); 9. Gonzalo Higuain (5,5) (18. Palacio 31 do 2º (6)) Técnico: Alejandro Sabella
Homem do jogo FIFA: Gotze
Homem do jogo PVC: Boateng
60% x 40%


PRÊMIOS

Vice, Lionel Messi leva prêmio de melhor jogador da Copa e mantém "maldição"

Desde Romário, em 1994 um campeão não leva o prêmio de melhor da Copa








Messi foi eleito o melhor jogador da Copa após ser eleito o melhor em quatro das sete partidas em que jogou

João de Andrade Neto e Cassio Zirpoli
Enviados Especiais

Rio de Janeiro - Ainda não foi dessa vez que a Argentina saiu da fila de títulos mundiais. Mas dessa vez, não há como reclamar do seu principal jogador. Eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo, o atacante Lionel Messi foi eleito o Bola de Ouro da Copa do Mundo do Brasil, mesmo com a derrota na final para a Alemanha, por 1 a 0. Talvez, o troféu mais amargo da sua vida.


Com isso, segue a “maldição” da Bola de Ouro. Desde Romário, em 1994, um jogador premiado como o craque da Copa não vence o Mundial. Desde então, Ronaldo, em 1998, Kahn, em 2002, Zidane, em 2006, haviam conquistado o prêmio como vice-campeões. Messi entra nessa lista. Na Copa de 2010, na África do Sul, a honraria coube a Forlán, quarto colocado com o Uruguai.

Além do título, a Alemanha também teve o melhor goleiro da Copa do Mundo do Brasil. Manuel Neuer foi eleito. Assim como Messi, foi ovacionado ao receber a premiação. Diferentemente do presidente da Fifa, Joseph Blatter e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sempre vaiados quando apareciam nos telões do Maracanã.

Premiações
Goleiro - Manuel Neuer (Luva de Ouro)
Lionel Messi (Bola de Ouro)
Thomas Müller (Bola de Prata)
Arjen Robben (Bola de Bronze)
James Rodríguez (Chuteira de Ouro - Artilheiro)
Paul Pogba (Revelação)
Colômbia (Fair Play)

Texto do Juca Kfouri sobre o Balanço da copa do Mundo




Copa do Mundo no Brasil: um primeiro balanço

Juca Kfouri



O que é pior, o vira-latismo ou o puxa-saquismo?
Se o primeiro se confundir com espírito crítico certamente o segundo é pior, porque mera bajulação.
Comecemos pelo começo: a imagem do Brasil depois da Copa é muito melhor do que, com carradas de motivos, se imaginava antes dela.
Fez-se, em resumo, um bom anúncio do país.
Porque houve a festa que se imaginava que haveria nos estádios e não houve a tensão prevista fora dele.
Por incrível que possa parecer, Joseph Blatter, o poderoso chefão da Fifa, tinha razão: a sedução do futebol falou mais alto, ainda mais porque, paradoxalmente, se a Copa não apresentou nenhuma seleção inesquecível, mostrou jogos formidáveis, como uma homenagem ao país que já foi o do jogo bonito.
Repita-se para suavizar o que virá a seguir: o Brasil ganhou a 20a. Copa do Mundo da Fifa e ainda por cima prendeu gente dela que há décadas atenta contra a economia popular, um legado inestimável, exemplar, digno de ser aplaudido de pé assim como a hospitalidade nacional.
Tamanhas vitórias não escondem as derrotas e aqui não se fará nenhuma menção, além desta, à goleada alemã.
Por falar nisso, em alemães, nossa Copa foi muito melhor que a da África do Sul, mas não foi, como organização, melhor que a de 2006.
Claro, da Alemanha se espera perfeição e a Alemanha esteve perto disso. Do Brasil esperava-se uma catástrofe e o Brasil ficou longe disso.
Contudo, na Alemanha não foram construídos elefantes brancos como os de Manaus, Cuiabá, Natal e Brasília, cujas contas jamais serão pagas a não ser que ocorra mais um milagre brasileiro.
Lá não morreram tantos trabalhadores, nem caiu viaduto com duas mortes, nem se desalojou tantas famílias, nem nada custou tanto a ponto de a nossa Copa ter superado o custo dos três últimos torneios e nenhum estádio foi invadido por torcedores como o Maracanã pelos chilenos. Tampouco faltou luz no jogo de abertura.
Esquecer tais fatos em nome da imagem externa é que é o verdadeiro vira-latismo, como se a aprovação estrangeira nos bastasse.
É verdade sim que o governo federal, um mês antes de a Copa começar, partiu em busca de empatar um jogo que perdia por 4 a 0 e que conseguiu vencer, digamos,por 6 a 5 — o que exige elogios ao ataque assim como críticas à defesa.
Ocorre que há quem queira fazer apenas elogios e outros que só desejam criticar, todos movidos ou por cegueira partidária ou por outros interesses.
Não se trata de negar o sucesso da Copa, mas de dizer que poderia ser melhor.Tudo, aliás, sempre pode ser melhor, por melhor que tenha sido.
Trata-se de não esquecer o quanto custou em vidas e dinheiro, em desalojamentos e atrasos, em remendos de última hora, uma porção de coisas para as quais os estrangeiros não estão nem aí, mas que devem preocupar os que estão aqui e que, enfim, pagarão a conta.
Porque outro legado da Copa é a consciência de que megaeventos são muito bons para quem os promove e para as celebridades que gravitam em torno,mas não são necessariamente bons para quem os recebe, razão pela qual será excelente se os próximos forem submetidos à consulta popular.
O turista que veio não se hospedou nos melhores hotéis nem comeu nos melhores restaurantes, preferiu albergues ou sambódromos, lanchonetes ou churrasquinhos de gato.
Até mesmo os aeroportos inconclusos (o de Brasília é simplesmente espetacular, registre-se) suportaram bem a carga,entre outras razões porque o movimento foi menor que o normal neste período.
Em resumo: o Brasil ganhou a Copa de virada e o resultado pode ser considerado excepcional, digno de comemoração para irritação dos vira-latistas.
Mas não foi de goleada como bimbalham os puxa-sacos.
Além do mais, se o jogo acabou para o mundo, segue correndo no nosso campo.
A um custo que ainda será mais bem apurado.

O Vexame Brasileiro


Da Anatomia de uma derrota à autópsia de uma campanha. O Brasil sofre a maior derrota em cem anos de seleção


PVC se diz 'triste' e dispara: 'Seria melhor perder a final da Argentina por 2 a 1'. Veja!
O estupendo livro Anatomia de uma Derrota recebeu um título primoroso do jornalista Paulo Perdigão, em 1986. Para o vexame na semifinal de 2014, a palavra não é anatomia, mas autópsia. Houve de tudo para explicar a derrota. E há também uma reflexão a fazer sobre o futebol brasileiro depois da maior goleada sofrida pela seleção em cem anos.
A escalação de Bernard ajudou a pressionar nos primeiros nove minutos, mas abriu o meio-de-campo. A seleção brasileira usava muito as pernas e pouco a cabeça, no início da partida. Felipão pensou em usar as entradas em diagonal com Bernard no setor de Höwedes. Esqueceu-se de vigiar o melhor armador da Alemanha: Toni Kroos.
O craque do jogo e do time chega à final com chance de ser eleito o melhor da Copa, se a Alemanha for vencedora. A atuação contra o Brasil foi impecável. Primeiro o cruzamento para o gol de Thomas Muller - falha coletiva da defesa e também de David Luiz.
Depois, o passe para clarear a jogada em que Miroslav Klose marcou pela 16a vez em Copas do Mundo e tornou-se o recordista, à frente de Ronaldo.
E então, dois gols, primeiro em um tiro da entrada da área, depois finalizando uma jogada de pelada. Ambos em erros de Fernandinho, de atuação péssima e abatido depois da primeira falha.
Sofrer quatro gols em seis minutos é raro, Acontece por causa de abalo emcional, mas também por questões táticas. O meio-de-campo do Brasil ficou aberto, escancarado.
Felipão tem razão em tentar manter a serenidade. O futebol brasileiro precisa ter. Acalmar-se, colocar a bola no chão, discutir sobre o que está se passando. E lembrar-se para sempre que o reinício precisa acontecer depois da pior derrota em cem anos. O pior dia da seleção brasileira exige que se faça a autópsia.
SEMIFINAIS
8/julho/2014
BRASIL 1 x 7 ALEMANHA

Local: Mineirão (Belo Horizonte); Juiz: Marco Rodriguez (México); Gols: Thomas Muller 10, Klose 22, Kroos 23, Kroos 25, Khedira 29 do 1º; Schurrle 23, Schürrle 33, Oscar 45 do 2º; Cartão amarelo: Dante
BRASIL (4-2-3-1): 12. Júlio César (4,5), 23. Maicon (4,5), 4. David Luiz (4), 13. Dante (4,5) e 6. Marcelo (4); 17.Luiz Gustavo (4) e 5. Fernandinho (2) (8. Paulinho , intervalo (3,5)); 20. Bernard (4), 11. Oscar (4) e 7. Hulk (3,5) (16. Ramires, intervalo (4)); 9. Fred (3) (19. William 24 do 2º (3,5)). Técnico: Luiz Felipe (2)
ALEMANHA (4-1-4-1): 1. Neuer (7,5), 16. Lahm (7,5), 20. Boateng (7), 5. Hummels (7,5) (17. Mertesacker, intervalo (7)) e 4. Höwedes (7); 7. Schweinsteiger (7,5); 13. Thomas Müller (8,5), 6. Khedira (7) (14. Draxler 31 do 2º (7)), 18. Kroos (9) e 8. Ozil (7); 11. Klose (8) (9. Schürrle 12 do 2º (8)). Técnico: Joachim Löw (8)
Homem do jogo FIFA - Kroos
Homem do jogo PVC - Kroos
51% x 49%

Nem sempre é melhor ser quarto do que ser sexto colocado. O Brasil 2014 revela a contradição dos números


Voltar à semifinal de uma Copa do Mundo depois de doze anos seria bom. Talvez o primeiro passo para voltar à decisão daqui a quatro anos. Mas o sentimento não é esse. Foi muito pior o quarto lugar de 2014 do que o sexto lugar de 2010 ou o quinto lugar de 2006. Não foi bom!
A melancólica apresentação contra a Holanda na decisão de terceiro e quarto lugares mostra isso. O Brasil sofreu o primeiro gol quando subiu sua marcação para pressão e a bola lançada pelo goleiro Cillessen produziu o contra-ataque que terminou com pênalti -- na verdade, falta fora da área vista como pênalti pelo árbitro argelino.
Não importam nem sequer os erros de arbitragem e o segundo gol ter começado com impedimento. De novo, a seleção falhou. Errou passes, não teve criatividade, não conseguiu penetrar na defesa holandesa, ofereceu sua defesa à velocidade de Robben, o melhor da partida.
Já se falou sobre repensar. É o que deve acontecer.
Há, no entanto, lembranças do que se falou antes importantes para achar o tom certo entre o desespero e a esperança. Nunca uma seleção chegou ao título com suas principais referências aos 22 anos. Nem o Brasil de 1958, porque Didi foi, aos 29, o melhor jogador da Copa, não Pelé aos 17.
Daqui a quatro anos, Neymar e Oscar terão 26 anos. Podem ser referências melhores pela idade, desde que o time chegue mais sólido, mais seguro.
O Brasil não acabou. A Copa sim. A melancolia e a certeza de que é preciso fazer um trabalho melhor ainda vai permanecer por um bom tempo.
12/julho/2014
BRASIL 0 x 3 HOLANDA

Local: Mané Garrincha (Brasília); Juiz: Djamel Haimoudi (Argélia); Público: 69.349; Gols: Van Persie (pênalti) 2, Blind 15 do 1º; Wijnaldum 45 do 2º; Cartão amarelo: Thiago Silva, De Guzman, Oscar, Fernandinho, Robben
BRASIL (4-2-3-1): 12. Júlio César (5,5), 23. Maicon (5), 3. Thiago Silva (5,5), 4. David Luiz (5) e 14. Maxwell (5,5); 17. Luiz Gustavo (5,5) (5. Fernandinho, intervalo (5)) e 8. Paulinho (5,5) (18. Hernanes 12 do 2º (6)); 16. Ramires (5) (7. Hulk 28 do 2º (4,5)), 11. Oscar (6) e 19. William (5); 21. Jô (4). Técnico: Luiz Felipe
HOLANDA (3-4-1-2): 1. Cillessen (6,5), 3. De Vrij (6,5), 2. Vlaar (7) e 4. Martins Indi (5,5); 15. Kuyt (5,5), 20. Wijnaldum (6), 16. Clasie (6,5) (13. Veltman 45 do 2º (sem nota)) e 5. Blind (6,5) (7. Janmaat 25 do 2º (6,5)); 8. De Guzman (5,5); 11. Robben (7) e 9. Van Persie (6,5). Técnico: Louis Van Gaal
Homem do jogo FIFA - Robben
Homem do jogo PVC - Robben
57% x 43%

Felipão manda o hexa para o inferno, ele e sua trupe são os grandes vilões desta Copa - Mauro Cézar Pereira


"Brasil foi uma grande bagunça por conta do desconhecimento do que é o futebol hoje"
Luiz Felipe Scolari é um técnico obsoleto. Não é novidade, mas quando este blogueiro disse isso, após a vitória nos pênaltis sobre o Chile — clique aqui e confira —, muitos concordaram e outros tantos preferiram atacar, agredir, ofender. Seguidores cegos como os de uma seita qualquer. Incapazes de ver o que está diante dos próprios olhos. Não, naquela ocasião não disse nada de especial.
Era uma mera e óbvia constatação diante dos seus fracos trabalhos no Chelsea, de onde foi demitido, e no Palmeiras, cujo rebaixamento deixou encaminhado quando perdeu o emprego. E na seleção, onde seus equívocos foram inúmeros e não haveria cortina-de-fumaça capaz de escondê-los para sempre. Como a balela de que jogadores de caráter são emocionalmente fracos, que empurrou para segundo plano o trabalho ruim feito no dia-a-dia, que ficava mais evidente nos jogos.

O maior problema jamais foi emocional, e sim técnico e tático. Isso só não era evidente para quem não queria ver ou preferia proteger o treinador. Como se fosse possível fazê-lo. O time frágil, sem estrutura, sem padrão, sem nada! Vivendo da falsa glória denominada Copa das Confederações, que o Brasil também ganhou antes das Copas de 2006 e 2010, quando sequer chegou às semifinais.
Desta vez a seleção cebeefiana avançou, está entre as quatro melhores, mas talvez fosse mais interessante nem ir tão longe. A Alemanha humilhou os brasileiros. Uma derrota que lembra a final da Copa de 1998, quando os franceses pararam nos 3 a 0 graças à incompetência dos pífios atacantes que atendiam pelos nomes de Guivarc'h e Dugarry. O problema vivido por Ronaldo ainda é utilizado para maquiar os motivos daquele massacre nas imediações de Paris. Foi perdida uma chance de mudar
No Mineirão vimos um novo choque de realidade, como o massacre do Barcelona sobre o Santos. Um time técnico, bem treinado, entrosado diante de um adversário mal escalado, que cedeu os espaços desejados pelos alemães. A forma como o técnico da CBF colocou seu time em campo evidenciou desconhecimento do futebol atual, do adversário, falta de estratégia, de treinamento, de tudo.
Como ocorreu com Muricy Ramalho nos 4 a 0 do Barça sobre os santistas na final do Mundial da Fifa, em 2011. "Professores" supervalorizados como Scolari precisam ser questionados, como os cartolas que os contratam. Marín e Del Nero chamaram Felipão para atuar como escudo, contando com seu enorme e inegável carisma. O homem errado, no lugar errado, na hora errada. Treinador e dirigentes são sócios no desastre.


Ônibus que transporta os jogadores brasileiros na Copa do Mundo e a frase: chegando?
Em campo Neymar e Thiago Silva poderiam diminuir a humilhação, não evitar a derrota. Mas esses 7 a 1 podem trazer algo de bom. Primeiro porque temos a chance de banir essa forma tosca e ultrapassada de jogar, apoiada em desgastados discursos sobre motivação e outras muletas que já não bastam para manter um time de pé. Isso não é o bastante, mesmo com ótimos jogadores que o país revela.
Luiz Felipe Scolari disse antes do duelo com a Colômbia: "Gostou, gostou. Se não gostou, vai para o inferno". Foi para onde ele mandou o hexa que, ao contrário do que sinaliza a frase no ônibus que leva os atletas, não está chegando. Sim, a Alemanha exorcizou o futebol brasileiro, cabe a cada um de nós fazer o possível para que eles jamais retornem. Felipão e sua trupe são os grandes vilões desta Copa. Que ele e Parreira não voltem.
Frases da Copa para não esquecer:
"A CBF é um exemplo para o Brasil. É o Brasil que deu certo, que dá certo", Carlos Alberto Parreira, antes do Mundial
"É só olhar o time que nós temos. Temos a zaga mais cara do mundo. Temos jogadores experientes, com qualidade, respeitados no futebol internacional, jogando em casa. Somos favoritos, sim", Parreira, na primeira entrevista coletiva
"Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares", Luiz Felipe Scolari, sobre o favoritismo atribuído pelo colega de CBF, mais de um mês depois
"Gostou, gostou. Se não gostou, vai para o inferno", Scolari, depois do jogo com o Chile
"Eu fiz aquilo que eu acho que é o mais correto e o melhor", Scolari, na coletiva após os 7 a 1


Piadas sobre o Vexame Brasileiro:



































A Revolução do futebol Alemão nos últimos 12 anos - Após perderem a final da copa 2002 para o Brasil

 






Flávio Gomes - quarta-feira, 9 de julho de 2014 - 23:13 

NÃO FOI ACIDENTE, DONA LÚCIA

 
RIO (mirem-se na Alemanha) – No dia da final da Copa das Confederações, há pouco mais de um ano, Carlos Alberto Parreira fez um dicurso motivacional antes do jogo e usou uma frase de efeito para os jogadores que dali a instantes enfrentariam a Espanha. “Existe uma hierarquia no futebol, e eles foram campeões do mundo sem enfrentar a seleção brasileira!”, bradou para a turma do #ÉTóisss.
Ui, quanta valentia.
E aí a seleção foi para cima da Espanha, um time já envelhecido e que tinha gasto muitas de suas horas em solos brasileiros tomando caipirinha e comendo putas durante um torneio que não valia nada — exceto talvez ajudar os branquelos e branquelas de camiseta de 200 paus da Nike, unhas muito bem pintadas e cabelos loiros, a não se atrapalharem na hora do sonho intenso e raio vívido, muitas vezes trocados pelo amor eterno seja símbolo, naquela zona de hino que fala de coisas incompreensíveis como impávido colosso, florão (flor grande?) da América, terra garrida, clava forte, verde-louro (é aquele da Ana Maria Braga?) e lábaro que ostentas.
O time ganhou, os branquelos aprenderam a cantar o hino, aparentemente, os jogadores passaram a ensaiar os mesmos versos para cantá-los com os dentes cerrados, e vamos para a Copa do Mundo. Antes, vamos quebrar também umas vitrines, culpar a Dilma, criar umas hashtags, #VemPraRua, #NãoVaiTerCopa, reclamar das filas nos aeroportos, bater umas selfies e escrever #ImaginaNaCopa no Facebook quando atrasar um voo da TAM para Orlando.
Acelera o filme e chegamos ao final de maio, maio agora, um mês e meio atrás. Dia de apresentação da seleção em Teresópolis, entrevistas coletivas, olha só como tudo ficou bonito, olha só a estrutura, os quartos, as bicicletas ergométricas, os campos de futebol, a sala de imprensa, as banheiras de hidromassagem, as TVs de LCD, o WiFi funcionando. Felipão: “Nós vamos ganhar a Copa”. Parreira: “Chegou o campeão. Estamos com uma mão na taça. A CBF é o Brasil que deu certo”.
Acelera um pouco mais o filme, chegamos ao dia 8 de julho, vulgo ontem, Mineirão. Como tinham feito nas cinco partidas anteriores, os jogadores entram em campo um com a mão no ombro do outro, feito minha classe na Escola Municipal Dona Chiquinha Rodrigues, em 1971, no Campo Belo, quando eu estava no primeiro ano primário. Cantávamos o hino todos os dias, mas nunca precisei colocar a mão no ombro de ninguém porque era sempre o primeiro da fila, por ordem de tamanho.
Tal rotina cumprida por todo um período escolar me permite não embaralhar versos até hoje, garanto que nunca enfiei a paz no futuro e a glória no passado depois do formoso céu, risonho e límpido, mas ao mesmo tempo me privou de decorar de maneira adequada o hino da independência, porque esse a gente zoava mesmo, eram os cinco filhos do japonês, cada um deles contemplado com uma desgraça diferente, um era vagabundo, outro era punheteiro, e o coitado do quinto tinha nascido sem pinto. Como esse a gente cantava só uma vez por ano, não tinha problema algum abrir mão daquelas baboseiras de garbo juvenil, grilhões da brava gente brasileira, e perfídia astuto ardil é a puta que pariu. Na mesma vida ter de decorar lábaro que ostentas estrelado e ímpias falanges é um pouco demais, não força a amizade.
Pois que os meninos da CBF, o Brasil que deu certo, adentraram o gramado em formação de grupo escolar, perfilaram-se, urraram o hino nacional segurando uma camisa do Neymar Jr. como se fosse a farda de um soldado abatido em Omaha Beach, enquanto o próprio assistia ao jogo em sua casa no Jardim Acapulco pingando fotos no Instagram, #ÉTóiss.
Parêntese. No dia anterior, três dos meninos da CBF também colocaram fotos no Instagram com a hashtag #jogapraele, respondidas, as fotos, com a hashtag #jogapramim pelo soldado abatido na guerra, Neymar Jr. Todos eles, Neymar Jr., Marcelo, Willian e David Luiz, receberam quantia não divulgada da Sadia, patrocinadora da seleção, para a, como se diz hoje, ação. Foram alguns milhões de curtir & compartilhar que deixaram os marqueteiros da empresa muito satisfeitos e ansiosos para saber quantos frangos seriam vendidos no dia seguinte, enquanto os rapazes rangiam seus dentes gritando pátria amada, Brasil.
Então começou o jogo e foi aquela coisa linda.
Então acabou o jogo e estavam todos atônitos, pasmos, chocados, passados, desacorçoados, e os câmeras da FIFA se divertiram fazendo closes de garotinhos com fulecos na cabeça derramando lágrimas no peito de papai com um TAG-Heuer no pulso. Oh, coitados. E os óculos Prada embaçados com as lentes melecadas de rímel? Pobres almas.
Acelera a fita e chegamos à coletiva de hoje, sete figuras em Teresópolis numa mesa, uns dois ou três eu não tenho a menor ideia de quem fossem, ou sejam, porque continuam sendo alguém. Reconheci Parreira, Felipão, Murtosa, o médico, acho que o preparador físico. Tinha um de agasalho, quase um boneco de cera, no centro da mesa tal qual um Jesus Cristo na última ceia, que entrou mudo e saiu calado, e portanto não devia ter grande importância.
E o que se viu foi uma demonstração de arrogância, soberba, prepotência, falta de humildade, um festival de sandices, um arroto coletivo coroado com a carta da dona Lúcia.
Dona Lúcia é a grande personagem desta Copa do Mundo, e surgiu, infelizmente, aos 44 do segundo tempo. Teria sido muito divertido saber o que ela pensava desde o dia 12 de junho, na abertura em Itaquera. Foi sua carta, na verdade um e-mail, afinal estamos em 2014 e nem dona Lúcia escreve mais a mão, fecha um envelope, lambe um selo e vai ao correio, que absolveu toda a CBF, todos os membros da comissão técnica, todos os jogadores, todos os nossos pecados. Foi a carta de dona Lúcia que permitiu a Parreira, a quem encarregaram de dar à luz a missiva, concluir que está tudo perfeito, que ele é perfeito, Felipão também, os demais da mesa, o futebol brasileiro, a CBF. Afinal, como ele disse há um ano, há uma hierarquia no futebol. E estamos no topo dessa cadeia. É nóis, mano. #ÉTóiss.
Bem, vamos a alguns fatos. Foi o pior resultado de uma seleção brasileira desde o dia em que o Homem de Neandertal deu um bico na cabeça do cara da tribo vizinha, arrancando-a e fazendo a dita cuja voar entre duas árvores. Um 7 x 1 numa semifinal de Copa gerou folhas e folhas de estatísticas, todas elas iniciadas com “nunca”. Nunca isso, nunca aquilo.
Não me senti envergonhado de nada nem durante, nem depois do jogo. Quero que a seleção se foda, não dependo dela para viver, torço para a Portuguesa, e para mim, depois de 1982, tanto faz se a CBF tem um escudo com quatro, cinco ou dez estrelas. Para mim, a equação é simples: quem se dá bem quando a seleção ganha? A CBF e os caras que tomam conta dela, mais um pessoal no entorno, mídia incluída, que se apropria das vitórias e se refere ao time na primeira pessoa do plural. Acho todos desprezíveis, então não me importo se ganha, perde, empata, se goleia, se é goleada. Olho tudo, assim, com o distanciamento e isenção necessários e torcendo apenas por uma coisa: que um dia tudo mude.
Mude, porque gosto de futebol. Porque olho para a Alemanha e fico feliz da vida de ver que um projeto feito há não muito tempo dá tão certo e é baseado apenas em honestidade de princípios, trabalho, dedicação, metas, filosofia.
Filosofia. Essa é a palavra. Em 2000, a Alemanha fez uma Eurocopa de merda e não passou da primeira fase. Fritz, Hans, Müller, Klaus e Manfred se reuniram e decidiram salvar o futebol do país. Para isso, era preciso mudar tudo. Clubes, ligas, divisões de base, campeonatos, estádios, distribuição de dinheiro, formação de técnicos, médicos, preparadores físicos, finanças, tudo. O resultado, óbvio e inevitável, seria uma seleção forte, mais dia, menos dia.
Os resultados estão aí e não vou me alongar neles. São quatro semifinais seguidas de Copas, a Bundesliga tem uma média de público assombrosa, os clubes são saudáveis, vivem decidindo os campeonatos europeus, é um sucesso. A coisa é tão bem feita e bem pensada, que os clubes são obrigados até a estabelecer uma filosofia de jogo e aplicá-la em todas as suas divisões. A distribuição de grana não é a obscenidade determinada pela TV Globo aqui, por exemplo. Atende a critérios técnicos, não a planilhas do Ibope. Em resumo, em 14 anos, o que é quase nada, os caras reconstruíram seu futebol. E o futebol na Alemanha, com o perdão da expressão, mas não encontro outra melhor, é do grande caralho.
Enquanto isso, por aqui, ele é infestado por figuras sombrias e deprimentes, gente ligada ao regime militar, múmias carcomidas, antiquadas, obsoletas, conservadoras (o treinador é admirador confesso de Pinochet), adeptas de rituais de guerra, de conceitos bélicos, de atitudes marciais, gente que não sorri, que dá asco, que, definitivamente, não tem nada a ver com o futebol que o Brasil um dia mostrou ao mundo e fez com que o mundo se encantasse por ele. E até hoje isso acontece. Esse encanto, que é claramente uma herança do passado, segue tão vivo que a Alemanha, hoje, pediu desculpas ao Brasil.
Não precisava. Essa gente não merece tamanha consideração. A seleção brasileira não representa nada, a não ser os interesses (pessoais, muitas vezes; não estou falando só de dinheiro) de meia-dúzia que há décadas se locupleta com ela. Como explicar a escolha do técnico, por exemplo? Felipão, nos últimos dez anos, perdeu uma Euro com Portugal para a Grécia em casa, foi demitido do Chelsea, mandado embora de um time uzbeque e rebaixou o Palmeiras para a Série B. Prêmio: virou técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo disputada no Brasil.
Hoje, na tal coletiva, brandiu folhas de papel com seu retrospecto e carga horária de treinos para provar que fez tudo direitinho. Parreira, figura hedionda e sorumbática, interrompia o abatido treinador a cada resposta para rebater toda e qualquer crítica e reforçar sua autoproclamada competência, seu currículo inatacável, seu passado vitorioso de líder de polichinelo, flexão de braço, distribuição de coletes e posicionamento de cones.
O futebol brasileiro recebeu alguns recados nos últimos anos. Quando o Santos tomou duas goleadas do Barcelona, por exemplo. Ou quando o Inter foi eliminado do Mundial de Clubes por um time africano. E, depois, o Atlético Mineiro — por uma equipe marroquina. As finais da Libertadores serão retomadas agora, depois da Copa. Sabe quantos clubes brasileiros estão entre os semifinalistas? Nenhum. A média de público da Série A é não menos que ridícula. O campeonato do ano passado acabou num tribunal fajuto porque a CBF não consegue publicar uma suspensão de jogador num site. O clube que reclamou dessa iniquidade foi chantageado e ameaçado de desfiliação e acabou rebaixado, sem ter direito sequer de buscar seus direitos.
Esse futebol, ontem, levou sete gols da Alemanha. Quatro deles em seis minutos. E a turma responsável por esse vexame hilariante, hoje, não desceu do salto. Não assumiu nenhum erro. Não admitiu nenhuma falha. Não reconheceu suas deficiências. Tratou o resultado como um acidente.
Foi quando surgiu a carta de dona Lúcia. Que termina sua peroração dizendo que não entende nada de futebol. Talvez por isso os sete da mesa, mais os que nela não estavam, tenham tentado convencer dona Lúcia de que foi um acidente.
Mas não foi não, dona Lúcia.
* Ilustro este post, que nem queria escrever, porque não escrevi nada desta Copa, infelizmente (foi uma Copa riquíssima e excepcional), com a melhor das capas de jornal que vi hoje. É do “Extra”, aqui do Rio, que enterra de uma vez por todas o Maracanazo. O que aconteceu em 1950 foi uma tragédia. O que aconteceu ontem, uma vergonha. São coisas bem diferentes.
 Essa eu já publiquei, mas não custa repetir:

O desabafo de Romário




"Ladrões, corruptos e quadrilheiros!". Campeão mundial e principal jogador na campanha do tetracampeonato, Romário detonou a organização do futebol brasileiro após a humilhante eliminação na Copa do Mundo de 2014

Após a goleada histórica sofrida pelo Brasil diante da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, o ex-jogador e deputado federal Romário desabafou. Através das redes sociais, afirmou que José Maria Marin, presidente da CBF, e seu vice e sucessor eleito, Marco Polo Del Nero, deveriam estar na cadeia. O parlamentar fez duras críticas à corrupção e à gestão no futebol brasileiro, e falou em “falência” do esporte no país.
“Passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada!
Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente.
Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado essa vitória histórica.
Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de atitude do treinador de mudar o time.
Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de longe.
Nosso futebol vem se deteriorando há anos, sendo sugado por cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha. Ficam dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e quadrilheiros!
O meu sentimento é de revolta.
Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano, nossos jogadores. Porque não se iludam, futebol é negócio, business, entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo Federal no nosso futebol.
Em 2012, eu apresentei um pedido de CPI da CBF, baseado em um série de escândalos envolvendo a entidade, como o enriquecimento ilícito de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM. O pedido está parado em alguma gaveta em Brasília há dois anos. Em questionamento ao presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, mas ouvi como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está na hora?
Exceto por um vexame como o de ontem, o Brasil não precisaria se envergonhar de uma derrota em campo, afinal, derrotas fazem parte do esporte. Mas vergonha mesmo devemos sentir de ter uma das gestões de futebol mais corruptas do mundo. A arrogância dessa entidade é tão grande que até o chefe da assessoria de imprensa chega ao absurdo de bater em um atleta de outra seleção, como fez o Rodrigo Paiva contra um jogador do Chile Pinilla. Paiva pegou quatro jogos de suspensão e foi proibido de acessar o vestiário dos jogadores. Este ato foi muito simbólico e diz muito sobre eles. O presidente da entidade, José Maria Marin, é ladrão de medalha, de energia, de terreno público e apoiador da ditadura. Marco Polo Del Nero, seu atual vice, recentemente foi detido, investigado e indiciado pela Polícia Federal por possíveis crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha. São esses que comandam o nosso futebol. Querem vergonha maior que essa?
Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia! Bando de vagabundos!!!
A corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros, vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa. Já prevendo uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no poder com um quadro desfavorável.
E os clubes? Sim, eles também são responsáveis por essa crise. Gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de atletas. Grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e Receita Federal.
E toda essa má gestão que tem destruído o nosso futebol, infelizmente, tem sido respaldada há anos pelo Congresso Nacional com anistias e mais anistia destes débitos. Este ano tivemos mais um projeto desses vexatórios para salvar os clubes. Um projeto que previa que clubes pagassem apenas 10% de suas dívidas e investissem 90% restante em formação de atletas. Parece até deboche. Uma soma de aproximadamente R$ 4 bilhões ou muito mais, não se sabe ao certo. Corajosamente, o deputado Otávio Leite, reconstruiu o texto e apresentou uma proposta honesta estruturada em responsabilidade fiscal, parcelamento de dívidas e a criação de um fundo de iniciação esportiva, com obrigações claras para clubes e CBF.
Em resumo, a nova proposta além de constituir a Seleção Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural Imaterial – obrigava a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e internacional. O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira, vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros, bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos licenciados. O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam responsabilidade à CBF, punição à entidades e outros gestores do futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter participação de um conselho de atletas nas decisões.
Mas este texto infelizmente não foi para a frente. Sete deputados alemães fizeram os gols que desclassificaram nosso futebol e nos tirou a chance de moralizar nosso esporte. Estes deputados, como todos sabem, fazem parte da Bancada da CBF, mudei o nome porque Bancada da Bola é muito pejorativo para algo que amamos tanto. Gosto de dar os nomes: Rodrigo Maia (DEM -RJ), Guilherme Campos (PSD-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), José Rocha (PR-BA) , Vicente Cândido (PT-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Valdivino de Oliveira (PSDB-GO).
Essa partida ainda pode ser revertida com a votação do projeto no Plenário da Câmara. Será que esses sete deputados voltarão a prejudicar o nosso futebol?
O futebol brasileiro tomou uma goleada e a derrota retumbante, infelizmente, não foi só em campo. Nem sequer tivemos o prazer de jogar no Maracanã, um templo do futebol mundial, reformado ao custo de mais de R$ 1 bilhão. Acha que foi porque não chegamos a final? Não. Poderíamos ter jogado qualquer outro jogo lá. A resposta disso é ganância e arrogância. É a CBF que escolhe onde o Brasil vai jogar, mas, obviamente, poderia ter tido interferência do Ministério do Esporte e da presidência da República, mas nenhum destes se manifestou. Quem levou com essas escolhas?
Para fechar com chave de ouro, a CBF expulsou do vestiário Cafú, capitão de seleção do pentacampeaonato. Cafú foi expulso do vestiário enquanto cumprimentava os jogadores ontem. Este é o retrato do nosso futebol hoje, não honramos a nossa história.
Dilma tem sim que entregar a taça para outra seleção. Este gesto será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos! Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz”

A Copa de 2010 revolucionou o futebol. E agora, o que fica de 2014?






A Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, elevou a Espanha ao patamar de referência no futebol. Não por acaso. O time treinado por Vicente Del Bosque e chefiado dentro de campo por Xavi Hernández e Andrés Iniesta venceu a Copa na bola, jogando mais, com o tiki-taka, e reproduzindo o que o Barcelona de Pep Guardiola e Lionel Messi fazia ao varrer a Europa.
O resultado daquela Copa foram os olhos voltados à Espanha, ao Barcelona e a Guardiola. Desde então o planeta passou a encarar o futebol de forma diferente: posse de bola virou o mais importante princípio, e passes curtos e triangulações viraram características valorizadas. A bola passou a ser tratada com mais carinho, afinal se viu que o volante que sabia construir era melhor do que aquele que só destrói.
Essa Copa, de 2014, também irá influenciar o futebol de forma diferente, a partir daquilo que deu certo e daquilo que deu errado. Veja o que essa Copa deixa de legado para o futebol:
1. Alemanha lidera novo ciclo
O novo ciclo do futebol mundial será liderado pela Alemanha, pela primeira vez na história. De 1958 a 1970, obviamente, os olhos do mundo da bola se voltaram ao Brasil de Pelé, que venceu três de quatro Copas. Depois, a Holanda de Rinus Michels influenciou o mundo inteiro, mesmo sem título, de 1970 a 1978. Com Diego Maradona, a Argentina assumiu o protagonismo até 1990, quando o Brasil voltou aos holofotes com a geração de Romário até Ronaldo, em 2006. Depois da Espanha, que assim como a Holanda de 74 revolucionou o futebol, a partir de 2014 a Alemanha assume esse papel.
2. O futebol brasileiro ficou pra trás
É incomparável o futebol apresentado pela seleção brasileira e por outras que se destacaram nessa Copa do Mundo. O futebol brasileiro não fica para trás em 2014 só por causa da derrota vexatória por 7 a 1 para a Alemanha, mas por não conseguir superar tecnicamente – com jogadores de melhor qualidade – equipes como Chile e Colômbia, vizinhos, sem tradição, sem jogadores tão bons, mas com coletivo muito melhor.
3. A Copa premia o planejamento
Não há mais sorte ou imprevisibilidade capaz de superar o planejamento. Essa Alemanha começou a ser preparada há 14 anos, em 2000, após o fracasso do time nacional na Eurocopa daquele ano. O episódio se tornou marco para uma revolução no futebol alemão, e até o governo do país atuou nas mudanças. Clubes de primeira e segunda divisão foram obrigados a implementar categorias de base em programa de estruturação do futebol nacional. Quem trabalha bem recebe mais incentivo. Deu certo, e o resultado é o título de 2014.
4. Camisa não ganha mais jogo
Atrelado ao conceito do resultado a partir do planejamento, cai a máxima de que c


This post first appeared on Jogos, Dinheiro, Internet, please read the originial post: here

Share the post

Copa do mundo 2014 no Brasil - Números - Raio-X - Curiosidades - Balanço final - Piadas - Alemanha Tetra-Campeão

×

Subscribe to Jogos, Dinheiro, Internet

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×