Sangue e Água é a mais nova série Sul-Africana da Netflix e teve sua primeira temporada lançada em 20 de maio de 2020. A direção fica por conta de Nosipho Dumisa, um entre três que dirigiram a série, e esta conta com Ama Qamata, Khosi Ngema, Gail Mabalane, Thabang Molaba, Dillon Windvogel, Natasha Thahane, Arno Greeff, Xolile Tshabalala, Getmore Sithole, Cindy Mahlangu, Ryle De Morny entre ouros nomes em seu elenco.

Enredo de Sangue e Água

Sangue e Água conta a história de Puleng (Ama Qamata), uma jovem adolescente que possui uma irmã desaparecida. Traumatizada, a família faz uma festa de aniversário para a primogênita desaparecida, com a esperança dela voltar um dia, o que sempre incomoda Puleng, já que ela deseja que a família dela siga em frente. Durante um desentendimento com sua mãe, a jovem então decide aceitar um convite para ir a uma festa naquela noite. Logo, chegando lá, ela percebe que era uma festa grande de pessoas da alta sociedade. Depois ela acaba encontrando Wade (Dillon Windvogel), que fala de quem é aquela festa, no caso, a dona é Fikile (Khosi Ngema).

Então, Wade mostra uma foto de Fikile para Puleng e comenta a semelhanças entre elas. Por fim, o caso da sua irmã é reaberto e seu pai é preso como suspeito. Por conta disso, ela começa uma investigação para descobrir se Fikile é ou não sua irmã.

A série possui um ritmo que acelera aos poucos durante o primeiro episódio e consegue manter um ritmo relativamente acelerado. Porém há, em várias partes, uma quebra no foco da série, onde ela tenta discutir várias coisas sem desenvolvê-las. A exceção são as discussões raciais, que conseguem se desenvolver paralelamente com a trama em si, o que acaba atrapalhando no ritmo da série. Além disso, a série força coincidências que expõem a falta de criatividade dos roteiristas em arranjar uma saída melhor para as situações.

Elenco e Personagens

Os roteiristas não conseguem entregar um trabalho bom quando se fala em construção e desenvolvimento de personagens. Isso começa pelo fato de vários personagens serem rasos e também sem importância para trama. Ademais, os personagens não são um dos mais incomuns por ai, estes e suas personalidades, assim como muitas das coisas na série, são extremamente clichê.

As atuações são uma das partes boas, mas essa excelência só se mantém até a metade da temporada, na outra metade, as atuações param de ficar interessantes. Ama Qamata (Puleng) por exemplo, consegue dar bastante credibilidade na sua atuação, no entanto, sua interpretação se enfraquece ao longo da temporada, culpa não só da atriz, mas também da direção. 

Direção e Fotografia de Sangue e Água

A direção é uma parte que até surpreende visualmente, o que deixa ela esteticamente muito boa, não só isso, mas muitos dos ângulos e movimentos de câmera utilizados são bem interessantes e servem muito à história e colaboram para não deixar a série cansativa. Além disso, é possível ver uma direção do elenco muito boa, porém nem tudo é flores, já que todas esses aspectos são muito bons. No entanto, na primeira metade da temporada, é possível visualizar que não só os diretores, mas também os roteiristas, perdem o controle e a mão a partir da segunda metade da série.

A fotografia é uma parte visualmente agradável e feita sem preguiça, porém não é possível ver uma preocupação em dizer mais, tanto com as cores, quanto com a iluminação, o que não é um ponto extremamente ruim mas acrescentaria bastante a trama.

Cenografia e Figurinos

Os cenários são simples e bastante comuns, mas são detalhados e mostra um pouco a diferença entre a alta sociedade, que mora em casa gigantescas, e uma classe mais pobre, que mora em casas mais simples. Os figurinos seguem o mesmo padrão dos cenários: simples e comuns, mas é possível ver por exemplo a mesma diferença de poder aquisitivo nas roupas como, por exemplo, os uniformes.

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