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Vulcão Lascar: o segundo de muitos

Esse negócio de subir montanha vicia, sou eu mais uma das contaminadas por essa doença. Sempre fui de caminhar, fazer trekking, mas parece que o desafio de chegar ao cume é sempre mais recompensador. Ainda mais de um vulcão. Ainda mais se está a mais de 5500 metros de altitude. Dessa vez, foi o vulcão Lascar, em San Pedro de Atacama, o meu objetivo.

Os preparativos para o Vulcão Lascar

Os vários queridos brasileiros que eu encontrei fazendo os passeios com a Ayllu Atacama escutaram muitas vezes os meus lamentos: eu queria muito subir o vulcão Lascar no último dia da viagem, mas tava com a cabeça fervilhando de dúvidas.

A principal era se eu dava conta. Tenho condicionamento físico relativamente bom, mas a altitude me mata. Lembra do terror no Cânion del Colca? Então, ele vinha e voltava na minha cabeça toda vez que pensava em subir o vulcão Lascar…

E algumas coisas aconteceram…

Muitas coisas aconteceram, mas o frio foi o que pegou…

No Salar de Tara, o vento estava tão forte e congelante que me deixou sem voz e com a garganta zuada. Maus pressentimentos…

Mas fiz a minha parte sofrida: cortei o álcool ~tchau vinito~ e tomei remédio direitinho pra ver se estava 100% pra Subida. Até fui dormir cedo, só que…

A maldita noite anterior a subida ao Vulcão Lascar

Em pleno domingão, os vizinhos do hostel que eu estava resolveram fazer A FESTA (ou como se diz aqui no Chile, el carrete). Música alta, Gente conversando gritando e com certeza muito vinho… até as 3 da manhã! E eu, com a minha dificuldade de dormir de sempre, estava desesperada… da 9 da noite às 3 da manhã sem dormir! E a saída para a subida ao vulcão Lascar era às 6 da manhã.

– Tô fudida –

Dormi duas horas e meia, tava com o nariz entupido e tinha uma subida de 3 horas em altitude, tem como ser otimista?

A cara de sono é notável debaixo de tanta coisa…

Os detalhes da pré subida 

Já contei pra vocês que cortei – tristemente – o álcool por uns dias e estava focada em estar o melhor possível para não me complicar na subida. A preparação é uma parte importante da subida ao vulcão Lascar, não se esqueça disso!

Mais uma coisa legal da Ayllu – gente, sério, não é puxação de saco, é que é bom mesmo – é que no dia anterior a subida tem uma reunião pra explicar certinho como é e ver todos os detalhes. Não satisfeita em conversar com o nosso guia, eu ainda fiquei atazanando todos os guias da Ayllu (e eu pedi luva emprestada pra todo mundo, btw, rs) e também o Mike, que subiria com a gente o Lascar, mas teve um compromisso e acabou tendo que viajar as pressas…

Estava me sentindo segura!


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Como se vestir para a subida ao vulcão Lascar

Quando acordei, já tinha deixado minhas roupas separadas pra subida – e confesso, tinha dormido com a segunda pele porque né, faz frio.

  • Segunda pele – calça
  • Calça comoda para caminhar
  • Blusa dryfit manga longa
  • Fleece densidade 380g/m²
  • Corta vento impermeável
  • Touca
  • Duas luvas (sim, duas)
  • Meia bem quente
  • Bota impermeável para trekking
  • Cachecol
  • Balaclava – aquele pano que serve de tudo, mas nesse caso, foi no pescoço mesmo. pra proteger ainda mais
  • e óculos escuros
O super look escaladora de montanhas ~gringa~

Além disso levei minha câmera semi profissional e a GoPro, uma garrafa de 500mL de água e um milka, o meu presente pra mim mesma nas subidas – confesso que muitas vezes é whisky, mas dessa vez não quis arriscar na descida do Lascar…

E o pessoal da Ayllu nos deu um kit com banana, frutos secos, barra de cereal, gatorade e água. Mais que suficiente!

A subida ao Vulcão Lascar

Vulcão Lascar: A primeira parada

Dentro da van, pra chegar ao ponto que íamos tomar café da manhã, a ideia era ir dormindo. Mas e a ansiedade? Deixo onde? Fechei os olhos, mas não dormi… Fiquei lá, com meus pensamentos doidos até que a gente desse de cara com essa paisagem…

Nesse lugar lindo e gelado – gente, vocês não tem noção do vento que tava – a gente tomou café da manhã, já olhando pro nosso desafio: o vulcão Lascar tava lá, absurdamente imenso na paisagem.

Que lindeza!

– concentra, concentra –

Mas já teria valido a pena sem a subida, esse café da manhã aos pés do Lascar já foi lindo e até me deu mais forças pra subir.

Comidos? Comidos! Sobe no carro que tem mais chão. Nesse momento eu resolvi que ia deixar a câmera no carro e ia apenas com a GoPro… A câmera é bem pesada e incômoda e não queria que nada me impedisse – prefiro subir sem fotos do que ter fotos lindas só até a metade do caminho.

E também prefiro ter fotos com a luva na lente do que congelar os dedos sem luva…

Vulcão Lascar: a subida

Descemos do carro e aí começou: ajustar os bastões de caminhada (indispensáveis e me salvaram a vida na descida), colocar a mochila nas costas com o básico (deixei a barra de cereal e uma garrafa no carro) e go… bora subir o vulcão Lascar!

Dica pra chegar na cratera do vulcão Lascar: Menos é mais, não fique levando unicórnios que você não vai usar no caminho!

Éramos três viajantes e três guias, mas logo viramos dois e dois: uma menina que tava com a gente não tava dando conta e um dos guias ficou pra trás com ela… E a gente seguiu. Foco no Lascar!

Tira foto, respira e concentra….

E a gente subia… e nada de ver até onde era! Os primeiros 30 minutos foram relativamente fáceis, a gente ainda tava no pique, nada cansado e cheios de ânimo. Fizemos paradas estratégicas pra tomar água e respirar – principalmente respirar.

Dica pra chegar na cratera do vulcão Lascar: Nas paradas, tente não cair em tentação: se sentar, vai ser mais difícil levantar! Descanse em pé. Vai por mim!

Sim, cansa!

A primeira hora se foi e me veio o cansaço. Nem era perna o problema, mas sim a respiração. Tava doendo respirar e – momento nojerinha – meu nariz não parava de escorrer. E a minha balaclava já tava nojenta de tanto que eu tava limpando o nariz nela – eca!

Sempre tampando o nariz… agora vocês sabem porque, rs…

Os passos não cansavam, mas a respiração doía. Parecia que o ar não tava sendo suficiente pro esforço e eu comecei a ficar um pouquinho pra trás… E sempre que isso acontece eu tenho a minha tática:

Dica Camila para chegar na cratera do vulcão Lascar: conte passos, isso te ajuda a cumprir pequenas metas. A cada x passos você se dá o direito a uma parada para respirar fundo e assim o tempo passa mais rápido. Pra mim funciona!

Continue a nadar. Continue a nadar. E numa subidinha tensa: a passos curtos e um cansaço que estava acabando comigo. E eu pensando: não posso desistir, não POSSO desistir!

O Ariel e a Luana foram os nossos guias – companheiríssimos – e, realmente, foram essenciais para a subida. As paradas foram precisamente nos lugares que a gente precisava parar.

Em algum ponto da subida…

Só que, cansadíssima, ouvir que faltava ainda 40% do caminho foi um balde de água fria. Surra de verdades dói! Mas melhor do que falar que estávamos quase lá… O bom é que veio com a notícia que o pior da subida já tinha passado. Ufa!

Entre nariz fungando, pés congelando e respiração cansada, a gente pensa em tudo: será que eu fiz certo de vir morar no Chile? compro uma bicicleta? ou devo esquecer esse negócio de blog? tô fazendo certo? Só sei que eu me sinto super privilegiada em ter uma experiência dessas, dessas que mudam a vida.

Música da vitória!

E assim cheguei! Cheia de pensamentos doidos na cabeça… e foi inevitável soltar umas lágrimas de alegria: acho que com um texto não dá pra entender a imensidão da coisa…

O legal foi encontrar com vários guias, de várias agências diferentes, e outras brasileiras por lá também!

Brasileiros na cratera do vulcão Lascar – quando eu digo que a gente encontra brasileiros em todos os lugares…

E todos eles nos felicitando: sabiam que não é pra todo mundo! É aquela felicidade que contagia quem sobe toda semana e quem faz isso uma vez na vida…

E é lógico que tem o momento fotos na cratera do vulcão Lascar!

A minha preferida! =)

Aproveitei tanto os momentos pertinho da cratera que esqueci de comer meu presente: meu chocolate mega calórico de recompensa! Mas eu comi no carro, óbvio que não ia deixar barato…

Vulcão Lascar: e quem disse que a descida é fácil?

Prepare os joelhos porque essa descida do vulcão Lascar não é dos mais fáceis…

Descer é o que mais complica sempre, ainda mais pra mim, com meus conhecidos joelhos podres. Mas aprendi uma coisa aqui no Chile: esquiar na neve. Mas não, não é esquiar estilo Valle Nevado, é esquiar andando na neve. Ixe, compliquei…

Vai na fé, confia nos bastões e use sua bota como ski… e não liga se cair, porque é normal! Mas isso faz com que a descida seja muito mais suave e menos cansativa… além de ser MUITO mais rápido! E assim eu e a Luana – morrendo de rir dos tombos – descemos rapidão, enquanto os meninos ficaram pra trás, descendo da maneira tradicional.

E ainda pegamos uma carona com um dos guias que tinha estacionado mais pra cima no Lascar, pra economizar uma descidinha a pé, já que o nosso carro tava um pouco mais embaixo. E todas as 7 pessoas dentro do carro com aquele sorrisão de orelha a orelha!

Na volta aí sim eu consegui apagar… Voltei dormindo, mas acho que continue com o sorrisão de quem consegui superar mais um vulcão!

E qual será o próximo vulcão?

Boa pergunta, depois de ter subido o Lascar já deu comichão, e já estou MESMO procurando o terceiro! A sensação é tão boa que vicia Será que o Licancabur é uma boa pedida? Ou será que dessa vez será o Villarrica? (que seria a minha primeira tentativa, mas né, resolveu entrar em erupção, rs)…

Já leu sobre a subida ao Quetrupillán? Confere aqui  

Viajamos à San Pedro com o delicioso convite da Ayllu Atacama. E não é por isso que deixamos de escrever o que pensamos e a nossa opinião sobre tudo! Nos mantemos isentos e fiéis com vocês, amigos! =D

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