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João Mário: "Não há questão em relação à justiça deste título"


 

Com a serenidade própria de um líder, João Mário, subcapitão do Benfica, concedeu uma entrevista ao jornal A Bola onde falou dos momentos marcantes que conduziram ao 38, num trajeto que contou com a sua melhor versão na carreira. A liderança em campo e fora dele, o primeiro encontro com Roger Schmidt e o desempenho coletivo foram alguns dos vários temas abordados.

Nunca se tinha visto um João Mário como aquele que os Benfiquistas, e não só, tiveram o prazer de ver em 2022/23, temporada em que o médio superou o seu máximo de carreira. Foram 51 jogos oficiais, 23 golos e 13 assistências, isto se olharmos para todas as competições.

Na Liga Bwin, apontou 17 golos nos 2657 minutos em que competiu, fechando o pódio dos melhores marcadores da competição.

Dados que vão ao encontro de um "momento-chave" na carreira, como o próprio define a primeira conversa que teve com o treinador Roger Schmidt. Também especial, revelou, foi a aprendizagem com o "capitão da cabeça aos pés", como é reconhecido Otamendi.

Certo é que, nesta conversa, os méritos da conquista do 38 pelo Benfica ficam sublinhados por quem fez parte da equipa que "jogou melhor futebol" e "entusiasmou muito na Europa".

Para a temporada 2023/24 ficou a promessa de "luta" por novas conquistas, deixando ainda uma explicação para a renúncia à Seleção Nacional, a qual passa pelo facto de pretender "dedicar-se mais" ao Clube, onde, diz, se sente "cada vez mais valorizado".

DA RÚSSIA ATÉ PORTUGAL

"Obviamente que no futebol tudo muda muito rápido, tento Sempre dizer e falar o que sinto no momento. Todos os passos que dei foram sempre de forma consciente, de forma sempre muito bem pensada. A experiência na Rússia foi muito positiva, gostei muito, foi muito diferente daquilo a que estava habituado. Mas, como em todos os momentos da minha carreira, vi sempre o lado desportivo, e na Rússia [ao serviço do Lokomotiv Moscovo], apesar de ter uma carga financeira, achei que era o projeto ideal para mim, pois joguei na Liga dos Campeões. Foi giro conhecer outra realidade, sem dúvida que, desde então, muita coisa mudou. O que sentia na altura era o que sinto atualmente."

O SENTIMENTO ASSOCIADO AO TÍTULO

"Este título foi muito especial para mim, pela mudança que fiz, com uma época um pouco especial no ano passado em que comecei muito bem na primeira parte e, depois, por várias razões, não foi muito boa. Era importante, não só juntar à minha prestação individual neste ano, conquistar um título pelo Benfica, que era tão desejado por mim e por todos os adeptos. Foi sem dúvida especial estar na história deste troféu e, individualmente, de forma positiva, estar presente e ser importante no título."

A JUSTIÇA DE UM LÍDER INCONTESTADO

"Vencedor justo? Não há qualquer dúvida. Olhando para aquilo que foi o Campeonato, fomos sempre uma equipa muito consistente. Quando uma equipa está em 1.º lugar desde a primeira até à última jornada, nem pode sequer ser colocada essa questão. Fomos a equipa que jogou melhor futebol, um futebol ofensivo, fomos uma equipa compacta, daí termos tido a melhor defesa. Também fomos uma equipa que entusiasmou muito na Europa. Não há questão em relação à justiça deste título."

REINVENÇÃO COMO JOGADOR

"As pessoas têm pouca noção daquilo que é o dia a dia, os momentos de carreira de um jogador. Nunca estou satisfeito, quero sempre melhorar, mesmo com a idade podemos sempre melhorar, claro que se perdem algumas coisas, mas ganham-se outras. Sinto-me mais jogador hoje do que era quando venci o Campeonato da Europa por Portugal. Não tem comparação o que sou hoje com o que era. A crítica vai fazer sempre parte da nossa vida, toda a gente comenta, é o desporto-rei no nosso país. Temos de saber lidar com a crítica. Não me foco no que as pessoas pensam, mas sim naquilo em que posso melhorar todos os dias, em todos os treinos, tento ser sempre mais competitivo, até pelo papel que tenho no Benfica, sendo um dos capitães. Essa foi a minha grande evolução, não tanto pelo que faço dentro de campo, mas pelo processo fora de campo."

PRIMEIRO ENCONTRO COM ROGER SCHMIDT

"Foi especial para mim, porque durante o período após o último Campeonato e o início da era com o míster Roger [Schmidt] muito se falou sobre a minha continuidade, da minha importância, se teria espaço neste novo Benfica com ele. Para mim é especial, porque nunca me tinha acontecido na carreira... Na primeira conversa que tive com ele, disse-me 'tu vais ser importante na minha ideia de jogo e na minha equipa' e 'acho que estás na idade perfeita para, de certa, forma liderares o balneário'. Foi especial um treinador com tanta experiência, com tanta qualidade, dizer isso. Ele dizer isso na primeira conversa sem ter existido um treino e acabar por se confirmar... Se há momentos-chave que marcam, esse foi um deles."

SER SUBCAPITÃO DO BENFICA

"Olhando um pouco para o plantel do Benfica, claro que também tem a ver com a escolha do treinador, acho que até fez algum sentido pela idade que tenho, a experiência que tenho a vários níveis. Obviamente que temos um grande capitão, que é o Nico [Otamendi], toda a gente olha para ele e vê um capitão da cabeça aos pés. Fui aprendendo muito com ele em questões de liderança. Mas acredito que, atendendo à idade que tenho, à experiência, o conhecimento, a experiência que adquiri na Rússia, em Itália, Inglaterra, na Seleção Nacional, estou no momento perfeito para também conseguir ajudar colegas mais novos, menos experientes. Acho que foi isso que o míster viu, e isso terá sido determinante para a escolha."

23 GOLOS E 13 ASSISTÊNCIAS

"Nem nos meus melhores sonhos imaginei uma época tão produtiva. Se alguém me dissesse isso, eu diria que era maluco, com certeza. Era difícil para toda a gente imaginar atendendo àquilo que foram os meus números nas épocas anteriores, mas é por isso que o futebol é tão bonito. É imprevisível, é um processo de acreditar. Eu acredito que havia alguma falta de tranquilidade no momento da decisão e foi uma coisa que fui melhorando em cada treino. Obviamente, quando repetes muitas vezes uma situação no treino, no jogo torna-se mais fácil. Neste ano, com a ideia de jogo do míster, e também com muitos treinos e muita finalização, foi um processo natural. Quando marcas um, queres marcar dois, quando marcas dois, queres marcar três... A partir de um momento, quando chego ali aos 10 golos, é sempre bom porque já superei a expectativa e fui sempre acreditando que era possível aumentar os números."

MELHOR GOLO APONTADO

"Talvez o golo que marquei ao Maccabi [em Haifa]. Tínhamos feito uma boa Liga dos Campeões, mas acabar em primeiro num grupo em que havia o Paris Saint-Germain e a Juventus, por tudo o que significou, era o golo que escolheria."

PAPEL NO BALNEÁRIO

"Honestamente, o nosso papel num clube depende sempre muito daquilo que o treinador te delega. Ou seja, se jogares muito, obviamente o teu papel vai ser cada vez mais importante. Se fores um dos capitães, como é o meu caso, ainda mais importante. O míster Roger deu-me isso tudo. Deu-me a confiança de continuidade, jogar muitos jogos, de estar sempre presente. Obviamente, os meus números foram-me ajudando a conquistar cada vez mais a confiança dos meus colegas. Acho que sou a prova de que, se estiver rodeado de uma excelente equipa, consigo ter números ainda melhores. Há jogadores que têm qualidade individual e, por si só, resolvem jogos. Eu acredito que sou um jogador que pode ajudar sempre um clube a conquistar títulos, e isso, para mim, é o mais importante."

O MÊS DE ABRIL

"Não concordo com a questão da pressão, porque faltava muito, mas tínhamos, de certa forma, uma vantagem confortável. Obviamente que, quando estás com 10 pontos e passas para quatro, houve muita pressão exterior, até dos nossos adeptos, porque o Clube já não conquistava um título há muito tempo. Mas, de dentro, a equipa manteve-se sempre calma. Obviamente que, até eu, a nível individual, atendendo aos meses de março, fevereiro e janeiro, vi a minha produção cair, e é normal. Durante uma época, vais ter picos de forma muito bons e vais ter outros menos bons. É saber lidar com isso e aceitar. A equipa aceitou que não estava num bom momento. Tentámos sempre focar só naquele que era o grande objetivo da época. Passando um período um pouco mais turbulento, terminámos de forma excecional."

ASCENSÃO DE JOÃO NEVES E ANTÓNIO SILVA

"Obviamente, quando perdes um jogador tão importante como o Enzo, a dinâmica da equipa pode mudar um pouco. Tanto nós beneficiávamos muito da sua presença, como ele beneficiava de jogar numa equipa que jogava um futebol muito para as suas características. O Chiquinho, de certa forma, também fez esse trabalho muito bem. Não é fácil substituir um jogador que sai em janeiro por 120 milhões de euros neste Benfica. Mesmo que viesse outro jogador, não seria fácil. O Chiquinho teve esse mérito e, posteriormente, o João Neves aparece numa fase muito difícil da temporada, de muita pressão. Só um jogador com grande personalidade é que o conseguiria fazer. Esse amor que ele e o António [Silva] sentem pelo Benfica ajuda sempre, porque é um sonho para eles, aos 18 anos, serem campeões pelo clube que os formou. Não é para todos e são realmente jovens especiais, porque, acima de tudo, ajudaram muito a equipa neste ano."

DECISÃO DE RUMAR À LUZ

"Não creio que tenha existido algum momento específico. A primeira pessoa do Benfica com quem falei foi com o nosso Presidente [Rui Costa], que, na altura, ainda não era Presidente. O Benfica apresentou-me um projeto muito interessante, com um treinador que conhecia muito bem. Quando vim para o Benfica, era claramente a melhor opção desportiva que tinha naquela altura. O interesse foi muito grande e, de certa forma, foi uma decisão fácil."

A IMPORTÂNCIA DO PRESIDENTE RUI COSTA NO TÍTULO

"O Presidente Rui Costa não é só um presidente para nós. Por tudo o que foi enquanto jogador, por tudo o que ele criou trabalhando em outros cargos no Benfica. Sem dúvida que é o obreiro, pois é ele quem escolhe o míster que ajudou a tudo isto. Acima de tudo, é um presidente especial porque é muito próximo da equipa, entende muito bem aquilo que é o balneário, sabe quando falar, o que dizer. Isso é fundamental, porque hoje em dia há muito ruído à volta. Há muita pressão, há muita crítica. E tu teres um Presidente que é calmo, estável, que mesmo nos momentos difíceis – e o mês de abril foi um mês difícil para nós – tem uma palavra de tranquilidade... Entender que é normal, em 10/11 meses de trabalho, que exista um mês menos bom... Ele teve sempre um papel fundamental naquilo que foi este título, porque conhece o futebol como ninguém."

RENÚNCIA À SELEÇÃO NACIONAL

"Foi um pouco a experiência que tive ao longo deste ano todo. Tive momentos muito bons no Benfica e quase todos os momentos menos bons foram sempre a seguir a pausas para a Seleção. Sinto-me muito realizado, até pela conquista do Euro 2016, fiz mais de 50 jogos pela Seleção... comecei na Federação Portuguesa de Futebol nos Sub-15, fui capitão desde os Sub-15 até aos Sub-20. Ou seja, é um processo longo. Joguei uma final de um Europeu Sub-21. Joguei uma final de um Europeu, e vencia-a. Sinto-me bastante realizado. Trabalhei com o meu ídolo – que era o Cristiano Ronaldo – na Seleção, tive a oportunidade de jogar com ele. Foi um processo muito bonito, mas chega uma altura em que tens de ser sincero contigo mesmo, e acho que a questão física pesou muito. Queria dedicar-me mais ao meu clube, onde me sinto cada vez mais valorizado. Houve situações menos positivas neste ano a nível de Seleção, especialmente no último estágio. Cheguei ao meu ponto máximo de carreira, ao meu ponto máximo de concretização, era o melhor marcador do nosso Campeonato, até esse momento tinha a confiança no máximo. Portugal tem uma seleção tão forte, que todos os treinadores podem ter a sua opção. Olhando à minha concorrência na Seleção... é muito forte. E acho que também tens de ser sincero contigo mesmo. Quando se está no ponto máximo da carreira, se vais à Seleção, Portugal joga com o Liechtenstein, e tu jogas um minuto... não podes fazer mais. Tenho sempre a máxima de que a Seleção é o que fazes no clube, até porque era o início de uma nova etapa. Se, no teu ponto máximo da tua carreira, não dá para mais... tens de ser humilde para o reconhecer e dizer 'muito obrigado'. Porque tenho de agradecer a pessoas como o João Pinto e como o presidente da Federação, que sempre me trataram muito bem durante aquele período. Mas tens de ser sincero contigo mesmo e terminar. Porque, para mim, hoje em dia, todo o meu tempo é valioso. Porque cada vez há mais jogos, mais treinos, mais competições. Chegou a um ponto em que tive de fazer uma reflexão e aceitar."

CONVERSAS COM RAFA E ROGER SCHMIDT SOBRE A RENÚNCIA

"[Falou com Rafa e Roger Schmidt?] Obviamente que sim. O Rafa, além de ser um dos meus melhores amigos no Benfica, é alguém com quem já trabalho a nível de seleções há muito tempo. Com o míster também, porque quando tu tomas uma decisão, tens de te aconselhar com todas as pessoas mais experientes. Falei com o míster, falei com o Rafa, falei com a minha família, falei com várias pessoas. Quando todas as pessoas conseguem dar-te pontos de vista diferentes, mas todas estão de acordo contigo, torna a tua decisão mais fácil. Falei com várias pessoas e todas concordavam com os meus argumentos. Portanto, foi um processo muito difícil a nível emocional, porque sempre gostei muito de ir à Seleção, mas, como disse, tens de ser humildade, aceitar as coisas como elas são e focar no sítio onde és mais valorizado. Neste momento, sem dúvida, quero dar toda a minha disponibilidade ao Benfica."

CAPITÃO DE EQUIPA EM 2023/24

"Não sou a pessoa ideal para responder a isso. Em todas as épocas começa uma nova etapa, com novos objetivos. Vamos ver. Há a questão da continuidade do Nico [Otamendi] ou não, depois há a decisão do míster, é sempre ele que escolhe. No Benfica, o objetivo principal, obviamente, é sempre o mesmo, ganhes ou não ganhes, tens sempre o objetivo de ser campeão. Os adeptos já nos falam do 39 porque é o normal. Temos logo uma Supertaça para conquistar, temos outras taças que não conquistámos neste ano que podemos sempre conquistar, porque é um objetivo do Clube, portanto, novas ambições. A nível individual obviamente que é difícil fazer o que fiz neste ano, mas, acima de tudo, vou tentar. Parto sempre com esse pressuposto de fazer melhor do que na época anterior. Se noutras épocas não fiz tantos golos e queria fazer mais, nesta época fiz muitos e quero continuar a fazer mais, portanto, foco total em conquistar títulos, que acho que é a beleza do futebol."

TERMINAR A CARREIRA NO BENFICA

"Sim. Atendendo a tudo o que encontrei aqui, a forma como fui recebido, a duração do meu contrato, diria que daqui a três anos gostaria de estar aqui e cumprir o meu contrato. Acredito cada vez mais que todas as decisões que tomo hoje em dia são para prolongar cada vez mais os anos que possa jogar. Não acredito que aos 33 anos vá acabar a minha carreira. Acredito que posso jogar ainda mais, portanto, tudo o que faço hoje em dia é de forma a prolongar e a dar o máximo pelo meu clube. Sem dúvida que, estando nesta família, num clube que luta todos os anos por títulos... porque já estive noutros projetos muito bons. O West Ham foi um projeto incrível que tive, que adorei, tive muita pena na altura de não ter ficado lá, obviamente que são clubes com ambições diferentes, com pressões diferentes, mas num campeonato fantástico. Tento sempre que, ano após ano, possa ser sempre melhor, para jogar num clube que lute todos os anos para conseguir títulos."

TÍTULO EUROPEU

"É muito difícil. Falando sempre de Liga dos Campeões, porque estando no Benfica não é suficiente ir só à Liga dos Campeões, tens de passar a fase de grupos, senão é uma desilusão. Temos de assumir isso. Obviamente que, para nós, Benfica, seria muito mais fácil tentar ganhar uma Liga Europa do que ganhar uma Liga dos Campeões, mas não é suficiente para o Clube não passar a fase de grupos. Até nós, jogadores, queremos sempre passar a fase de grupos porque é a melhor prova e a mais bonita. Tivemos um exemplo neste ano em que jogámos contra uma grande equipa, que é o Inter, que tem outro tipo de poderio financeiro e tudo mais, mas sentíamos que se fosse noutra fase da época poderíamos ter passado este Inter também como passámos a Juventus. E é verdade... O título é possível, mas sabemos também a exigência que é a Liga dos Campeões. Não é fácil, mas, enquanto cá estiver, aquilo que tenho a certeza é que o Clube tem ambição de conquistar um título europeu."

PRÓXIMO CAMPEONATO MAIS DIFÍCIL

"Não acredito muito nos favoritos, porque se começássemos esta época diríamos que o favorito era outro, porque terminámos no 3.º lugar no ano passado. Acho que a nova época será ainda mais difícil para reconquistarmos o Campeonato, porque os nossos rivais de certeza que se vão reforçar. Vão querer lutar de todas as formas possíveis para nos tirar o próximo título, mas é nossa a responsabilidade de lutar pelo 39.º Campeonato, porque faz parte da história do Clube. Terminámos em 3.º no ano passado, e na primeira conversa que tivemos com o míster, ele tinha essa noção de que era importante conquistar o Campeonato.

Portanto, na nova época não será diferente, e eu acredito que será ainda mais difícil do que neste ano que passou, mas cá estaremos para lutar."

ETERNAMENTE GRATO AO BENFICA

"O Benfica deu-me muito, para começar muita alegria e muita confiança. Fez-me sentir parte da história deste grande clube, como já disse anteriormente, acima de tudo deu-me estabilidade. Sempre disse, até a pessoas próximas de mim, que ia ser eternamente grato ao clube que me fizesse de forma definitiva desligar-me do Inter, e serei eternamente grato ao Benfica por isso. Porque foi um período muito difícil, e terminar essa ligação, desse período difícil, e começar uma bela história com o Benfica será sempre especial para mim."




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