No rescaldo da vitória do Benfica frente ao CF Estrela (0-4) e subsequente apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal, Jorge Jesus deixou elogios à equipa do Campeonato de Portugal, no encontro que marcou o regresso do treinador à Reboleira.
Em conferência de Imprensa, o técnico encarnado comentou, entre outros temas, a estreia absoluta de Todibo e rejeitou ainda que as partidas desta terça-feira tenham impacto a nível físico no clássico de sexta-feira, a contar para a 14.ª jornada da Liga NOS.
No final do encontro, Jorge Jesus foi homenageado pelo CF Estrela com umas lembranças simbólicas, destacando-se uma camisola com o 90, número alusivo ao ano em que o velho Estrela da Amadora ganhou a Taça.
Análise ao encontro e regresso à Amadora
"É a terra onde nasci e foi neste campo que me apaixonei pelo futebol aos 10/11 anos. Comecei a minha carreira como jogador aos 13/14 anos neste clube, nessa altura nem havia bancadas, mas morros. Foi um dia especial para mim. Gostei do CF Estrela, é uma equipa que no Campeonato de Portugal está muito acima da média das outras. O CF Estrela merece estar na 1.ª Divisão, pela cidade, pelas condições de trabalho, e pelo excelente relvado que tem para que as boas equipas possam jogar um futebol de qualidade. É uma equipa taticamente bem trabalhada, com excelentes jogadores, de muita qualidade para esta divisão. Nós levámos o jogo muito a sério, sabíamos que se não fôssemos uma equipa disciplinada podíamos ser surpreendidos, mas os nossos golos foram tirando força anímica aos jogadores [do CF Estrela]. Fizemos aquilo que nos competia. É mais um passo que damos em frente para um dos objetivos que temos, que é chegar à final desta Taça de Portugal."
"Quero dar os parabéns a todas as pessoas que conseguiram reerguer o CF Estrela e fazer dele um clube extremamente organizado, com condições de trabalho muito boas. Voltar a ter futebol de formação foi uma grande conquista. Aqui há muitos miúdos com muita qualidade que podem voltar a fazer da formação do CF Estrela um grande viveiro. Espero que subam de divisão, que eu espero estar cá a comemorar."
Exibição de Todibo
"Foi o primeiro jogo que fez, um miúdo que chegou com cinco Meses Sem Treinar, lesionou-se, esteve dois meses sem treinar, nunca o conheci bem. Começou a trabalhar mais connosco no último mês. Tem algumas qualidades físicas boas, não sabe posicionalmente o que a equipa quer, porque também não treinou tanto para isso, mas mostrou que podemos confiar nele. Os jogadores que não têm jogado deram uma boa resposta, era o que se pretendia, que esta equipa que não tem jogado tanto tivesse um nível competitivo interessante, que mostrasse a sua qualidade e diferença."
Confinamento? Futebol Tem Sido exemplo
"O país vai confinar, mas o futebol tem sido o exemplo de como temos de viver com a pandemia. No futebol, a bolha é controlada e todos são testados semanalmente mais do que uma vez. Aqui, sabemos que podemos competir, ainda por cima os jogos são ao ar livre. Só se proibirem a movimentação das pessoas, porque eu não acredito que no futebol haja mais casos."
Clássico: condição física pode fazer a diferença?
"Não, as vantagens colocam-se é no jogo. O que o jogo dita é que dá ou tira vantagem, não pelo facto de ter jogado dois ou três dias antes, como nós jogámos. Não vejo vantagem nenhuma em relação a isso. O treinador do FC Porto é que conhece a equipa dele, como é que está fisicamente, não posso dar resposta a isso."
O talento de Pedrinho
"Os treinadores não dão puxões de orelhas a jogadores. Isso não existe. Os treinadores dão indicações para corrigir, para animar, para moralizar… Puxões de orelhas, não. O Pedrinho é um jogador que não tem tido muito tempo de treino, chegou com seis meses fora de competição, COVID-19, lesões... mas é um jogador com talento. Ninguém tem dúvidas disso. E quando estiver bem fisicamente, vai ajudar-nos muito."
