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DEPENDÊNCIA AFETIVA - Por Edson Figueiredo de Abreu

                                      



Porque me arrasto aos seus pés,

Porque me dou tanto assim,

E porque não peço em troca,

Nada de volta pra mim.

Este é um trecho do início da música “Desabafo” do cantor Roberto Carlos, que fez um grande sucesso na sua época, sendo muito tocada nas rádios e, apesar de ser meio depressiva, foi também muito cantarolada por milhões de pessoas.

Eu convido você a conhecer o restante da letra desta música e refletir seriamente sobre seu significado. Peço também a você que pense comigo: - Tendo uma letra tão triste, por que esta música fez tanto sucesso? Será que era porque a Maioria Das Pessoas, sem o perceberem, se sentiam como o personagem da música, ou seja, “dependentes afetivos”?

Na realidade, o sucesso desta música indica que a maioria das pessoas são sim dependentes afetivos e nem o percebem. Estão presas emocionalmente a algo ou alguém e não notam. Somente vão entender a sujeição ou dependência quando o objeto da sua afetividade lhe faltar. Ou seja, quando vierem a sofrer com a falta e a situação de perda.

Se olharmos no dicionário o significado da palavra “dependência”, encontraremos a seguinte definição: - Estado de dependente; sujeição; subordinação. Falta de autonomia, maturidade e independência. Necessidade física e/ou psicológica de determinada substância ou atividade.

E também se olharmos a definição da palavra afeição, encontraremos: - Em que há afeto; que revela afeição; afetuoso; Pessoa que apresenta certa predominância da sensibilidade sobre a inteligência e a vontade.



                                         
Imagine então você o perigo que significa para o ser humano o “estado psicológico” da junção destas duas palavras e seus consequentes significados? Que prejuízos esta situação pode trazer para você e seu desenvolvimento espiritual?

Na realidade, a dependência afetiva faz parte do processo natural de desenvolvimento humano, já que todos nós, indistintamente, nascemos totalmente dependentes dos nossos Pais, física e emocionalmente. Porém, com o nosso crescimento e desenvolvimento físico, a persistência deste “estado de dependência”, demostra uma certa “imaturidade emocional”, pois, devido as nossas vivências e experiências, vamos evoluindo de forma gradativa, rumo a nossa emancipação espiritual. Precisamos aprender a assumir as consequências de nossos atos e ser “dono” do nosso destino, pois cedo ou tarde nossos pais faltarão.

Esclarecendo melhor, é preciso entender que uma pessoa é dependente afetiva quando não tem autonomia e precisa de algo ou alguém para sentir-se segura e tranquila, nas mais diferentes decisões. É insegura nas escolhas mais simples, como: - “que roupa usar”; “como cortar o cabelo”; e também as mais complicadas, como: - “que profissão escolher’; “uma mudança de emprego”; “se continua com o namoro”; se casa ou não”. Estas, são situações que atormentam em demasia a vida do dependente afetivo.

O grande problema é que nem sempre a dependência afetiva é consciente e ninguém é dependente afetivo sozinho, tornando esta situação uma via de mão dupla, constituindo-se numa “codependência”. Se uma criança apresenta sinais de dependência afetiva, os pais com certeza também são codependentes, em conjunto ou isoladamente. Neste sentido, as mães têm uma tendência a sofrerem mais com esta situação.




                                                                
Em resposta a questão 208 do Livro dos Espíritos, os mentores espirituais esclareceram o seguinte:

“Os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa, se falharem, serão culpados”.

Veja então, que a grande missão dos pais consiste na preparação dos filhos para sua vivencia no mundo, tornando-os aptos a enfrentarem as situações que os tonarão espíritos melhores e mais maduros. Os pais não geram o Espírito do filho, fornecem apenas o corpo físico e também tem o dever de auxiliar o filho no seu desenvolvimento intelectual e moral, para ajudá-lo a progredir.

Filhos que são superprotegidos não sabem se virar sozinhos e cedo ou tarde sofrerão as consequências traumáticas do apego excessivo dos pais, assim como os pais sofrerão com as possíveis fraquezas e deslizes dos filhos.

Por outro lado, analisando o problema da codependência, entendemos que os pais, além de prepararem os filhos para a vida, também tem a missão de “envelhecerem” sem paixões exacerbadas, de forma a se prepararem para seu regresso equilibrado ao plano espiritual, sem apegos e vícios que os retenham por muito tempo à crosta planetária. Nem todos pensam nisso e, consequentemente, nem todos estão preparados para esta situação!

A doutrina espírita, ao nos esclarecer sobre a realidade espiritual e a reencarnação, contribui para o entendimento de que o “afeto” é um sentimento positivo quando equilibrado, enquanto que o “apego” é muito negativo, podendo constituir-se futuramente num processo obsessivo difícil de ser tratado. Contrariando o que se imagina, há inúmeros casos de obsessão espiritual que são alimentados pela afetividade desequilibrada, ao invés da animosidade ou por sentimentos de ódio ou mágoa. O espírito desencarnado não se desliga e segue adiante porque não aprendeu a desapegar-se.

Para agravar a situação, é preciso entender que a “dependência afetiva” cultivada e mantida durante a vida física, com certeza será também nutrida e alimentada após a morte, podendo, às vezes, se tornar ainda maior e mais intensa, pois agora é amplificada pela energia do espírito, sem a obstrução do corpo físico. Entenda que esta alimentação amplificada ocorrerá numa via de mão dupla, ou seja, de lá para cá e daqui para lá!!

Outro ensinamento dos mentores espiritais sobre este tema, ao qual eu convido você a pensar seriamente, pois ajuda no entendimento da necessidade de desapego, é de que os “laços de sangue”, tão valorizados na vida física, não necessariamente estabelecem os laços espirituais. O corpo procede do corpo, porém o espírito não procede do espírito, porque este já existia antes da formação do corpo. Quem unicamente cria os espíritos é Deus!

Então, os espíritos que encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são os mais frequentemente apenas espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se revelam pela afeição durante a vida terrena. E mais!! O filho de hoje pode ter sido o pai ou mãe de ontem, também a esposa ou marido, ou ainda o avô ou avó. Os mentores espirituais também dizem que pode ainda acontecer que os espíritos que compõem uma família terrena sejam completamente estranhos, uns para os outros, separados por antipatias anteriores, que pode ser demonstrada pela sua animosidade e antagonismo, o que lhes serve de provas de superação na terra.

Neste sentido, se você aceitar a possibilidade da reencarnação dos espíritos em diferentes situações, inclusive as da necessidade de reparações de desavenças anteriores, deve também considerar que a “dependência” ou a “codependência afetiva” atual, pode estar atrelada a sentimentos, não patentes, de débitos contraídos de um para com outro, em existências anteriores. A necessidade de agradar sempre pode estar atrelada a atos negativos cometidos em vidas passadas. Podem ser, na verdade, clichês mentais não claros e conscientes, que levam a pessoa a obedecer sem questionar, como forma de compensar ou reparar os erros cometidos num possível passado delituoso.


                                      



Encerrando este artigo, espero que você conclua comigo que a afetividade equilibrada é positiva, mas a dependência afetiva é problemática!! Assim sendo, faço um convite para que você analise “do que” ou “de quem” você é dependente ou codependente e procure desvencilhar-se desta situação o quanto antes. Assim, listo a seguir algumas dicas que poderá ajuda-lo:


• Desenvolva sua capacidade de escolher e decidir, cada vez mais livre das opiniões alheias;
• Estimule sua capacidade de dizer “não”, quantas vezes forem necessárias;
• Entenda que a demonstração de afeto e carinho não requer uma submissão total, anulação de si mesmo ou dizer sim sempre;
• Lembre-se que o afeto sincero é aquele que liberta e não se prende ao egoísmo destrutivo. Assim, lute e evite ao máximo o ciúme;
• Desenvolva a sua “autonomia”, evitando os modismos ou as pressões das mídias, de grupos e até mesmo as “religiosas”;
• Lute para estabelecer no seu lar um clima de respeito e liberdade, eliminando as relações de dependência simbióticas;
• Lembre-se: você é um espírito imortal e veio para este mundo sem vícios. Portanto, lute com afinco para se libertar-se deles, quaisquer sejam. (Vícios = Dependência = Prisão);
• Respeite ao máximo a ideia de ser você mesmo, e se esforce para deixar os outros serem eles mesmos;
• Use sua livre vontade e perceba o quanto você se mantem preso ao consumismo somente para conquistar a aprovação dos outros;
• Aceite a possibilidade de errar, mas reconheça seus erros. Isso vai te tornar uma pessoa mais segura, mais sadia e muito mais confiante em si mesmo;
• Permita aos outros a possibilidade de também errarem, inclusive os seus próprios filhos;
• Procure perceber se você não está afastando seus filhos dos testes do mundo. Lembre-se que você não é dono (a) deles;
• Impor limites é sinal de amor e definir parâmetros é dar condição para a criança desenvolver responsabilidades e aprender a superar suas frustrações;
• Quem ama cuida e cuidar não é superproteger. Respeite as características de personalidade de cada “ser” ou de cada filho, deixando fluir sua natureza espontânea e sua criatividade;
• Lembre-se constantemente que você é um viajante momentâneo desta vida e cedo ou tarde você será chamado e ficará sozinho. A questão é, você se gosta e está preparado para se “encarar”, sem mascaras?
• Não seja ingênuo. Respeite-se e em hipótese alguma amarre alguém a você. Pensar em obrigar alguém a ficar ou estar consigo é faltar com o verdadeiro amor, por si e também pelo outro, além de alimentar um desagradável processo obsessivo;
• Vá à luta. Em vez de ficar pensando no que deu errado, é muito o melhor agir, porque isso lhe permite aperfeiçoar suas qualidades. A vida é movimento constante e ação é sinal de vida e evolução.




Edson Figueiredo de Abreu, é escritor, espírita, e participa das páginas do ECK (Espiritismo com Kardec) nas redes sociais e mídias, e colabora a partir de agora com este blog.


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