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Coluna Filmes séries e afins- SFA: Corra!, Mãe! e O Sacrifício do Cervo Sagrado. É de suspense com terror psicológico que você gosta? Então, chega mais!


Por MAIARA LIMA*
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Olá, cinéfilos! Eu vim com um post bem diferente pro clima de carnaval. Pra galera que foge da folia e curte estar em Casa, vendo bons filmes e fazendo àquela maratona... Então, além dos das estréias da semana, eu vim falar sobre o potencial que alguns filmes possuem para desgraçar sua mente. Que não me deixe mentir o administrador deste blog, Charles Nascimento, que recentemente, teve a oportunidade de conferir um dos títulos da coluna desta semana, e isso nos rendeu quase uma hora de discussão. Rolou medo, rolou desconforto, rolou "que danado é aquilo?" e foi muito bom. Então, se vocês, como Charles e eu, adoram um bom cult, vamos conversar um pouco e, aviso, os filmes de hoje apelam pro gosto pessoal de cada um, são todos do gênero ame ou odeie. Vamos lá?

O primeiro da lista é CORRA! (Get Out) (https://www.youtube.com/watch?v=mDGV5UucTu8&t=22s), com quatro indicações ao Oscar deste ano (melhor filme, melhor ator, melhor diretor e melhor roteiro original), nele temos um cenário nada novo para filmes: rapaz negro, namorada branca, e uma viagem para conhecer a família da "mocinha", você pensa: "Nossa, vai ser um filme sobre racismo, estilo um drama ou coisa assim". Não! Não é. CORRA! é um filme de terror, um terror muito bem fundamentado, como há anos eu não via. Chris acompanha sua namorada Rose para ser apresentado a sua família. Logo de cara vemos ele preocupado com o fato dela ter mencionado que ele é negro. A garota esnoba, dizendo primeiro que não tem por que ter "avisado" isso, e que seus pais não são racistas. E rapaz, ela tinha razão. Quando chegam na casa dos Armitage, tudo é tão acolhedor, a situação é tão estranha para Chris, sendo negro e consciente da realidade que o cerca, ele fica de cara incomodado com tanta gente bacana. As coisas começam a ficar cada vez mais estranhas, principalmente depois que Chris tem a certeza de já ter visto, em algum lugar, o outro cara negro (fora os empregados dos Armitage), que está em meio a tanta gente branca, casado com uma mulher branca bem mais velha, muito mais velha, tudo piora para ele quando o cara começa a gritar, do nada: "Corra! Corra!" para Chris.

É... Babado!
Divulgação/Reprodução
Esse roteiro é ótimo de fato. Eu acho que é uma espécie de crítica ao "Adivinhem quem vem para o Jantar" (https://www.youtube.com/watch?v=l8noq9VsRuY), de 1967, que tratou essa questão namorado negro-namorada branca de uma maneira bem utópica. O diretor, o comediante negro Jordan Peele, mostra que, aquele tipo de utopia na narrativa de 1967 é quase coisa da Disney. É muito original pro gênero, e ao mesmo tempo nada original em termos sociais. É bastante brilhante, e de arrepiar a nuca pra valer.

Continuando... Vem aí o motivo do desconforto recente que Charles e eu tivemos: Mãe! (Mother!) (https://www.youtube.com/watch?v=ugn1gqGl7rs), do diretor Darren Aronofsky (Cisne Negro, Noé, Réquiem para um sonho).
Divulgação/Reprodução
Gente, que filme é esse? Eu fiquei com dor de cabeça, e assistindo eu me sentia tão sufocada. A maneira como ele escolhe gravar em planos fechados, com closes, nossa! Eu acho que decorei cada detalhe da face da Jennifer Lawrence depois deste filme. É difícil fazer uma sinopse do filme, por que até agora eu sinto que não sei o que aconteceu ali, então eu vou me prender ao plano superficial da narrativa. Um poeta, com bloqueio de criatividade (foi impossível não lembrar de O Iluminado aqui), vive com sua esposa, numa casa afastada, acredito que uma estratégia para poder criar algo. Enfim, a casa recentemente foi atingida por um incêndio, e a mulher, sozinha, reconstrói todo lugar com cada detalhe do que era antes, literalmente, talvez por isso ela tenha uma espécie de obsessão ao tentar manter tudo intacto, e pareça estar tão ligada à casa, e quando eu digo ligada é ligada mesmo, capaz de sentir "o coração da casa pulsar".

Até aí tudo bem (ou não), esposa dedicada, que apóia e confia no potencial do marido frustrado e bloqueado. Mas, do nada, um homem surge em meio a essa vida reclusa e pacata, parecendo perdido, acaba sendo convidado a passar a noite na casa. Depois, chega a mulher do homem, e eu não estou citando nomes por que eles não tem nomes. É homem, mulher, o poeta, mãe e os filhos do homem e da mulher. Dois, pra ser exata.

Depois de acontecimentos perturbadores com este pessoal, o poeta tem uma inspiração e volta a escrever. É um sucesso! Ele alcança sucesso imediato e total, vira uma "celebridade", e é aí que a coisa fica muito, mais muito maluca. Nunca vi tanta gente e tanta coisa acontecendo dentro de um espaço tão pequeno. Como eu disse: me sufoquei. O filme é cheio de referências bíblicas, com um roteiro escrito pelo próprio Darren em cinco, eu disse cinco, dias. Se você for conferir vai perceber por que eu estou enfatizando isso. O filme é enlouquecedor, mas, ao mesmo tempo trabalha temas complexos, cada um que assiste pode "chutar" qual o foco da narrativa: consciência ambiental, culto às celebridades, o egocentrismo divino, e por aí vai. Temos uma casa, onde uma mulher tenta transformá-la num paraíso, mas se vê constantemente invadida, machucada, explorada em sua tentativa. Confiram! CONFIRAM!

E por último, mas não menos perturbador e importante, O sacrifício do Cervo Sagrado (https://www.youtube.com/watch?v=Gv8Cz5h22kM), de Yorgos Lanthimos (O Lagosta, Dente Canino). Quem conhece este diretor sabe que ele é um às pro gênero cult. Ele é aquele tipo de diretor, que filme absurdamente bem, mas que você não é capaz de dizer se gosta do que ele faz até que veja. Os personagens dele são tão frios, os diálogos são tão forçados. Parece que eu estou dando uma indicação do que não assistir falando isso, mas é o oposto. Steven é um cardiocirurgião de peso, casado e com dois filhos, um menino e uma garota, que faz uns anos, perdeu um paciente na mesa de cirurgia. deste antão ele parou de beber e estreitou relação com o filho de seu paciente, Martin. Eles passam a se encontrar para cafés e ele chega a levar o garoto até sua casa para um jantar. Um belo dia, um dos filhos de Steven, o menino acorda sem sentir as pernas, depois de avançada a doença é a vez da garota começar a apresentar os mesmo sintomas bizarros e inexplicáveis, que deixam os dois com dificuldades de respirar e comer.
Divulgação/Reprodução
Esse filme faz uma releitura da tragédia do poeta grego Eurípides "Ifigênia", onde a deusa Ártemis, fica muito brava com o rei Agamênon por ele ter matado um cervo numa caçada e exige que ele sacrifique a filha Ifigênia, caso contrário não será possível o rei zarpar até a guerra de Tróia. Eu não posso falar muito deste filme, por que ele é uma estréia desta semana, mas vocês precisam conferir ele também.

Bom carnaval! Boa sessão de terror!

Estreias da semana:

Cinquenta Tons de Liberdade (Fifty Shades Freed). (https://www.youtube.com/watch?v=yVYqTnXuRPw)

O Que Te Faz Mais Forte (Stronger). (https://www.youtube.com/watch?v=fvqzzwbeWM8)

O Sacrifício do Cervo Sagrado (The Killing of a Sacred Deer).

Meu Amigo Vampiro (The Little Vampire). (https://www.youtube.com/watch?v=4xl6PuToSHc)

*MAIARA LIMA é estudante de Letras da UFPE, professora de Língua Portuguesa e Espanhola, Redação e Literatura e completamente apaixonada por Cinema e Literatura Comparada. Ela escreve todas as sextas-feiras aqui para o Blog MAIS CASINHAS. Contato: [email protected]


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