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PARAGUAI EM CHAMAS: Não é revolta popular. É trambique entre políticos.


A PATRANHA PARAGUAIA ( PIOR DO QUE SE PODERIA IMAGINAR )

DIOGO COSTA

O que aconteceu ontem no Paraguai, e que gerou distúrbios em várias cidades do país, não tem outro nome que não seja o de uma patranha.

Em 25 de agosto de 2016 o Senado paraguaio deliberou contra a reeleição - no país de Francisco Solano López não existe reeleição e o mandato é de cinco anos - e a matéria foi devidamente arquivada.

O tema da reeleição só poderia ser retomado um ano após o arquivamento - em agosto de 2017 - como manda a Constituição.

No fim do mês passado o Partido Colorado, do atual presidente Horácio Cartes, entrou em conluio com a Frente Guasu de Fernando Lugo e a patranha bananeira avançou de forma surreal.

O presidente do Senado é o senador Roberto Acevedo, do Partido Liberal. Os coloradistas insistiram com o tema da reeleição, que não poderia ser analisada antes de agosto deste ano, e deram o golpe.

O senador colorado Julio César Velázquez, inconformado com a correta recusa de Roberto Acevedo em reabrir a discussão da matéria, simplesmente subiu na tribuna da casa e se autoproclamou como o novo presidente do Senado paraguaio.

Feito o golpe dos Colorados, com o apoio da Frente Guasu, os passos seguintes foram reabrir a discussão da matéria e alterar o quórum para a aprovação de Emendas Constitucionais.

O quórum caiu de 2/3 para maioria simples.

Na noite seguinte, na calada da noite e em sessão secreta feita à portas devidamente fechadas e lacradas, os senadores golpistas do 'senado paralelo' aprovaram a patranha da reeleição com 25 votos.

Foi a partir dessas patranhas feitas em sequência quase cinematográfica, e com a rapidez de um velocista olímpico, que a população, incensada pelos liberais e de maneira correta, se manifestou.

A quebradeira e o atear de fogo no parlamento, além do trancamento de ruas e de pontes não surgiu do nada e sim como resposta à patranha descrita nessa postagem.

A matéria aprovada ilegalmente pelo 'senado paralelo' ainda tem que passar pelo crivo da Câmara dos Deputados onde os Colorados contam com mais de metade dos parlamentares.

Ou seja, além de desrespeitarem o prazo de um ano para retomar uma matéria que foi vencida em agosto de 2016, os golpistas paraguaios ainda destituíram o presidente do Senado no grito e mudaram o quórum para aprovar Emendas Constitucionais!

É evidente que tudo isso só poderia gerar revolta entre os populares.

O que me admira é que certos setores da esquerda de Pindorama insistam em dar guarida a esse tipo de patranha bananeira.

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DEVAGAR COM O ANDOR

BRENO ALTMAN

Desesperados e eufóricos, o que é compreensível, setores da esquerda brasileira caem na esparrela da mídia monopolista e vibram com os ataques incendiários de ontem ao parlamento paraguaio.

A emenda que dá direito à reeleição de Horacio Cartes é a mesma que permitiria o ex-presidente Lugo, da Frente Guasu, de esquerda, se candidatar.

Houve, sim, um acordo entre o Partido Colorado, do atual presidente, e a coalizão progressista, para candidatos de ambas formações poderem disputar as próximas eleições sem os atuais entraves.

O Partido Liberal, uma espécie de PSDB local, enlouqueceu, pois estava seguro que, sem Cartes e Lugo no páreo, sua hora triunfal chegaria.

Com o acordo, quebrou a cara. Seus parlamentares e dirigentes, furiosos, atiçaram militantes e capangas para cima do Congresso.

Não se trata de nenhuma revolta popular e não tem qualquer caráter democrático. Resume-se à política de confrontação patrocinada por uma corrente política conservadora, sequiosa por suceder outro conservador, Cartes, e que não aceita de forma alguma a participação de Lugo, atualmente líder em todas as pesquisas.

Portanto, vamos devagar com o andor. Nem sempre quando o parlamento queima a coisa é boa. Ou vamos nos esquecer do incêndio no Reichstag?

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