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A cadeira mais desconfortável do mundo.

Qual é? Aquela típica de plástico das esplanadas que abana com o peso? A do dentista? Uma Cadeira de tortura medieval com espinhos de ferro ao nível do traseiro? Nop. Tentem de novo: é a cadeira do salão de cabeleireiro, onde nos lavam o cabelo. 

Ora este fim-de-semana decidi que ia ao cabeleireiro - um novo, já que ando deslocada de tudo o que conhecia. Ora chega-se a parte de lavar a cabeça e uma pessoa fica logo com os nervos do pescoço a titilar. Sabemos que vai doer, mas normalmente passa rápido e é amenizado por massagens no couro cabeludo.

 

Qual foi o problema desta vez que me faz trazer o assunto da cadeira à baila? Eu explico. Vocês sabem os condicionadores de cabelo? Que servem para hidratar as pontas? É suposto ter aquilo no cabelo 2-3 minutos antes de enxaguar. Ora quem tem 2-3 minutos no banho para aguardar? Ninguém! Além disso, eu, no banho estou SEMPRE a enxaguar. Mas um enxaguamento integral, senão ganho frio. Portanto o cabelinho estava essencialmente desidratado e a cabelereira decidiu pôr-me a fazer uma cura com toalhas quentes (não sei, não perguntem). Só sei que ela diz "pronto, fica aqui então um bocadinho a relaxar, que está deitada e tudo". 

 

A relaxar? Naquela cadeira do inferno? Sabia que era castigo por não hidratar o cabelo, mascarado sob forma de tratamento. Enfim. Pensei que não podia ser muito mau, afinal têm de liberar a cadeira para outras clientes, que é Sábado e a fila tem de andar. Só que não estavam com pressa nenhuma. Vem ela e...humedece a toalha outra vez e diz que fica mais um bocadinho. É neste momento que me torno religiosa e começo a rezar pelo fim da minha provação.

 

Ao fim de um tempo a pessoa deixa de sentir o tronco e as coisas melhoram. Ok, pensei, sou só uma cabeça. E como me vão pentear, talvez até dê um busto bonito e me deixem ficar a adornar o parque. Ela aproxima-se e eu adivinho o fim do sacrifício. Vai que me troca a toalha outra vez, a safadona! E não contente com isso, começa desta vez a pressionar-me a cabeça com as mãos. O que é fantástico quando estamos numa cadeira com uma divisória ao nível do pescoço, que parece efetivamente capaz de nos deixar deixar tetraplégicos. Entreguei a alma ao criador (já que desde há uns minutos atrás tinha-me tornado devota) e aguardei para ver São Pedro. 

 

E parou. Finalmente parou. Creio que mesmo, mesmo antes de eu ver o portão dourado.

Já foi há uns dias e só agora sei que no fim até saí com o cabelo bonito - na altura tinha o sangue a voltar à cabeça e, portanto, a vista muito turva. 

 

Se eu sou uma exagerada? Pode ser que sim. No entanto, se a primeira alminha me explicar porque é que aquelas cadeiras têm almofadas duras (quando têm) que nem cornos de bode velho, eu nunca mais falo deste assunto. Está prometido...Não está não...



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