Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

0488 - Roberto Leal - Fatamorgana [1988]


Há tempos postei um trash cover assustador feito para a novela Vamp e quando terminei lembrei de outra cover nem tão trash assim, mas digamos, inusitada...

Lembrei da novela de 1987, Sassaricando, em que havia um núcleo de personagens árabes - muito antes de O Clone. Os personagens principais desse núcleo eram Fedora (Cristina Pereira) e Leozinho (Diogo Vilela) um casal formado por uma dominadora e mimada filha do dono das indústrias Abdalla de tecidos e seu marido, que na verdade vive um drama: casa-se com ela por dinheiro (e tenta matá-la pra ficar rico), mas se apaixona pela megera e tenta domá-la.

Muitas das cenas engraçadas da trama tem os dois como principais - tirando Tancinha (vivida por Cláudia Raia impagável quando ficava "divididinha que nem uma laranja" e não queria que ninguém enchesse seus "pacová" para que ela escolhesse entre Beto (Marcos Frota) e Apolo (Alexandre Frota)).

A personagem Fedora se tornou um ícone, além de Tancinha, e como a personagem era uma descendente de árabes, na trilha sonora, colocaram Dissidenten - uma banda alemã que sempre trabalhou com sons influenciados pela música árabe, africana e indiana e que recebeu do NY Times o título de "banda principal do movimento World Beat" - com a música Fatamorgana:


Pesquisando a biografia do Dissidenten descobri que o Sucesso de Fatamorgana foi tão estrondoso que até participaram do famoso programa de rádio da BBC, o John Peel Sessions.

Sucesso pelo mundo a fora, com a música numa novela da Globo e claro, todo mundo se perguntava: o que será que diz a letra? É em árabe? E o que tinha de mulher aprendendo a dançar a dança do ventre com essa música na época. Pois é, foi uma coqueluche!

E aí pegando carona no sucesso, resolveram fazer uma versão em português com um PORTUGUÊS!


Roberto Leal, ou Antonio Joaquim Fernades, chegou ao Brasil aos 11 anos de idade. Começou a vida profissional vendendo doces e foi sapateiro, para ajudar os pais e os 9 irmãos que chegaram no Brasil em 1962 e, como todo português, disposto a trabalhar muito e conquistar o sucesso (sim... estou puxando a sardinha pro meu lado paterno...).

Aos poucos, começou a se apresentar em pequenos lugares cantando fados famosos, principalmente os de Amália Rodrigues. Em 1971 conquista o sucesso cantando músicas tradicionais portuguesas. O seu maior hit foi Arrebita e passou boa parte dos anos de 1970 e 80 fazendo sucesso pelo Brasil, tanto que se tornou uma espécie de embaixador da cultura portuguesa na terra brasilis.

No final da década de 1980, já sem o mesmo sucesso de outrora resolveu embarcar nessa "barca" da World Music / World Beat cantando justamente uma versão da música Fatamorgana.

A adaptação para o português ficou a cargo da compositora, companheira e esposa de Roberto, Márcia Lúcia. Lançado no disco A Fada dos Meus Fados de 1988, décimo álbum do cantor, a Fatamorgana portuguesa fez sucesso tal qual a original, levando inclusive o cantor aos programas Cassino do Chacrinha e Bolinha para divulga-la.

Achei o video original no YouTube. Nele, Roberto aparece como uma espécie de agente do tipo personagem de Humphrey Bogart em busca de uma mulher misteriosa. Mas mais misterioso que esse clipe é saber o que levou Roberto Leal a gravar essa versão de um grupo alemão que fazia um som com influências de músicas árabes e eletrônica. Fato é que Fatamorgana com Roberto Leal que acabou se tornando um sucesso naquela virada de década e se tornou um dos maiores sucessos deste artista português tão querido pelo povo brasileiro.



This post first appeared on 1001 Covers You Must Hear Before You Die, please read the originial post: here

Share the post

0488 - Roberto Leal - Fatamorgana [1988]

×

Subscribe to 1001 Covers You Must Hear Before You Die

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×