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A riqueza da black music: origens, influências e grandes talentos

As canções entoadas – também chamadas de “work songs” – serviam como protesto, resistência e, ao mesmo tempo, alívio ao sofrimento imposto pelo regime escravagista. Além disso, eram uma forma dessas pessoas não perderem contato com suas raízes culturais africanas.

E é essa história tão rica em gêneros, ritmos e personagens que iremos contar a partir de agora neste artigo.

Os primeiros passos da black music

Mais do que um movimento musical, a black music representa a resiliência, a luta e a criatividade de um povo que encontrou na melodia e na harmonia uma voz para contar sua história.

Como dissemos, as “work songs” estão na raiz do surgimento da black music. Logo, essas canções começaram a misturar também elementos da música europeia e indígena, dando origem a um novo estilo musical: o spiritual – ou negro spiritual.

Tal vertente era composta de hinos religiosos entoados geralmente nas igrejas, seja no formato à capella ou com acompanhamento de um instrumento simples como a gaita. A ideia era transmitir por meio da música uma mensagem de esperança e libertação.

Alguns dos hinos famosos decorrentes desse estilo e até hoje presentes em cultos evangélicos são “Go Down, Moses” e “Amazing Grace”.

O blues e o jazz na história da black music

Em 1861, com o fim da escravidão nos Estados Unidos, a black music encontrou um terreno fértil para sua expansão.

O blues, por exemplo, um dos principais gêneros surgidos por esse movimento musical, trouxe à tona nomes como Robert Johnson, Bessie Smith, Ma Rainey e Muddy Waters, isto já no século XX.

Em meio a essa ebulição musical, nasceu também outro estilo icônico, o jazz, a partir da música dos clubes noturnos de Nova Orleans, trazendo uma fusão inovadora de influências africanas, europeias e caribenhas.

As principais marcas do estilo são a improvisação e o virtuosismo dos músicos. Como não ficou restrito a uma única forma de expressão musical, o jazz ramificou-se em subgêneros, como o ragtime, o swing, o cool jazz e o bebop.

Na esteira desse movimento foram revelados alguns dos instrumentistas e intérpretes mais importantes da história da música, representando a força da black music no cenário mundial.

Entre eles estão Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Miles Davis, John Coltrane, Count Basie, Nina Simone, Billie Holiday, Sarah Vaughan e muito mais.

Do rock ao hip-hop

A influência da black music também se estendeu ao rock ‘n’ roll. No final da década de 1950, artistas como Chuck Berry e Little Richard adicionaram elementos do R&B às guitarras distorcidas e ao ritmo acelerado, criando um som inovador que desafiava as normas sociais da época.

Esses pioneiros abriram caminho para uma nova era da música popular, em que o talento e a criatividade se sobrepuseram às divisões raciais.

Já no final dos anos 50 e início da década de 1960, a black music ganhou uma nova dimensão com o surgimento do soul, um estilo envolvente, que combina características do blues, gospel, jazz e R&B. Desta forma, deu voz a artistas do quilate de James Brown, Aretha Franklin, Ben E. King, Ray Charles, entre muitos outros.

Vale citar, ainda, o trabalho da Motown Records, criada pelo empresário Berry Gordy Jr. em 1959, em Detroit.

A gravadora, que popularizou um tipo de soul com elementos do pop, foi responsável por lançar diversos músicos negros de grande destaque, como Stevie Wonder, Marvin Gaye, Diana Ross, Rick James, Smokey Robinson e até mesmo Michael Jackson – na época, integrante do grupo The Jackson Five.

O soul tornou-se um símbolo de identidade e resiliência, influenciando gerações de músicos – inclusive no Brasil – e abrindo caminho para o aparecimento de gêneros contemporâneos, como o hip-hop.

A black music no Brasil

Naturalmente, o Brasil não ficaria imune à força e à popularização da black music. Já nos anos 60, o suingue e o ritmo contagiante de intérpretes como Jorge Benjor (na época Jorge Ben) e Wilson Simonal logo conquistaram o público.

Mas foi no final daquela década que despontou o maior nome da soul music brasileira: o cantor, compositor, produtor e instrumentista Tim Maia.

Seu primeiro álbum, de 1970, tinha entre as faixas nada menos que os sucessos “Azul da Cor da Mar”, de sua autoria, e “Primavera”, composta por Cassiano e Silvio Rochael.

Nos anos seguintes ele lançou outros hits inesquecíveis, como “Gostava Tanto de Você” e “Não Quero Dinheiro”.

Outros músicos importantes também marcaram a black music brasileira.

É o caso do já citado cantor e compositor paraibano Cassiano, autor de “Coleção” e “A Lua e Eu”, além de “Primavera” e “Eu Amo Você”, ambas as faixas gravadas por Tim Maia.

Hyldon, por sua vez, que fez parte da mesma banda de Cassiano, Os Diagonais, investiu na carreira solo em 1974, com a gravação de um compacto.

O disco trazia uma de suas mais famosas composições, “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”. Mas Hyldon também emplacou outros hits ao longo de sua trajetória, como “Na Sombra de uma Árvore” e “Velho Camarada”.

Nessa época, o Brasil vivia a era dos festivais. E a black music – mais especificamente a soul music – marcou presença nesses eventos.

Toni Tornado, por exemplo, ganhou a fase nacional do V Festival Internacional da Canção com “BR-3”, composição de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar.

Já nos anos 80 outros nomes despontaram no cenário da black music brasileira, como Claudio Zoli e a banda Brilho, a cantora Sandra de Sá e o então jovem sobrinho de Tim Maia, Ed Motta, que gravou seu primeiro disco em 1988 com o grupo Conexão Japeri.

Dos anos 90 até a atualidade, a música negra no País conquistou um público cativo e continua a se renovar. Nesse período, abraçou gêneros como o rap, o funk – principalmente o funk carioca – e o hip hop.

Artistas como Racionais MC’s, MV Bill e Criolo utilizaram a música como forma de denúncia e de expressão das periferias brasileiras. Também ganhou relevância o trabalho de cantoras e compositoras como Iza, Paula Lima, Ludmilla e Negra Li.

Pesquise, ouça e compartilhe!

Essa fascinante trajetória da black music tem, é claro, muito mais personagens, melodias e histórias para contar. Seria impossível esgotar todo esse arcabouço cultural num único artigo.

Mas, pelo menos, demos um esboço para que você, internauta, possa posteriormente se aprofundar nas curiosidades a respeito desse importante movimento musical.

Nessa viagem pela boa música, lembre-se também de sintonizar o som dos grandes mestres musicais da black music em seu streaming favorito. E o principal: compartilhe com seus amigos! Até a próxima!



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