A maior campanha de vacinação fracionada do mundo para Febre Amarela começou no dia 25 de janeiro no Brasil, com o apoio da OMS. A campanha tenta evitar o ciclo de transmissão urbana, não visto no país desde 1942. 33 pessoas morreram devido à febre amarela entre 14 e 23 de janeiro, enquanto o número de casos confirmados no país atingiu mais de 130.

Embora mais casos de febre amarela tenham sido registrados no Brasil em 2016-17, o recente surto se estendeu para uma área muito maior, incluindo cidades altamente povoadas, tornando-a mais ameaçadora para a saúde pública. Essas grandes cidades são infestadas por Aedes aegypti , o vetor da febre amarela urbana, que pode transmitir a doença de pessoa para pessoa. O número de pessoas em risco também está aumentando em outras regiões tropicais, como a América do Sul e a África.

Devido a uma escassez global da vacina, em emergências de surtos, a OMS recomenda a dosagem fracionada para proteger mais pessoas usando menos antígeno em cada dose. Considerando que estudos mostraram que um quinto da dose padrão pode fornecer a mesma imunidade que a dose total padrão por pelo menos 12 meses, não está claro quanto tempo dura a imunidade.

Para a imunização de rotina, pensa-se que a dose total padrão, recomendada pela OMS desde 2013, confere proteção ao longo da vida, embora a evidência de suporte para essa visão não seja forte. Alguns especialistas brasileiros acreditam que uma vacina de reforço 10 anos após a vacinação primária deve ser administrada para garantir proteção vitalícia.

Como uma doença zoonótica, com um reservatório em primatas não humanos, é improvável que a febre amarela seja erradicada. No entanto, as epidemias podem ser prevenidas se as populações forem protegidas pela imunização de rotina e se as campanhas de vacinação em massa forem implementadas rapidamente em resposta a um surto. Uma coalizão de parceiros liderada pela OMS, UNICEF e Gavi, a Vaccine Alliance, visa eliminar as epidemias de febre amarela em todo o mundo em 2026. Para atingir esse objetivo, há uma necessidade urgente de pesquisa para esclarecer a duração dos níveis protetores de imunidade proporcionados por vacinas .