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COMO CONCILIAR OS HÁBITOS E AS TRADIÇÕES DOS DOIS LADOS DA FAMÍLIA


Que importância têm as tradições familiares? Como é que um casal pode conciliar os rituais, hábitos e tradições Dos Dois Lados da família sem conflitos? Como é que uma família se pode adaptar a mudanças tão impactantes como um divórcio ou uma situação de doença crónica e continuar a valorizar as tradições?


HÁBITOS DE FAMÍLIA: É preciso “negociar”


É natural que nos tenhamos habituado aos almoços de família ao Domingo e que tenhamos o desejo e a expectativa de manter o hábito que tão bem nos faz, mesmo depois de casarmos. Mas será que a pessoa com quem nos comprometemos estará disponível para nos acompanhar? E se ele/ ela também tiver o hábito de reunir a família ao fim-de-semana? Vai cada um para o seu lado? E depois de termos filhos? Continuamos a ir almoçar a casa dos pais em separado? Ou negociamos, abdicamos de algumas expectativas e aceitamos que, para que a família que estamos a construir ganhe coesão, ambos terão de ceder?



“Importamos” alguns hábitos da nossa família de origem, adaptamo-nos a outros da família que nos adota e criamos, de raiz, mais uns quantos.

HISTÓRIAS DE FAMÍLIA: A “cola” que nos une


Quando chegamos de para-quedas à família da pessoa que amamos, confrontamo-nos com um rol de histórias – algumas são autênticos mitos – que tendem a repetir-se de cada vez que aquelas pessoas se reúnem. Algumas dão repetidamente origem a gargalhadas, outras estão envolvidas em mistério. A disponibilidade para as ouvirmos – tantas vezes quanto nos reunirmos – e para as “colarmos” a nós aumenta a sensação de pertença, de união. Quando estas histórias passam de uma geração para as outras, a identidade da família consolida-se. Há um “nós”.

TRADIÇÕES DE FAMÍLIA: O que é ser “normal”?


As famílias são mais felizes quando cada um dos membros do casal respeita as tradições a que o outro está habituado e está disponível para as adotar.

Aquilo que conhecemos e que nos dá segurança é o nosso “normal”. Telefonar a alguém à meia-noite pode ser considerado inapropriado para alguns, mesmo que seja para dar os parabéns. Para outros, é uma tradição incontornável, com tanta importância como soprar as velas. Reconhecer que há tradições que aquecem o coração das pessoas de quem gostamos (e das pessoas que estão à volta dessas pessoas), aproxima-nos da possibilidade de fazermos escolhas que saiam daquilo que consideramos “normal”. Quando nos perguntamos «O que é que o/a faz feliz?» com genuína curiosidade, é mais provável que façamos escolhas emocionalmente inteligentes que protejam as nossas relações familiares.


Por exemplo, no Natal, a esmagadora maioria
das famílias portuguesas come bacalhau. Isso é o nosso
“normal”. Mas numa relação em que uma das pessoas
seja de uma nacionalidade diferente, seja vegetariana
ou tenha simplesmente uma história de vida em que as
memórias associadas ao bacalhau remetam para emoções
difíceis, o que importa é que as tradições possam ser
adaptadas de maneira a que cada um se sinta
ouvido e respeitado. 



Ainda a propósito desta quadra:

Quando duas pessoas com famílias de religiões diferentes se unem, têm a legítima expectativa de passar as tradições associadas às respetivas confissões aos filhos, como os seus pais fizeram consigo. Há muitas famílias que conseguem, com cumplicidade, transmitir essa dupla herança, sem impor que haja uma escolha.

COMPARAÇÕES: O veneno que nos distrai


Quanto menos nos compararmos com os outros, mais valorizaremos a nossa família.



Cada família é única e especial e cada família gere os próprios desafios, os próprios problemas. Quando nos centramos naquilo que não temos – e que porventura jamais teremos -, mais facilmente desvalorizamos tudo aquilo que temos e que tanto acrescenta à nossa vida. Numa altura em que é tão fácil enfeitar a montra da nossa vida nas redes sociais, é essencial que olhemos para dentro e que prestemos atenção ao que realmente importa. 

MUDANÇA: Aceitemo-la com curiosidade


Somos mais felizes quando encaramos a mudança com curiosidade.  
Nem todos os nossos planos se concretizarão, nem tudo na vida correrá como ambicionámos. A vida é exímia em pregar-nos partidas e nós temos a capacidade de nos adaptarmos à mudança, especialmente se não escolhermos fazer braços-de-ferro com aquilo que não controlamos. Olhar para as mudanças com alguma pena e medo é normal. Mas também é saudável que escolhamos olhar para aquilo que muda com curiosidade, com abertura, e que nos deixemos surpreender por aquilo que não planeámos. Esta disponibilidade abre espaço para que possamos, afinal, descobrir que a felicidade pode assumir mesmo muitas formas.

Por exemplo, quando um casal se separa, é natural que algumas tradições deixem de poder ser concretizadas. Pelo menos, da mesma forma. Mas isso não significa que o que vem a seguir seja mau. Será diferente, sem dúvida. Mas a curiosidade em relação ao que podemos fazer para estarmos em paz e promovermos a paz de quem está à nossa volta ajudar-nos-á a encontrar o caminho.

Noutra situação, quando mudamos de emprego e deixamos de poder cumprir algumas rotinas, como parar diariamente para almoçar com a pessoa que amamos, isso deixa-nos tristes. Mas se nos focarmos naquilo que o novo trabalho nos trará, e naquilo que queremos para a nossa relação, é mais provável que encontremos, com criatividade, respostas que nos permitam ir ao encontro das nossas necessidades.

Numa situação de doença crónica ou de incapacitação, as famílias têm direito a um período de luto. Têm o direito de “chorar” os sonhos que ficarão por concretizar. E, depois, têm a oportunidade de se adaptar, de redefinir sonhos.


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