Boa noite, cults!

Dia de fazer post na madrugada por dois motivos:

1) É o meu aniversário! E estou acorda para saber quem seria a primeira pessoa a me dar "Parabéns"!

2) Estou empolgadíssima com as obras do meu fotógrafo favorito e não gostaria esperar até amanhã para fazer meus comentários.

Pois bem, então vamos ao que interessa (já que até agora, ninguém lembrou do meu niver...kkkk)

O fato é que a exposição sobre a última grande obra de Sebastião Salgado, Gênesis, chegou à cidade sob a batuta da curadora Lélia Wanick Salgado. As fotos podem ser conferidas no Sesc Santos, até o dia 24 de abril. A exposição fica aberta de segunda à sexta, das 10h00 às 21h30 e durantes os sábados e domingos, das 10h00 às 18h30. A entrada é franca.

Sebastião Salgado não conhecia muito sobre fotografia até os 30 anos. Nascido em uma pequena cidade de Minas Gerais, em 1944, o futuro fotógrafo formou-se em Economia, vindo a tomar os primeiros contatos com as ideias de esquerda na época da ditadura. Emigrou para a França em 1969, onde titulou-se Doutor, vindo logo a trabalhar para organismos internacionais, inclusive o Banco Mundial. Foi nesta época que ele começou a fazer seus primeiros registros com a Leica de sua esposa, a pianista Lélia Wanick Salgado.

Depois de algum tempo transitando entre os dois mundo, finalmente, em 1973, Sebastião Salgado decidiu trocar a economia pelas lentes. Desde então, vem dedicando-se ao fotojornalismo, o que lhe rendeu reconhecimento internacional e uma variedade enorme de prêmios. 

Seu trabalho é inteiramente em preto-e-branco, resultando em uma estética fascinante, que utiliza-se do brilho das águas, da luminosidade da pele, da opacidade da névoa, enfim das inúmeras manifestações da natureza e da humanidade para encantar e chocar. 

No entanto, além da qualidade visual, o que me faz realmente vibrar com seu trabalho é a dimensão socioambiental que segue no bojo de seus registros fotográficos. Sebastião Salgado consegue captar com maestria a conflituosa relação entre o homem e o meio ambiente, bem como a imensa simbiose que existe estes dois elementos, mostrando, por meio de uma crítica vivaz e inteligente, que é possível pensar em uma forma de existência muito mais sustentável do que aquela que vivemos hoje em dia. 

O fotógrafo conta que já passou por momentos de muita tensão e perigo para fazer seus registros fotográficos: frio intenso, vírus que paralisaram sua face, graves doenças de assistentes, etc. Algo de se esperar para quem já foi tão longe. Porém, além de preocupar-se com sua própria segurança e de sua equipe, bem como com a qualidade das fotos, o profissional teve que ficar atento à outros aspectos da sua interferência em meio à realidades tão exóticas. Um exemplo é o fato de que ele deve, a cada visita, assinar um termo no qual compromete-se a não deixar para trás nenhum objeto que não pertença àquela cultura. Abandonar um isqueiro em uma comunidade que produz fogo manualmente, por exemplo, poderia trazer sérias ameças à paz daquele grupo de pessoas.

Alguns vídeos podem ajudar a compreender melhor sua obra e seus ideias. O Sal da Terra (2014), dirigido por seu filho Juliano Ribeiro Salgado em parceria com o cineasta alemão Wim Wnders, é uma boa pedida. O filme conta parte trajetória do profissional uma maneira belíssima. Aqui disponibilizamos um trailer. A versão completa você encontra no Netflix.

Além do documentário, você pode conferir a apresentação dele no TED.

Ah! Não hesite em levar os pequenos para conferir o trabalho deste grande fotógrafo. Chegando lá, o pessoal do staff entrega um livrinho para que eles possam acompanhar a exposição. Além de imagens, a publicação conta com várias perguntas para estimular a criatividade da criançada. As minhas adoraram!

Bem, por hoje é só!

Até mais, cults!