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A espera por Lula e Dilma na cidade da transposição do Rio São Francisco

Uma multidão recepcionará Lula e Dilma em Monteiro, no Sertão da Paraíba, na manhã deste domingo(18), na inauguração “popular” das obras.
Por Otávio Antunes, de Monteiro (PB)
“Posso mandar um recado pra Lula? Vem Titio, vem Mamãe – referindo-se a Dilma – pra gente encher vocês de abraços”. É desse jeito que “Doutor” –  apelido de Alfredo Alves Pontiero – dirige-se à nossa equipe, na cidade de Monteiro, que recebeu o trecho da transposição do Rio São Francisco, ao perceber a presença de câmeras. E ele não é o único a falar de forma carinhosa dos ex-presidentes. Percorremos o trajeto entre João Pessoa e Monteiro, 311 km, devagar, ouvindo as pessoas sobre o País, o estado, e principalmente a região.
Existe um sentimento genuíno e comovente de gratidão aos dois chefes de Estado, Lula e Dilma. A pouco mais 55 km de João Pessoa, paramos na cidade de Sobrado, em uma barraca na beira da estrada tomamos água de coco e ouvimos a história do Senhor Marcos Vinicius Trigueiro Barbosa e Silva. “Criei, ali mesmo – aponta para uma casa de teto vermelhinho e cercado por um lindo pomar – toda minha família. Meus irmãos são daqui também. Só não está conosco meu filho, que mora em João Pessoa onde faz o curso de Engenharia na federal, quem ia imaginar que ficaria mais fácil fazer uma faculdade né? Meu filho vai ser engenheiro”, relata orgulhoso. E não é nem preciso perguntar o que mudou nos últimos anos para que ele diga: “Lula meu filho, foi Lula o nosso presidente. Nunca ninguém tinha cuidado da gente desse jeito. Foi tanta coisa. Educação, Bolsa Família, emprego melhorou muito, agora piorou de novo né? E essa maravilha da água que ninguém acreditou nele quando disse que ia trazer. Daqui vai sair muita caravana pra Monteiro. O povo vai tudo lá agradecer o Lula”.
A cada quilometro distante de João Pessoa a paisagem vai ficando um pouco mais árida. Não demora até começarmos a cruzar com rios completamente secos no trajeto, como o Riacho caboclo. Em mais algumas paradas descobrimos que o povo sertanejo não reclama da seca e da natureza, aceita resignado o clima da região. “Não se luta contra a falta de chuva, a natureza tem o tempo dela, a gente tem é que ter inteligência para viver bem entre as chuvas. É difícil, muito difícil, mas agora a gente tem cisterna, caixa, poço, antes era ainda mais difícil. Faz sete anos que não chove direito aqui. Sete anos. E nós estamos firmes, porque ainda tem o seguro safra, foi a melhor coisa que Lula fez. Porque a gente planta e lida na terra com muito carinho, mas às vezes não chove. E antes a gente perdia tudo quando isso acontecia. Agora estamos protegidos”, conta Roberto Gomes.
Chegando em Monteiro a primeira coisa que avistamos é o Rio Paraíba. Mas um rio diferente. Uma estrutura de concreto contrasta com as margens verdinhas do leito. Crianças e adolescentes mergulham e fazem piruetas em um ritmo frenético, para depois subirem rapidamente uma rampa improvisada e mergulharem novamente. Tudo sob o olhar atento de curiosos que aplaudem e sorriem a cada mergulho. A cada salto alguém mais velho alerta: “Cuidado menino, do lado de lá é pedra e aqui tem muito ferro”, referindo-se aos limites do poço artificial que se formou no ponto de encontro entre o Rio e a estrutura da transposição.
Ligamos as câmeras e novamente as pessoas se aproximam para falar. “Nem dormi direito esses dias. Fiz bandeira, camiseta e tô preparado pra receber Lula e Dilma. Vem que vou te abraçar com minhas mãos e meus pés Lula”, diz um sorridente Lucivanio Sousa Santos, ou o Vaninho, como seus amigos o chamam
O personagem inicial de nossa matéria, o “Doutor” Alfredo, ainda emenda um convite simbólico e cheio de significados a Lula. “Titio! venha titio comer bode mais nós e toma uma mais nós, com limão e um bodinho. Pirão de peixe! Estamos esperando titio com os braços abertos, venha morar em Monteiro mais a gente! Quem matou a fome dos pobres foi titio Lula, não foi outro não. Primeiro Deus, depois titio. Matou a fome dos pobres a sede dos pobres, foi titio. Se não fosse titio os pobres estavam lascados, não tinha mais pobre vivo não.”
A cidade respira a visita. É o grande assunto em todas as rodas de conversa. Lula e Dilma terão, certamente, uma calorosa e acolhedora recepção. Fonte: Revista Fórum.


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