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Religião e política: um prato indigesto



Todas as constituições do Brasil da Era Republicana são enfáticas ao destacar a separação entre a religião e o Estado. No Brasil colônia e império, todos os brasileiros automaticamente já nasciam católicos. Era impensável mudar de religião.

A atual constituição reforça este conceito. Seguir ou não uma religião são conceitos privados. A lei garante a liberdade religiosa. Qualquer um pode seguir ou não uma religião. Eu, você e todos nós podemos acreditar nas divindades ou não.

É normal chefes de governos ou de Estado receberem qualquer membro de organizações religiosas. Tantos chefes de governo ou de Estado podem ter ou não uma religião, são direitos garantidos pela constituição. O temeroso será levar este desejo pessoal para a esfera pública, tomar decisões que possam alterar a vida de cada brasileiro.

O momento obscuro que estamos atravessando com o atual governo deixa–nos em alerta. A presença da bancada da Bíblia (religiosos conservadores), em sua grande maioria evangélicos, na qual, constantemente, protagonizam polêmicas ao tentarem misturar assuntos de estado com os dogmas de sua religião, é prova disso. Um desses casos célebres é o da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a pastora Damares Regina Alves, cujos discursos já provocaram diversas situações embaraçosas para o Planalto.

A justificativa de por Deus em pautas políticas é como colocar um ponto final em uma discussão. A palavra Deus traz a questão do respeito por ser uma entidade divina e poderosa. Não há argumento que contenha premissas lógicas e racionais que possam derrubar uma premissa divina, pois está em um conhecimento religioso, diferente das demais.

Quem se atreve a se opor a (um argumento que use) Deus em uma pauta política em um país como Brasil? Caso isso venha acontecer, saiba que será chamado de forma pejorativa de “Comunista!”, “Chavista!”, “Satanista!” e outros xingamentos.

O fanatismo religioso foi um dos motivos de ter elegido Bolsonaro no poder do Brasil. Usou pautas religiosas para justificar os seus atos. Isso pode lembrar os governos Fascistas e Nazistas da Itália e da Alemanha que de uma certa forma usaram a Igreja para se levantarem e se manterem no poder. Utilizaram o conservadorismo da Igreja para se apoiar em suas “reformas políticas”.

Lembrando que designar a religião como algo “mal” pelos infortúnios causados pela Igreja é um equívoco. Pois, a religião em si não prega as barbáries que a Igreja e quem a usou em nome dela fizeram. Quem matou, dizimou e procurou justificar a escravidão nas Américas e na África foram pessoas que se apropriaram de forma errada da religião para praticarem tais atos.

A política de quem está no poder do Brasil está na contra mão do progresso, com pautas cada vez mais conservadoras, usando, por vezes, Deus em “vão” para se escorar e conseguir apoio para talvez se reeleger. Sempre desconfie de quem usa Deus na política, geralmente esse político não possui plano de governo econômico-social convincente, por isso apela a Deus.

(Escrito por Fábio Idalino Alves Nogueira  e Gabriel Luiz Campos Dalpiaz)





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