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O que acontece quando negros e brancos cometem o mesmo erro? E se for mulher?



A Professora Joana D’arc Félix de Souza (foto acima), conhecida dentro e fora do país no meio acadêmico, serve de inspiração para muitos jovens que querem ser alguém na vida. Fomos pegos de surpresa quando a imprensa descobriu que a professora nunca estudou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Errou. Mesmo assim, seu projeto dentro da Unicamp é reconhecido mundo afora.

Cientista admite que não estudou em Harvard, mas nega falsificação de diploma de pós-doutorado

A imprensa foi implacável com ela. Fez de sua vida um inferno, podendo colocar em risco seus projetos acadêmicos. Exemplos recentes de ministros e governadores não tiveram a mesma repercussão, ao ponto de programações televisivas e radiofônicas dedicarem mais de uma hora para falar do caso da nobre professora.

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Wilzel, escreveu no currículo Lattes que tinha feito mestrado na mesma Universidade citada pela professora Joana. A assessoria do atual governador passou a seguinte mensagem: “ele incluiu a possibilidade de aprofundar os estudos em Harvard, projeto interrompido pela campanha ao governo do Estado, em 2018, quando se encerram as inscrições para a universidade norte-americana”. Assim terminava o sofrimento do governador fluminense. O mesmo destino foi dado para os demais, incluindo o atual ministro da educação, Abraham Weintraub e a ministra Damares ao afirmar que possuía mestrado. 

Mas e a repercussão? Quase nada em comparação ao caso da professora. Um tratamento superficial foi dado pela imprensa aos políticos envolvidos. Vamos deixar na mão de Deus.

Na verdade o que vem me deixando intrigado é como a imprensa pega alguém que começou por baixo, vencendo todas as barreiras impostas para desistir no meio do caminho e ser mais uma na vida, e de uma hora para outra, desgraça a vida desta pessoa. A questão aqui é o tratamento desigual para cada caso.

Atacar uma mulher negra é fácil. Não vejo todo esse debate em torno das pessoas citadas acima. Volto a dizer: ela errou. Os outros também. No entanto, por que o tratamento tão desigual por parte da mídia? Confirma aquela máxima que a mulher negra é a ultima da pirâmide social?

Este exemplo nos dá a entender que não estamos preparados para acolher quem vem de um mundo diferente e não padronizado.
A professora Joana D’arc era mais uma a entrar para aquelas estatísticas em que o negro pode ser incluído sem a necessidade de políticas públicas de inclusão racial. Ter este olhar não filtrado impede qualquer debate de combate ao racismo, visto que a exclusão social tem seu viés racial.

Há quase duas décadas, quando as políticas de cotas raciais foram aplicadas no país, as pessoas, avessas às diversidades, passaram a ver a nossa presença como ameaça ao perder o equilíbrio de poder. Que bom que vejam assim. Se quiseres saber? Vamos ocupar outros espaços de poder e privilégios.

(Fábio Nogueira: aluno/professor voluntário de Pré vestibular comunitário)

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