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Carreira, blues, estrada e "Quero Que Se Folk" com Murillo Augustus - entrevista exclusiva


O One Man Band, Murillo Augustus, acaba de lançar seu terceiro trabalho solo, intitulado “Quero que se folk”. Músico multi-instrumentista e compositor com longa experiência, ainda nesta semana divulgou oficialmente um show imperdível: Murillo Augustus e a banda norte-americana The Royal Hounds, em apresentação única e gratuita, no interior de São Paulo, dia 15/11/17*. Nesta entrevista exclusiva, Murillo fala sobre seu novo disco, família, shows e muitas histórias inéditas.
The Royal Hounds

COMUNICA TUDO – Primeiramente, muito obrigado por aceitar o convite para esta entrevista. Mas gostaria de iniciar de modo um pouco diferente, testando sua memória. Você pode nos dizer rapidamente em quantas bandas já tocou ao longo da vida, por quantos estilos musicais e instrumentos já passou nessas bandas?

MURILLO AUGUSTUS – Eu que agradeço o convite e o espaço fabuloso para falar um pouco da minha jornada.

Aí você me complica, Marceleza (risos). Vamos lá. A primeira banda que toquei na vida foi a Paradoxo, onde fazia bateria e voz. A banda teve várias formações e estilos. No começo da Paradoxo, em 1999/2000, chegamos a gravar uma fita com músicas autorais e distribuimos para os amigos da escola. Tenho os aúdios até hoje. O repertório era uma verdadeira salada e ia de punk nacional até heavy metal.
Banda Paradoxo, 2007

Paralelo a banda Paradoxo, na mesma época, comecei a fazer bateria para o saudoso professor de música, Valdir Barbosa (índio), com quem aprendi muito. O Valdir era um cara simples, sonhador e de muita sabedoria; muitos músicos da cidade aprenderam com ele. Eu tocava nas bandas que ele montava para os alunos. Uma delas foi bem especial e se chamava R.S. BAND. Essa banda tinha o cover de Raul mais jovem do Brasil. Na época chegamos a participar de programas de TV e do fenomenal Circuito Musical de Bairros (Itu/SP).


A Paradoxo teve o seu 'upgrade' com a entrada do Fábio Tico (guitarrista). Daí a banda passou a tocar Rock Clássico nas festas do Zeka´s Bar, para os motociclistas da região. Tocamos durante um ano, quase todo final de semana. Participamos de festivais. Ficamos em 5º colocado no FEST ROCK X, do Ituano Clube, e em 2º no Rock In Park, do Park Food (Itu/SP), no ano de 2004. A partir daí começamos a fazer Circuito de Bares. A Paradoxo durou até 2007.
Murillo Augustus e Pena Seixas em 2004

Em 2008 montei a banda Cevada Elétrica, que virou Vitrola Régia e depois Vitrola Nova. Essa banda tocou até 2013 e tinha uma proposta temática de rock setentista. Nessa mesma fase, no estúdio do nosso baterista, Beto Ferrari, comecei a cantar na Soublues. Foi uma banda muito poderosa da qual tenho muito orgulho. Lançamos um EP chamado "Cheiro do Vermelho" e ganhamos o prêmio de melhor composição no Festival da BOSS, no Manifesto, em São Paulo.
Milton Castelli e Murillo Augustus, SoulBlues

Essas eram as bandas oficiais (risos). Eu vivia quebrando o galho para os amigos nos palcos da região. Eu sempre fui muito cara de pau pra essas coisas. Toquei em uma banda de Araçariguama, para os caras do Célticos, toquei com você em um ensaio aberto inesquecível na falecida Skynny Lady, toquei para a banda Psicose em alguns festivais. Cansado de tanto sofrimento (risos) comecei a tocar sozinho, em 2012, com a proposta de FOLK/BLUES. Inicialmente era apenas violão, gaita e pandeiro de pé. No ano seguinte introduzi os outros instrumentos e comecei a rodar mais.
Vitrola Régia

COMUNICA TUDO – Você recorda o seu primeiro show no formato One Man Band? Pergunto isso para complementar: a peregrinação por várias bandas tem, de alguma forma, relação com a proposta de tocar sozinho? Quais foram as motivações?

MURILLO AUGUSTUS – O meu primeiro show como One Man Band foi no Villa Blues, em Botucatu. Me lembro que quando recebi o convite para tocar lá, a casa estava trazendo vários músicos de Blues dos EUA e sempre tinha show dos grandes ícones do blues brasileiro por lá. Daí pensei: "preciso chegar no Villa com algo diferente". Foi em 2013. O fato de eu ter tocado em várias bandas, aumentou a minha vontade de tocar sozinho (risos). Com banda é muito divertido, mas os problemas cansam demais e te deixam frustrado na maioria das vezes. Com relação a parte técnica da coisa, com certeza a minha peregrinação por várias bandas e vários instrumentos me ajudou muito nessa nova proposta.


COMUNICA TUDO – No ano seguinte, em 2014, você lança seu primeiro disco com composições em parceria com João Affonso, que já foi nosso entrevistado. Mais ou menos nessa época, você pediu demissão de seu trabalho para apostar na música, correto? Como foi tomar essa decisão arriscada e qual foi o apoio recebido na época?

MURILLO AUGUSTUS – Sim. Eu sempre precisei trabalhar com música, principalmente depois que casei. Sempre estava tocando aos finais de semana para ganhar um dinheiro e, com isso, melhorar a minha renda. Só que chegou uma fase em que eu precisava ir mais longe, as ofertas começaram a pintar e eu estava recusando por conta do meu trabalho. Foi quando recebi uma proposta de uma empresa de eventos na cidade de Itu, a "Martini e Mori", que me garantiu várias apresentações em festas importantes.
João Affonso e Murillo Augustus

Isso me deu uma estabilidade financeira e tempo para correr atrás das vendas nos bares e casas de shows. A minha esposa sempre me apoiou. Isso para o músico é muito importante. Acredito que sem esse apoio é impossível a pessoa entrar e seguir nesse ramo.



COMUNICA TUDO – Há poucos dias você lançou o terceiro álbum de sua carreira solo, intitulado “Quero que se folk”, no Spotify, Deezer, Google Play e Itunes. O público, pelo que pude pesquisar nas redes sociais e sites de música, tem recebido muito bem este trabalho. Para mim, fica nítida a influência de Raul Seixas e Bob Dylan nas composições. Que outras influências você tem neste trabalho em parceria com o letrista João Affonso?

MURILLO AUGUSTUS – Esse disco é uma mistureba de várias influências. A gente pensou em misturar jazz, blues, country, rock e folk, de uma maneira bem divertida e acho que rolou um resultado bem interessante. Mas no geral, as influências são Raul, Dylan, Johnny Cash, Neil Young, Thelonious Monk, Sonny Terry and Brownie McGhee e outras coisas mais.



COMUNICA TUDO – Você faz dezenas de shows todos os meses, caminha bastante por muitos lugares e conhece muita gente. Quais são os artistas brasileiros do Blues, Folk ou Country que você conhece, admira e recomenda para o grande público?

MURILLO AUGUSTUS – De blues tem vários artistas interessantes e consagrados como Blues Etílicos, meu amigo Big Chico e Vasco Faé. No lado do folk a cena está muito mais acesa, tem muita coisa rolando e eu não tive tanto interesse de ouvir o que está acontecendo. Na verdade, eu acho uma confusão com relação aos rótulos. O Folk, por estar na moda devido ao movimento do "New folk", a galera acaba perdendo a mão um pouco nas ideias. Das coisas que ouvi, eu curti os moleques do "Quando o Inhambú Cantou no meu Quintal", são meus amigos e fazem a linha do regional. Com relação ao country, eu indico de coração o meu amigo, Johnny Voxx, e o guitarrista Matheus Canteri, são dois artistas de primeira com trabalhos excelentes autorais.
Murillo Augustus e o colunista do Comunica Tudo, Rafael Ferraz


COMUNICA TUDO – Você é um artista polivalente, capaz de realizar várias coisas ao mesmo tempo, além de ser seu próprio empresário, gerenciar suas mídias sociais, tocar no formato One Man Band. Como é fazer isso tudo sozinho?

MURILLO AUGUSTUS – É uma loucura total, mas gosto dessa correria toda. Gosto da estrada, de dirigir, de vender, de negociar, de divulgar, tenho muito orgulho disso. A gente às vezes acaba passando um pouco da conta e ficando sem dormir (risos), mas vale a pena. Com o tempo a gente vai aprendendo a trabalhar e a pegar o 'time' das coisas, dos contratantes; aí facilita o processo. Mas geralmente, trabalho da seguinte forma: segunda e terça é negociação e divulgação, no restante da semana é "estrada". Você me ajudou muito em tudo isso, Marcelo. Publique isso (risos)!
Murillo Augustus em 2004

COMUNICA TUDO – Recentemente você atravessou o país para fazer shows no Pará. Conta para nós como foi essa experiência.

MURILLO AUGUSTUS – Foi uma experiência maravilhosa e cheia de aventuras. Primeiro pela distância. Peguei um avião até Palmas e de lá andei 5 horas de carro até a cidade de Redenção, interior do Pará. Sai de São Paulo com 19º e cheguei lá com 42º. Duas casas da cidade, a Dona Maria e a Burgas, que estão revolucionando o sul do estado com uma programação de rock and roll, se juntaram para fazer um evento chamado "American Weekend". Eles me acharam na internet e me contrataram. Foi uma loucura total. Mas fui muito bem recebido por lá. As duas casas estão remando contra a maré. Foram as primeiras casas a colocarem rock and roll e blues na cidade. Acho que a galera achou meio estranho no começo, mas depois rolou bem legal. Acredito que isso foi como uma missão: levar uma sonoridade diferente para um público que não tem contato com blues e folk! Espero voltar um dia!

COMUNICA TUDO – Gostaria muito de agradecer por ter aceito o convite para esta entrevista. Sempre é muito bom conversar contigo. Para finalizar, o que o público pode esperar para 2018 além de muitos shows? Você já está pensando no próximo disco?

MURILLO AUGUSTUS – Eu que agradeço, Marcelão. Parabéns pelo veículo. Sou seu fã.
Vou promover o "Quero que se Folk" o máximo que puder. Rodar bastante e levar o folk/blues do brejo para o máximo de pessoas que eu conseguir. Essa é a ideia.

* Show República do Blues
Murillo Augustus e The Royal Hounds - dia 15/11/17, às 14h, na Praça da Matriz, em Itu/SP.
APOIO: Prefeitura da Estância Turística de Itu e André Produções.


Murillo Augustus Site Oficial: http://murilloaugustus.com

(Via Marcelo D'Amico)

 
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