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Preocupação de Macron com livre-comércio ameaça acordo UE-Mercosul


O presidente francês, Emmanuel Macron – DARIO PIGNATELLI / REUTERS

BRUXELAS – A posição do presidente francês, Emmanuel Macron, que quer atenuar a política comercial da União Europeia (UE), ameaça as negociações entre o bloco e o Mercosul, que estão em um momento crucial.

Macron, destacando os temores crescentes de uma parte dos cidadãos europeus sobre a globalização, vai defender, nesta quinta-feira (19), na cúpula em Bruxelas com seus pares da UE, uma política comercial mais transparente e protecionista.

O líder de centro, preocupado com que a UE “se precipite” nas negociações de acordos de livre-comércio, insistiu em que o assunto seja incluído na pauta do jantar de trabalho desta quinta, que vai reunir os 28 chefes de Estado e de governo do bloco europeu.

Uma “Europa que protege é (…) uma Europa que sabe encontrar bons acordos de livre-comércio, boas negociações para proteger seus trabalhadores e consumidores”, declarou o mandatário na chegada à cúpula de dois dias.

“Seria um desperdício tratar de reconciliar os europeus com a Europa (…), se a Europa não assume o papel protecionista” em assuntos comerciais, disse um alto diplomata da UE sob condição de anonimato.

MERCOSUL PREOCUPA

Os temores de Paris foram reforçados com a aceleração da agenda comercial da UE nos últimos meses, especialmente com o Mercosul — bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, que vive um momento crucial após mais de duas décadas de negociações.

As discussões, que começaram em 1999, ganharam velocidade em maio de 2016, com um intercâmbio de ofertas que despertou a esperança em ambos os blocos para alcançar um acordo até o fim de 2017. Mas os europeus não apresentaram, então, suas ofertas sobre carne bovina e etanol.

Finalmente, na última rodada de negociações, celebrada em Brasília no começo deste mês, a UE apresentou suas propostas de cotas de importação de 70 mil toneladas para carne bovina e 600 mil toneladas para o etanol anuais, consideradas insuficientes pelo Mercosul.

A apresentação gerou divisão no seio do bloco europeu. Onze países, entre eles França e Irlanda, disseram à Comissão Europeia que preferiam apresentá-las ao Mercosul no final das negociações.

A França teme o impacto acumulado no setor agrícola dos acordos comerciais, como o fechado com o Canadá, o negociado com o Mercosul e as futuras discussões com Austrália e Nova Zelândia. Por isso, pede que se estude se o mercado europeu pode absorver maiores volumes sem se desestabilizar.

Contudo, outros oito, entre eles Alemanha, Espanha, Portugal, Itália e Reino Unido, pediram para completar a oferta “para dar fôlego às negociações”, como acabou fazendo a Comissão.

Apesar do setor bovino e do etanol serem delicados na Europa, partidários do acordo com o bloco sul-americano defendem os benefícios para os setores de autopeças e químico europeus.

“Não gosto do enfoque de que devemos frear as negociações de livre-comércio”, disse à AFP antes da cúpula de Bruxelas o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, para quem “o comércio é bom para a Europa”.

“Quando falamos de política comercial, traçam-se automaticamente dois grupos” entre os 28 membros da UE, resumiu uma fonte europeia.

No norte do bloco estão os defensores do livre-comércio, apoiados pela Comissão Europeia. Ao sul, os paladinos de uma política comercial mais protecionista, liderados pela França.

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