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Setor madeireiro: truculência / incompetência

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) nos surpreende de vez em quando, através de declarações de seus “luminares dirigentes” que só não nos fazem rir porque são trágicas. Uma das mais hilárias foi essa: “É necessária uma conscientização do consumidor e do  Madeireiro. Este último, deveria se preocupar mais com o grau de tecnologia em sua empresa para combater o desperdício”. Este arauto do conhecimento parece desconhecer que o Setor Madeireiro é totalmente regulado, engessado, sem nenhum direito de inovar ou melhorar suas práticas, já que suas ações são monitoradas, agora, até via satélite, e as punições são recorrentes desde que não siga as regulações pré-estabelecidas, muitas vezes inexequíveis. Aqui cabe um adendo, a punição precede à apuração do fato gerador sob o pretexto de risco ambiental iminente. A ideia do legislador pode até ter sido boa, mas sua operacionalização tem sido de uma mediocridade gritante e vexaminosa. Tudo o que foi descrito tem como agente o próprio MMA; então, como o setor madeireiro na condição de vítima pode fazer algo contra as orientações de seus algozes?

Se realmente desejamos que o setor madeireiro em nossa região volte a ter uma participação social e econômica, temos de deslocá-lo do jugo do Ministério do Meio Ambiente e transferi-lo para a orientação do Ministério de Indústria, Comércio, Exterior e Serviços (MICES), pois o viés ambientalista, como doutrina, caolho o está levando à falência ou à ilegalidade.

Hipocrisia não está na relação de meus inúmeros defeitos. Afirmo que esses doutores emboletados em gabinetes no MMA desconhecem a Amazônia. Nossas florestas e rios são para eles poemas que julgam poder recitar. Sinceramente, legislam sob o que não dominam, analisam os problemas de forma soberba e fria, e, por não terem conhecimento de causa, sem responsabilidade pelos seus resultados.

A fiscalização em campo é desastrada. Há algum tempo chegou na Amazônia, especialmente no Estado do Pará a operação “Arco de Fogo”, pelo nome, já informava a belicosidade de seu planejamento. Do ponto de vista prático, para o setor madeireiro foi terrível; misturou os legais e os ilegais. Não sei se do ponto de vista arrecadatório foi bom ou ruim, porém, sei que para os apologistas do nada fazer foi excelente, paralisou o setor.

A ideia de que nada pior poderia acontecer é ledo engano, pois está havendo uma fiscalização intensiva da qual não sabemos o nome dado à operação e, menos ainda, em que vai resultar. Estão queimando máquinas, equipamentos, carretas, até ao simples desconfiar de procedimento irregular. Ainda tiram fotos e exibem nas redes sociais seus troféus de terra arrasada contra os que são tidos como transgressores. Será que os quadros legais vigentes no país acolhem tais procedimentos bélicos?

Abro um parêntese para esclarecer que um grande Amigo não concorda comigo, diz que o conhecimento da Amazônia destes senhores é maior do que eu penso, pois todo ano se deslocam para Parintins para ver o belíssimo festival dos bois, e depois dão uma esticada no Hotel da Selva, próximo à Zona Franca de Manaus, com todas as mordomias pagas por seus apoiadores alienígenas.

Nosso objetivo é olhar o setor madeireiro de forma positiva; já separado o joio do trigo, socialmente, economicamente e ambientalmente. Para que isso ocorra, basta que realmente valorizemos a floresta em pé, não através de falácias e poesias, mas efetivamente dando a estes empreendedores, empresários, o direito de fazer o manejo sustentável das florestas, pois, retirando as árvores maduras, envelhecidas, que serão naturalmente substituídas por árvores novas ainda em fase de crescimento, a fotossíntese será intensa e o sequestro de carbono da atmosfera será mais eficaz. Penso que este raciocínio é incontestável.

Criemos na nossa SUDAM – Superintendência da Amazônia, grupos de trabalho para desenvolvermos e aprimorarmos, de forma científica, o aproveitamento econômico de nossas florestas; este será nosso grande desafio. Não precisa trazer ninguém de fora já que temos técnicos nas nossas Universidades, aqui nascidos e criados, que ficariam felizes em participar deste mutirão. Por fim, cabe à nossa classe política exigir respeito para com a nossa região, não permitindo que alienígenas venham aqui nos dizer o que fazer.

Nós, amazônidas, sabemos dar valor às nossas águas e florestas, nascemos sentindo o cheiro do mato, vivemos respirando um ar carregado de água. A sociedade amazônica agradece. Engº JOSÉ MARIA DA COSTA MENDONÇA Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Pará – FIEPA Presidente do Centro das Indústrias do Pará – CIP Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEPA



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