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Feirão de empregos na Zona Oeste do Rio leva milhares de pessoas a disputarem 850 vagas

RIO – Uma feira de empregos realizada na Universidade Castelo Branco, em Realengo, Zona Oeste do Rio, mobilizou milhares de pessoas nesta terça-feira. Empresas como BRF, Mudes, Kaizen, Atento, Amway, entre outras, participaram da feira “Castelo dá Trabalho”, oferecendo um total de 850 vagas, incluindo oportunidades para Jovem Aprendiz e Pessoas com Deficiência.

Para entrar na quadra da universidade, onde era realizada a feira, era preciso pegar uma das cerca de 5 mil senhas que foram distribuídas até às 11h, apresentar carteira de trabalho, currículo atualizado e documentos pessoais. Segundo os organizadores do feirão, àquela hora, 4 mil pessoas já haviam retirado senha para participar.

Desde a noite de segunda-feira já havia fila no entorno da universidade.

— Cheguei aqui na segunda-feira, às 18h, e já tinha cerca de 50 pessoas esperando. Estou desempregado há um ano e sempre que sei de uma feira tento vir o mais cedo possível para a fila. Trouxe uma cadeira de praia para ficar sentado, cobertor, lençol, biscoito e improvisamos uma lona quando começou a chover. Mas não ajudou em nada. Estamos molhados do mesmo jeito — lamenta William Cordeiro da Silva, de 22 anos.

O último emprego fixo de William foi como ajudante de caminhoneiro. Hoje, ele ajuda o pai em algumas obras, mas sonha em voltar a ter Carteira Assinada.

— Moro com meu pai, meu irmão de 24 anos e minha irmã, de 14. Meu irmão também está desempregado. E meu pai é pedreiro autônomo. Está fraco de serviço para ele. Mas quando surge algo, a gente trabalha como ajudantes. Quero conseguir um emprego de carteira assinada para ajudar minha família — conta o candidato.

O Sonho da Carteira Assinada

Espalhar currículos tem sido a rotina de Marta Maria de Souza nos últimos dois anos, quando perdeu o emprego de atendente de telemarketing na Atento, em Madureira, Zona Norte da cidade, juntamente com 700 colegas. Duas ou três vezes por mês, ela pega o trem em Realengo em direção ao Centro com um roteiro pré-determinado de endereços para deixar CVs. Sua filha de 15 anos assume a cozinha enquanto a mãe percorre dezenas de endereços.

– Um dia eu faço só o lado ímpar da Avenida Rio Branco; outro dia, exploro a região do Castelo, e por aí vai. Bato de porta em porta e pergunto aos porteiros onde estão aceitando currículos. Já foram centenas deixados nesse tempo, mas nunca recebi qualquer resposta – lamentou Marta, que, aos 51 anos, acredita encontrar barreiras no mercado por causa da idade:

– Existe um pouco de preconceito da parte de quem contrata.

Situação semelhante enfrenta Luiz Vieira, de 26 anos, que mora na comunidade da Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste, com a mulher, dois irmãos e os pais. Todos os seis estão desempregados. Em 2015, o jovem foi demitido do mercado da Rede Economia, onde trabalhava como repositor há quase cinco anos. O momento foi o pior possível: a recessão se agravava e ele se tornava pai.

– A situação está bastante difícil. Para comprar o leite da minha filha é um sufoco. Minha mulher pega uns R$ 150 do Bolsa Família, e eu me viro fazendo bico de ajudante de pedreiro, quando aparece. Consigo uns R$ 400, mais ou menos, para viver – disse Vieira, que parou de estudar no 2º ano do ensino médio.

– Não faço mais nada além de procurar emprego. Tem dois anos que eu não saio, afirmou ele, que também dormiu na fila sonhando com uma vaga.

Com uma cadeira de praia debaixo do braço e a roupa ainda úmida da chuva que caiu na madrugada, Rosemberg Cruz Lima, de 42 anos, buscava trabalho como porteiro. Ele está desempregado desde julho do ano passado, quando foi dispensado da concessionária Ford de Del Castilho. Nesse período, Lima tem se desdobrado para sustentar as duas filhas adolescentes com serviços esporádicos de marceneiro, como ajudante do pai.

– Nunca havia ficado desempregado tanto tempo antes na minha vida. Já estou com uns R$ 5 mil em dívidas, do celular e do cartão de crédito, e preciso de um emprego para poder parcelar esse valor. Já coloquei muito currículo na praça mas não consigo nada – contou o morador de Realengo, que chegara na fila às 19h de segunda-feira.

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