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Florestas “perdidas/ escondidas”,encontradas

Uma nova análise global da distribuição de Florestas no mundo, “encontrou” 4.670.000 km² ou 467 milhões de hectares de floresta que nunca foram relatados antes (não declarados anteriormente) – uma área equivalente à metade da área territorial do Brasil (8.516.000 km²), quase toda a floresta amazônica (5.500.000 km²) e a 60% do tamanho da Austrália.

A descoberta aumenta a quantidade conhecida de cobertura florestal global em cerca de 9%, e aumentará significativamente as estimativas de quanto Carbono é armazenado em plantas em todo o mundo.

As novas florestas foram encontradas através da pesquisa de “terras secas” – assim chamado porque recebem muito menos água na precipitação do que perdem por evaporação e transpiração da planta. Essas áreas Secas contêm 45% mais floresta do que foi encontrado em pesquisas anteriores.

Encontrámos novas florestas secas em todos os continentes habitados, mas principalmente na África Subsaariana, ao redor do Mediterrâneo, na Índia central, na Austrália costeira, no oeste da América do Sul, no Nordeste do Brasil, no norte da Colômbia e Venezuela e no norte das florestas boreais no Canadá e Rússia. Na África, o estudo duplicou a quantidade de floresta seca conhecida.

Com as atuais imagens de satélite e técnicas de mapeamento, pode parecer incrível que essas florestas tenham permanecido escondidas à vista por tanto tempo. Mas este tipo de floresta era anteriormente difícil de medir globalmente, devido à densidade relativamente baixa de árvores.

Além disso, os inquéritos anteriores baseavam-se em imagens de satélite mais antigas e de baixa resolução que não incluíam validação no solo. Em contraste, o estudo atual, publicado na Science, utilizou imagens de satélite de resolução mais alta disponíveis através do Google Earth Engine – incluindo imagens de mais de 210.000 sítios de zonas secas – e utilizou uma simples interpretação visual do número de árvores e da densidade. Uma amostra desses sítios foi comparada com informações de campo para avaliar a precisão.

Oportunidade única

Dado que as terras secas – que constituem cerca de 40% da superfície terrestre –  têm mais capacidade de suportar árvores e florestas do que anteriormente percebemos, temos uma oportunidade única para combater as alterações climáticas, conservando estas florestas anteriormente não apreciadas.

As terras secas contêm alguns dos ecossistemas mais ameaçados, mas desconsiderados, muitos dos quais enfrentam pressão das mudanças climáticas e da atividade humana. A mudança climática fará com que muitas dessas regiões se tornem mais quentes e até mais secas, enquanto a expansão humana poderia degradar ainda mais essas paisagens. Os modelos climáticos sugerem que os biomas das terras secas poderiam se expandir em 11-23% até o final deste século, o que significa que eles poderiam cobrir mais de metade da superfície terrestre da Terra.

Tendo em conta o potencial das florestas de secas para evitar a desertificação e lutar contra as alterações climáticas através do armazenamento de carbono, será crucial continuar a monitorizar a saúde destas florestas, agora que sabemos que estão lá.

Aumento da política climática

A descoberta irá melhorar drasticamente a precisão dos modelos utilizados para calcular a quantidade de carbono armazenado nas paisagens da Terra. Isso, por sua vez, ajudará a calcular os orçamentos de carbono pelos quais os países podem medir seu progresso em direção aos objetivos estabelecidos no Protocolo de Quioto e seu sucessor, o Acordo de Paris.

Nesse estudo aumenta as estimativas de estoques globais de carbono florestal global em qualquer lugar entre 15 gigatoneladas e 158 gigatoneladas de carbono –  um aumento entre 2% e 20%.

Este estudo fornece informações de linha de base mais precisas sobre o estado atual dos sumidouros de carbono, sobre os quais a futura modelagem de carbono e clima pode ser baseada. Isto irá reduzir os erros de modelagem de regiões de terras áridas em todo o mundo. Essa descoberta também destaca a importância da conservação e do crescimento da floresta nessas áreas.

Autores

Jean-Francois Bastin, Nora Berrahmouni, Alan Grainger, Danae Maniatis, Danilo Mollicone, Rebecca Moore, Chiara Patriarca, Nicolas Picard, Ben Sparrow, Elena Maria Abraham, Kamel Aloui, Ayhan Atesoglu, Fabio Attore, Çağlar Bassüllü, Adia Bey, Monica Garzuglia, Luis G. García-Montero, Nikée Groot, Greg Guerin, Lars Laestadius, Andrew J. Lowe, Bako Mamane, Giulio Marchi, Paul Patterson, Marcelo Rezende, Stefano Ricci, Ignacio Salcedo, Alfonso Sanchez-Diaz Paus, Fred Stolle, Venera Surappaeva, Rene Castro.

Essa extensa equipe internacional de 31 pesquisadores de 13 países analisou dados de satélites e concluiu que a Terra tem 9% mais florestas do que se estimava.

 FOTOS/MAPAS: Bastin et al., 2017, TERN Ausplots



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