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Popularização de apps de estudo pode ter levado “Hora do Enem” a mau desempenho

Lançado em abril deste ano, o projeto “Hora do Enem”, do Ministério da Educação, parecia a solução para um problema que afetava muitos brasileiros: a falta de ferramentas para se preparar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Seja por motivos financeiros ou de logística, muitas pessoas não tinham a oportunidade de frequentar um cursinho pré-vestibular ou mesmo estudar em casa ou na folga do trabalho para a prova, o que acabava diminuindo significativamente as chances de garantir uma vaga em universidades públicas ou mesmo em faculdades privadas de renome. 

Oferecendo planos de estudos, aulas de diversas disciplinas, simulados, vídeos, entre outros, o “Hora do Enem” foi disponibilizado como um portal de uso gratuito que visava permitir que estudantes e interessados em prestar o Enem pudessem se preparar de forma eficiente para o exame. Porém, as coisas não deram muito certo. De acordo com informações publicadas no Estadão, o programa não deve ser renovado para o ano que vem. O motivo é a baixa adesão à plataforma, que foi pensada para cerca de 2,2 milhões de estudantes. Até agosto deste ano, apenas pouco mais de um milhão de alunos haviam se inscrito, número muito abaixo das expectativas do governo. 

Parte do motivo do fracasso da plataforma pode ser explicada pelo desconhecimento do programa por parte do público. Embora tenha sido tema de reportagens de grandes veículos, ao que parece, as pessoas não viram na plataforma um aliado para os estudos, assim como as resenhas acerca da plataforma na internet serem neutras e não destacarem o portal frente a outras opções de estudo. Além disso, novas formas de estudo também se popularizaram nos últimos tempos, o que também pode ter contribuído para o mau desempenho do portal. No mar de opções para estudo online, o “Hora do Enem” parece ter se afogado.

Novas formas de estudo

Os cursinhos pré-vestibulares ainda se mostram bastante populares entre os brasileiros, mas são muitos os motivos que podem levar um estudante a buscar alternativas e frequentar um curso presencial. Falta de tempo, trajeto complicado e preço são apenas alguns pontos que justificam o uso de aplicativos e sites por parte do novo perfil de estudantes que recorrem a meios tecnológicos para estudar. 

Em geral, alunos das classes A, B e C, entre 12 e 20 anos, têm preferido a utilização de apps nos momentos de aprendizado. Miguel Magalhães, 17, estudante do terceiro ano do ensino médio, recorreu ao AppProva para manter a mente afiada para as provas em novembro. Sem condições de pagar um cursinho pré-vestibular, Magalhães utiliza o aplicativo para reforçar o conteúdo que vê em sala de aula da escola pública que frequenta. “Como eu faço estágio na parte da manhã e estudo de noite, não consigo tempo para estudar debruçado em livros na maioria dos dias, então eu uso o aplicativo para não esquecer o que eu vejo em aula”, explicou.

O AppProva (disponível para sistemas iOS e Android) é gratuito e permite que o usuário teste seus conhecimentos em diversas questões em formato de quiz. Ao todo, o aplicativo tem mais de nove mil perguntas disponíveis. 

Para dúvidas pontuais, outra opção de app é o Professor de Bolso (disponível para iOS e Android), desenvolvido pela Mobile2You. Lançado em 2016, o aplicativo oferece auxílio em dúvidas específicas de usuários, passando por todas as disciplinas escolares. Ao se cadastrar na plataforma, o usuário opta por algum pacote disponível, que diz a quantidade de perguntas que podem ser feitas (cobrindo entre uma dúvida por R$ 4,99 até 100 dúvidas, por R$ 89,90). Após escolher o plano, o usuário pode enviar perguntas sobre qualquer assunto acadêmico e terá sua questão respondida em até 48 horas. E não são só os alunos em fase de vestibular que recorrem ao Professor de Bolso. “Já notamos um enorme crescimento em usuários em idade escolar, especialmente nos finais de semestre quando há recuperação nos colégios e vestibulares de inverno ou verão”, explica Amanda Lino, representante do aplicativo. 

Nas palavras de Lino, o bom recebimento do aplicativo por parte do público se deve ao aumento da importância dada aos estudos pelas famílias e também ao nível de didática empregada nas respostas dos especialistas do aplicativo. “Personalizamos nossas respostas de acordo com o perfil da dúvida enviada pelo aluno; ou seja, nossos professores analisam, antes de enviar a resposta, o nível de dificuldade da dúvida, adequando sua linguagem e sua resolução a cada aluno”, explicou.

Diferente dos concorrentes, o Habitica (disponível para iOS e Android) é uma opção para aqueles que acreditam que a hora de estudar é entediante. O aplicativo se assemelha muito a um jogo: o próprio usuário cadastra suas tarefas escolares (como horário para estudar uma disciplina específica, ou uma redação, por exemplo), e o app transforma esses deveres em missões, como se o utilizador estivesse jogando um game. Depois de completar a missão, o usuário ganha uma recompensa que o ajuda a “avançar” no game. O app ainda traz a função de competir com os amigos que também utilizam o app. Para aqueles que dispõe de um computador, o Habitica também possui uma versão web.

Quebra-cabeça didático

Em geral, mesmo nos aplicativos, as áreas que geram mais dúvidas nos alunos são matemática, física e química, assim como nos cursos presenciais. Nesse ponto, o que diferencia um aplicativo de um cursinho é a praticidade deles. “Eu geralmente uso o aplicativo quando estou no ônibus, ou na sala de espera do médico. É mais fácil do que ficar carregando livros por aí”, comenta Magalhães, que tenta, por dia, estudar pelo menos duas horas fora do horário das aulas.

O estudo das disciplinas na área de exatas é facilitado pela tecnologia. Muitas das coisas que são vistas em salas de aula podem ser conferidas na web, com exemplos interativos, em três dimensões e resoluções passo a passo, muitas vezes com maior didatismo.

Unindo o melhor dos mundos

É claro que o uso de plataformas tecnológicas não exclui o bom e velho livro escolar. Uma alternativa é que aplicativos e dispositivos eletrônicos sejam utilizados como complemento aos estudos, assim como aulas em cursinhos. Amanda, do Professor de Bolso, afirma que a equipe do aplicativo está estudando unir o uso do app com aulas presenciais em cursos preparatórios. “Alguns cursinhos já veem o uso de smartphone nas aulas como uma oportunidade de se diferenciar no mercado. Assim, já estamos em processo de desenvolvimento de parcerias entre o Professor de Bolso e alguns cursinhos de São Paulo que desejam aumentar suas taxas de aprovação nos principais vestibulares do país”, disse ela.

Em resumo, o que não falta são opções para os estudantes se prepararem para a edição 2016 do Enem. Miguel está confiante. “Ano passado eu prestei para ver como seria e até que não fui mal. Agora que estou estudando mais, e até usando app acho que tenho chance, sim, de conseguir uma vaga numa faculdade pública”.

E você? Tá esperando o que para começar a estudar?

Canaltech



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