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Mundial 2022: Previsão Grupo G

Em contagem decrescente para o Mundial 2022, prosseguimos a sequência de 8 artigos de análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Neles, pretendemos realizar uma sumária contextualização de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada Equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores acreditamos que poderão ser destaques.

    No Grupo G, confiança é coisa que não irá faltar. O camaronês Aboubakar acha-se tão bom quanto Salah (não é), a população sérvia está perdida de amores por esta geração e acredita que Mitrovic, Tadic e Vlahovic vão muito longe (podem ir) e já se sabe que Neymar se acha sempre a última bolacha do pacote. E, bem vistas as coisas, não é a última mas é provavelmente a penúltima ou antepenúltima.
    Brasil, Sérvia e Camarões garantem um grupo ambicioso e ofensivo, onde a Suiça pode voltar a mostrar que, sem grande fogo-de-artifício, sabe o que está a fazer.

    Falar do Brasil é falar da seleção com mais mundiais no museu (5 contra 4 da Alemanha e da Itália), tendo o último sido conquistado há 20 anos, na Coreia do Sul/ Japão, com Ronaldo Fenómeno, Ronaldinho e Rivaldo entre as escolhas de Scolari. Que saudades. Vinte anos mais tarde, Tite (bom treinador) orienta um conjunto que perdeu apenas 5 vezes nos 76 jogos desde que o técnico de 61 anos assumiu a equipa - de memória podemos recordar a final da Copa América diante da Argentina e a eliminação contra a Bélgica na Rússia. O Brasil é o grande favorito no Qatar, o que não significa que ganhe, destruindo (quase) tudo e todos na qualificação CONMEBOL: 14 vitórias e 3 empates em 17 jogos, com 40 golos marcados e apena 5 sofridos. Quem tem o antídoto para anular o Brasil de Tite? Aparentemente, a Argentina.

    No caminho para o Mundial, a Sérvia ficou em 1.º lugar no grupo de... Portugal. Sim, um golo de Mitrovic aos 90 minutos no Estádio da Luz (num jogo em que Portugal até começou a ganhar com Renato Sanches a marcar) valeu a qualificação directa, sem precisar de recurso a play-off. Os sérvios reúnem de facto uma geração completíssima e o esquema preferido de Stojkovic permite que todos estejam onde rendem mais. Mitrovic e Vlahovic é uma dupla que mete medo.
    A Suiça atingiu sempre a fase a eliminar das competições em que participou entre 2014 e 2020, mas achamos que esse impecável registo pode por fim cair. Os Camarões impediram a poderosa Argélia de marcar presença no Qatar, e já na CAN 2021 deixaram boa imagem, perdendo apenas nas grandes penalidades e tendo em Aboubakar e Ekambi os 2 melhores marcadores da edição.

    Passamos então à análise mais aprofundada das equipas do Grupo G:



1. BRASIL  
(Previsão: 4º Lugar, eliminado nas meias pela Argentina)

  • Guarda-Redes: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City), Weverton (Palmeiras)
  • Defesas: Danilo (Juventus), Dani Alves (Pumas), Éder Militão (Real Madrid), Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea), Bremer (Juventus), Alex Sandro (Juventus), Alex Telles (Sevilha)
  • Médios: Casemiro (Manchester United), Fabinho (Liverpool), Fred (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Lucas Paquetá (West Ham), Éverton Ribeiro (Flamengo)
  • Extremos/ Avançados: Neymar (PSG), Raphinha (Barcelona), Antony (Manchester United), Rodrygo (Real Madrid), Gabriel Martinelli (Arsenal), Vinícius Júnior (Real Madrid), Gabriel Jesus (Arsenal), Richarlison (Tottenham), Pedro (Flamengo)
Seleccionador: Tite;

Forças: Neymar é um super craque e a nova fornada de extremos (Vinícius Júnior, Antony, Raphinha, Rodrygo e Gabriel Martinelli) deixarão o 10 brasileiro menos sobrecarregado e a poder exprimir-se como vagabundo, ora em terrenos mais centrais ora mais à esquerda; Nenhuma seleção apresenta tanto jogador de qualidade para as 3-4 posições da frente; Nenhuma seleção das principais favoritas tem um guarda-redes tão bom quanto Alisson (ou mesmo quanto o seu suplente, Ederson);
Fraquezas: Bons centrais não faltam mas nas laterais está a lacuna da Canarinha, algo impensável para o país de Roberto Carlos e Cafú; Se Tite não colocar Bruno Guimarães (actualmente muito acima de Fred) no 11, Casemiro pode ver-se a ter que se desdobrar em fogos para apagar. 

Equipa-Base (4-2-3-1): Alisson; Danilo, Marquinhos, T. Silva, A. Sandro; Casemiro, Fred (B. Guimarães); Raphinha, Neymar, L. Paquetá (Vinícius Júnior); Richarlison (Gabriel Jesus)

O Brasil tem um dos melhores guarda-redes do mundo (e se Alisson se lesionar, entra Ederson e o nível continua altíssimo), uma dupla de centrais fantástica (e se algum se lesionar, entra Militão e até ganham velocidade), um trinco silencioso mas extraordinário, e um ataque de fazer inveja.
    Tite gosta da sua estrutura em 4-2-3-1, mas aquilo que veremos muitas vezes será quase um 4-2-4, atendendo à prudência que o selecionador recomenda aos seus laterais, esticando à direita com Raphinha ou Antony e à esquerda com Paquetá ou Vinícius Júnior, e deixando assim Neymar Jr. leve e solto para espalhar magia.
    Com a competição prestes a começar, parece-nos que o Brasil teria a ganhar em entregar a titularidade a Bruno Guimarães e não a Fred, e temos bastante curiosidade para ver quem arranca a titular nos duelos Paquetá vs Vini Jr e Richarlison vs Gabriel Jesus.


Destaques Individuais (Previsão):


    Neymar Jr. já disse que este é o seu último Mundial, embora tenha apenas 30 anos. O craque do PSG, autor de 75 golos em 121 internacionalizações, saiu lesionado e traumatizado das edições anteriores, mas chegará ao Qatar confiante que este pode ser o seu momento de glória. O 10 brasileiro é um dos mais sérios candidatos a MVP do torneio, e mesmo também ao prémio de melhor marcador.
    Se a famosa Neymardependência acabou, muito se deve a jogadores como Vinícius Júnior. O extremo esquerdo do Real Madrid ainda não conseguiu reproduzir no Escrete a importância e impacto que tem na La Liga, mas o facto de Tite parecer privilegiar Paquetá pode obrigar Vini Jr. a correr atrás do prejuízo e afirmar-se internacionalmente com o passar dos jogos.
    Marquinhos é um centralão (muita atenção ao seu jogo aéreo nas bolas paradas ofensivas), Richarlison tem a concorrência de Gabriel Jesus mas deve ser o preferido do treinador e pode, com isso, entrar na corrida à distinção de máximo goleador, e Casemiro terá muita responsabilidade para manter a equipa conectada, necessitando no nosso entendimento de Bruno Guimarães para melhor mapear o campo.
    Qualquer potencial campeão do mundo precisa de ter um guardião que diga presente quando a defesa falhar. Alisson é não só um monumento das balizas como é também um hábil 1.º atacante da equipa. Ederson é ligeiramente melhor com os pés, mas Alisson é mais equilibrado.


2. SÉRVIA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pelo Uruguai)

  • Guarda-Redes: Vanja Milinkovic-Savic (Torino), Predrag Rajkovic (Maiorca), Marko Dmitrovic (Sevilha)
  • Defesas: Andrija Zivkovic (PAOK), Srdan Babic (Almería), Milos Veljkovic (Werder Bremen), Stefan Mitrovic (Getafe), Strahinja Pavlovic (RB Salzburgo), Nikola Milenkovic (Fiorentina), Strahinja Erakovic (Estrela Vermelha), Darko Lazovic (Hellas Verona), Filip Mladenovic (Légia Varsóvia), Filip Kostic (Juventus)
  • Médios: Nemanja Maksimovic (Getafe), Nemanja Gudelj (Sevilha), Marko Grujic (FC Porto), Uros Racic (Braga), Ivan Ilic (Hellas Verona), Sasa Lukic (Torino), Sergej Milinkovic-Savic (Lázio), Dusan Tadic (Ajax), Filip Djuricic (Sampdoria)
  • Extremos/ Avançados: Nemanja Radonjic (Torino), Luka Jovic (Fiorentina), Aleksandar Mitrovic (Fulham), Dusan Vlahovic (Juventus)
Seleccionador: Dragan Stojkovic;

Forças: Dupla Mitrovic-Vlahovic mete medo; População sérvia deposita muita esperança nesta geração, e o grupo tem qualidade em todos os sectores, permitindo o 3-4-1-2 que todos os craques estejam onde melhor servem o todo;
Fraquezas: Trio de centrais longe de ser perfeito; Temperamento sérvio pode fazer "aquecer" muitos jogos, em particular logo na ronda inaugural no tratamento que vai ser dado a Neymar e num Sérvia-Suiça em que Xhaka não se vai deixar ficar.

Equipa-Base (3-4-1-2): Milinkovic-Savic; Veljkovic, Milenkovic, Pavlovic; Zivkovic, Lukic, Milinkovic-Savic, Kostic; Tadic; Vlahovic, Mitrovic

Se a fase de grupos confirmar as nossas expectativas, ninguém vai querer enfrentar esta Sérvia dos oitavos-de-final em diante.
    Num 3-4-1-2 onde salta à vista o poder de fogo da dupla Mitrovic-Vlahovic Stojkovic dará a Tadic um papel de organização, com Milinkovic-Savic a agigantar-se como oito e Kostic a abusar dos cruzamentos, o que se entende dada a corpulência dos avançados do Fulham e da Juventus.
    Manter a cabeça fria e gerir bem os cartões amarelos serão factores determinantes para uma equipa que tem como mais notável deficiência técnica a menor qualidade dos centrais a sair a jogar. Pavlovic é, ainda assim, quem foge à regra nesse capítulo.

Destaques Individuais (Previsão):


    É basicamente assustador quando se conciliam 5 jogadores incríveis num país que tem a sorte de, nessa geração, todos terem papéis/ posições diferentes, podendo conviver e semear o pânico nos adversários. A Sérvia respira saúde e Dusan Tadic tem, aos 33 anos, o momento de fazer do seu país a equipa-sensação do Qatar'22. Caberá ao médio ofensivo do Ajax ser mestre no último passe.
    Passes para quem? Simples, Dusan Vlahovic e Aleksandar Mitrovic. O primeiro, com 22 anos, é possivelmente o avançado mais promissor da actualidade depois de Haaland, e Mitrovic (melhor marcador de sempre da Sérvia com 50 golos em 76 jogos) quer manter a veia goleadora que tem exibido no arranque da Premier League.
    Como se não bastasse há ainda Sergej Milinkovic-Savic, médio poderosíssimo e elegante que, sem que ninguém consiga perceber como, vai continuando na Lázio sem dar um salto para um colosso europeu. E Filip Kostic, lateral/ ala/ extremo esquerdino, um dos melhores europeus a cruzar.
    Longe da ribalta está ainda o jovem central Strahinja Pavlovic, mas a Salzburgo podem chegar algumas propostas se o defesa de 21 anos e 1,94m souber dobrar os colegas e demonstrar atitude a contribuir para a 1.ª fase de construção sem que a bola queime.


3. CAMARÕES  


  • Guarda-Redes: André Onana (Inter), Simon Ngapandouetnbu (Marselha), Devis Epassy (Abha Club)
  • Defesas: Collins Fai (Al-Tai), Olivier Mbaizo (Philadelphia Union), Nicolas N'Koulou (Aris), Jean-Charles Castelletto (Nantes), Christopher Wooh (Rennes), Enzo Ebosse (Udinese), Nouhou Tolo (Seattle Sounders)
  • Médios: Martin Hongla (Hellas Verona), Zambo Anguissa (Nápoles), Gael Ondua (Hannover 96), Samuel Oum Gouet (KV Mechelen), Pierre Kundé (Olympiacos), Olivier Ntcham (Swansea)
  • Extremos/ Avançados: Jerome Mbekeli (Apjes FC), Georges-Kévin N'Koudou (Besiktas), Moumi Ngamaleu (Dínamo Moscovo), Bryan Mbeumo (Brentford), Karl Toko-Ekambi (Lyon), Christian Bassogog (Shanghai Shenhua), Souaibou Marou (Coton Sport), Eric Choupo-Moting (Bayern Munique), Vincent Aboubakar (Al Nassr), Jean-Pierre Nsamé (Young Boys)
Seleccionador: Rigobert Song;

Forças: Zambo Anguissa é um dos médios mais completos deste Mundial 2022; No ataque não faltam jogadores com confiança;
Fraquezas: Pior defesa do grupo, inferior inclusive a outras seleções africanas como Senegal e Marrocos; Ekambi é bastante solidário com os companheiros mais recuados, mas Aboubakar e Choupo-Moting não vão sair do seu trono lá na frente.

Equipa-Base (4-3-3): Onana; Fai, Castelletto, N'Koulou, Ebosse; Anguissa, Hongla, Ntcham; Ekambi, Aboubakar, Choupo-Moting 

O Senegal é a equipa mais equilibrada de África, entre as presentes neste Mundial, e Marrocos é a mais tecnicista, mas os Camarões merecem o rótulo de frente de ataque mais temível entre os associados da CAF.
    Rigobert Song sabe que com Anguissa e Hongla a equipa, por mais "partida" que esteja, terá pernas para andar, e num híbrido entre 4-3-3 e 4-4-2 quem tem Aboubakar e Choupo-Moting (11 golos nos últimos 12 jogos pelo Bayern) tem golos, sendo particularmente importante a inteligência de Ekambi, que ora estará no corredor ora estará mais perto dos 2 pontas de lança.

Destaques Individuais (Previsão):


    Há alguns anos, sempre que os jornalistas britânicos entrevistavam os jogadores do Tottenham e lhes pediam para dizer o melhor jogador no clube todos respondiam Moussa Dembélé. Percebia-se: o médio belga fazia tudo bem. Driblava quem quisesse, e ninguém conseguia passar por ele. André-Frank Zambo Anguissa é um jogador na mesma linha. O 8 dos Camarões é um médio sublime, com passada larga e amplo raio de ação. Este Mundial não tem alguns craques do Nápoles como Kvaratskhelia e Osimhen, mas tem Anguissa.
    Sem meias medidas, e sabendo que a defesa não é o forte desta equipa, a esperança desta equipa africana está depositada nos seus jogadores mais adiantados: Karl Toko Ekambi e Vincent Aboubakar querem fazer no Qatar o que tão bem fizeram na última CAN, e Eric Maxim Choupo-Moting tentará fechar os olhos e pensar que continua em Munique, onde tudo lhe tem corrido de feição esta época.


4. SUIÇA  

  • Guarda-Redes: Yann Sommer (Gladbach), Gregor Kobel (Borussia Dortmund), Jonas Omlin (Montpellier), Philipp Kohn (RB Salzburgo)
  • Defesas: Silvan Widmer (Mainz), Fabian Schär (Newcastle), Nico Elvedi (Gladbach), Eray Comert (Valência), Manuel Akanji (Manchester City), Ricardo Rodríguez (Torino)
  • Médios: Edimilson Fernandes (Mainz), Fabian Frei (Basel), Denis Zakaria (Juventus), Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Ardon Jashari (Luzern), Remo Freuler (Nottingham Forest), Granit Xhaka (Arsenal), Michel Aebischer (Bologna), Fabian Rieder (Young Boys)
  • Extremos/ Avançados: Renato Steffen (FC Lugano), Rubén Vargas (Augsburgo), Christian Fassnacht (Young Boys), Breel Embolo (Mónaco), Noah Okafor (RB Salzburgo), Haris Seferovic (Galatasaray)
Seleccionador: Murat Yakin;

Forças: Muitos anos de trabalho juntos, embora com Petkovic como seleccionador durante esse período, e quase sempre com bons resultados; Yann Sommer é, por vezes, um muro elástico;
Fraquezas: Brasil e Sérvia têm mais argumentos, se todos os jogadores disserem presente; Falta de laterais de maior propensão ofensiva pode em última instância traduzir-se numa apressada construção, desperdiçando vários lances.

Equipa-Base (4-3-3): Sommer; Widmer, Akanji, Elvedi, R. Rodríguez; Sow, Freuler, Xhaka; Shaqiri, Embolo, Vargas (Okafor)

Petkovic entregou o relógio suiço a Murat Yakin, e a equipa continua a funcionar dentro das mesmas regras. Os suiços chocaram a Europa em 2021 quando eliminaram a favorita França, caindo apenas aos pés da Espanha nas grandes penalidades, mas por maior organização e competência que exista, e por muito que Sommer seja capaz de acumular infinitas defesas por jogo, o Brasil e a Sérvia parecem superiores.
    Em todo o caso, Akanji, Xhaka e Embolo atravessam um óptimo momento, e tanto Vargas como Okafor podem dar no Qatar os primeiros passos para serem figuras em 2024 na Alemanha.  

Destaques Individuais (Previsão):


Quando pensamos em Granit Xhaka imediatamente vem à cabeça aquela super-exibição do médio centro no França-Suiça, em particular aquele passe a rasgar toda a defesa rumo aos pés de Gavranovic. Ano e meio mais tarde, Xhaka está nas nuvens e é líder da Premier League com o Arsenal, mas também nos deixa de pé atrás pensar no choque de temperamentos entre os jogadores sérvios e o camisola 10 dos helvéticos.
    Aposta pela certa na Suiça é Yann Sommer. O guarda-redes que esta época bateu o recorde de defesas num jogo da Bundesliga - 19 (!) contra o Bayern Munique - é muito maior do que o seu 1,83m levam a crer. Se a Suiça passar, a culpa será de Sommer.
    No ataque, Breel Embolo é a arma da equipa, que não deve ter Seferovic tanto tempo em campo, saindo do banco Noah Okafor na hora de correr atrás do prejuízo.



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