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Antevisão da Premier League 2022/ 23

  Premier League - Depois de um Verão longo e incaracterístico sem uma grande competição internacional de selecções, a liga inglesa está de volta e promete apaixonar uma vez mais os adeptos. O campeonato em que as emoções e as indefinições persistem até ao apito final da última jornada investiu neste defeso mais do que todos os outros, procurando todos os emblemas evoluir, corrigir, crescer.
    2022/ 23 inclui uma variável que irá, inevitavelmente, mudar muita coisa. Há Mundial 2022 no Qatar - a competição disputa-se entre 21 de Novembro e 18 de Dezembro - e o evento motivará uma pausa na realidade dos clubes, com Guardiola e Klopp a gozarem um mês de "férias" no sofá, no mesmo sofá onde permanecerão estrelas da Premier cujas selecções não se qualificaram como Salah, Haaland, Luis Díaz, Mahrez, Jorginho, Robertson ou Kulusevski. O "factor Mundial" terá o seu peso: veremos jogadores em Outubro a dar tudo para justificar o bilhete para o certame e outros, com a convocatória mais garantida, a disputarem divididas com mais cuidado para não arriscar lesões; o pós-Mundial também será interessante, não havendo qualquer tempo para luto dos desiludidos, e esperando-se um boost de confiança nos campeões mundiais e membros das equipas sensação da prova. A Premier é interrompida a 12 de Novembro voltando depois num Boxing Day mais especial do que todos os outros, sensivelmente uma semana após a final do Campeonato do Mundo.

    Há poucos meses o Manchester City festejou o bicampeonato (4.º título nos últimos 5 anos). A equipa de Pep Guardiola procura agora algo que no formato Premier League apenas o Manchester United de Sir Alex Ferguson conseguiu - conquistar a Premier três vezes consecutivas. 2021/ 22 foi o ano de Salah, de De Bruyne e de Son Heung-Min, mas foi sobretudo um novo capítulo muitíssimo renhido e decidido nos pormenores entre Manchester City e Liverpool. Os dois emblemas voltam a surgir como favoritos na nova época, mas Antonio Conte e o tridente formado por um sueco, um sul-coreano e um inglês quererá chatear os crónicos candidatos, porventura as duas equipas mais consistentes do futebol europeu na actualidade.
    Além do intrometido Tottenham, a pré-época deixou óptimas indicações em relação a um Arsenal muito homogéneo, esperando-se revolução no Manchester United com Ten Hag e enfrentando Tuchel muitos pontos de interrogação até ao final da janela de transferências. Equipas como o West Ham, Aston Villa e Newcastle estarão à espreita de um deslize do Top-6.

    Esta Premier League tem em Erling Haaland, Darwin Núñez, Julián Álvarez, Kalidou Koulibaly, Lisandro Martínez, Diego Carlos, Sven Botman, Ivan Perisic, Gianluca Scamacca, Boubacar Kamara, Rasmus Kristensen e Luis Sinisterra algumas das caras novas, merecendo ainda destaque movimentações internas como Gabriel Jesus, Sterling, Kalvin Phillips, Eriksen, Richarlison, Bissouma, Pope ou Zinchenko, e aguardando-se com expectativa o que podem fazer na sua chegada ao 1.º escalão do futebol britânico talentos como Brennan Johnson e Keane Lewis-Potter.

    Recordamos que Norwich, Watford e Burnley já não estão entre nós, nesta Premier League, tendo subido o Fulham de Marco Silva e Mitrovic (43 golos no Championship), o Bournemouth e, 23 anos depois, o mítico Nottingham Forest.

    Acompanhem-nos então nesta completa Antevisão da Premier League 2022/ 23, numa tentativa de prever a classificação final e destaques individuais, sempre falível considerando as várias transferências até ao fecho desta janela e da de Janeiro, o factor Mundial e as eventuais trocas de treinadores:


 MANCHESTER CITY (1)

    É difícil não considerar favorita uma equipa que venceu 4 dos últimos 5 campeonatos no seu país. É difícil não considerar favorita uma equipa treinada por Pep Guardiola. É difícil não considerar favorita uma equipa em que Kevin De Bruyne poderá coleccionar assistências para Erling Haaland. De forma marginal e semi-desconfiada, mantemos o Manchester City como favorito para vencer a Premier League.
    Sem corrigir o hábito de vacilar na Champions (sonho adiado), os citizens têm sido implacáveis na mais competitiva prova de regularidade futebolística da actualidade. Pep reinventa a forma de jogar do City, faz evoluir os melhores do mundo tornando-os ainda melhores, e agita quando tem que agitar.
    A viragem de 21-22 para 22-23 marca algumas mudanças no City. O capitão Fernandinho disse adeus após 9 temporadas no clube (falta de liderança e carisma não será um problema, perfilando-se Rúben Dias, De Bruyne e Gündogan como vozes de comando) e o trio Sterling, Gabriel Jesus e Zinchenko rumou a Londres em busca da felicidade e de maior reconhecimento. 
    Com quase 160 milhões em receitas, o City canalizou o reforço do plantel num guarda-redes suplente (Ortega) que dá garantias bem diferentes dos antecessores, num médio defensivo/ médio centro (Kalvin Phillips) capaz de responder à saida de Fernandinho, preparando em simultâneo o pós-Gündogan e tendo o bónus de em teoria funcionar como Rodri ou ao lado deste. Depois, chegaram a Manchester o ponta de lança jovem mais promissor da Europa e o avançado jovem mais promissor da América do Sul. Erling Haaland (norueguês nascido em Leeds, 22 anos, 86 golos em 89 jogos pelo Dortmund) assinou pelo clube que o seu pai representou entre 2000 e 2003 e, caso mantenha as lesões bem longe do seu corpo, tem tudo para arrasar. Os mais cépticos dizem que não encaixa na forma de jogar do City, mas encaixará, porque as dinâmicas serão outras. Além de Haaland, há Julián Álvarez, um potencial craque de todo o tamanho, capaz de fazer várias posições no esquema do City.
    É provável que Pep ainda queira um lateral esquerdo, e uma eventual ida de Bernardo Silva para o Barcelona seria suficiente para descermos o City para 2.º e passarmos a encarar o Liverpool como favorito. Com o actual figurino, esperamos incrível sintonia e complementaridade de KDB e Haaland, mais uns quantos recitais de Phil Foden e, se a tradição for honrada, Grealish gozará de todas as vantagens e colherá todos os elogios do famoso "Ano 2 com Pep Guardiola", um programa que já teve Cancelo ou Rodri como formandos de sucesso. A importância de Gabriel Jesus e Sterling na pressão e proactividade a defender deixará saudades - e o combate à passividade pode com o decorrer da época beneficiar Álvarez e Foden em relação a Mahrez e Grealish, junto a Haaland.

Treinador: Pep Guardiola
Onze-Base (4-3-3): Ederson; Walker, Rúben Dias, Laporte, João Cancelo; Rodri, Bernardo Silva, De Bruyne; Mahrez (J. Álvarez), Foden (Grealish), Haaland

Atenção a: Kevin De Bruyne, Erling Haaland, Phil Foden, João Cancelo, Julián Álvarez

 LIVERPOOL (2)

    Numa época que se espera uma vez mais renhida entre City e Liverpool, há qualquer coisa que nos diz que a coisa até pode correr melhor para os reds. Pelo menos é mais fácil prever qual será o 11 base e quais serão as forças e fraquezas, surgindo nesta fase como dúvida mais significativa a química que terá o trio formado por Salah, Luis Díaz e Darwin/ Diogo Jota, aprendendo a equipa a jogar sem Sadio Mané.
    Os pupilos de Jürgen Klopp ficaram no último campeonato a 1 ponto do campeão e rival City, 93 contra 92 pontos. Em Inglaterra, não há melhor 5 defensivo do que Alisson, Trent, Matip, Virgil e Robertson; e o meio-campo continua a dar conta do recado - adiando o ataque a Jude Bellingham, Klopp terá assim que espremer os miúdos Harvey Elliott, Fábio Carvalho e Curtis Jones para ter alternativas a Fabinho, Hendo, Thiago e Keita.
    A máquina está oleada, os jogadores estão sedentos de reconquistar a Premier depois de dois campeonatos perdidos, Alexander-Arnold e Robertson são a melhor dupla de laterais do mundo, e muita atenção ao pormenor de Salah e Luis Díaz, os 2 grandes desequilibradores da equipa, poderem gozar um mês de férias por não marcarem ambos presença no Mundial do Qatar. Em relação a Darwin Núñez (negócio de 75+25) acreditamos que Klopp saberá gerir a incorporação progressiva do uruguaio, corrigindo as suas lacunas (o primeiro toque, sobretudo) e servindo-se do seu fulgor e eletricidade, que tão bem casam com a forma de jogar deste Liverpool, entre o centro do ataque e o embalo a partir da asa esquerda.
    Vencedores da Community Shield no 1º encontro oficial da época, os reds estão saudáveis e são neste momento uma equipa mais fiável/ previsível do que o Man City. Para o bem e para o mal.

Treinador: Jürgen Klopp
Onze-Base (4-3-3): Alisson; Alexander-Arnold, Matip, van Dijk, Robertson; Fabinho, Henderson (Keita), Thiago; Salah, Luis Díaz, Darwin (Diogo Jota)

Atenção a: Mohamed Salah, Alexander-Arnold, Luis Díaz, Virgil van Dijk, Darwin Núñez

 TOTTENHAM (3)

    Nas segundas temporadas nos clubes, Antonio Conte tem fama de criar problemas a si mesmo. Contudo, este Tottenham 22-23 não parece ser o caso, e consciente do grau de exigência do italiano, Levy esforçou-se por corresponder aos pedidos do treinador em termos de reforços.
    Há um ano atrás, antever a temporada do Tottenham dependia do que aconteceria com Harry Kane. A fracassada aposta em Nuno Espírito Santo e o período que Kane demorou até fazer as pazes com a ideia de que não iria jogar no City e continuaria no seu clube de sempre foram factores suficientes para que a dado momento o Top-4 parecesse uma miragem.
    Conte afinou as tropas, e o trio Kulusevski-Kane-Son deslumbrou, com o sul coreano (continua a ser um dos jogadores mais subvalorizados do mundo) a acabar por dividir com Salah o prémio de melhor marcador da prova.
    Ao dia de hoje, o Tottenham parece a equipa melhor equipada para "chatear" os favoritos Manchester City e Liverpool. A defesa espera-se competente (Cuti Romero é, como Rúben Dias ou van Dijk, um daqueles jogadores que gosta mesmo de defender), o meio-campo ganhou Bissouma, e o temível trio da frente passou a ter Richarlison a poder entrar na rotação, sem esquecer o trintão Perisic, que deve aparecer mais como ala do que como extremo.
    Basicamente, quem tem a dupla Kane e Son terá sempre muitos golos, e está visto que estes spurs conseguem bater o pé nos jogos contra City (duas das 3 derrotas do campeão City na liga na época passada foram com o Tottenham) e Liverpool. Resta perceber que consistência terão os londrinos ao longo das 38 jornadas.

Treinador: Antonio Conte
Onze-Base (3-4-3): Lloris; Romero, Dier, D. Sánchez (B. Davies); Doherty, Hojbjerg (Bentancur), Bissouma, Perisic; Kulusevski, Son, Kane

Atenção a: Son Heung-Min, Harry Kane, Dejan Kulusevski, Cristian Romero, Yves Bissouma

 ARSENAL (4)

   Se houve equipa inglesa cuja pré-época nos abriu o apetite (e sim, dominar e ganhar amigáveis de pouco ou nada vale se as boas indicações não tiverem continuidade quando for a doer), essa equipa foi o Arsenal.
    Os gunners têm o treinador menos cotado do Top-6 (culpa da concorrência, servida com Guardiola, Klopp, Conte, ten Hag e Tuchel) mas Arteta tem evoluído à medida que o projecto evolui. O Norte de Londres tem visto amadurecer uma base, miúdos que a cada época que passa têm mais jogos de Premier League e ao mais alto nível nas pernas, e na antecâmara para 22-23 chegaram ao Emirates algumas peças que podem completar um puzzle bem agradável.
    Na temporada passada, o Arsenal surpreendeu ao instalar-se no Top-4 durante muito tempo, mas vacilou na Hora H, perdendo a última vaga de forma dolorosa para o grande rival Tottenham. Desta vez, apontamos os gunners ao quarto posto basicamente pela harmonia que se sente no plantel. Enquanto que no Chelsea e no Manchester United muita gente parece andar com a cabeça noutros lados, no Arsenal todos estão focados num objectivo comum.
    Embora ainda pareça faltar um médio centro (Tielemans?), o Arsenal entrará na nova época num híbrido 4-3-3 / 4-2-3-1 que promete encantar os adeptos com o trio da frente Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e Saka. Bukayo continuará a crescer, assumindo maiores responsabilidades e exigindo-se dele cada vez mais, Martinelli pode explodir em assistências e fantasia, e Gabriel Jesus está nas nuvens, esperando-se a sua época mais concretizadora, agora que se sente indispensável e figura de primeiro plano. Faltava um avançado a este Arsenal e Jesus assenta na perfeição dado o seu índice de trabalho sem bola.
    Com Odegaard como capitão (e que bem que lhe fica a braçadeira!), Arteta terá no regressado Saliba um reforço de peso para o centro da defesa, convidando a uma adaptação de Ben White a defesa direito, e Zinchenko - outro suplente do City que pode ganhar luz ao ser protagonista - surgirá ora a lateral esquerdo, ora a médio centro.

Treinador: Mikel Arteta
Onze-Base (4-3-3): Ramsdale; Ben White, Saliba, Gabriel, Zinchenko; Partey, Xhaka, Odegaard; Saka, Gabriel Martinelli, Gabriel Jesus

Atenção a: Gabriel Jesus, Bukayo Saka, Gabriel Martinelli, William Saliba, Martin Odegaard

 CHELSEA (5)

    É em plena transição da oligarquia de Roman Abramovich para o consórcio de Todd Boehly que o Chelsea tem procurado "arrumar a casa", abordando a 1.ª jornada como clube com mais assuntos por resolver do habitual Top-6. Além da impotência negocial no dossier Lukaku (o grande Flop da edição passada), devolvendo por empréstimo ao Inter um jogador que custara 113 milhões, os blues têm uma defesa - muito provavelmente o sector mais forte deste Chelsea de Tuchel - para reconstruir. Rüdiger e Christensen saíram a custo zero para Real Madrid e Barcelona respectivamente, e desde a abertura da janela que o Barça tem cortejado também os veteranos Azpilicueta e Marcos Alonso. Além de tudo isto, Pulisic, Ziyech, Barkley e Werner podem abraçar novas aventuras onde se sintam figuras centrais.
    Com Conor Gallagher de regresso às suas origens após assinalável rendimento no Crystal Palace, e não se surpreendam se o incansável médio inglês atirar Jorginho ou Kanté para o banco, o Chelsea contratou pouco mas bem. Raheem Sterling é uma óptima solução para o esquema de Tuchel (o alemão experimentou na pré-época uma linha de 4 atrás, mas os resultados foram maus), Koulibaly um super central e um "patrão" que faz individualmente a diferença, e Chukwuemeka uma opção de futuro, até porque em 2023 é a vez de Kanté e Jorginho terminarem contrato. Fala-se em Dumfries ou Walker-Peters para a direita, fala-se em Cucurella para o lado esquerdo (ou para central do lado esquerdo), fala-se de um triplo ataque ao "ladrão" Barça em busca de Aubameyang, De Jong e Depay. Fala-se de muito, e o relógio segue em contagem decrescente até ao fecho do mercado.
    Vemos o Chelsea como o clube mais caótico dos 6 tubarões ingleses, mas apontamo-lo ainda assim ao 5.º lugar. Com as movimentações certas, e tendo Tuchel, Stamford Bridge pode sempre ambicionar a continuidade no Top-4.
    Seja como for, Mount e Sterling vão render, Havertz terá hipótese de se cimentar como goleador deste elenco, e Reece James deve continuar a todo o gás num vaivém ao longo do corredor direito.

Treinador: Thomas Tuchel
Onze-Base (3-4-2-1): Mendy; Azpilicueta, Thiago Silva, Koulibaly; R. James, Kovacic (Jorginho), Kanté (Gallagher), Chilwell; Mount, Sterling; Havertz

Atenção a: Raheem Sterling, Mason Mount, Reece James, Kalidou Koulibaly, Kai Havertz

 MANCHESTER UNITED (6)

    Desde que Sir Alex Ferguson se retirou (2013) o Manchester United não tinha um treinador em teoria tão ajustado à identidade do clube como tem agora com Erik ten Hag. O neerlandês de 52 anos terá como desafio fazer do United dos últimos anos, equipa aborrecida, aburguesada e preguiçosa, um conjunto renovado com muita energia, fome e juventude.
    Na pré-época, a novela Cristiano Ronaldo roubou atenções, contribuindo a ausência do internacional português de 37 anos - jogador de campo dos red devils com melhor rendimento individual em 21-22, embora contribuindo para piorar/ secar/ condicionar todos à sua volta - para uma pré-época de renascimento para Martial e de maior conforto táctico para Sancho, Bruno Fernandes e Rashford.
    Ten Hag é um treinador especial, que sabe o quer, rigoroso nas suas regras e métodos, mas são muitos os fantasmas e traumas que continuará a ter contra si em Old Trafford, e esse carácter assombrado terá contribuído para o falhanço nas aquisições de De Jong, Darwin ou Vitinha. Há uns anos ninguém com juízo rejeitava assinar pelo Manchester United e jogar no Teatro dos Sonhos.
    Agora sem Pogba, Matic, Mata, Lingard, Cavani e Dean Henderson, mas com Eriksen (reforço inesperado, faltando perceber se ten Hag o vê como concorrente de Bruno Fernandes ou se pretende usá-lo como interior uns metros atrás), Malacia e Lisandro Martínez (jogador que, sozinho, pode mudar transversalmente a forma de construir e defender do United), parece-nos que esta pode ser essencialmente uma época de mudança de mentalidade e de sacrifícios custosos mas necessários.
    Temos bastante curiosidade para verificar, caso não haja mais nenhum médio como reforço, se Martínez será central ou médio defensivo; e assumindo que será central com quem fará dupla (entre as 3 opções, Varane é quem tem mais qualidade, Lindelof o que encaixa melhor no estilo de jogo do treinador, e Maguire aquele que goza de maior estatuto). Como maiores certezas, uma bela época a caminho de Jadon Sancho, e o rendimento de Bruno Fernandes, que será inversamente proporcional aos minutos que o compatriota Ronaldo tiver.

Treinador: Erik ten Hag
Onze-Base (4-2-3-1): De Gea; Diogo Dalot, Varane, L. Martínez, Shaw (Malacia); Fred, Eriksen (McTominay); Sancho, Bruno Fernandes, Rashford; Martial (Ronaldo)

Atenção a: Jadon Sancho, Lisandro Martínez, Anthony Martial, Bruno Fernandes, Marcus Rashford

 WEST HAM (7)

    Com um 6.º e um 7.º lugares nas duas últimas épocas, o West Ham tem sido a mais evidente ameaça ao clássico Top-6. Os hammers são uma equipa muito bem orientada por Moyes, conseguem causar muitos problemas nos jogos grandes e não acusaram o calendário preenchido em 21-22 (resistiram até aos quartos-de-final da Liga Europa), um conjunto de coisas que não surpreendem numa equipa que se dá ao luxo de contar com Declan Rice e Jarrod Bowen, jogadores com qualidade para jogar nos maiores emblemas do país.
    Sem o lendário capitão Mark Noble (o "Mr. West Ham" retirou-se após 22 anos e 472 jogos pelo clube do coração), os londrinos conseguiram não só preservar todos os seus craques, como ainda acrescentaram um dos médios mais consistentes do Championship (Flynn Downes), um upgrade no eixo defensivo - o marroquino Aguerd, do Rennes, já era objectivo há um ano atrás, e custou 35 milhões, perdendo no entanto os primeiros tempos de competição por lesão - e um super ponta de lança, que podia muito bem quanto a nós estar num Bayern, num Chelsea ou num Dortmund, mas está no West Ham. Gianluca Scamacca, o refinado dianteiro italiano ex-Sassuolo de 23 anos e 1,95m é um dos potenciais pontos de interesse desta Premier League.
    Merecendo nota a repulsa que continuamos a sentir por Zouma pelo horrendo episódio do gato, dará gosto seguir os hammers. Quem tem Rice, Bowen e Scamacca pode sonhar alto.

Treinador: David Moyes
Onze-Base (4-2-3-1): Fabianski; Coufal, Zouma, Aguerd (Diop), Cresswell; Soucek, Rice; Bowen, Benrahma (Lanzini), Fornals (M. Antonio); Scamacca

Atenção a: Jarrod Bowen, Declan Rice, Gianluca Scamacca, Michail Antonio, Pablo Fornals

 NEWCASTLE (8)

    O novo rico Newcastle, carregadinho de dinheiro saudita, tem prosseguido a sua jornada sensata, não entrando em loucuras e privilegiando o mercado interno, tal como já acontecera em Janeiro. Os magpies impressionaram na segunda volta da última edição (a partir do momento em que Eddie Howe assumiu a equipa, apenas Man City e Liverpool somaram mais pontos) e por isso é natural que os adeptos sonhem com o St. James' Park a incomodar os grandes e a instalar-se na primeira metade da tabela. Uma classificação final entre o 7.º e o 10.º lugar é o cenário mais provável.
    Com muita fé em Bruno Guimarães (que jogador!) e no salto de rendimento do malabarista Saint-Maximin, cada vez mais com companhia capaz de falar a sua linguagem futebolística, o Newcastle ainda poderá agitar o mercado para adquirir um avançado (em todo o caso, Callum Wilson estará esfomeado depois de falhar a temporada passada quase toda), um médio e, garantidamente, um extremo direito.
    Nick Pope (um dos melhores guarda-redes em Inglaterra) chegou para a baliza, e o neerlandês Sven Botman foi a única super contratação (custou 37 milhões), sendo tal como Guimarães e Saint-Maximin o tipo de jogador que o clube precisa para dar o salto, podendo marcar uma década de preto e branco.
    Com o menino Elliot Anderson (não confundir com Elliot Alderson, de Mr. Robot), que ainda pode vir a ser emprestado ao Championship, a marcar pontos na pré-época, o Newcastle tem um treinador inteligente, uma defesa sólida e experiente, e um ataque capaz de rasgar.

Treinador: Eddie Howe
Onze-Base (4-3-3): Pope; Trippier, Schär (Burn), Botman, Targett; Shelvey, Bruno Guimarães, Joelinton; Almirón, Saint-Maximin, C. Wilson

Atenção a: Allan Saint-Maximin, Bruno Guimarães, Callum Wilson, Nick Pope, Kieran Trippier

 ASTON VILLA (9)

    Quando Steven Gerrard, um dos médios mais respeitados e adorados da História da Premier League, trocou o Rangers pelo Aston Villa, o impacto foi imediato. No entanto, a coisa esmoreceu e os villans terminaram a época no 14.º lugar. Em 2022/ 23 não há desculpas.
    Com um 11 inicial de fazer inveja, o clube da cidade de Birmingham tem claras obrigações de discutir com West Ham e Newcastle a primeira posição pós Top-6, isto se os seis do costume cumprirem todos o seu papel. Coutinho assinou em definitivo e quererá exibir-se em grande para não perder o comboio nas contas de Tite, que hoje em dia tem Vinícius Jr., Antony, Raphinha, Rodrygo ou Paquetá, além de Neymar, podendo o factor Mundial funcionar igualmente bem no agigantar do argentino Emi Martínez, guardião que estará com ganas que chegue o Mundial do Qatar.
    Uma defesa com Matty Cash, Diego Carlos (alguém nos explique como o central do Sevilha acabou aqui), Mings e Digne é um luxo, e o miolo prevê-se incansável com Boubacar Kamara (adquirido a custo zero foi um dos negócios deste Verão em Inglaterra) como homem mais recuado, e McGinn (agora com a braçadeira de capitão) e Ramsey super dinâmicos e intensos.
    Gostávamos que Chukwuemeka tivesse ficado, estamos desejosos de assistir ao renascido Leon Bailey (fantástica pré-época), faltando só perceber se Gerrard já percebeu que a equipa ganha uma dimensão incomparável quando joga com 2+1 na frente, com Coutinho e Bailey a jogarem bastante por dentro, e não com 1+2, servindo de pouco a dupla Ings-Watkins quando tudo atrás perde química e ligação.

Treinador: Steven Gerrard
Onze-Base (4-3-2-1): E. Martínez; Cash, Diego Carlos, Mings, Digne; Kamara, McGinn, J. Ramsey; Bailey, Coutinho; Watkins

Atenção a: Coutinho, Matty Cash, Leon Bailey, Boubacar Kamara, John McGinn

 BRIGHTON (10)

    Poucas dúvidas restam quanto à qualidade de Graham Potter como treinador. Capaz de discutir com Southgate e Howe o estatuto de melhor treinador inglês da actualidade (muito cedo para incluir Steven Gerrard), o treinador de 47 anos vai para a sua 4.ª temporada ao comando do Brighton e à 3.ª os seagulls conseguiram por fim traduzir em pontos/ resultados o seu futebol de equipa grande, saltando dos lugares de aflitos para um respeitável 9.º lugar.
    No Brighton têm-se valorizado jogadores (Bissouma e Ben White permitiram significativos encaixes, e Cucurella parece ser o próximo, num negócio com o Chelsea que pode envolver o central Levi Colwill), sendo o recrutamento feito a baixo custo e em mercados alternativos, e o futebol convincente e capaz de encostar os adversários às cordas: em 2021/ 22, apenas Manchester City, Liverpool e Arsenal jogaram com uma linha da defesa, em média, mais subida do que o Brighton (46,5 metros).
    Fiel aos 3 centrais, esquema que permite tirar o melhor de Cucurella/ Solly March à esquerda, parecendo esta a edição em que Tariq Lamptey pode rebentar, Potter oscila entre o 3-5-2 e o 3-4-3 de acordo com as características do adversário. Mwepu e Caicedo são jogadores para crescer face à saída de Bissouma para o Tottenham, Leandro Trossard está "no ponto" para realizar a melhor época da carreira, e também no ataque temos curiosidade para acompanhar a adaptação do paraguaio Enciso (18 anos) ficando uma vez mais a sensação que este Brighton está a um grande ponta de lança (será que Deniz Undav, melhor marcador da liga belga no seu empréstimo ao Union St. Gilloise, é a solução?) de distância de ser taxativamente a equipa-sensação da Premier League.

Treinador: Graham Potter
Onze-Base (3-5-2): R. Sánchez; Veltman, Dunk, Webster; Lamptey, Mwepu, Gross, Mac Allister (Caicedo), Cucurella (S. March); Trossard, Welbeck (Undav, Maupay)

Atenção a: Leandro Trossard, Marc Cucurella, Tariq Lamptey, Enock Mwepu, Deniz Undav

 CRYSTAL PALACE (11)

    Em 2021/ 22 foi bem interessante assistir ao rebranding do Crystal Palace. Patrick Vieira herdou a equipa de Roy Hodgson, rejuvenescendo o balneário com Olise, Guehi ou Conor Gallagher. O resultado foi um sólido 12.º lugar e a valorização de vários talentos, com especial destaque para Gallagher, médio que convenceu Tuchel a dar-lhe uma oportunidade no Chelsea.
    Neste Ano 2 de Vieira, os eagles têm um arranque de campeonato complicado (a Premier League é talvez a Liga onde o calendário pode desempenhar um papel mais relevante) mas é expectável uma boa resposta da equipa, liderada ofensivamente pelo quase trintão Zaha.
    Andersen-Guehi é uma óptima dupla de centrais, Édouard (ou Mateta) têm que encontrar a fórmula para dotar este Palace de um ponta de lança regular, e quem tem Olise, Ebiowei (está verdinho mas pode ser uma arma a partir do banco) e sobretudo Eberechi Eze tem dores de cabeça garantidas para os adversários. Órfãos de Gallagher, é possível que os adeptos encontrem no reforço Cheick Doucouré o seu novo jogador preferido. O médio oriundo do Lens é um trabalhador incansável, quase omnipresente, e foi o pedido de Vieira para ser o novo pêndulo do meio-campo dos londrinos.

Treinador: Patrick Vieira
Onze-Base (4-3-3): Guaita; Clyne, Andersen, Guehi, Mitchell; Doucouré, Eze, Schlupp; Olise, Zaha, Édouard (Mateta)

Atenção a: Wilfried Zaha, Cheick Doucouré, Eberechi Eze, Michael Olise, Marc Guehi

 BRENTFORD (12)

    Há um ano atrás, o Brentford tinha acabado de subir à Premier League e, embora o tenha conseguido somente depois de Norwich e Watford, na nossa Antevisão os bees eram a única equipa promovida que nos parecia que se safaria (cenário idêntico ao Nottingham Forest no exercício deste ano). E assim foi.
    Com o seu Moneyball futebolístico e uma visão de mercado ímpar, a equipa do dinamarquês Thomas Frank viu Christian Eriksen optar pelo Manchester United, mas é expectável que o 3-4-2-1 da equipa do oeste de Londres volte a complicar a vida a muita gente.
    O goleador Ivan Toney continua presente, Wissa e Mbeumo querem dar mais, Raya terá agora a concorrência do albanês Strakosha na baliza, e Ajer, Jansson e Pinnock receberam o comandante Ben Mee como novo parceiro na defesa. É natural que o Brentford ainda contrate um sucessor de Eriksen (por favor, que se confirme o rumor Mikkel Damsgaard!), sendo Norgaard-Onyeka um princípio eficiente para ligar toda a equipa.
    O elenco mais matemático da Premier League deve ficar bem longe da zona de descida, mas também não nos parece ter (ainda) capacidade para ficar no Top-10. O ala esquerdo escocês Aaron Hickey e o extremo promissor Keane Lewis-Potter (melhor sub-21 do Championship depois de Brennan Johnson) são as principais caras novas da equipa e devem ter impacto imediato.

Treinador: Thomas Frank
Onze-Base (3-4-2-1): Strakosha (Raya); Ajer, Mee, Jansson; Canós, Norgaard, Onyeka, Hickey; Mbeumo, Lewis-Potter (Wissa); Toney

Atenção a: Ivan Toney, Keane Lewis-Potter, Aaron Hickey, Frank Onyeka, Yoane Wissa

 LEICESTER CITY (13)

    Antever a época de 2022/ 23 do Leicester City é um exercício arriscado. Os foxes de Brendan Rodgers caíram bastante de 2020 e 2021 para 2022, essencialmente por culpa de lesões e muitas mexidas forçadas no 11, e entram nesta nova época sem contratações, sem Kasper Schmeichel (11 épocas no King Power Stadium) e com vários jogadores pretendidos (Fofana, Tielemans, Maddison e Barnes têm interessados).
    Com plantel para actuar em variadíssimos sistemas - é fácil desenhar um Leicester em 4-3-3, em 3-4-2-1 ou em 4-4-2 - Rodgers suspirará se mantiver estável e saudável a mesma dupla de centrais ao longo de toda a competição, sendo que a ausência de competições europeias (em 21-22 o Leicester esteve na Liga Europa e caiu depois para a Liga Conferência, onde só tombou nas meias-finais) também permitirá uma gestão diferente.
    A caminho dos 36 anos, o sempre elétrico Jamie Vardy poderá iniciar as formalidades para uma passagem de testemunho mais séria para Patson Daka, e Wesley Fofana tem que ser encarado como intransferível, podendo o francês ditar uma significativa subida de rendimento da equipa, ele que falhou praticamente toda a época passada devido a uma fratura do perónio.
    Ndidi é um polvo, Dewsbury-Hall pode ser um dos Most Improved Players do ano, Harvey Barnes com rendimento consistente jornada após jornada é um extremo com nível para um Liverpool, e James Maddison é o craque da equipa. Os seus 18 golos e 12 assistências passaram despercebidos a muita gente na temporada anterior, estando o 10 inglês desafiado a elevar a fasquia para que não mais o ignorem.
    Em condições normais colocaríamos o Leicester mais acima, mas uma vez que 1 ou 2 jogadores ainda devem sair, e desconhecendo quem chegará - e mesmo até se alguém chegará - para os substituir, esta é a classificação sensata com a informação actual.

Treinador: Brendan Rodgers
Onze-Base (4-3-3): Ward; Ricardo Pereira, Fofana, Evans, J. Justin; Ndidi, Tielemans, Dewsbury-Hall; J. Maddison, H. Barnes, Vardy (Daka)

Atenção a: James Maddison, Jamie Vardy, Dewsbury-Hall, Harvey Barnes, Wesley Fofana

 LEEDS UNITED (14)

    Na temporada passada, tudo correu mal ao Leeds United. O romântico casamento com El Loco Bielsa acabou, mostrando-se o plantel desgastado e sem energia/ qualidade para interpretar as ideias do argentino, embora sem nunca o "queimar". Faltou à equipa um Plano B e as lesões de Patrick Bamford e Kalvin Phillips fizeram muita diferença.
    Ao escolher um novo caminho, a direcção optou por Jesse Marsch e o Ted Lasso do mundo real pode começar a receber elogios esta temporada. A lógica diria que uma equipa que termina em 17.º e que perde no Verão seguinte os seus 2 melhores jogadores (Raphinha saiu por quase 60 milhões para o Barcelona e Kalvin Phillips foi transferido para o Manchester City por quase 50) dificilmente se reergue. Porém, os connects de Marsch no universo Red Bull têm contribuído para um mercado promissor, marcado por reencontros do técnico de 48 anos com jogadores que já orientou na Áustria e na Alemanha.
    Com muita juventude e energia, este novo Leeds United jamais abdicará do seu 4-2-3-1, com Tyler Adams e Marc Roca no duplo pivot. O lateral ultra-ofensivo Rasmus Kristenten será o destaque no sector mais débil da equipa (esperam-se jogos bem abertos do Leeds e trabalho para Meslier, merecendo ser apontado apenas como erro o empréstimo de Charlie Cresswell ao Milwall), e no ataque Bamford quererá fazer tudo o que não pôde fazer em 21-22, Rodrigo pode ganhar nova vida a extremo direito e do colombiano Luis Sinisterra (um dos dribladores mais fascinantes da Eredivisie) esperam-se muitos desequilíbrios. É possível que o mercado ainda reserve mais um craque para Marsch - os whites tentaram levar  De Ketelaere para Ellan Road e estarão agora interessados em Sarr do Watford - mas até aqui Brenden Aaronson, compatriota norte-americano do treinador, é a pérola em relação à qual temos mais expectativas. Um criativo irreverente, um dez que se vai fartar de assistir.
    Em suma, este Leeds pode tornar-se um caos imaturo ou uma tempestade perfeita.

Treinador: Jesse Marsch
Onze-Base (4-2-3-1): Meslier; Kristensen, Koch, D. Llorente, Struijk; T. Adams, Roca; Harrison (Rodrigo), Aaronson, Sinisterra; Bamford

Atenção a: Brenden Aaronson, Luis Sinisterra, Rasmus Kristensen, Patrick Bamford, Rodrigo

 NOTTINGHAM FOREST (15)


    Vinte e três anos depois, o histórico Nottingham Forest, bicampeão europeu em 1979 e 1980 com Brian Clough, está de volta à Premier League. Empolgado pela promoção e vitória no play-off de acesso frente ao Huddersfield, o excêntrico presidente do clube, o grego Evangelos Marinakis, fez questão de dizer que "troféus estavam a caminho". É preciso ter ambição, sim, mas também muita calma e garantir primeiro a manutenção.
    Na verdade, embora tenha sido o último dos emblemas recém-promovidos a garantir a subida, o Forest é das três a equipa da qual esperamos mais. Steve Cooper viu o seu grupo desmantelado, ao perder os emprestados James Garner, Djed Spence, Max Lowe, Zinckernagel e Keinan Davis, mas tem recebido um camião de reforços em compensação.
    As aquisições demonstram boa leitura do mercado, enquadrando-se os novos activos no 3-4-1-2 dos reds. Dean Henderson já mostrou em 19-20 que se transcende em equipas deste patamar, e do trio de centrais original (Worrall-Cook-McKenna) o escocês é o único que certamente não sairá das primeiras escolhas, ganhando Niakhaté como novo patrão do sector. Nas alas, Cooper terá disputa à direita entre Neco Williams e Biancone (também pode actuar a central) e à esquerda entre Toffolo e Richards. A casa das máquinas deverá ficar entregue a Yates e Lewis O'Brien (o ex-Huddersfield vai seguramente chamar a atenção de muita gente, por se tratar de um médio completíssimo), sem esquecer Mangala. No 1+2 da frente, Jesse Lingard terá liberdade e importância para recuperar os seus tempos no West Ham, apoiando o poderoso Awoniyi e o prodígio galês Brennan Johnson, uma das grandes novidades da Premier League com velocidade, atrevimento, drible e golo.

Treinador: Steve Cooper
Onze-Base (3-4-1-2): D. Henderson; Worrall (Biancone), McKenna, Niakhaté; N. Williams, Yates, O'Brien, Toffolo; Lingard; Brennan Johnson, Awoniyi

Atenção a: Brennan Johnson, Jesse Lingard, Lewis O'Brien, Dean Henderson, Taiwo Awoniyi

 WOLVES (16)



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Antevisão da Premier League 2022/ 23

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