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As Melhores Séries de 2021

Avaliadas as Melhores novidades e os melhores episódios, despedimo-nos do Melhor da televisão em 2021 com a categoria suprema: as Melhores Séries do ano.
    Há um ano atrás, este Top-20 incluía, para nomear alguns destaques, Better Call Saul, as despedidas de BoJack Horseman e Dark, o subvalorizado êxito italiano My Brilliant Friend e as mini-séries I May Destroy You e The Queen's Gambit. Aproximadamente 365 dias depois, são 5 as séries que dizem presente novamente: Dave, Ted Lasso, Sex Education, What We Do in the Shadows e How to with John Wilson.
    Neste que foi um ano sem pesos pesados como Atlanta, Better Call Saul, Barry, The CrownStranger Things ou The Mandalorian, brilhou um drama familiar da HBO e uma animação para jogadores e não-jogadores de LoL. Um fenómeno coreano invadiu o catálogo da Netflix, plataforma que estreou o 1.º conteúdo português (Glória), embora o nosso destaque nacional do ano tenha ganho vida no Youtube, com assinatura de Carlos Coutinho Vilhena. For All Mankind levou-nos novamente à lua e, dos 20 títulos que escolhemos, 7 são mini-séries.
    Interessante foi também experienciar a diferente digestão de cada série mediante diferentes abordagens de disponibilização de episódios - desde o bingewatching compulsivo de quem se vê obrigado a devorar Squid Game ou quase nem dá pelo tempo passar pela leveza sensível de Sex Education; à espera semanal por Succession, com convite a teorias e visitas a fóruns de discussão; à aposta em 2 episódios por semana (Station Eleven) ou na divulgação tripartida dos actos de Arcane.

    Entre vacinas, teletrabalho e certificados de testagem, estes 20 projectos distraíram-nos e tornaram 2021 um ano mais fácil. São 13 novidades e 7 séries que já cá andavam, a saber:


1. Succession (HBO)criado por Jesse Armstrong

(92) - A melhor série de 2021 só podia ser Succession. Agigantada pela brutal conclusão ("All the Bells Say" foi o melhor episódio do ano e quiçá até um difícil upgrade em relação a "This Is Not for Tears"), a série de Jesse Armstrong continuou a mostrar que não desiste de concorrer em simultâneo para melhor drama e melhor comédia da actualidade, flutuando, como a vida, entre géneros e execráveis personagens fascinantes.
    Succession entende a dinâmica familiar, o que é ser filho, o que é ser irmão, o que é ser irmã. Entre gatos invisíveis, insufláveis quase suicidas, fotos confrangedoras, confissões em Itália e uma videochamada que muda tudo, a dramédia da HBO (que banda sonora de Nicholas Britell!) continua a mostrar que cada palavra é uma arma, sobretudo numa família que em vez de se amar, negoceia, e em que no intervalo entre metáforas, insultos e um clima de suspeição constante, assistimos à realista capacidade dos Roy em se defenderem emocionalmente e atacarem racionalmente.
    Tom Wambsgans saiu como MVP da temporada; não há concorrência à altura deste elenco (Jeremy Strong, Brian Cox e Sarah Snook estão num nível só seu, e o acting de Kieran Culkin não pára de surpreender). É o Padrinho dos tempos modernos.

2. Arcane: League of Legends (Netflix)criado por Christian Linke e Alex Yee

(91) - A melhor novidade de 2021 para o Barba Por Fazer. Própria não só para jogadores de League of Legends mas também para neutros (mão levantada), Arcane arrebatou-nos como mais nenhuma nova série num ano recheado de títulos fortes, impressionando sobretudo pela sua consistência.
    Com um estilo de animação a mesclar Into the Spider-Verse com alguns capítulos de Love, Death & Robots, numa combinação 2D/ 3D, Arcane é autêntica e invulgar obra-prima.
   A aposta em estrear um Acto de 3 episódios de cada vez (rematando com "The Base Violence Necessary for Change", "When These Walls Come Tumbling Down" e "The Monster You Created" sempre num nível estratosférico) pode ser replicada por outras séries num futuro próximo; a banda sonora, com Sting e Woodkid em principal destaque, também merece uma palavra.

3. Dave (FXX)criado por David Burd e Jeff Schaffer

(85) - A eterna espera por Atlanta (volta em Março, depois de uma pausa que dura desde 2018) tem sido suavizada pelo nascimento de Dave, uma das boas surpresas de 2020 (6.º lugar no nosso Top anterior) que passou com distinção o "teste da segunda temporada".
    Dave Burd/ Lil Dicky, o rapper neurótico, divagou na maionese durante quase meia temporada mas rebentou a escala nos episódios 7-8-9-10, cimentando-se como caso sério das season finales. Realizado por Alma Har'el, o 10.º episódio foi um dos poucos que vimos mais do que uma vez em 2021, com a subida ao palco de GaTa a emergir como um dos momentos mais emotivos da TV recente.

4. Station Eleven (HBO Max)criado por Patrick Somerville

(85) Quando The Leftovers acabou, em 2017, parecia impossível voltar a existir uma série similar na mística e na corajosa habilidade em desprezar fenómenos para focar a 100% a difícil jornada de quem cá continua, ter que continuar a existir. Patrick Somerville fazia parte da equipa de argumentistas de The Leftovers; entretanto criou Maniac com Cary Joji Fukunaga, e em Janeiro de 2020 começaram as filmagens da sua Station Eleven, uma série sobre um pós-pandemia cuja produção se viu interrompida por uma pandemia da vida real... Station Eleven é o herdeiro espiritual de The Leftovers.
    Com 7 dos seus 10 episódios emitidos em 2021 (melhores os que acompanham o passado do que os do presente, embora sempre bem ligados), a série com Mackenzie Davis e Himesh Patel foi evoluindo como puzzle enigmático, um amor difícil e confuso à primeira vista, mas explosivo entre camadas nos ímpares 3, 5 e 7.

5. Squid Game (Netflix)criado por Hwang Dong-hyuk

(82) O fenómeno televisivo de 2021. Quem diria que seria uma série sul-coreana aquela que se tornaria sinónimo de consumo compulsivo e passa-a-palavra?!
    Squid Game teve o condão de ser, acima de tudo, uma série eficaz. Na construção de empatia, no visual chamativo e icónico, no comentário social e na lógica afunilada da progressão dos jogos infantis, que avisa o espectador que a dada altura as suas personagens preferidas terão que se eliminar entre si ("Gganbu", o melhor episódio da série, é o apogeu disso mesmo).
    Os contras (a semi-irrelevância do subplot do polícia infiltrado e aqueles VIPS caricaturados) caem quase no esquecimento uma vez que não houve nenhuma série tão viciante e tão universal em 2021.

6. For All Mankind (Apple TV+)criado por Ronald D. Moore, Matt Wolpert e Ben Nedivi

(82) - Em 2019, a ambiciosa série espacial da Apple cumprimentou o planeta Terra com alguma irregularidade, salva numa recta final graças à quebra de Gordo ("Hi Bob") e à pior notícia para Ed.
    Dois anos mais tarde, e quase 10 anos depois na história, For All Mankind elevou a rivalidade entre astronautas e cosmonautas na Lua, vincou o fantástico elenco feminino e destruiu os espectadores no derradeiro "The Grey" (um dos melhores episódios do ano) com o heroísmo de Gordo e Tracy, entre sangue e fita adesiva, ao som da The Run de Jeff Russo. Venha Marte.

7. The Underground Railroad (Amazon Prime)criado por Barry Jenkins

(82) - De todas as grandes séries de 2021, The Underground Railroad foi a mais difícil de assistir. Pelo peso do tema (escravatura) e pela necessidade de digerir/ respirar entre episódios, algo que não se quer numa série lançada supostamente para bingewatch.
    O diamante da Amazon foi, no entanto, a série mais refinada do ano em termos de Realização (um luxo podermos ter assistido a 10 capítulos com a assinatura da genialidade de Barry Jenkins) e Fotografia. Thuso Mbedu tem tudo para ser uma estrela.

8. Mare of Easttown (HBO)criado por Brad Ingelsby

(82) - Kate Winslet numa série só podia dar brilharete. O Whodunnit televisivo do ano revelou-se um tardio e legítimo sucessor da primeira temporada de True Detective, fazendo mesmo lembrar a temporada de McConaughey e Harrelson no extraordinário 5.º episódio, "Illusions".
    Além da capacidade de segurar o suspense e os pontos de interrogação, Mare of Easttown (atenção, não confundir com Mayor of Kingstown) tornou-se "a série que captou na perfeição o sotaque Delco", valendo um Emmy e um Globo para Kate Winslet, sempre em óptima contracena sobretudo com Evan Peters e Julianne Nicholson.

9. Ted Lasso (Apple TV+)criado por Jason Sudeikis, Bill Lawrence, Brendan Hunt e Joe Kelly

(82) - Poucas séries têm o bom coração de Ted Lasso, uma das séries mais terapêuticas em tempos de pandemia. 
    Depois de estrear em 2020 como "uma série engraçadinha" (ficou em 20.º lugar no nosso Top-20 do ano passado), símbolo de esperança e um optimismo contagiantes, 2021 representou uma subida de degrau: sem medos, tornou-se alerta sobre a saúde mental no desporto, trabalhando personagens como poucas - o sorriso rasgado de Sam Obisanya é a fotografia perfeita do tom da série, Nathan foi um sacrifício compreensível e Roy Kent (deliciosa a conspiração/ teoria que defende tratar-se de uma personagem CGI) foi o MVP da temporada, desde a épica caminhada até se oficializar como adjunto ao abraço a Jamie.

10. It's A Sin (Channel 4)criado por Russell T Davies

(82) - Russell T Davies sabe como tirar o tapete ao espectador. Fê-lo em Years and Years (2019), e voltou a fazê-lo em 2021 numa mini-série protagonizada por Olly Alexander, o super-talentoso e versátil vocalista dos Years & Years. 
    It's a Sin estreou em Janeiro do ano passado, mas resistiu ao tempo e a estreias mais recentes, conservando-se como um dos destaques máximos do ano. Um marcante retrato ao longo de uma década - de 1981 a 1991 - de um unido grupo de amigos, com o HIV/ SIDA a emergir.  

11. Dopesick (Hulu)criado por Danny Strong

(81) - O mergulho na adição a opióides e aos bastidores desumanos da indústria farmacêutica foi contexto para um dos melhores papéis da carreira de Michael Keaton, num declínio espiral doloroso de assistir.
    Apenas com alguns problemas na definição da melhor forma de circular entre analepses e prolepses, Dopesick apostou numa abordagem algo similar a Chernobyl (2019) para, entre comunidade médica, doentes, DEA, advogados, farmacêuticos e vendedores, pintar o quadro geral de causa-efeito e o impacto da crise de opióides na destruição de uma comunidade.
    Uma série angustiante mas obrigatória, com Keaton, Kaitlyn Dever e Michael Stuhlbarg em grande.

12. Sex Education (Netflix)criado por Laurie Nunn

(81) - Como não há duas sem três, Sex Education voltou a recordar-nos porque é que é um dos melhores originais Netflix, batendo por exemplo o irmão afastado Stranger Things pelo consumo mais fácil e pela infinita capacidade de dar palco às suas personagens secundárias. 
    Em 2021, foi uma das séries em que os episódios passaram mais rápido, com Ncuti Gatwa a reforçar o estatuto de melhor actor jovem do elenco. Adam vai-nos conquistando, pensámos que Jean ia mesmo morrer, e oxalá venha a ser feita justiça com Ruby - destaque na primeira metade, praticamente ignorada a partir daí. 

13. Last Chance U: Basketball (Netflix)criado por Greg Whiteley

(81) - Depois de cinco temporadas dedicadas ao futebol americano, o conceito documental Last Chance U experimentou uma nova modalidade, virando atenções para o basquetebol e acompanhando numa dura e crua viagem de 8 episódios o percurso e o balneário dos East Los Angeles College Huskies, equipa com um registo de 29-1.
    Potencial, sonho, sacrifício, família e trabalho de equipa foram temas-chave num documentário com as personalidades certas como ingredientes para uma ressaca mais fácil de The Last Dance.

14. Clube da Felicidade (Youtube)criado por Carlos Coutinho Vilhena

(81) - Depois de O Resto da Tua Vida, Carlos Coutinho Vilhena fundou o Clube da Felicidade. A ideia original de CCV, um exercício com 5 capítulos desde o seu Propósito à Morte Final, foi o melhor conteúdo português de 2021, batendo o 1.º original luso na Netflix e a estreia de Bruno Nogueira na SIC, um Princípio, Meio e Fim que mostro a beleza do erro.
    Eternamente apaixonado pela ténue fronteira entre realidade e ficção, o Clube revelou um incremento de maturidade por parte do jovem autor e humorista, deixando-se assaltar pelo peso do passo seguinte, abraçando-o para, consciente ilusionista, mostrar que "todo o sucesso é um fracasso adiado".

15. Hacks (HBO Max)criado por Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky

(80) - Jean Smart foi uma das actrizes mais polivalentes e omnipresentes da TV em 2021 e Hacks foi o melhor trabalho deste colosso da interpretação. Capaz de se sentar à mesa com as comédias mais fortes do ano, a série da HBO Max foi dentro do género a que apresentou um nível superior na escrita.
    A relação de amor/ ódio entre Deborah Vance (Smart) e Ava (Hannah Einbinder) foi desenhada numa teia de equilibrados desequilíbrios, cativando num ziguezague de respeito e desrespeito entre uma lenda viva da comédia e uma jovem argumentista que se vê de castigo, obrigada a escrever para ela.

16. Scenes from a Marriage (HBO)criado por Hagai Levi

(80) - O israelita Hagai Levi, um mestre das relações humanas com The Affair e In Treatment no seu portefólio, decidiu ousar adaptar Ingmar Bergman e como resultado tivemos 5 capítulos de um realismo absurdo, com Jessica Chastain e Oscar Isaac a revelarem uma química tal que vê-los actuar tornou-se quase um exercício de voyeurismo.
    Com trejeitos de Marriage Story, com tremendas doses de naturalidade, desconforto e sinceridade, Scenes from a Marriage teve o seu clímax em "The Illiterates".

17. Reservation Dogs (FX)criado por Sterlin Harjo e Taika Waititi

(80) - Na era dos reboots e dos remakes, ter uma original e nunca antes vista/ explorada parece cada vez mais uma raridade. Poucas dúvidas restam sobre a criatividade insana do neozelandês Taika Waititi tendo o autor de Jojo Rabbit contribuído para uma série com um POV único - o acompanhamento do dia-a-dia de 4 adolescentes indígenas oriundos de uma reserva no Oklahoma e que ambicionam alargar horizontes e viajar para a Califórnia.
    Óptimo retrato de ruralidade e do poder do luto num grupo de amigos, a série do FX recorreu a uma técnica em voga nos últimos anos: agarrar o espectador, distraí-lo e fazê-lo rir, para no fim aplicar um murro no estômago na transição para um registo sério.

18. The White Lotus (HBO)criado por Mike White

(79) - A série mais HBO das séries HBO deste ano. Em The White Lotus, série entretanto promovida a antologia (a próxima temporada já tem confirmados Michael Imperioli e Aubrey Plaza), Mike White confinou uma comédia satírica a um resort tropical e viu o homogéneo elenco - Murray Bartlett e Jennifer Coolidge como destaques principais - soltar-se num oásis mascarado, num autêntica carta sobre privilégio, impunidade, aparências, sorrisos amarelos e clientes insatisfeitos.
    Foi uma das séries do Verão, com um dos melhores genéricos do ano, bastante mais profunda e socialmente relevante do que os conflitos à sua superfície. 

19. How to with John Wilson (HBO)criado por John Wilson

(79) - John Wilson é um poeta com uma câmara na mão. A procura constante por conselhos do nova-iorquino levou-o na 2.ª temporada a tentar perceber as melhores formas de encontrar um lugar de estacionamento, de apreciar vinho, de ser realmente espontâneo ou de revisitar os sonhos.
    Num trapézio improvável, How to with John Wilson é uma série difícil de vender e de descrever, mas rica na profundidade com que reflecte sobre a condição humana.


20. What We Do in the Shadows (FX)criado por Jemaine Clement

(78) - O mockumentary vampírico não é a melhor comédia da actualidade (Atlanta, Dave, Barry ou Ted Lasso, para dizer alguns concorrentes, estão num patamar superior), mas é sem margem para dúvidas a Comédia no ar mais pura e mais dedicada a ser "apenas" cómica.
    Na sua terceira temporada, What We Do in the Shadows multiplicou-se em idas ao casino, mantos de duplicação, terapias em centros de bem-estar e fugas de criaturas ancestrais (é sempre bom ver Doug Jones como Baron Afanas), deixando tudo preparado para uma 4.ª temporada com as personagens principais afastadas - Nandor sozinho, Guillermo e Nadja rumo a Inglaterra e Laszlo a cuidar de uma espécie de bebé Colin Robinson.




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