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8.000 km com um Cross up! TSI

Tags: carro

Meu nome é Gustavo, moro no Rio de Janeiro e sou proprietário de um Volkswagen Cross UP TSI 15/16, comprado zero km em agosto de 2015 e que atualmente está com 8.200 km.

Eu possuía um Volkswagen FOX 1.0 8v na cor preta, modelo iTrend 11/12, duas portas, que incluía volante com comandos do rádio e computador de bordo com I-System. Também tinha comprado ele zero km em 2011 e anteriormente tive um Volkswagen Gol G4 2005/06 com ar condicionado também duas portas), e antes um Gol Special 99/00. Os Gols foram comprados usados, sendo o bolinha em 2004 comunitariamente com meu irmão, era um pé de burro clássico, não tinha nem conta giros.

Opções e decisão de compra

Meu Fox tinha apenas 34 mil km rodados, ainda estava bem conservado, mas o medo do Carro depreciar ainda mais (a “3ª geração” havia sido lançada), o preço das revisões e seguro cada vez mais caros e desejo por um carro mais potente (só tinha tido carros 1.0 aspirados) me fizeram querer trocar de veículo.

Minha primeira escolha havia sido um Volkswagen Golf TSI usado, mas o preço proibitivo na casa dos R$ 68.000 acabou me afastando muito rapidamente do sonho. Comecei a pesquisar e me interessei pelo Peugeot 208 Allure, Honda Fit LX e Ford New Fiesta SE, todos na motorização 1.5.

Opções decididas, fui às concessionárias

Na Ford, fui tratado com desdém. A primeira coisa que a moça me perguntou era se realmente eu já havia me decidido pelo New Fiesta pois era um dia de sábado e ela “dava preferência para que fosse já fechar a compra (!)”. Fui em outra loja da Ford, pedi para fazer um test-drive, o que me foi negado, me oferecendo apenas olhar o carro por dentro. Olhei, e não gostei. Achei o acabamento muito porco pelo preço do carro, volante fino, rádio com muitos botões desnecessários e computador de bordo estranho. Saí dali para não mais voltar na Ford.

Cogitei o Honda Fit, pois estava acostumado com a versatilidade do Fox (espaço interno e rebatimento total dos bancos traseiros), e o motor 1.5 seria um upgrade relevante para mim. Eu queria a versão manual, mais básica do Fit, a DX, mas o vendedor disse que iria demorar a chegar e que a Honda quase nem fabricava mais a versão DX. Me ofereceu a automática LX mas também não tinha para test-drive imediato, teria que pegar em outra concessionária.

Na negociação a primeira coisa que o vendedor me falou “aqui não tem crise”. Retruquei e disse que eu queria era montadora com crise, para ter margem de negociação. Porém, realmente, na Honda parece não ter crise e não se interessa em negociação: o vendedor não fez a menor questão de abaixar o valor do carro e só fazia questão de me empurrar o automático. O preço era fora do meu orçamento, desisti.

Fui a uma concessionária da Peugeot e fui muito bem atendido, o vendedor prontamente me ofereceu o test-drive na versão de meu interesse, a Allure 1.5. O acabamento do 208 é muito acima de similares da sua categoria, e o teto panorâmico de vidro é um diferencial sedutor. Quase fechei a compra, faltando apenas vender meu FOX, apesar de não ter achado o motor 1.5 da Peugeot grandes coisas, apenas ok. Contudo, pesquisando na internet constatei que o Peugeot zero km me pareceu que desvalorizava demasiadamente, e acabei indo pesquisar 208 usados e nesse meio tempo o Up! TSI foi lançado.

Nunca havia me interessado pelo Up!, afinal seria um ‘downgrade’ sair do Fox, dito como ‘compacto premium’ (vá lá, não é, mas o acabamento do Fox G2 era de excelente qualidade) para um sub-compacto. Porém, a curiosidade sobre o motor TSI, com a mesma tecnologia turbo do Golf, me atiçou.

Fiz um test drive no MOVE UP TSI e fui fisgado pelo motor. Logo de cara o vendedor nos colocou numa ladeira muito íngreme, com ar ligado e o carro não deu a menor demonstração de perder o fôlego. Para quem estava acostumado com o motor EA-111 VHT 1.0 de 76/ 72 cv e 10,6 / 9,7 kgfm do Fox G2, foi surpreendente. Itens de segurança (5 estrelas no Latin Cap), espaço interno melhor do que aparenta (porta malas maior que o do Fox), rádio com excelente qualidade também influenciaram na minha decisão.

O design do Up!, confesso, nunca me chamou atenção, era um empecilho mas que foi superado levando em consideração o custo benefício do carro: boa potência com baixo consumo, nenhum outro me oferecia isso. Além disso, não estava comprando carro para impressionar o vizinho.

Negociação

Consegui vender meu Fox a um particular e comecei a negociar um MOVE UP com pacote “completo”, que acrescentava rodas de liga leve, faróis de neblina e sensor de estacionamento por R$ 44,300.

Eu queria aproveitar a condição de 60% + 24x sem juros oferecida pela VW pouco depois do lançamento. Porém, no cálculo do vendedor, sempre havia um spread, um diferença de quase R$ 2.000 a mais que não se explicava pela TAC (R$ 600) ou IOF, eram juros embutidos mesmo ou ágio por conta do lançamento. Meio a contragosto, acabei fechando o negócio para não perder a “taxa zero”, pois o mês estava acabando e as taxas iriam mudar.

Fechei a compra de um MOVE UP TSI branco completo, que era a escolha mais racional da linha UP TSI, oferecendo o melhor custo benefício. Contudo, eu havia me interessado por um Cross Up!, mas a loja que eu fechei a compra não tinha para a pronta entrega. Por desencargo, liguei para uma outra loja que tinha o carro que eu queria, um Cross Up! branco, e cancelei a compra da loja anterior sem problemas, sendo inclusive me devolvido o pequeno sinal de R$200 que havia dado.

A negociação do Cross Up! foi tranquila: o vendedor queria me entubar R$ 800 reais de ágio, mas eu não aceitei e paguei o valor de tabela de R$ 47.030 com insulfim apenas.

Itens de conforto e segurança

Pra quem não sabe, a versão Cross UP! já é completa com ar, direção elétrica, controle de tração, vidros (dianteiros) e travas elétricas, limpador de para-brisa com temporizador, rádio com rádio AM/FM/Aux/CD/USB, computador de bordo com 10 funções, volante de couro, bancos com couro sintético na lateral, ISOFIX, controle de tração (ESC), alerta de frenagem de emergência (ESS). O único opcional seria o MAPS & More, que não me interessava. Dei sorte do veículo disponível não contar com a saída para MAPS & More, a telinha multimídia do UP que inexplicavelmente tira a opção do carro ter USB. Rodas de liga leve aro 15 também são item de série, bem como sensor traseiro de estacionamento e faros de milha.. A função ‘comfort blinker’ faz com que um toque na seta ela não ‘arme’, apenas sinalize duas vezes e desarme, evitando ter que desacionar a alavanca numa troca de faixa que não esterça muito o volante. Há ainda uma divisão no porta malas que serve para aumentar ou diminuí-lo, chamada S.A.V.E., conforme a necessidade. Com essa divisão no primeiro módulo, no porta-malas cabem 285 litros, mais do que os 270 do Fox.

Impressões ao dirigir

O Up! TSI, como todos já devem ter se cansado de ouvir, é um lobo e pele de cordeiro. Logo no meu primeiro final de semana, fiz uma viagem de 150 km entre Rio e Teresópolis e mesmo não podendo acelerar muito (por recomendação do manual, extravagâncias só depois dos 1500 km: o motor TSI tem que ser amaciado), já deu pra notar que o motor era sensacional. Numa subida, com quatro passageiros, uma L200 Triton veio piscando farol para abrir passagem, mas não me fiz de rogado e acelerei em quarta marcha e o bichinho desenvolveu lindamente, deixando a L200 comendo poeira. Talvez o dono da L200 nunca mais vá esquecer o que significa um UP com a tampa do porta-malas preta.

O conforto do UP não deixa a desejar, os bancos são decentes e mais aconchegantes do que o do Fox e a suspensão bem mais confortável que a do Fox G2 que é bem dura. A ergonomia é boa, apesar de não ter comandos de rádio no volante, tudo tem fácil acesso no painel. A posição de dirigir também, não alta como o Fox, e o volante possui ajuste de altura, o banco tem ajustes milimétricos de altura, ficando fácil achar a melhor posição.

Os pontos negativos do carro são a ausência de para-barros no para-lama traseiro, que faz um barulho enlouquecedor caso você pegue lama e depois vá para uma estrada de asfalto: a lama que sai do pneu bate na lataria, faz barulho como uma bateria de escola de samba. Na primeira vez que ouvi, levei um baita susto, e parei o carro achando que tinha grudado algo nas rodas ou embaixo do carro. Depois constatei que era apenas a lama da roda se soltando e batendo. Também falta luz nos comandos do vidro elétrico e retrovisores, bem como luz na parte de trás do carro e no porta malas.

O acabamento, apesar de não ter rebarbas, também é bem espartano pelo valor do carro, mas há de se ter em mente que é um carro sub-compacto de entrada.

Consumo

Na estrada, consigo médias de 18-19 km/litro com gasolina aditivada. Álcool consome cerca de 13,9 km/litro na estrada. Na cidade, 14 km/l na gasolina e 11 km/l no álcool. O consumo melhora consideravelmente se dosar o acelerador, mas é difícil segurar o ímpeto do carro, que instiga a ser acelerado.

Problemas

Com pouco mais de um mês de uso, o carro começou a ficar com o visor do rádio piscando, como se tivesse com mal contato, até que apagou por completo, apesar do rádio funcionar, o visor da tela pifou. Acionei a garantia e a concessionária trocou o rádio sem maiores problemas, bastando apenas eu levar o carro, eles filmarem o problema, e uma semana depois me ligaram para a troca, que foi realizada rapidamente. Um barulho no freio dianteiro, um apito como se a pastilha estivesse velha, apareceu no começo do uso do carro, mas com o passar do tempo sumiu.

A palheta do para-brisas possui desgaste muito prematuro. Com 3 meses de uso, já fazia muito barulho, como se tivesse na hora de trocar já. Reparei que o barulho é intermitente, às vezes para, o que me leva a crer que é problema de lubrificação e um aditivo na água deve resolver o problema. Como não pego muita chuva, só lembro disso quando preciso utilizar o limpador.

Revisão e pós-venda

Fiz a primeira revisão dos 10 mil kms ou seis meses em fevereiro 2016. Na ocasião, relatei sobre barulhos nos vidros que quando abertos balançavam muito, um barulho muito irritante, e sobre o volante que veio torto/desalinhado de fábrica, fato observado pela minha mulher: para o carro ficar reto, o volante tinha que ficar ligeiramente esterçado para esquerda.

O consultor se mostrou solícito e atendeu aos meus pedidos. Porém, um fato no mínimo curioso aconteceu durante a revisão.

O motor do Up! TSI leva mais óleo que o do MPI. No site da VW, consta que o TSI pede 4 litros (por conta do sistema de arrefecimento do turbo) enquanto que o aspirado 3,3 litros. Após a revisão quando peguei o carro na concessionária e olhei a nota fiscal de serviço, notei que constava como se tivessem colocado 3,5 litros. Liguei para a concessionária e o consultor teimou que o correto seriam os 3,5 litros, inclusive me mandou um folheto interno da VW em que constavam, de fato, os 3,5 litros para o TSI. No site da VW, contudo, constam 4 litros. Liguei para a VW e a moça do atendimento estava muito confusa. Primeiro, disse que “dependendo do que o motor pedir”, pode ser 3,5 ou 4,0 litros. Retruquei dizendo que era troca total do óleo, inclusive do filtro, e queria que ela me explicasse a quantidade exata para a troca, não era para completar. Ela me deixou aguardando e disse que ia consultar o manual e retornou dizendo que na verdade, ‘o correto seriam 3,3 litros, conforme manual do veículo. Agradeci a ligação e desliguei.

Consultei o manual do carro e num folheto de propaganda do óleo que veio junto com o carro e estavam lá: TSI pede 4 litros.

No final das contas, comprei um litro do óleo indicado e completei os 500 ml no cárter e tirei conclusão que todos falam: o pós venda da VW é sofrível. Como podem lançar um veículo e não treinarem seus funcionários numa coisa tão básica que é o nível do óleo do motor? Algum tempo depois a própria VW ligou para uma pesquisa de satisfação, contei o ocorrido e magicamente a concessionária me ligou e até me ofereceu ressarcimento do óleo. Achei gentil, mas neguei e não volto nunca mais lá.

Visão geral

Em aspectos globais, o Up! TSI oferece excelente dirigibilidade e prazer ao volante, sendo o torque de 16,8 kgfm entregue já aos 1500 RPM fazem toda diferença. O Fato de ser a versão CROSS não faz do carro mais propenso para off-road: a altura do solo é a mesma de toda linha UP, e o pneu do Cross up!, Hankook Optimo 185/70 R15 também é o mesmo das versões BWR e Speed.

As grandes ausências são o vidro elétrico traseiro; falta de opção de fechamento do vidro com um toque e também fechamento dos vidros quando o alarme é acionado. A concessionária ofereceu para colocar vidro elétrico traseiro por “apenas” R$1500. Achei surrealmente caro, e como não tenho filhos, e quase não uso os vidros do banco traseiro, não coloquei.

No geral, o carro atende bem ao meu tipo de uso: casal sem filhos que queria um carro com mais potência para viagens curtas. A impressão de que o Up! é muito pequeno não condiz com a realidade, o banco traseiro oferece espaço razoável para os passageiros, e o porta malas não fica devendo muito aos concorrentes.

É isso. Up! TSI é um carro prazeroso de dirigir, mas não é barato e não aparenta custar o quanto custa. Nesse sentido, o carro é no geral é muito bom, mas para quem procura status, passe longe do Up!.

Por Gustavo Fonseca

A notícia 8.000 km com um Cross up! TSI é um conteúdo original do site Notícias Automotivas.



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