De acordo com o jornal americano The Detroit News, o Ford Fusion 2020 foi cancelado. O sedã “médio” da marca de Dearborn estava em desenvolvimento sob o codinome CD542N e tinha lançamento planejado para o fim da década, sendo assim a próxima geração do modelo. Porém, o novo CEO da Ford Jim Hackett, decidiu mudar os planos estratégicos da montadora para os próximos anos e isso não inclui o Fusion.

A agência de notícias Reuters já havia revelado anteriormente que o Fusion deixaria a linha de montagem em Hermosillo, México, já em 2019 e seria trasladado à China. O mesmo seria feito com o Mondeo, atualmente em produção na Espanha, passando ambos a serem importados do gigante asiático. No entanto, o suposto cancelamento da nova geração nos EUA parece indicar algo mais.

Segundo o jornal de Detroit, a Ford teria enviado um comunicado aos fornecedores envolvidos no projeto do próximo Fusion, informando do cancelamento do modelo. Isso poderia significar um fim definitivo para o sedã no cenário americano, mas a produção chinesa – indicada por fontes internas da montadora – supriria a carência de um produto nesse segmento. Porém, sem os mesmos ajustes planejados originalmente.

Ainda é incerto o futuro do Fusion, já que fontes americanas teriam dito que o sedã – juntamente com o Mondeo – continuará no portfólio da Ford por mais três ou quatro anos. Como se sabe, o Taurus era um sedã tradicional da marca americana e foi retirado de linha nos EUA, mas sobreviveu com alterações profundas na China, mas passou a ser um produto exclusivamente local.

Isso aconteceu quando as vendas de crossovers e SUVs já estavam em alta, mas a expectativa é que esses tipos de carros dominem ainda mais o cenário americano no fim da década. Ainda é cedo para dizer que o Fusion será um modelo exclusivo do mercado chinês, mas se as vendas de sedãs continuarem a despencar nos EUA, não seria difícil imagina-lo fora do país definitivamente. Bom, pelo menos como um três volumes.

O nome Fusion é forte nos EUA e poderia bem ser utilizado em outro produto, que naturalmente seria um crossover ou SUV, dada a demanda por estes tipos de veículos. Não seria a primeira vez que o nome identificaria uma proposta diferente, visto que o “primo” do primeiro EcoSport era chamado assim na Europa.

O que poderia reforçar essa ideia é exatamente o mercado, já que o sedã da Ford vem caindo – junto com todos os outros do segmento – há algum tempo. Em 2016, teve queda de 11%. Em 2017, até novembro, os emplacamentos despencaram 22%. Então, aplicar dinheiro em um produto de segmento em declínio é quase um suicídio financeiro, concordam especialistas da área. O próximo Focus já é dado como um produto fora do México e orientado para a China.

Quanto ao Mondeo, o produto tem uma família no velho mundo, mas lá os utilitários esportivos ainda não parecem uma ameaça tão breve a qualquer outro segmento. A importação chinesa não seria um problema, exceto se o equivalente asiático não for devidamente um produto novo, mas uma atualização do sedã vigente. Faria bem – para a Ford – um crossover Fusion, posicionado entre EcoSport e Kuga/Escape? A resposta provavelmente será sim, já que há uma lacuna importante entre esses dois produtos.

[Fonte: The Detroit News]

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