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A experiência incrível de andar em um Mercedes AMG GTR

Na última sexta-feira, ao chegar em casa e folhear o jornal, meus olhos brilharam. Havia a propaganda de um evento, no dia seguinte, com entrada aberta a qualquer mortal para poder dirigir alguns dos incríveis carros da família AMG, divisão de esportivos da Mercedes Benz.

O evento era o AMG PERFORMANCE TOUR, em comemoração aos 50 anos da AMG, organizado por uma concessionária do Rio e pela MERCEDES AMG, agora aberto a qualquer interessado, não mais só para imprensa e clientes especiais como aconteceu em junho no Autódromo Velocittá.

Lá fui eu em um sábado chuvoso na esperança de poder guiar o monstro AMG GTR da foto do anúncio.

Chegando ao evento

Uma boa e uma má notícia. A boa notícia é que o evento tinha uma boquinha livre. A má notícia era que o GTR, só de passageiro: somente o piloto profissional iria guiar. Perfeitamente plausível, afinal o carro custa R$ 1,2 milhões de reais no Brasil e a potência é tamanha que deve ser fácil para motoristas civis se empolgarem e fazerem besteira.

Um pouco frustrado, coloquei nome na lista pra andar no GTR e fui ver quais outros AMG poderiam ser feito test drive.

A humilde lista:

Mercedes GLA 45 AMG prata
Mercedes GLA 45 AMG branca
Mercedes C43 AMG azul
Mercedes GLC 43 Coupé AMG preta

Me inscrevi para pilotar o GLC 43 Coupé, pois a fila pro C43 tava enorme. Além disso, gostaria de ver o que a AMG pode fazer num mostrengo como o GLC. O GLA pra mim era o mais “comum” da esquadra, nem me interessei muito.

Depois de aguardar por mais de uma hora, foi chegada a minha vez.

GLC 43 – Mamute de guerra

O carro, como eu imaginava, é um pequeno ogro calçando bojudos pneus aro 21 255/40 na frente e 285/35 na traseira. O motor, um V6 biturbo 3.0 com 367 cv e 52 kgfm de torque entre 2500 e 4500 rpm merece todo nosso respeito. Esse motor é quase onipresente na linha AMG, sendo o powertrain principal, ao lado do ignorante V8 biturbo que equipa o GTR e o E63.

O interior do GLC 43 esbanja sofisticação em cada detalhe: o painel é forrado em couro em tom café. Ajustes elétricos do banco do motorista na porta. A carroceria coupé é um charme, dá um ar muito mais esportivo do que o GLC normal.

Após rápidas explicações sobre o funcionamento do carro, pude fazer um pequeno circuito. Uma das vias era estrategicamente secundária, atrás de um shopping, pouco movimentada para que pudéssemos explorar o carro.

Dirigir com um piloto profissional do seu lado intimida bastante e o medo de fazer besteira num carro de mais de R$ 600 mil dá uma senhora travada no cidadão. Some-se a isso pista molhada e chuva. Porém, o piloto era gente fina, e me instigou a acelerar o mastodonte. Em retomada, o ronco do V6 biturbo é instigante, mas talvez devido ao peso do carro e o curto trajeto, não senti nada muito brutal como eu esperava.

O piloto ainda fez questão de que eu utilizasse bem os freios, para sentir a “ancoragem” do carro. De fato, o bicho freia muito bem para o tamanho. Na hora de estacionar no pátio, a câmera 360 dá uma boa ajuda, pois a carroceria coupé não colabora em nada. A visão traseira é bem limitada.

O jeitinho brasileiro sempre presente

Mas o intento principal era andar no GTR. Fiz o test-drive no GLC 43 e aguardei. E aguardei. E aguardei. Infelizmente, toda hora chegava um cliente VIP e, de leve, dava uma pequena carteirada e os caras da concessionária deixavam furar a lista sem a menor parcimônia. Numa hora eu era o quarto na fila. Quando voltava pra conferir, eu era sexto.

Além disso, alguns dos clientes very very VIP (dinheiro não traz felicidade…será?) tinham o prazer de dirigir o GTR . Até mesmo em duplas, sem a presença do piloto ao lado.

Quase me aborreci e fui pra casa, mas a vontade de andar no diabo verde acabou falando mais alto e aguardei, resignado, como uma criança que aguarda na sempre concorrida fila do melhor e mais concorrido brinquedo do parque de diversões- Geralmente é a montanha russa.

Após algum tempo, o feio jeitinho brasileiro de burlar a ordem das fichas de inscrição finalmente cessou. Pouco depois, chegou minha vez. Nem sequer cogitei pedir para dirigir o GTR, pois o “não” era 99,9% garantido. Ainda, a rua estava muito molhada e eu não queria me arriscar. Vai que dizem sim!?

Green Hell Magno

A cor do GTR disponibilizado é a já icônica Green Hell Magno, um verde reluzente em homenagem ao clássico circuito de Nürburgring, pista alemã que tem apelido de Inferno Verde dado por Jackie Stewart e foi muito utilizada no desenvolvimento do carro. Inclusive, o recorde da pista de carros com tração traseira foi quebrado em 2017 pelo bólido.

O urro do V8 4.0 biturbo ecoava grave. O piloto fez a clássica pergunta: com emoção ou sem emoção? Ô, mas é claro!

Saindo da concessionária, o piloto já fez graça. Em duas curvas fechadas, fez com que o carro destracionasse, quase que um drift. O GTR conta com 1,5 graus de esterçamento das rodas traseiras no sentido contrário das dianteiras em velocidades de até 100 km por hora, o que ajuda a fazer as curvas no limite. A tração é apenas traseira, ao contrário do que eu imaginava. Em velocidades acima dos 100 km por hora, esse esterçamento acompanha o das rodas dianteiras.

Passageiro da (boa) agonia

Diferente da minha sensação com o GLC 43 AMG, a aceleração do GTR é visceral. Essa sim, brutal. Não tem como fugir do clichê: a gente cola no banco. A cada curva, você dá graças a Deus dos bancos serem do tipo concha, porque você é jogado, sem dó nem piedade, de um lado para o outro, como se estivesse numa montanha russa, só que mais divertido: montanha russa não tem ronco de motor.

Os pipocos que ecoam do escapamento a cada reduzida soam como rosnadas de advertência de uma fera encurralada. É bom não contrariar e acelerar. O êxtase maior foi quando o piloto fez uma curva em U fincando o pé, com a força descomunal do carro me centrifugando como uma roupa na máquina de lavar.

Passada a euforia das acelerações, pegamos algum tráfego na volta e pude apreciar o incrível interior do carro. O teto e volante são feitos em Alcantara. Há ainda couro e fibra de carbono no habitáculo. É clara a sensação de inspiração em aviação para o cockpit do carro. Há alguns botões estilo de avião-caça. O console central é enorme, e o carro tem 2 metros de largura. O som é da grife Burmester e com 1.000 watts de potência é surreal, mas quem liga pra música quando temos 585 alegres puro sangues galopantes sob o capô?

Ao contrário de outros AMG, a alavanca de câmbio não é abaixo do volante, fica no console central.

Ao sair do carro, um misto de nirvana e aquele gostinho de quero mais, típico de quando descemos de um brinquedo de parque de diversões. Agora só me resta procurar o próximo brinquedinho do parque, de preferência também sem pagar ingresso.

Audi, como é que a gente faz pra dar uma voltinha no R8?

Bônus Track

A AMG foi criada em 1967 como uma preparadora independente de motores Mercedes-Benz para campeonatos de turismo. O êxito nas pistas levou à associação da marca à Mercedes-Benz em 1990. Além de desenvolver motores e modelos de alta performance, a AMG também colabora com a equipe Mercedes na Fórmula 1 e com o Mercedes-Benz Challenge.

Por Gustavo Guedes

Ficha técnica

Mercedes-AMG GTR

Preço: ​
R$ 1.199.000,00

Motor: gas., diant., long., V8, biturbo, 3.982 cm3, 32 V, 585 cv a 6.250 rpm, 71,4 mkgf a 1.900 rpm

Câmbio: automatizado, dupla embreagem., 7 marchas, tração traseira

Suspensão: Duplo A (diant.), multilink (tras.)

Freios: discos ventilados

Direção: elétrica

Rodas e pneus: 275/35 R19 (diant.); 325/30 R20 (tras.)

Dimensões: comp., 455,1 cm; largura, 200,7 cm; altura, 128,4 cm; entre-eixos, 263 cm; peso, 1.630 kg; tanque, 65 l; porta-malas, 285 l

Desempenho: 0 a 100 km/h em 3,6 s, vel. máx., 318 km/h

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