Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém. A expressão popular parece se aplicar bem ao caso da Jaguar Land Rover, mais especificamente ao fabricante de utilitários esportivos de luxo. A palavra de ordem na empresa é ter cautela com os conceitos. O motivo é a possibilidade (real) de que as propostas de futuros modelos sejam descaradamente copiadas por montadoras chinesas.
A Land Rover teve que entrar com um processo contra a montadora chinesa Landwind por conta de seu crossover X7, que era uma cópia disfarçada do Range Rover Evoque, feito no país pela joint-venture formada com a Chery. Gerry McGovern, chefe de design da marca, disse que a empresa está sendo forçada a reavaliar a criação de Carros conceito. O designer revelou que a Land Rover apresentou propostas nos últimos anos sob o risco de serem copiadas pelos chineses.
Com a exposição pública, as chances dos conceitos serem copiados são altas. Não é difícil ainda encontrar “visitantes” ou “jornalistas” medindo com laser e outros dispositivos os carros que são apresentados em salões automotivos. Apesar da convenção de Berna, a China abriga uma infinidade de montadoras de veículos com produtos visivelmente “inspirados” em carros internacionais até os mínimos detalhes.
Na China, os carros registrados em patente são protegidos, segundo o governo, mas isso não é garantia de que não serão clonados. Mesmo fabricantes de automóveis mais renomados e que até recentemente pareciam imunes às clonagens, agora já observam equivalentes de baixo custo rodando pelas mesmas ruas e estradas. Há também o vazamento coletivo de projetos internacionais que são devidamente compartilhados por uma boa parte de marcas.
O Toyota Corolla da nona geração é um exemplo clássico, onde diversas marcas chinesas se aproveitaram do projeto da marca japonesa para criar seus carros, incluindo a geração seguinte. Até hoje existem modelos de algumas marcas locais cujo produto é um clone do sedã nipônico. O Toyota RAV4 já teve (e em parte ainda tem) dois clones vendidos no Brasil. O mesmo em relação ao Toyota Aygo, que também pode ser visto pelas ruas brasileiras.
Mas não é somente a Toyota, outras marcas tiveram diversos produtos clonados ao longo do tempo, chegando até mesmo ao Volkswagen up!, que nunca rodou por lá. Aliás, para ser um clone chinês, o carro nem precisa ter existido de fato como um produto seriado, vide o caso dos conceitos Bulli e Cross Coupe, ambos da VW. Então, parece que brigar contra os clones na esfera jurídica chinesa é de fato uma perda de tempo e dinheiro. A inglesa não correu o risco novamente e lançou sem conceito o Range Rover Velar.
[Fonte: Autocar]
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