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Deus Inc: Como funcionam as seitas?

Quando a maioria de nós ouve a palavra Seita, talvez imagine um grupo de pessoas alienadas que sofreram lavagem cerebral e praticam atos macabros. Talvez lembre de assassinatos em massa ou outras cenas negativas. Mas o que imaginamos é real? O que é exatamente uma seita e no que ela difere de uma religião? São todas perigosas? As pessoas que participam de seitas destrutivas são mentalmente perturbadas ou somos todos igualmente suscetíveis?

Neste artigo, vamos separar a realidade da ficção e saber exatamente o que é uma seita, o que caracteriza uma seita como destrutiva e, além disso, dar uma olhada em alguns dos mais notáveis acontecimentos sobre seitas na história moderna.

O que é uma seita?
As seitas que estão envolvidas com notícias negativas não são uma  regra. Basicamente, uma seita é apenas um grupo religioso pequeno, não estabelecido, sem um objetivo final, que gira em torno de um único líder. O American Heritage Dictionary define seita da seguinte forma:

  1. uma religião ou culto religioso considerado extremista ou falso, com seus seguidores normalmente vivendo de forma não convencional, sob orientação de um líder autoritário e carismático;
  2. um sistema ou comunidade de adoração e rituais religiosos.

A primeira definição se aproxima mais do uso que fazemos do termo, mas você deve ter percebido que não há menção sobre assassinato ou assassinato coletivo. Não há diferença significativa entre seita e religião em termos de fé, moralidade ou espiritualidade. As principais diferenças são: uma seita funciona fora da sociedade, normalmente faz Seus seguidores prometerem total comprometimento com o grupo e tem um único líder, enquanto uma religião normalmente está inserida na cultura do povo, requer vários níveis de comprometimento de seus Membros e tem uma hierarquia de liderança que, na prática, pode funcionar como uma série de limitações e inspeções.

Seitas no Brasil
O Brasil é um continente de contrastes, em todos os aspectos, e isso não poderia ser diferente em relação à fé. O país é predominantemente cristão, com destaque para o catolicismo, mas de norte a sul do país podemos encontrar diversas religiões, crenças e, inclusive, seitas. Veja algumas das instituições que são consideradas seitas:

  • Igreja do Trance Divino (ITD) – criada em 2005, na Chapada dos Veadeiros (interior de Goiás), chama a atenção por seus adeptos adorarem discos voadores e música eletrônica.
  • Igreja de Cristo Internacional de Boston (ICI) – teve início oficialmente
    em São Paulo, em maio de 1987 e se expandiu para outras cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte (1994) e Salvador (1997). Interpreta a Bíblia segundo a visão do fundador, Kipp Mckean.
  • LBV – foi fundada oficialmente em 7 de setembro de 1959 por Alziro Zarur. Sua missão é: “Promover Educação e Cultura com Espiritualidade, para que haja Alimentação, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Ecumênico”.
  • Santo Daime – em 1945, Mestre Irineu fundou o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal, que chegou a congregar 500 membros efetivos. Utiliza em suas cerimônias religiosas uma substância psicotrópica alucinógena chamada “dimetiltriptamina” (DMT).
  • Vale do Amanhecer – seita xamanista (centra-se nos ritmos cíclicos da natureza: nascimento, morte e renascimento) fundada em 1968 e localizada a 6 km de Planaltina, cidade satélite de Brasília. Teve sua criação diretamente associada à vida da sergipana e ex-caminhoneira Neiva Chaves Zelaya (Tia Neiva) e às supostas aparições de uma entidade indígena chamada Pai Seta Branca, seu mentor espiritual. Conta com cerca de 36.000 adeptos.
  • Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade – fundada no Paraná, em 1982, por Iuri Thais Kniss, que se auto-intitula Inri Cristo. Ele se proclama a reencarnação de Jesus Cristo. Popularmente, Inri é visto como uma personalidade humorística, tendo aparecido em diversos programas de TV.
  • Borboletas Azuis – Roldão Mangueira de Figueiredo, fundador e líder da seita da Paraíba, previu que no dia 13 de maio de 1980 o mundo acabaria num dilúvio. A notícia causou grande pânico em Campina Grande (PB), mas com a não concretização da profecia, a seita afundou no esquecimento.

Embora a maioria das seitas existentes no Brasil não seja considerada destrutiva, há alguns casos que chegaram à mídia envolvendo rituais macabros e mortes:

  • 2003 – supostos membros da seitaDelineamento Universal Superiorforam acusados de seqüestrar, torturar, castrar e matar cinco crianças em Altamira, no Pará, entre 1989 e 1993 em rituais de magia negra. Quatro acusados foram condenados. Um estava foragido na época do julgamento.
  • 1998 – em 27 de dezembro de 1998, o pastor da seita Igreja Pentecostal Unida do Brasil, em Seringal Larvas, Tarauacá (Acre), foi preso. Francisco Bezerra de Morais, (“pastor” Totó), juntamente com outros membros da seita, mataram seis pessoas a pauladas e depois as queimaram. O líder disse que agiu por ordem de Deus. A situação só não se tornou mais grave porque alguns seguidores conseguiram fugir e avisar as autoridades.
  • 1977 – José Maurino Carvalho e Maria Nilza Oliveira Pessoa foram considerados os responsáveis pelo assassinato de 8 crianças em 30 de abril de 1977, na praia de Stella Maris, em Salvador. Eles eram líderes da Igreja Universal Assembléia dos Santos. A seita pregava o abandono do casamento civil e o voto, considerados obrigações mundanas. Os líderes diziam ainda que Jesus havia ordenado as mortes.

Seitas destrutivas

Existe uma grande diferença entre uma seita destrutiva e uma religião não destrutiva (ou uma seita não destrutiva). Uma seita destrutiva (ou totalista) explora a vulnerabilidade de seus membros para ganhar total controle sobre eles, normalmente usando técnicas psicológicas com o objetivo de conseguir algum tipo de controle mental sobre seus membros. Já uma religião ou seita não destrutiva tenta aliviar a vulnerabilidade de seus membros por meio de orientação espiritual, esforçando-se para ajudá-los a ter controle sobre sua vida.

Enquanto a maioria das religiões menos predominantes são inofensivas, certas circunstâncias fazem delas um ninho fácil para práticas destrutivas. A seita californiana O Templo do Povo começou como uma instituição de caridade que possuía uma clínica médica e um programa de reabilitação de drogados. E terminou em suicídio coletivo em Jonestown, Guiana (em 1978), em que cerca de 900 seguidores tomaram uma mistura de suco de laranja com cianureto. O mais impressionante é que aqueles que se negaram a tomar a mistura foram assassinados a tiros. Como algo que começou trazendo tanta esperança às pessoas pode ter se tornado tão negativo? Existe muita especulação a respeito do que aconteceu aos membros do Templo do Povo, mas para a maioria, o que deu errado é o que normalmente acontece com a maioria das seitas destrutivas: a liderança.


Foto cedida por Getty Images
Don Hogan Charles / New York Times Co.
Reverendo Jim Jones, líder do Templo do Povo, e sua família em 1976

Foto cedida por Getty Images
David Hume Kennerly
Novecentos membros do Templo do Povo (incluindo mais de 200 crianças) mortas depois que Jones comandou um assassinato/suicídio coletivo em 1978

Primeiramente, muitas destas religiões são fundadas por uma única pessoa, que retém uma posição de poder exclusivo na organização e o poder tende a corromper até as pessoas mais éticas. No caso do Templo do Povo, existem provas de que seu líder, o reverendo James (Jim) Warren Jones, durante os anos 70, estava abusando de medicamentos que só são vendidos mediante prescrição médica e ficando cada vez mais paranóico. Pelo fato destes grupos operarem fora da sociedade, ninguém inspeciona seus procedimentos, portanto, um líder desonesto e mentalmente instável fica livre para explorar seus seguidores da maneira que bem entender. Além desta estrutura autoritária de liderança, ainda existem algumas características básicas em uma seita destrutiva:

  • liderança carismática
  • mentira e enganação no recrutamento de novos membros
  • uso de métodos para controle mental
  • isolamento (físico e/ou psicológico)
  • exigência de devoção e lealdade inquestionáveis e absolutas
  • distinção rígida e insuperável entre “nós” (bem, salvo) e “eles” (mal, vão para o inferno)
  • “linguagem interna” que apenas os membros entendem completamente
  • controle rígido sobre as rotinas diárias dos membros

No restante deste artigo, quando nos referirmos às técnicas empregadas pelas seitas, estaremos falando sobre seitas destrutivas e não sobre os pequenos grupos religiosos que não fazem mal a ninguém. Nas seções seguintes, vamos examinar mais de perto as seitas destrutivas e descobrir como funcionam. Vamos começar pela estrutura de liderança.

Tem de tudo em todas destrutivas são de natureza religiosa. Podem ser baseadas em objetivos políticos e financeiros também. No fim das contas, o objetivo é subjugar a individualidade dos membros para satisfazer os desejos do(s) líder(es) reforçando sua posição autotitulada de salvador, participando de atividades destrutivas em nome de uma revolução política ou simplesmente enchendo os bolsos do líder com o dinheiro suado dos membros.
Existem grupos políticos radicais, esquemas de pirâmide comercial e seminários de auto-ajuda que empregam técnicas semelhantes de recrutamento e lavagem cerebral como os dos cultos religiosos destrutivos, tentando atingir pessoas com certa vulnerabilidade e mantê-las envolvidas. O resultado final é um “convertido” capaz de acabar com a própria vida em nome do capitalismo destrutivo, de convencer todas as pessoas queridas a entrar no mesmo negócio que está acabando com suas economias de toda uma vida, ou de ficar se inscrevendo em uma série interminável de palestras, seminários e retiros que prometem cura psicológica e espiritual, mas que na verdade apenas servem para acabar com sua conta bancária.

Fonte: Da Redação

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