Em fase de testes desde janeiro, o novo processador para mineração de Bitcoin é altamente eficiente mesmo possuindo baixa voltagem.

Em janeiro deste ano, a Intel anunciou seu primeiro chip dedicado exclusivamente para a mineração de Bitcoin: o Bonanza Mine. Tratando-se de um ASIC (sigla para circuito integrado de ação específica, em inglês), este seria um computador que conta com uma única função, que no caso seria a mineração, mas o modelo também é dedicado a minerar somente um tipo de criptomoeda: as Bitcoins, que na época do desenvolvimento do chip ainda não estavam em declínio.

Mineração de Bitcoin com menos gasto de energia

O Bonanza Mine é descrito como um processador de hiper baixa voltagem e mais eficiente, do ponto de vista de energia. Em termos de concorrência, a Intel se destaca justamente por ter mais autonomia na fabricação de seus equipamentos, fator que atrapalha outras empresas do ramo, já que dependem mais de serviços de terceiros. 

Se tratando do mercado de criptoativos, a competição está em quem tem o melhor computador para adicionar e validar registros de transações em blockchains, por isso o Bonanza Mine vem chamando a atenção desde seu anúncio oficial.

De acordo com um levantamento da Griid, empresa focada na mineração de Bitcoins, o novo equipamento da Intel é o segundo mais eficiente do mundo e, consequentemente, o segundo mais lucrativo. 

A eficiência de um computador focado em mineração é medida na comparação entre capacidade de processamento de dados e custo de energia durante seu funcionamento. Em comparação com outras das principais máquinas do gênero, a Bonanza Mine custa 15% a menos e pode gerar até 130% a mais de lucros brutos.

Segunda geração de chips já está em desenvolvimento

Contudo, em abril, a Intel já anunciava sua segunda geração de chips para mineração de criptoativos: o Blocksale ASIC. Se comparado com o Bonanza, ele é ainda mais eficiente energicamente, com operação de taxa de hashes de até 580 GH/s, eficiência energética de 26 J/TH, suporte para 256 circuitos integrados em cadeia e detecção de temperatura e voltagem do chip. Além do desempenho elevado, o principal destaque fica em termos de sustentabilidade, devido ao consumo de energia otimizado.

Os equipamentos são direcionados para empresas que atuam minerando criptoativos, não sendo disponibilizados ao público geral, restando ao público a opção de comprar Bitcoins das plataformas de moedas digitais. 

Ambas as versões do ASIC chamaram a atenção do mercado e já garantiram compradores no mundo todo, porém, devido à desvalorização repentina das Bitcoins que afetou o mercado de ações nos últimos meses, a Intel acabou adiantando a distribuição dos equipamentos que já foram vendidos. Os compradores começaram a recebê-los no começo de julho, meses antes do lançamento previsto.

Atual cenário do Bitcoin

Em janeiro, quando o Bonanza Mine foi anunciado, as Bitcoins estavam valendo o dobro da cotação atual. De janeiro para cá, o valor despencou em 60% e segue caindo, trazendo grande prejuízo para as empresas que atuam no ramo. 

Em seu auge, uma unidade de Bitcoin chegou a valer 64 mil dólares, algo que pode voltar a acontecer após esse período, que os especialistas costumam chamar de “inverno”, onde os preços caem drasticamente e permanecem baixos por um tempo. O último inverno das criptomoedas durou de 2018 até 2020, seguido por um momento de ascensão contínua.

Os custos envolvidos para minerar novos criptoativos também são altos, considerando que esses computadores precisam se manter ligados 24 horas por dia, gastando grandes quantidades de energia no processo. 

Nesse quesito, a nova máquina da Intel chega em bom momento, pois suas características sustentáveis ajudarão as empresas a continuar produzindo moedas gastando menos energia que o convencional. Além de ser mais barato, também é favorável para o meio ambiente.

O momento para criptomoedas ainda é crítico, forçando muitas empresas a venderem boa parte dos seus estoques para não ficarem com um prejuízo tão grande. Ainda assim, o mercado já mostrou que essas crises são cíclicas, e a tendência é que os criptoativos voltem a ser valorizados repentinamente, então acaba sendo um investimento em longo prazo que pode render bons frutos de uma hora para outra.

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